Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 19
Investigando


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, espero que tenha sobrado alguém por aí! Sei que demorei, mas é que agora na reta final da história eu fico muito insegura sobre o que escrever. Eu tinha planejado um final diferente, mas a história é viva e parece querer escolher seu próprio caminho... Bom foram essas minhas explicações, espero que me perdoem, mas agora sei finalmente o que desejo para essa história, espero que se surpreendam tanto quanto eu.
Um beijo, um brigadeiro!



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Percy se afundou ainda mais no abraço que a esposa lhe oferecia, fechou os olhos aspirando seu cheiro, era reconfortante.

—Nós vamos dar um jeito. -ela bagunçou alguns fios do seu cabelo negro. -Eu prometo.

—Desculpe te envolver nisso. -a apertou contra si. - Não foi minha intenção te trazer para essa nuvem de problemas.

Annabeth se afastou do abraço e segurou o rosto de Percy entre as mãos, os olhos cinzentos estavam límpidos e pacíficos.

—Eu sou sua esposa. -confidenciou suave. - Sua amiga, seus problemas também são meus e vamos arranjar algum jeito de resolver isso. Não peça desculpas.

—Você é a melhor, sabia?-Percy brincou com uma das mechas loiras.

Annabeth balançou a cabeça negativamente em uma teimosia quase que manhosa.

—A melhor esposa de todas. -viu com satisfação um sorriso envergonhado surgir no rosto da mulher.

Annabeth sorriu feliz desde a reconciliação seus sorrisos estavam ficando cada vez mais fáceis. Estar perto de Percy se tornou tão natural quanto sua própria respiração, ela iria ajudá-lo.

—Se não conseguimos com minha avó, podemos procurar as respostas em outro lugar. -sugeriu. - Podemos contratar um detetive particular, alguém que reúna provas suficientes para fazer justiça.

Percy assentiu de forma leve.

—Obrigado por estar aqui para mim. -agradeceu apertando o corpo da esposa contra o seu.

—Sempre. -Annabeth sussurrou. - Na alegria ou na tristeza, lembra?

—Nunca vou esquecer. - confidenciou.

***

—Eu estou enorme. -Thalia se lamuriou.

—Você está grávida! - Nico rebateu como se fosse algo muito óbvio.

—Não diga!- ironizou com raiva. - Eu estou como uma porca de tão gorda! Imensa! Baleia...

—Linda, inteligente, futura melhor mãe do mundo. - rebateu. - Você esqueceu-se de colocar os mais importantes na lista.

Thalia corou de forma leve, os olhos lacrimejantes.

—Isso foi tão fofooo...- disse entre os soluços. - Obrigada Nico.

Ele observava as mudanças de humor da mulher assustado, sentia que andava em um campo minado, e que a qualquer passo errado poderia perder um dos pés. Thalia em um instante brilhava em raiva e agora era essa dócil mulher que derramava grossas lágrimas sobre sua roupa. Ela estrangulava o marido em um abraço tão apertado que ele pensou: o que é um pé? Comparado com a sanidade que estava perdendo?

***

—O que vocês fizeram?-Hera questionou furiosa vendo o casal a sua frente.

—Perdão, mas senhora, eu realmente preciso fazer algumas perguntas. -o detetive se pronunciou pela primeira vez.

—Vovó, o Detetive Beckendorf só vai precisar fazer algumas perguntas, por favor... -Annabeth não completou o pedido. - Olha, nós só queremos respostas tudo bem?

—Eu já falei que foi há muito tempo. -Hera murmurou venenosa. - Eu não me lembro de nada importante.

—Isso só quem pode julgar sou eu, senhora. -disse o homem recebendo um olhar dilacerante da mulher. -Vamos a questões, ou a senhora prefere que eu usufrua um pouco dos meus contatos e adquira um mandato.

—Não será necessário. -concordou a contragosto. - Crianças não devem ficar revirando ossos que há muito foram enterrados.

Charles lançou um olhar curioso à mulher que apenas suspirou e seguiu em frente.

—Esperem aqui. - alertou.

Percy e Annie se entreolharam indecisos.

—Será melhor. Depois ficaram informados de toda investigação, mas por hora é melhor que permaneçam sem saber. -revelou sucinto, a pele morena ao redor dos lábios se esticou em um sorriso reconfortante. -Vou fazer o possível para trazer informações válidas.

***

—De onde partiu a iniciativa de casar sua filha com o herdeiro da família Jackson?-perguntou.

—Meu marido achou que era uma boa ideia. -comentou ainda arisca.

—A senhora não tinha nenhum interesse nessa união? -insistiu ainda mais, os olhos castanhos cerrados em tamanha concentração.

—Ora! Mas que interesse eu poderia ter?- rebateu a pergunta docemente. - As coisas estão bem mais flexíveis nessa época, criança. Mas que voz uma mulher poderia ter dentro da sua própria casa antigamente? Suponho que saiba a resposta, senhor.

