Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 5
Confronto


Notas iniciais do capítulo

Hey galerinha do bem! Perdão, mil perdões, eu sei que demorei! Mas trouxe um capítulo maior como desculpas, prometo que juro tentar escrever mais rápido. Espero que gostem!
Um beijo e abraços Ruffles!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/737398/chapter/5

Na manhã seguinte ao casamento, tomavam o café da manhã em completo silêncio, Percy notou a bela mulher que sua amiga desajeitada se tornou. Os raios de sol que escapavam das cortinas pareciam brincar com os fios loiros do cabelo dela, e os olhos cinzentos estavam tão límpidos que mesmo debaixo dos fios de cabelo que escapavam do penteado ele podia ver o brilho que emitiam. Annabeth bebericava o suco em silêncio, não conseguia pensar em nada que pudesse falar. Eles notaram a empregada se retirar após uma mesura educada, agora estavam sozinhos naquela sala enorme, o desconforto de ambos tornava o ar denso. Percy se perguntava por que notara aquelas coisas, e Annabeth estava insegura de como se comportar depois da noite anterior, ele tinha sido tão gentil e cavalheiro que ela se sentiu culpada por imaginar que ele queria se aproveitar da situação. Ambos escondiam a admiração que sentiam, Percy tentava pensar em alguma coisa que quebrasse o maldito silêncio, não conseguia ficar parado por muito tempo, sempre se perdia nas ideias, como o cabelo dela era bonito... Espera o que? Se bem que os olhos também são, e os lábios, a pele parecia macia, droga! Percebeu tarde demais que o seu descuido lhe rendera um olhar curioso da mulher, olhou para um objeto atrás dela, aquilo precisava servir como distração.

— Aquela estátua lá atrás é muito, muito, é... - disse, percebendo tardiamente que não era bom em inventar desculpas. - Bom, ela tem essa aparência que, que...

Annabeth tentou esconder a diversão, após dar uma leve encarada na estátua percebeu o porquê da falta de palavras do homem, aquela coisa era...

—Aterrorizante?- sugeriu, fingindo estremecer.

— Não! Quer dizer você acha?- perguntou confuso, aquilo devia ser um teste, ela escolhera a peça não gostaria que ele a achasse ridícula. - Quero dizer, ela tem essa aparência tão é... Genial! É você foi genial em escolhê-la!

Por um momento ele se orgulhou da escolha de palavras, até assistir o ataque de risos da mulher, ela tinha as maçãs do rosto avermelhadas por causa da crise de risos.

— Você é bem gentil! Essa estátua é ridícula, foi presente do papai. - esclareceu se recuperando. - Você pode falar a verdade, o que acha dela realmente?

— Sinceramente?- ele questionou.

Viu-a assentir, fingiu analisar a peça como um especialista, ela quase se sentiu como nos velhos tempos.

—É ridícula, aterrorizante, e sinto que ela me olha desde o momento que sentei. - confessou sincero.

Por um momento ela o encarou calada, Percy pensou que tinha passado dos limites, até que ela recomeçou sua série de risos e dessa vez também o contagiou, aquele momento tão simples e ridículo na opinião de muitos apenas mostrava que eles tinham aquela velha sintonia da infância. Então ambos se encararam, as gargalhadas tiveram um fim de imediato, só restavam os olhos que se fitavam como se não houvesse amanhã. Era tudo um misto de confusão, saudades, aquele sentimento de recuperar algo a muito perdido, mas acima de tudo eles sentiram aquelas borboletas no estômago, Annabeth fraquejou e desviou o olhar envergonhada, nesse momento Percy despertou percebendo as bochechas coradas da mulher e por um motivo desconhecido por ele se envergonhou também.

—Bom, meu pai precisa de mim na fábrica, te vejo no jantar?- perguntou um tanto inseguro, não sabia como agir.

Annabeth acenou positivamente, aquele pequeno momento fora suficiente para deixar uma Annabeth confusa ainda mais confusa. Só despertou da confusão de seus pensamentos ao ouvir a voz da empregada.

—Senhora, eu posso retirar a mesa?- perguntou tímida.

—Claro, claro, eu já estou de saída. - ela falou atordoada. - Como você se chama?

— Katie Gardner senhora. - disse prontamente.

Annabeth percebeu que ela tremia, mas por quê? Ela está com medo de mim?

— Katie você viu o que aconteceu agora?- perguntou, precisava confessar isso para alguém, e não veria Thalia por um bom tempo.

— Não senhora!- gaguejou apressada.

—Não precisa ter medo de mim, e pode me chamar de Annabeth. - disse amável. - Eu só preciso de uma amiga, senta, por favor.

— Mas isso seria inapropriado, senhora, eu sei o meu lugar. - negou envergonhada.

