December of 1976 escrita por roux


Capítulo 1
DECEMBER OF 1976


Notas iniciais do capítulo

Eu estou um pouco enferrujado. Passei muito tempo sem escrever fanfics, escrevendo minhas histórias originais e meus próprios personagens. Mas ultimamente vinha sentindo vontade de voltar a escrever fanfics e revolvi começar com esse capítulo único de um casal que eu amo tanto. Espero que vocês gostem, comentem, favoritem e deixe seu carinho. Eu adoro ler seus comentários. Beijos do tio zoni.



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Em Hogwarts era muito fácil se atrasar para as aulas, e todos os alunos sabiam disso. Eles estavam o tempo inteiro parando para dar atenção a algum dos quadros, ou se metendo em alguma confusão não planejada. E isso tendia a ser mais forte para alguns grupos de amigos.

James entrou atrasado na aula de poções fazendo um grande barulho ao bater a porta pesada. Estava com Sirius, Remus e Petter logo atrás. Os três tinham os uniformes machados com algum visgo e sangue, os cabelos bagunçados e visivelmente sujos, e ofegavam desesperadamente como se tivessem corrido uma maratona em um dos torneios tribruxos, os meninos riam baixinho e tentavam não fazer bagunça ou barulho depois de terem batido a porta tão forte e chamado atenção de todos para eles.

— Eu acredito — disse o Professor Eric Phelp fazendo uma pausa para coçar sua barba, enquanto olhava com um semblante cansado. — E espero, que vocês três tenham uma boa desculpa para o atraso.

— E por que deveríamos ter uma desculpa? — Sirius resmungou jogando o cabelo negro e longo para trás. — Ai! — Resmungou um pouco mais alto quando sentiu o pesado pé de Remus bater sobre o seu com uma força exagerada.

— Nós acabamos nos envolvendo com... — James começou a inventar uma desculpa qualquer, mas não era bom nisso. Era óbvio que Remus era o mais sensato para inventar as desculpas do grupo. O garoto olhou então para o amigo esperando por algum socorro.

— Nós tivemos uma lição de herbologia para resolver, e tivemos que fazer uma pesquisa de campo um pouco demorada... — Remus mentiu forçando o seu melhor olhar sensato.

Que seja! Eu quero vocês quatro em seus lugares, nós já perdemos tempo demais com essa entrada exagerada de vocês. — Disse Phelp. — Vamos retomar nossa aula.

James correu com um sorriso maroto para seu lugar ao lado de Sirius, mas, não sem antes notar o olhar de reprovação de Lily Evans.

Ele fez uma cara de deboche e se jogou em sua carteira, não iria ser o olhar da mais sabichona da sala que iria atrapalhar sua manhã. Não depois de ter lutado com um trasgo. Ele riu sozinho.

— Algo que o senhor Potter queira compartilhar? — Perguntou o Professor Phelps fazendo uma cara realmente brava.

— Não, Senhor! — Respondeu James forçando-se a não rir.

— Então já que o nosso colega de classe não tem nada a acrescentar vamos começar com ele o sorteio para o nosso trabalho. O que vocês acham? — O professor perguntou com um sorriso malicioso no rosto.

Era o professor que James mais odiava. Estava sempre tentando diminui-lo nas aulas e o fazer parecer burro. Se ele soubesse das coisas extraordinárias que James fazia sozinho sem precisar daquela aulinha medíocre. Ele respirou fundo e fingiu desinteresse.

— Sorteio? Trabalho? Espera, do que estamos falando mesmo? — Ele perguntou girando sua varinha nos dedos como se não estivesse ligando para nada disso.

— Bem, na próxima aula quando você e os seus seguidores resolverem chegar mais cedo, vocês ficarão ciente do que acontece nas nossas aulas. Mas até lá faça seu trabalho com algum infeliz que vai cair como sua dupla de trabalho. — O Professor falou com um pequeno sorriso debochado nos lábios.

A sala caiu em risos.

James apenas observou com seu melhor olhar de superioridade. Ele realmente não se importava com esse tipo de coisa boba, sabia que era o mais inteligente daquela turma inteira, mas quando notou Severus Snape rindo dele junto a Lily sentiu vontade de partir a cara do ranheto ao meio.

— Então vamos lá. — Disse o professor apontando sua varinha para um saco de papel que flutuava em cima da mesa.

O homem não falou nada, porém, um dos papéis voou do saquinho até sua mão. Ele leu e fez uma cara de espanto, depois uma cara de tristeza.

