War of Hearts (Scorpius/Rose) - Cap 15 postado escrita por Marls McKinnon


Capítulo 12
Capítulo 12




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O fato de Lily não acordar começava a preocupar a enfermeira, que já tinha chegado à conclusão que o problema da menina era emocional. A febre ia e voltava, e nada parecia deixá-la estável, o que fez com que a enfermeira suspendesse as visitas do irmão, primos e amigos. Eram muitas pessoas juntas e a enfermeira-chefe precisava de sossego para lidar com sua paciente.

Do lado de fora, ocupando quase todo o corredor, estavam Albus, seus primos e amigos. Todos estavam muito impacientes, mas era Albus quem parecia disposto a quebrar todos os quadros se não tivesse notícias da irmã. Nem mesmo Rose, sua melhor amiga, foi capaz de tranquiliza-lo, o que era algo bastante incomum. Geralmente era ela quem o guiava nesses momentos obscuros, mas era quase impossível controlá-lo.

— Albus, pelo amor de Merlin, você precisa começar a se acalmar – Rose disse pela milésima vez, enquanto via o primo andar de um lado para outro sem parar.

— Você vai fazer um buraco no chão e serão dois na enfermaria, e eu não quero ficar aqui a noite toda – Will disse e levou um tapa da namorada – Ai, Scar, eu estava tentando descontrair o clima.

— Eu vou descontrair é minha mão na sua cara se você não parar de falar. – ela respondeu.

— E foi por essa doçura que eu me apaixonei – Will sorriu e levou outro tapa no braço – Credo, que violência.

— Escutem, eu agradeço pelo apoio moral, mas se aquela enfermeira de 175 anos não me deixar ver a Lily logo, eu juro que...

— Sr. Potter?

— Sim, Srta. Moss – Albus disse e rapidamente se virou, dando de cara com a velha enfermeira que o observava com os lábios tão franzidos que mais parecia uma careta.

— Sr. Potter, no momento, a medicação fez efeito e a febre cedeu – ela disse, ainda fazendo uma careta – Mas o problema da Lily não é físico. É...

— Emocional – Albus deduziu – Lily tem febres emocionais desde criança. Quando o papai viajava, ela ficava de cama; quando o James estava doente, ela também ficava; quando eu ficava doente...

— Ela também ficava – a enfermeira concluiu.

— Não, na verdade ela me infernizava. – Albus deu uma risada seca – Nunca fui o irmão favorito, de qualquer forma.

A enfermeira deu uma olhada bem feia para Albus, que sabia que não estava ajudando muito ao fazer piadas. Respirando fundo, ela olhou para o grupo de jovens no corredor e disparou:

— Vocês não têm permissão para ficar aqui. Voltem para as suas aulas.

— Com todo o respeito, Srta. Moss, eu...

— Potter, o senhor é o irmão e pode entrar. – ela interrompeu a frase de Albus – Talvez ela acorde ao te ouvir e conte o que está causando tanta preocupação. Mas o restante deve sair da porta da minha enfermaria. Esse é um local para tratar doentes e não fazer reunião familiar. Xô!

Dizendo isso, Albus correu rapidamente para a sua irmã, que permanecia desacordada. Seus primos e amigos, aos poucos, foram abandonando o corredor. Aquele seria um longo dia, eles sabiam, mas não iriam desistir de ver a Lily, nem que para isso tivessem que invadir a enfermaria batendo panelas.

~*~

“O problema dela é emocional”.

Essa frase ficava se repetindo na cabeça de Hugo, que não conseguia conter o próprio nervosismo. Sua mente vagava pelas milhares de conversas que tivera com a caçula dos Potter e pelas milhares de vezes que ela pediu para ele se decidir e acabar com aquele triângulo amoroso.

Ele sabia que era muita arrogância pensar que ele era o culpado daquele estado, mas não conseguia afastar a ideia de que aquele triângulo e a pressão dos NOMs fizeram com que Lily tivesse um surto emocional. Se aquele era o problema, ele iria resolver de alguma forma.

Hugo nem percebeu o exato momento em que Hagrid encerrou a aula. Só pegou suas coisas e começou a andar de volta ao castelo, com Harleen correndo atrás dele e chamando seu nome. Sabia que evitar a menina não resolveria nada, mas não conseguia pensar em nada melhor.