—Sei. - olhou para mulher intrigado, toda sua postura era um alerta de perigo. Cada vez que respirava era como se houvesse um instinto assassino pronto para rasgar-lhe o pescoço. -Assim como sei que a senhora é uma mulher inteligente, e que poderia influenciar qualquer um, mesmo que indiretamente. Fez isso com sua neta, fez com que ela acreditasse que o marido a amava, e fez o mesmo com o senhor Jackson, ou estou enganado?

Hera riu fingindo uma timidez que não possuía.

—Eu só fiz isso para ajudar. Eu sabia que os dois iriam se amar, bastava um empurrãozinho. - sorriu meiga.

Beckendorf a olhou desconfiado, aquela mulher parecia um poço de mistérios, talvez se...

—Talvez a senhora também quisesse ajudar sua família e acabou manipulando o seu marido também. -provocou.

—Isso é um ultraje! Eu ajudo solicitamente e sou tratada como uma criminosa. Parece que fui eu quem matou o Cronos da maneira que o senhor fala. -perdeu a compostura.

—Não estou a acusando de nada. -tranquilizou a mulher, “pelo menos não ainda” completou em pensamentos. - Mas preciso levantar vários dados, partindo do começo.

Hera conteve o ímpeto de arquear uma das sobrancelhas, se aquela criança achava que poderia descobrir um segredo bem guardado, estava completamente enganada. Olhou mais atentamente para o detetive que ainda a fitava, se descontrolou demais, uma rainha nunca deve baixar a guarda, nem mesmo para um pirralho metido a detetive.  

—Claro, me perdoe, é que essas questões me deixam tão nervosa. - fungou. - Falar sobre o falecido senhor Jackson é bem delicado para mim. Não quis dizer as crianças, mas... Ele não era tão bom quanto todo mundo dizia.

Beckendorf sentiu cheiro de pistas.

—Ele tinha uma amante... -falou horrorizada. - Sua esposa me revelou isso pouco antes de morrer, nos tornamos boas amigas, sabe? Antes de se casar ela me disse que descobriu que ele fazia visitas constantes em um lugar... Meu deus, isso é tão horrível que nem posso pronunciar. Ele visitava um bordel!

—E a esposa dele lhe revelou tudo isso? - questionou cismado e um tanto surpreso.

—Como eu disse antes, nos tornamos boas amigas, eu era o único apoio que ela teve. Coitada, ser uma mulher viúva e que o filho já estava prestes a sair de casa também, ela era tão sozinha. Mesmo que o casamento dos nossos filhos não tivesse dado certo, eu mantive muito apreço por ela, até que ela...

—Ela o quê? -pressionou.

—Ela morreu detetive!- fungou derrubando algumas lágrimas falsas. - Eu fui fazer uma visita a ela, como de costume e...

***

—Entre senhora. -a empregada a reverenciou. - A senhora Jackson se encontra indisposta, ela está no quarto, mas pode subir talvez ela se sinta melhor com sua presença.

—Claro, muito obrigada. -sorriu falsamente. -Irei subir agora mesmo.

Subia os degraus com certa pressa, que aos olhos da ingênua empregada parecia pura preocupação com a amiga adoentada.

Bateu levemente na porta de madeira polida para logo depois a abrir e se deparar com figura frágil e pálida da mulher deitada na cama.

—Espero que minha visita te anime um pouco. - disse gentil. - Fiquei sabendo que estava indisposta Gaia!

—Estou bem. -sorriu fracamente, observando a mulher trancar a porta e se aproximar de uma cadeira que o médico havia deixado próximo à cama na ultima consulta. - E você como está? Parece radiante.

—E eu estou sim, minha amiga! -exclamou animada. - Hoje me dei conta de que posso me livrar de uma pessoa que me dá nos nervos.

—Não fale desse jeito Hera. -repreendeu assustada. - Dessa forma parece até que vai matar alguém.

—Ora! Mas é claro que não vou. - tranquilizou andando calmante até uma mesa que havia no quarto e serviu um pouco de chá, despejando de forma imperceptível o conteúdo esverdeado de um pequeno frasco que sempre trazia consigo. -Mas é que essa pessoa me irrita muito sabe?

Gaia assentiu aceitando o chá que Hera lhe ofereceu, bastou que alguns segundos se passassem para que ela sentisse a garganta arder e o ar começar faltar em seus pulmões.

—O que está acontecendo comigo?- perguntou em meio a fortes acessos de tosse que não foram escutados por os empregados graças a pesada porta de madeira que jazia fechada. - O que tinha nesse chá?

—Você me irritou demais sabia? Acha mesmo que eu seria amiga de alguém como você? A senhora perfeição roubou tudo de mim, acho que chegou a hora de retribuir. - revelou calma enquanto mexia o próprio chá com uma pequena colher. - Ele costumava me amar sabia? Ou pelo menos era o que eu pensava, mas ele me abandonou a própria sorte. Mas é claro que você não entende isso, uma princesinha mimada que sempre teve tudo que quis. Você e eu somos muito diferentes exceto por... É claro, nos amávamos o mesmo homem, que coincidência não acha?