— O seu lugar?- perguntou vendo a garota assentir. - Não seja tão insegura, você tem um trabalho digno como qualquer outro, não deixe que ideias erradas de pessoas burras te impeçam de se orgulhar de sua profissão. Você é tão digna quanto um advogado ou um médico, isso não se resume a profissão, se resume a caráter e eu posso sentir que você é uma pessoa especial.

— Obrigada, senhora. - disse emocionada, notando o olhar repreensivo da mulher tratou de se corrigir. - Obrigada Annabeth.

— Melhorou, agora senta, por favor. - pedia animada. - Você viu o que aconteceu?

Viu Katie assentir sentando-se em uma das cadeiras, ela precisava contar isso para alguém, precisava da opinião de alguém que não tinha envolvimento nenhum com o relacionamento dos dois.

— O que você achou disso?- questionou insegura.

— Eu achei lindo. - respondeu com os olhos brilhando. - Eu já trabalhei em casas que ninguém ria, não pareciam nem casados, vocês se olharam de um jeito tão apaixonado.

Annabeth ficou surpresa, ela não gostava de Percy desse jeito, mas porque todos insistiam em achar que eles eram um casal apaixonado, sua mãe e agora Katie.

— Bom, eu acho que vou ficar louca antes do “até que a morte os separe”. - comentou um tanto assustada.

Katie pareceu se divertir, tanto que tentava esconder um sorriso, sua patroa era diferente de tudo que ouvira falar, sua irmã Miranda trabalhava na casa do Chase e disse que eles eram assustadores principalmente a avó de Annabeth. Mas ali naquela conversa, percebeu que a irmã se enganara, achou a melhor patroa que poderia existir, uma que realmente via que existia alguém real debaixo do uniforme de serviçal.

***

Percy saiu de casa atordoado, se sentiu como um garoto inexperiente, ela era sua esposa. Mas não sabia como trata-la, ela já foi sua amiga e agora era sua mulher até o fim de seus dias na terra, aquela sentença o incomodava ficar o resto da vida ao lado de alguém, parecia responsabilidade demais. E a mulher em questão nem mesmo o amava, eram um mistério os sentimentos da sua companheira, ele só se perguntava por que tinha casado então? Pelo que sabia, Atena era uma mãe coruja, cancelaria aquele casamento se desconfiasse por um instante que ela não o amava e seria infeliz. Então por quê?

Remoer seus sentimentos não foi bom, e aquela pilha de papeis o irritou ainda mais, droga! Ele só queria entender, não era pedir demais. Tentou se acalmar, precisava agir como um advogado e não como um garotinho mimado, por isso analisou cada papel com cuidado, mas mantendo aquela ideia guardada na memória. Um plano que executaria apenas quando chegasse à sua casa.

***

Annabeth conversou com Katie por um bom tempo, descobriu coisas sobre a mesma, e sentiu que também podia lhe confessar seus problemas, a moça foi compreensível ao ouvir todos eles e não desdenhar. Afinal que problemas uma riquinha teria? Conversavam durante todo o almoço e também quando Katie preparava o jantar, sentiram que uma amizade havia surgido ali, naquele momento em que coversaram e confessaram suas dores e angústias. A conversa so chegou ao fim, quando Katie perguntou a que horas o seu marido chegaria, Annabeth só então lembrou que não se arrumara para o jantar e foi embora apressada e desajeitada arrancando risos da sua mais nova amiga.

Enquanto se banhava se sentia insegura, logo no primeiro dia de casada já tinha tanta confusão, imersa naquela banheira espumada, ela não tinha coragem de levantar. Não só porque aquele banho era incrivelmente bom, mas porque não se sentia pronta para encarar a realidade e as inseguranças que sentia. Não sabia como agir, e para uma pessoa controladora como ela não ter as coisas planejadas era um pesadelo, por fim criou coragem e terminou de se aprontar. Com um suspiro pesado e pedidos de força sai do quarto descendo as escadas e encontrando... O vazio, não tinha ninguém, a mesa já estava posta e Percy não chegara. Onde ele estava?

***

Percy conseguiu terminar com a papelada a tempo, estava se encaminhando para casa, quando se deparou com aquela horrível cena, Hera acenou indicando que ele fosse até ela. Ela tinha no rosto aquele sorriso presunçoso e arrogante daquele dia, a única diferença é que agora ele sabia por que os olhos brilhavam.

— Ora, querido, deixando minha neta sozinha!- disse escondendo a repreensão com uma voz animada. - Ela deve ter ficado tão triste ela te ama tanto, você é igual ao seu avô, ele era exatamente desse jeito.

Percy tentou conter a raiva, ela falava como se não tivesse destruído sua vida, e de onde diabos ela conhecia seu avô, nem mesmo ele conhecia.