— Hugo Weasley! – Harleen finalmente o alcançou e o puxou pela capa – Não se faça de sonso porque sei que me ouviu.

— Não estou me fazendo de sonso, simplesmente não quero conversar com você.

— E o que foi que eu fiz? – Harleen perguntou e o encarou completamente confusa.

Hugo não soube exatamente o que dizer. Ele gostaria muito de afastar a ideia de que ela era a culpada de qualquer coisa, mas todos os sinais alertavam que sim, a culpa era dela. Antes, sua vida era simples. Era previsível. Ele sabia que, em algum momento, acabaria se interessando por Lily – ao menos, era o que todos diziam. E se interessar por Lily parecia ótimo para ele, uma vez que ele a conhecia perfeitamente; compartilhavam os mesmos gostos e manias. Se algum dia chegassem a namorar, sabia que seria perfeito e tranquilo, porque a vida ao lado de Lily era exatamente assim.

E então Harleen apareceu.

Harleen era o oposto. Ela era impulsiva, engraçada, tinha resposta para tudo e raramente planejava algo. Estar com ela era sempre uma espécie de aventura e se no início ele se sentia retraído, agora ele gostava. E tudo isso era muito confuso em sua cabeça.

— Hugo? Não vai me responder? – Harleen insistiu.

— Me deixa em paz, Harleen! – ele respondeu e saiu andando, mas logo foi puxado novamente pela capa.

— Eu não acho justo você descontar a sua frustração em mim.

— E eu não acho justo você bagunçar a minha vida! – Hugo disparou – Tudo era simples! Simples! Agora a minha melhor amiga está lá na enfermaria e a única coisa que consigo pensar é que isso, em parte, é minha culpa. Tudo porque eu não consegui ter coragem de dizer que eu a amo e que ela é como uma irmã para mim. – ele disse sem pensar.

Harleen ficou paralisada ali, tentando saber se aquela frase tinha o sentido que ela pensava que tinha. Se Hugo amava a Lily como uma irmã, isso significava que ele já tinha escolhido.

— Eu nunca quis bagunçar a sua vida – Harleen disse em voz baixa, encarando os próprios sapatos – Nem a da Lily. Eu sinto muito!

E dizendo isso, a menina saiu correndo de volta para o castelo, deixando Hugo parado ali, se sentindo ainda mais perdido que antes. Agora Harleen estava magoada por sua causa e ele precisaria se esforçar em dobro para conseguir o perdão dela e de Lily.

~*~

A pior parte em ser chefe dos monitores era ter que comparecer a todas as reuniões, mesmo que elas não fossem importantes. No geral, Rose se sentia feliz em poder ouvir os Monitores das Casas e, como Monitora-Chefe, gostava de organizar as ideias e fazer tudo acontecer da melhor forma.

Mas aquele não era um bom dia para ouvir e muito menos para opinar. Rose não conseguia parar de pensar em sua prima, Lily, e em como Albus estava lidando com aquela situação. Conhecia bem o primo para saber que ele se culparia por tudo e precisava arrumar um jeito de fazer as coisas voltarem ao normal.

Naquele momento, ela estava reunida no jardim com os monitores das quatro Casas e com a comissão que organizaria o Baile do Dia das Bruxas. A ideia era simples: uma festa a fantasia; mas as ideias de decoração, comida e bebida partiam de todos os lados daquele grupo e Rose não conseguia acompanhar.

— E então, Rose, o que acha? – Scarlett perguntou. Ela fazia parte da comissão e estava tentando ser razoável ao pedir que trouxessem alguma banda de fora para tocar durante a festa.

Rose apenas balançou a cabeça e olhou para a amiga. Era difícil se concentrar com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.

— Desculpe, Scar, pode repetir?

— Com uma monitora dessas, essa festa nunca vai sair. – Suze alfinetou. Infelizmente, ela também fazia parte da comissão e estava ali só para criticar.

— Bom, Parkinson, acho que você tem que ir reclamar com a Diretora, que foi quem me deu o cargo de Monitora-Chefe. – Rose respondeu – Me desculpem, pessoal! Minha cabeça está muito cheia. Será que podemos remarcar para amanhã?

