Equalize escrita por Emily Chase


Capítulo 5
Uma cantada qualquer


Notas iniciais do capítulo

Oi, leitores! Esse é o primeiro capítulo com o ponto de vista da Hanna. Espero que vocês gostem dessa personagem nova que vai ser tão importante na história. Beijinhos e boa leitura ♥



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Ponto de vista - Hanna

Acordei com uma Silena louca me batendo com travesseiros. Será que nem dormir as pessoas podem mais?

— Mas já começou - Falei, morrendo de sono. A vida tinha se tornado corrida desde que eu tinha investido na carreira de modelo. Dias de ensaios fotográficos, treinos, provas de roupas, eventos...tudo isso tomava tempo, e em especial o meu tempo de sono. 

Levantei indignada e fui me arrumar.

Éramos 4 amigas: Eu, Annabeth, Thalia e Silena.

Tinha a Annabeth, a mais estudiosa e esperta; A Silena, a mais vaidosa e fashion; A Thalia, a mais desinibida e extrovertida e eu, que era um pouco a mistura de todas elas. Eu me sentia inteligente, quando me esforçava; me sentia bonita quando queria estar bonita; me sentia desinibida quando tinha que ser nos trabalhos e em apresentações...era como se eu fosse divergente.

Em alguns momentos, isso passava e eu me sentia exatamente o oposto. Tímida, nada bonita...eram fases que eu não controlava, não podia conter. Não sei ao certo quando começou, mas depois de um vacilo que fizeram em que eu me senti afetada, eu passei a me sentir assim, e tenho sentido desde então. Eu tinha esperanças de me distrair na escola nova, de meter as caras nos estudos e tirar isso da minha cabeça. Bom, é o que eu espero.

***

Fomos pra escola de carro. Tia Afrodite nos levou no carro dela e nós chegamos rapidinho na escola. Ela nos deixou na porta e nós 4 paramos na porta. 

— Prontas? - Perguntou Silena.

Eu estava. Era o que eu queria. Mergulhar nos estudos, no mundo da música e tirar tudo de ruim da cabeça.

— Pronta.

E nós fomos. Seguimos em linha reta até a porta principal da escola, passando pelo estacionamento lotado de alunos. Pude perceber um grupo de alguns garotos parados próximos a porta que nos olhavam. Continuei andando junto com as meninas e senti que um deles me olhava. Ele era alto, forte, cabelo preto liso e muito bonito, mas eu não ligava. Depois do meu último relacionamento, eu só queria esquecer meu último namorado e não me relacionar com ninguém. Ninguém mesmo, nada de namoro. E, bem...digamos que pra cumprir essa parte do "esquecer meu último namorado" eu fiquei com algumas pessoas. Nas festas do trabalho de modelo tinham vários modelos que eram lindos. Eles se interessavam, eu estava triste...acabou que eu fiquei com eles pra esquecer. Não façam isso, não é legal! Mas eu fiz. Agora, pergunta se adiantou alguma coisa? Não adiantou. Eu não o esqueci totalmente, só serviu pra me distrair. Exatamente isso, distrair. Por sorte, eu tive cabeça de não ficar com caras que queriam um relacionamento. Eles estavam mais interessados em trocar saliva mesmo, e eu o fiz. Agora eu estabeleci uma regra: Não ficar com nenhum garoto que quisesse um relacionamento. E eu estava indo bem, cumprindo a minha promessa pra mim mesma. Eu só não sabia o que ia encontrar nessa "vida nova".

Entramos e checamos nossos horários. Eu tinha a primeira aula sozinha, mas pelo menos era algo que eu gostava. Era português. Eu gostava de línguas no geral, deve ser por que meu pai é espanhol, então eu gostava dessa coisa de idiomas. Ele me criou falando espanhol também, então era uma coisa que eu gostava.