Gaia negava sem entender absolutamente nada.

—Não entendeu querida? È claro que não, você era tão rica que devia ter alguém para pensar para você, mas já que você está me proporcionando esse show incrível vou te dar uma aulinha de graça. -Zombou da mulher que já tinha o rosto sem cor devido à falta de ar. - A um tempinho atrás eu conheci o Cronos! Ele já era tão galante, e então eu me apaixonei e me entreguei, bastou uma noite! Somente uma maldita noite para que ele me largasse e fosse correndo atrás de você, então eu tive que me virar do meu jeito, e nos reaproximamos quando o casamento foi acertado, mas aí ele estragou tudo e eu tive a imprudência de matá-lo, admito que foi um erro, mas agora eu tenho um novo plano sabia? Ele é muito melhor que o primeiro!

Gaia levou as mãos até o pescoço em busca de ar, emitindo sons estrangulados que mais pareciam com um grito de socorro.

—Que feio interromper os outros dessa maneira! Parece que seu papai desperdiçou muito dinheiro com as aulas de etiqueta. - repreendeu irônica. - Mas voltando, ele me irritou muito e eu não consegui me controlar, entende? Eu sempre senti tanta vontade de rasgá-lo ao meio! Mas ai eu pensei em uma coisa melhor, eu vou exterminar qualquer traço da herança sanguínea daquele bastardo, isso mesmo querida! O seu filho e seu netinho, e acho que a Atena não pode continuar aqui também, ela já me foi muito útil, mas agora é uma incompetente, sabia que ela esta grávida e acredita firmemente que é uma menina, que idiota. Acho que vou ter que me livrar dela o quanto antes!

Gaia arregalou ainda mais os olhos, o ar que já lhe faltava agora era quase inexistente. Tudo que pode fazer foi balançar a cabeça negativamente.

—Não concorda querida? -perguntou irritada. - Acha que eu devia esperar um pouco mais? Ora, talvez se for realmente uma menina a filha daquela idiota eu possa fazer uma vingança em duas gerações? Já imaginou? Cronos ia se revira no inferno! Falando nisso...

Hera parou abruptamente ao ver que a mulher já não fazia som e nem movimento algum, jazia imóvel e gelada na grande cama de casal. Hera suspirou...

—Seu palpai gastou muito dinheiro perdido! - se pronunciou arrumando a falecida na cama até que parecesse que ela estava dormindo. - As aulas de etiqueta não te ensinaram que é falta de educação morrer em quanto os outros fazem seus monólogos?

***

—Ela ficou muito doente depois da morte do marido. Uma viúva inconsolável, ela me contou sobre o que descobriu, ela parecia tão triste, dedicou a vida dela por uma pessoa que nunca existiu. Cronos era mal. Desculpe falar dessa forma, mas o que ele fez com minha amiga não tem perdão. Logo depois de sair da minha visita, recebo a noticia de que ela morreu durante o sono. Meu único consolo foi que ela não sentiu nenhuma dor...

—Entendo senhora. - foi solicito embora não tenha ficado completamente convencido. - Meus pêsames, mas ainda preciso fazer algumas perguntas.

—Claro que precisa meu filho. - limpou as lagrimas com um delicado lenço de seda. - Pode perguntar, agora estou bem, mais aliviada ao contar essa historia para alguém, Poseidon e Atena jamais acreditariam nisso, eles eram dois adolescentes que não sabiam nada da vida! E carregam essa marra até hoje, acreditam que foi uma amante que fez isso, eu acredito que ela só estava tentando se defender.

—Por que acha isso?-perguntou cético.

—Ora! Pelos sinais que encontraram, o escritório estava destruído, o que o senhor sabe muito bem o que indica, ela estava tentando fugir, mas por que faria isso se Cronos era um homem tão bom quanto o senhor acha que ele é?-questionou confiante.

—Eu não sei. - murmurou mais para si mesmo.

—Mexer com os mortos traz mais coisas ruins do que boas. - advertiu. - Mas se procura pistas talvez devesse ir ao tal bordel, Gaia me informou que ele ficava fora dos limites da cidade. As perguntas terminaram?

—Sim, foi de grande ajuda, agradeço por ter revelado esse segredo, foi de grande relevância para investigação. -agradeceu se retirando da sala.

—Velhinha gentil e sentimental! Sempre funciona... - riu sozinha com seus próprios pensamentos.

 

Sejam pacientes Gaia e Cronos, eles já estão quase chegando, eu só preciso...


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam! Comentem e por que não? Será que vocês conseguem adivinhar o que acontecerá? Vejo vocês nos comentários.
Até a próxima!