Com exceção de Parkinson, todos concordaram. A notícia de que Lily estava doente já havia percorrido toda a escola, e todos sabiam que aquele era um péssimo momento para decidir qualquer coisa.

— Weasley, você tem que ser mais profissional. – Suzannah disse inconformada – A sua prima fica doente e nós temos que pagar por isso?

— Suze, desde quando a sua opinião importa? – Scarlett perguntou – Você só esta nessa comissão porque, infelizmente, cada membro eleito por cada casa teve que sortear um ajudante. Você é tão insuportável que ninguém liga se você faz ou não parte do grupo. Então fique quieta e finja que é uma pessoa decente, para não passar ainda mais vergonha.

Suzannah sentiu as bochechas esquentarem de raiva. Odiava não ser ouvida e odiava mais ainda não ser o centro das atenções. Ela sabia que não era a primeira opção para ajudar a organizar a festa de dia das bruxas, mas isso não a impedia de querer transformar aquilo em um evento próprio.

— A reunião será amanhã. – Rose disse – E goste você ou não, eu...

— Vem comigo e no caminho eu te explico.

Sebastian apareceu do nada no meio do jardim e saiu puxando Rose para longe daquele pequeno grupo.

— Sebastian, eu vou cair assim! – Rose rebateu enquanto era levada para perto do lago, onde havia pouquíssimos alunos.

— Foi mal! – ele disse assim que a soltou – Eu machuquei você?

Rose olhou para ele bem irritada e massageou o pulso, que agora estava meio vermelho graças ao puxão.

— Não, mas poderia! – Rose disse irritada e cruzou os braços – Espero que você tenha feito esse showzinho por um bom motivo ou ficarei mais irritada do que já estou.

— Lilian está doente por minha causa – ele falou bem rápido e olhou em volta para ter certeza de que ninguém havia escutado.

Rose o encarou sem saber o que dizer. Sebastian não estava supondo nada, ele realmente sabia que havia feito algo errado e não fazia a menor ideia de como resolver.

— Ok, agora você tem a minha atenção. – Rose falou bem devagar ou seria capaz estrangular o rapaz a sua frente – O que você fez para a Lily?

— Antes de explicar, preciso que saiba que eu não fazia ideia de que ela fosse ficar doente. – ele começou na defensiva e seu sotaque francês ficou ainda mais forte – No dia em que fomos a Hogsmeade e tivemos aquela discussão na carruagem, eu decidi não me encontrar com Lily. Fiquei com receio de que pensassem que estava brincando com os sentimentos dela ou que ela mesma pensasse isso, e eu não queria machucá-la.

“Acontece que ela acabou me encontrando e pouco tempo depois o James chegou. Eles conversaram, seu primo contou sobre o novo namorado e veio com uma história idiota de que havia saído do emprego porque gostava de mudanças.”

Rose ouvia tudo com bastante atenção, tentando assimilar as informações para entender como Sebastian havia deixado sua prima doente. Até aquele momento, a explicação do rapaz não fazia o menor sentido.

— Escute, Rose, eu realmente não sabia. – ele a encarou – Quando James foi embora e Lily estava feliz, acreditando que o irmão havia saído do emprego por vontade própria, eu explodi.

— Não vai me dizer que você...

— Sim, eu contei para ela que existem filhos da puta preconceituosos espalhados pelo mundo e que o irmão dela havia sido demitido por ser gay. – Sebastian estava visivelmente arrasado – E depois que eu contei, ela ficou em um estado de choque tão grande que finalmente entendi que a Lily não conseguia assimilar aquilo. Ela vive numa bolha de proteção tão enorme que o fato das pessoas não aceitarem ver o irmão dela feliz a deixou arrasada. Rose, se eu soubesse, eu...

Rose conhecia Sebastian há pouco tempo, mas o suficiente para saber que apesar de parecer durão e insensível, ele era uma boa pessoa. Ao menos com as pessoas que ele se importava. E ele se importava muito com a Lily. O suficiente para não esconder de Rose as lágrimas de desespero que começaram a surgir em seus olhos e, por um momento, imaginou se algum dia Scorpius iria seria vulnerável assim na frente dela.