Fui pra minha aula, que até que foi legal. Pessoas me cumprimentaram, falaram comigo e eu vi que ali seria um lugar legal de ficar. Percebi que um dos meninos que estavam na entrada estava ali na sala. Não falei com ele, e ele pareceu não perceber minha presença ali.

Tocou o sinal, depois de longas horas sentada ouvindo sobre orações.

Desci e fui até meu armário novo. Guardei o caderno e vi que tinha uma pessoa do meu lado. Continuei arrumando as coisas quando ele falou:

— Oi! Hanna, certo? Meu nome é Nico.

— Oi. Como sabe meu nome? - Perguntei. As notícias se espalham tão rápido assim?

— Sou um cara observador - Falou com um sorriso.

Arqueei as sobrancelhas. Achei esse menino esquisito.

—Prazer, então. - Respondi, um pouco sem emoção.

— Vi você e suas amigas na entrada hoje - Disse ele, tentando manter o assunto - E, deixa eu te contar um segredo? Meus amigos se apaixonaram por elas - Disse e soltou uma risada baixa, que estranhamente fez um frio percorrer minha barriga.

—Sério? - Ri - Isso vai ser interessante.

— Por que? - Ele questionou.

— Por que eles parecem ser o tipo delas. Chega a ser engraçado.

— Ihhhh, já vi que vão ser 4 casais então.

Sério que ele me deu uma cantada? Não, deve ser impressão minha.

— 4? Eles são 6, logo, 3 casais.

— Nós somos 8, logo, 4 casais.

É, ele me deu uma cantada.

— Acho que não, mas boa sorte em formar o quarto casal. Se quiser, eu posso te apresentar minha irmã - Eu não poderia perder a oportunidade de zoar com aquele cara.

—Sua irmã? Por que, Você namora? - Falou com uma expressão que eu não consegui ler.

— Não, eu não namoro e nem quero namorar. Beijos, foi um prazer, viu?

E eu saí. Aonde já se viu, às 10:00 da manhã eu recebendo cantada de uma pessoa que eu nem conheço? Ah, não.

Cheguei ao refeitório e olhei, procurando pelas minhas amigas. Vi Thalia vindo no sentido contrário e logo atrás dela vi o tal Nico. Abri um sorriso pra ela e abri os braços. Ela veio correndo e pulou no meu colo, o que quase nos fez cair por eu ser baixinha. Logo chegaram as meninas que riram de nós. Observei que ele e seus amigos sentaram em uma mesa e que eles conversavam, mas que os olhos deles, ora ou outra, pairavam sobre nós.

Fomos pegar o lanche e quando voltamos pensamos em qual mesa sentar. Como se fosse telepatia, um menino se aproximou e nos convidou pra sentar. Ou melhor, nos convidou por causa da Annabeth. Foi bonitinho até, o jeito com que ele falou com ela. Thalia se apressou em dizer que ela aceitava sentar com eles, o que eu notei que deixou Annie vermelha.

Chegamos na mesa e, como eu esperava, Nico estava lá. Infelizmente, ou felizmente, o lugar que sobrou pra mim foi de frente pra ele. "Ótimo", pensei, "Agora vai ficar aquele climão por causa da cantada. Pra que ele foi fazer isso? A culpa é dele"

Escutei ele falando algo...alguma piada, eu acho. Mas eu estava tão desconfortável com a cantada que a única coisa que eu falei foi:

— Ah, alguém me tira daqui - Baixinho.

— Eu ouvi, sua sem senso de humor - Ele falou - Foi pra testar o shampoo anti-queda.

O pessoal começou a rir e eu continuei séria. Ele me chamou mesmo de "sem senso de humor"? É claro que eu tenho senso de humor!

— Mas pra que essa cara feia? Ta com fome, gatinha? Eu pego algo pra você comer - Falou ele. Esse menino estava começando a me tirar do sério.

— Não sou sua gatinha - Falei de cara feia - e não estou com fome, obrigada.