— A senhora conheceu meu avô?- perguntou deixando a curiosidade vencer o ódio.

— Claro, o conheci bem demais. - disse e Percy reparou que o brilho de seus olhos aumentou- Mas você precisa ir, minha querida neta lhe espera, vocês devem estar tão felizes.

Percy assentiu atordoado com a mudança repentina de assunto, aquela mulher odiosa parecia mais louca do que nunca, desde quando era criança ela tinha essas maluquices, por isso Annabeth tinha medo dela. Mas se rendia num ímpeto de coragem a aprontar travessuras com a avó que nunca revidara. Apenas sorria como se tivessem lhe trazido biscoitos.

Andou ainda mais rápido, precisava por seu plano em prática, precisava descobrir o que ela sentia, precisava de tantas coisas. Por isso quando atravessou o grande portão e abriu à porta da casa, seus olhos vaguearam apressados até encontrar a figura da mulher sentada lendo um livro, parecia esperar por ele.

— Oi, é bem, você demorou. - constatou ela, tomando cuidado com as palavras que usava. - Eu esperei você para jantar, e bom, eu peguei um livro seu, já que não pude trazer os meus. Espero que não se importe, vamos jantar?

— Pode pegar quantos quiser. - afirmou. - Sim vamos, eu me atrasei por que encontrei sua avó, e nós precisamos conversar.

Annabeth pareceu confusa, mas mesmo assim o seguiu sentando-se à mesa assim como ele. Ela olhava curiosa e atenta a tudo que ele ia dizer já Percy esqueceu completamente o plano só por olhar nos olhos dela, eram intimidantes como se nada do que ele planejasse pudesse desvendá-la. Por isso preferiu ser direto.

—Por que se casou?- perguntou.

—Você me pediu em casamento lembra?- rebateu.

— Mas você não me ama não é?- voltou a questionar irritado com a falta de reposta. - Nos dois sabemos da farsa que esse casamento é então, por que aceitou? Poderia ter negado.

— Se você não me ama também poderia ter negado. - desviou o assunto.

— Eu fiz uma pergunta. - disse já irritado. - Não pode simplesmente responder?

—Posso. - viu Percy suspirar aliviado. - Mas eu também fiz uma pergunta e quero uma reposta que você também pode me dar.

— Você se comporta como uma criança!- explodiu. - Isso não é um jogo, eu perdi muitas coisas, eu tinha uma vida em Londres e deixei tudo para casar com uma mulher que não me ama, acho que eu tenho o direito de saber ao menos o por quê?

— Não foi só você que teve que largar tudo por esse casamento. - praticamente gritou. - Eu acho que tenho o mesmo direito.

Percy pareceu perceber com quem falava, pois quando falou já parecia mais calmo.

—Eu estou falando de trabalho. - informou mais calmo, mas ignorando completamente o olhar irritado da mulher. Ela se levantou da mesa irritada mordia os lábios com tanta força que sabia que ficariam dormentes mais tarde.

— Eu também estou falando de trabalho! - gritou irritada. - Não estudei para ficar tricotando nem preparando o cardápio para marido, eu estudei para TRABALHAR!

Percy pareceu surpreso com a confissão, mulheres da classe social dela não trabalhavam, mas ignorou isso. Por hora, só queria as respostas.

— Por que se casou?- voltou a questionar.

— Que droga!- se irritou, falando coisas que não eram apropriadas para uma dama. - Eu me casei por que me importava com você!

— Eu também casei por que me importava! - finalmente respondeu.

Agora o silêncio se instalara e agora como se fosse letal, eles não se encaravam.

— Eu pensei que você me amasse. - disse ele cansado. - Sua avó disse isso.

— Ela também me disse isso, mas fui eu que escolhi realmente Percy, eu escolhi não arriscar sua felicidade. - sussurrou arrasada com a discussão. - Eu perdi muitas coisas, mas sei que não foi culpa sua, foi minha escolha, somente minha. Minha avó plantou a semente, mas quem decidiu regá-la fui eu.

—Eu sinto muito, eu também escolhi sozinho, desculpe jogar a culpa em você. - pediu perdão, se envergonhou do modo como agiu, como se ela fosse à culpada. - É só que é mais fácil assim, imaginar que você não é o culpado.

— Eu entendo. - confirmou. - E também te devo desculpas, me comportei como criança, podia ter evitado isso.

— Eu tenho que anotar isso. - falou brincando já se esquecendo da discussão. - A antiga Annabeth nunca pedia desculpas. Estou diante de um milagre?

— Só não se acostuma demais- brincou, revirando os olhos, sentiu falta do seu melhor amigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí me perdoam? Sei como é ruim esperar, o que acharam? Estou fazendo muitas perguntas? Sério desculpa! Espero que tenham gostado.
Até a próxima Ruffles!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.