— Sebastian, está tudo bem – Rose disse e em um gesto impulsivo o abraçou. Percebendo o desconforto do rapaz pelo excesso de afeto, ela se afastou e o encarou – Lily é uma pessoa muito boa. Por algum motivo, ela consegue enxergar o bem em todo mundo e sempre consegue dar segundas, terceiras, milhares de chances. Foi por isso que começamos a esconder ou camuflar as verdades dela; não queríamos que ela perdesse essa pureza.

— E eu ferrei tudo, claro.

— Não, pelo contrário. Já passou da hora de Lily começar a entender como funciona o mundo, embora eu tenha certeza que ninguém começaria jogando na cara dela que o fato de James ser gay incomoda muitas pessoas.

— Você está tentando me ajudar ou me fazer sentir um lixo? – Sebastian perguntou, dando uma risada.

— Um pouco dos dois – Rose sorriu – Eu vou pedir para a Diretora mandar uma mensagem para o Jay e pedir para que venha até aqui. Ele vai saber como acalmá-la.

— Obrigado, Rose. – Sebastian e abriu os braços – Eu não sou exatamente bom em demonstrações de afeto, mas o momento pede um abraço.

Rose deu uma risada e balançou a cabeça.

— Eu pensei que tivesse esgotado sua cota de afeto quando começou a chorar.

— Você é tão engraçadinha – Sebastian disse e abraçou Rose, que agora estava rindo. Era bom saber que tinha uma amiga e que poderia contar com ela sempre.

De longe e totalmente alheio ao que estava realmente acontecendo, Scorpius observou aquela cena por um momento e voltou para o castelo, antes que perdesse a cabeça e fizesse algo que pudesse se arrepender depois.

~*~

Rose já havia desistido de tentar tirar Albus da enfermaria e enviou Dominique para fazer esse papel. Se havia alguém capaz de obriga-lo a ir comer algo, esse alguém era ela.

— Albus, vá jantar. Eu fico aqui com a Lily.

Albus ergueu o olhar para a prima, que estava em pé e com as mãos na cintura, exatamente como a avó deles costumava fazer quando estava zangada.

— Rose mandou você?

— Sim! – Dominique abriu um sorriso e levou a mão até o ombro de Albus – Você precisa comer algo ou serão dois doentes aqui.

— Você seria a minha enfermeira?

— Sim! E colocaria veneno no seu suco de abóbora.

— Você sabe que isso é amor enrustido, não sabe?

Dominique revirou os olhos e preferiu não rebater aquela provocação. Depois da conversa que tiveram em Hogsmeade, nenhum dos dois havia tocado no assunto e ela achava que era melhor assim.

 - Albus, para de besteira! Você precisa ir comer algo.

— Eu preciso estar aqui com Lily.

— Você precisa estar saudável para cuidar da Lily. Não adianta nada fazer jejum e ficar aqui de plantão. Uma hora você vai acabar desmaiando e eu juro por Merlin que vou te sufocar com o travesseiro enquanto dorme.

Albus deu uma risada baixa e se levantou. Dominique não o deixaria em paz e sabia que se quisesse ficar ali sem ninguém reclamar, teria que fazer o que lhe foi pedido – ou então Rose seria capaz de invocar Merlin apenas para fazê-lo sair dali.

— Como eu disse, essas ameaças são amor enrustido. – ele acusou e virou para olhar Lily – Se ela acordar e eu não estiver aqui, você...

— Eu grito seu nome. – Dominique disse – Prometo gritar tão alto, que até os quadros vão sair correndo para te chamar.

Albus concordou e então saiu devagar. Mesmo sem vontade de comer, era melhor ao menos aparecer no salão principal para deixar os primos mais tranquilos.

~*~

Scorpius não havia ido jantar e quando Sebastian o encontrou, ele estava deitado na própria cama folheando um livro qualquer. Não estava realmente lendo, mas ao menos ficar daquele jeito impedia que seus colegas de quarto puxassem assunto o tempo inteiro.

— Finalmente achei você.

— Eu não estava escondido – Scorpius respondeu – O que quer?

— Só vim pegar minhas coisas para tomar banho – Sebastian caminhou até a própria cama e abriu seu baú – É impressão minha ou existe uma tensão aqui?