Ele falou mais alguma coisa que eu não prestei atenção, por que meu celular apitou. Eu estava resolvendo com meu produtor a possibilidade de um trabalho novo, para uma loja recente. E era mensagem dele falando que eu tinha passado na seleção.

Abri um sorriso discreto. Eu não queria que soubessem que eu era modelo de cara, por que se eu falasse, daria a entender que eu falei pra aparecer, pra ganhar mais atenção e eu não queria isso. Eu era bem diferente disso.

— Finalmente consegui fazer a gatinha rir - Disse ele, contente.

Antes que eu pudesse falar algo, Thalia respondeu por mim:

— Ih, parece que não é por sua causa não, gatinho...é outro gatinho que fez ela sorrir.

Na mesma hora, NA MESMA HORA, o sorriso sumiu do rosto dele. Não aguentei e comecei a rir.

— Que gatinho o que - respondi a Thalia - Foi um trabalho que eu consegui.

— Ufa, pensei que já tinha perdido essa briga - Disse Nico.

— O que? - Perguntei sem entender

— Nada. Quer ouvir outra piada?

— NÃO! - Falaram Annie e Percy juntos, e logo começamos a rir.

— Suas piadas são muito ruins, Nico - Disse Percy.

—Nossa, assim vocês me magoam - Defendeu ele.

Ficamos na mesa mais um tempo, eles rindo e eu me concentrando na minha conversa com o produtor até que o sinal tocou. Era Educação Física.

Caminhamos até lá, eu, Silena, Charles e Nico. 

Eu gostava de esportes. Em especial, futsal. Era divertido jogar e mais ainda torcer. Silena amava torcer e ela acabou me contagiando com esse negócio na outra escola.

Chegamos na quadra e sentamos. Os meninos foram em direção ao vestiário.

A professora se apresentou, falou o que iriamos fazer e nos mandou para o vestiário. Era vôlei.

— Miga, olha esse short. Vai ficar curtíssimo, que pena - Disse Silena e me mostrou o nosso uniforme. Era um short que não parecia ser muito pequeno, mas pelo que eu vi nas outras meninas, ele meio que encolhia no corpo. Péssimo. Eu era magra, mas tinha curvas, o que quer dizer que o short ia ficar indecente em mim. Eu precisava me lembrar de trocar depois.

Fomos pra quadra e antes que eu pudesse falar uma palavra, a professora falou:

— Querida, preciso que alguém faça algumas coisas pra mim. Você pode?

— Claro - Eu disse. Eu queria jogar, mas não queria ser mal educada.

Analisei a lista que ela me deu e fui fazendo as tarefas.

1: Ir na diretoria pegar fichas - ok

2: Falar quem faltou - ok

3: Pegar o relatório do último jogo dos meninos - era o próximo afazer da lista.

Fui até a quadra 2, onde eles estavam, para pegar o tal relatório.

Me aproximei da entrada e observei o jogo. Eles tinham feito "time pele" e "time camisa", e para a minha sorte ou azar, os meninos novos estavam no "time pele"; Inclusive o Nico. Tá, ele sem camisa era bonito pra caramba. Mas não muda a sua inconveniência e total falta de noção.

Caminhei até onde estava o professor deles, que gritava loucamente pra os meninos darem o sangue pelo time e dava algumas coordenadas sem sentido

—...esquerda! Agarra essa bola! Chuta! Bora, time! 6, corre mais! Eu quero ver sangue!

— Professor - Chamei.

— Chuta essa bola! -Oi, querida - É pra correr, seus maria mole!

Tive que segurar o riso.

— A professora das meninas está pedindo o relatório do último jogo - Pedi.

— Ah, claro. Só um minuto que eu vou pegar - Respondeu.

Ele foi até o outro lado, onde ficavam os vestiários e eu fiquei esperando em pé de frente para onde jogavam. Foi o suficiente. Tudo o que eu me lembro foi de acordar na enfermaria.

 

 


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Notas finais do capítulo



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