Scorpius se sentou e encarou o primo.

— O que você chama de tensão, eu chamo de traição. – Scorpius finalmente despejou e ficou em pé – Rose mal terminou comigo e você já foi atrás dela?

— Espera, o que? – Sebastian estava realmente confuso – Primeiro, eu nem sabia que a Rose tinha terminado com você. Segundo, eu não fui atrás dela!

— Você vai mentir na minha cara, Sebastian? – Scorpius se aproximou do primo, que mantinha a mesma postura – Eu vi vocês hoje no lago!

Sebastian deu uma risada e concordou. Estava quase levando um soco na cara por ser decente e contar para Rose o que estava acontecendo.

— Scorpius, eu não fui atrás de Rose para tentar ficar com ela. – Sebastian falou devagar – Fui atrás dela por causa da Lily!

— Ah, conta outra! – Scorpius gritou – Você vai usar a Lily como desculpa? Você não fala com ela há dias!

— Exatamente! – Sebastian gritou de volta – A última vez que falei com ela foi quando estávamos em Hogsmeade e por minha causa ela ficou doente.

— O que? – foi a vez de Scorpius ficar confuso.

— Eu explodi! Ela estava iludida com a mentira do irmão, e eu contei para ela sobre o James sofrer preconceito por ser gay.

— Você o que?

A pergunta não foi de Scorpius e sim de Albus, que havia passado no quarto para falar com o amigo.

— Albus, não foi minha intenção. Eu realmente não...

A frase de Sebastian foi interrompida por um soco. Albus simplesmente empurrou Scorpius e partiu para cima de Sebastian, que não se defendeu e permitiu que o colega lhe batesse.

— Albus, para com isso – Scorpius gritou, puxando o rapaz para trás. Seu primo estava com o nariz sangrando, e se Albus continuasse acabaria fazendo alguma bobagem.

— Ele não tinha o direito de falar assim com minha irmã – Albus gritou e se livrou de Scorpius, partindo mais uma vez para cima de Sebastian, que agora reagiu.

Scorpius, que antes estava com raiva de Sebastian, agora estava no meio da briga dos dois, tentando evitar que se matassem.

— Mas gente, vocês começaram o surubão sem mim? – Will apareceu à porta do quarto e quando notou a briga de todo mundo, se meteu no meio e acabou levando um soco no olho, que imediatamente partiu o supercílio.

A quantidade de sangue que estava se espalhando pelo chão do quarto fazia parecer que eles estavam se esfaqueando e não distribuindo socos entre si.

Petrificus Totalus!

Os quatro rapazes que antes brigavam, agora estavam caídos no chão movimentando apenas os olhos.

— Francamente, vocês não têm vergonha? – Scarlett perguntou, enquanto entrava no quarto e observava os rapazes – Eu sabia que eram idiotas, mas não tanto.  – ela se sentou na cama do namorado e ficou observando os quatro no chão, parados em posições realmente ridículas. – Eu vou desfazer o feitiço, mas se vocês começarem a se bater de novo, juro que vou me vingar. E é bom deixar claro que sou ótima quando estou sendo má.

Scarlett se levantou e foi para o meio dos meninos. Com um simples floreio da varinha, ela desfez o feitiço e cruzou os braços, esperando uma explicação.

— Por que diabos vocês estavam tentando se matar? – perguntou.

— Em minha defesa, eu...

— Cala a boca, Will!

— Sim, senhora!

Scarlett cruzou os braços e ficou batendo o pé direito no chão, a espera de uma resposta.

— Lily está assim por causa dele – Albus disse com raiva e a discussão recomeçou.

Scarlett revirou os olhos. A única coisa que havia entendido de toda aquela discussão era que Rose sabia da história completa e depois ela pediria para a amiga lhe contar melhor, já que nenhum deles parecia disposto a explicar o motivo da confusão.

— CALEM A BOCA! – ela gritou – Albus, pegue uma roupa limpa e vá se trocar. – Scarlett disse de forma autoritária e o amigo não ousou a rebater. Em seguida, ela se virou para Scorpius e Sebastian – Vocês dois, arrumem essa bagunça e vão direto para o banho! De platinado, o cabelo de vocês está vermelho. – finalmente, ela se virou para o namorado e disse: - E você... O que aconteceu com o seu olho?

— Está horrível, não está? Sinto que estou morrendo. Adeus!

Scarlett revirou os olhos. Will não conseguia parar de palhaçada nem quando estava realmente machucado.

Albus, por sua vez, permanecia calado enquanto mexia nas próprias coisas. Antes de ir para o banheiro, ele simplesmente parou e falou para Sebastian:

— Fique longe da minha irmã ou vai se arrepender.

E, sem dizer mais nada, Albus saiu, deixando os quatro amigos para trás.

~*~

Sebastian não tinha conseguido dormir e por isso estava sozinho na sala comunal, olhando fixamente para a lareira que estava com as chamas cada vez mais fracas. Não conseguia se livrar da maldita sensação de ter ferrado tudo. Já tinha ferrado as coisas com sua própria família, e agora estava ferrando a vida de uma menina que não merecia.

Sua cabeça estava tão cheia que mesmo sabendo das regras, não hesitou em sair de sua sala comunal e caminhar pelos corredores do castelo. Sabia que podia ser pego a qualquer momento, mas não se importou. Uma detenção não seria um problema para ele, em meio a tantos que já tinha.

Quando finalmente parou, estava em frente à enfermaria. A voz de Albus ainda ecoava em sua mente alertando que devia ficar longe de Lily, mas ele não estava ali naquele momento. Ninguém parecia estar ali e, quando percebeu, já estava entrando no local.

— Quem diria que a Srta. Potter receberia um admirador no meio da madrugada. – a voz da enfermeira Moss fez com que Sebastian congelasse antes mesmo de se aproximar de Lily – Sr. Fontaine, não deveria estar na sua cama?

Sebastian se virou para encarar a enfermeira e concordou.

— Srta. Moss, eu não vou sair daqui sem ver Lily. – ele disse em um sussurro – A senhorita pode chamar a Diretora, o zelador, pode até me dar uma detenção. Mas eu realmente preciso vê-la.

A enfermeira olhou para o jovem por cima dos óculos. A determinação e o leve desespero em sua voz fez com que ela se levantasse e dissesse:

— Os elfos fazem um ótimo chocolate quente a essa hora. – a enfermeira caminhou em direção a porta – O grande problema é que quando vou para cozinha demoro uns vinte ou trinta minutos. E o senhor há de concordar que se eu estou na cozinha, eu não posso estar aqui, então não posso ter visto nenhum aluno entrar.

Sebastian sorriu e concordou. Estava quase chegando à cama de Lily, quando ouviu a voz da enfermeira mais uma vez:

— Se depois desse tempo eu voltar e encontrar um aluno aqui, eu serei obrigada a aplicar detenção. Estamos entendidos?

— Sim, senhorita!

Sebastian concordou e finalmente foi até Lily, que dormia serenamente. Seus cabelos ruivos estavam espalhados pelo travesseiro e contrastavam com o branco das roupas de cama. E, definitivamente, ela parecia mais pálida.

Lentamente, levou a mão até a sua testa. Não estava mais tão quente, mas definitivamente estava febril. Esperava que Rose conseguisse e fizesse com que James viesse vê-la. Só ele seria capaz de arrumar toda aquela confusão e fazê-la se sentir melhor.

Respirando fundo, Sebastian se curvou, beijou a testa de Lily e sussurro:

— Fique bem.

Deu uma última olhada na menina e, quando finalmente se virou para sair, sentiu uma mão segurar a sua e ouviu:

— Sebastian?

~*~

N/A: Não me matem aaaaaaaaaaa

Ok, eu sei que devo desculpas pelos meses de atraso, mas minha vida ficou muito corrida e estou tentando dar o meu melhor para não abandonar.

E sim, eu sei que foi muita sacanagem terminar o capítulo desse jeito, MAS TENHAM PACIÊNCIA!!! Prometo que a cena continha no próximo capítulo.

 E para quem está esperando Rose/Scorpius, a boa notícia é que teremos altas cenas dos dois no próximo cap.

Bom, espero que tenham gostado! Até a próxima, meus amores.

Beijinhos,

Marls.


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