— É, Potter. Pelo visto você irá tirar uma nota boa, seu par será Lily Evans. — Ele falou encarando James, depois virou seu olhar para Lily sentada mais a frente. — Eu sinto muito querida — O homem baixinho e troncudo respirou fundo e voltou a olhar para James — mas eu quero te lembrar de que vou diminuir pontos simplesmente por saber que você não é capaz de fazer nada.

— Mas...

— Mas nada, Potter. Vou continuar o sorteio! — O homem ignorou James por completo e voltou a apontar a varinha para o saco.

 A sala mais uma vez caiu em risadas.

Menos Lily.

E Severus.

E Sirius.

O dia já não parecia tão bom agora. James preferia ter ficado em sua cama ou ter sido morto por aquele trasgo.

 

 

As aulas finalmente tinham terminado. O dia tinha sido realmente cansativo. James não conseguia parar de pensar que teria que fazer o trabalho de poções com a garota mais chata da escola e melhor amiga do bundão mais imbecil de todo o mundo bruxo.

Sem contar que não aguentava mais ouvir as reclamações de Sirius, que tinha passado o dia inteiro reclamando por não poder fazer o trabalho junto com seu melhor amigo, ou reclamando por o professor ser tão imbecil que deveria ser transformado em um elfo doméstico para servir a todos sem reclamar.

James também tinha que lidar com o fato de Remus parecer chateado pela insensibilidade de Sirius por não querer fazer o trabalho com ele.

E bem, tinha Petter. Mas ele não estava ligando muito para nada no momento. Por sorte.

James estava sentado em uma das poltronas da sala comunal com os olhos fechados tentando pensar em outra coisa quando ouvia a voz já tão conhecida.

— Nós vamos começar nosso trabalho hoje, Potter. Eu te encontro na biblioteca às oito da noite. Não quero perder tempo com isso.

Ele abriu os olhos e viu que Lily estava parada em sua frente olhando para baixo. A primeira coisa que James pode notar foi os seios fartos da menina que não eram escondidos nem com o uniforme da escola. Os cabelos alaranjados como o fogo caiam por cima dos seios e ele imaginou como seria aquela visão sem a roupa. Mordeu os lábios tentando evitar o pensamento e olhou mais para cima visualizando o rosto lindo e com poucas sardas, e totalmente irritado que o olhava.

— Você entendeu Potter? — Ela perguntou de forma séria e arrogante como se falasse com uma criança burra.

— Eu entendi sim, Evans. — James respondeu com deboche.

— Espero que você não chegue tão atrasado quanto chegou à aula hoje. Eu não quero perder meu tempo esperando por uma pessoa que não tem comprometimento com nada. — Ela disse virando as costas e caminhando em passado rápidos para longe dali.

— Mas eu tenho... — Ele se calou por um instante, mas não se deu por vencido e gritou para que a menina pudesse ouvir. — Eu tenho mais comprometimento do que você imagina Evans.

Ele suspirou.

Os três amigos que pareciam estar prendendo a respiração riram em coro.

— Às vezes eu sinto vontade de estuporar essa menina. É sério. — Sirius Black disse fazendo sua melhor cara de psicopata. — Eu estou falando sério, gente, qual foi?

Eles todos caíram na gargalhada mais uma vez, menos James que continuava imaginando os cabelos ruivos pendendo pelos seios nus.

 

 

No horário combinado James já estava chegando à biblioteca. Queria mostrar para aquela menina que conseguia ser tão responsável quanto ela. Ele só não queria ser tão chato e careta como ela era. Ele entrou na biblioteca e a viu que a menina já estava sentada em uma das mesas no fundo da biblioteca em uma das sessões reservadas com vários livros ao redor do corpo.

— Eu espero não estar atrasado demais, senhorita Evans. — James falou alto e com desdém em sua voz.

— Nós estamos numa biblioteca e não no circo que deve ser o seu quarto, Potter. — Ela respondeu sem tirar os olhos dos livros. — Nós temos que criar uma poção inovadora se quiser ganhar a maior nota. É essa a missão do trabalho, criar uma nova poção que dê certo. Ou seja, precisamos pesquisar o que pode combinar para fazer uma poção impecável. — A garota disse sem prestar atenção em James e logo tratou de dar ordens. — Eu separei alguns livros então você pode escolher um e começar a ler.

James se sentou em uma das cadeira e obedeceu pegando um dos livros sem a menor vontade de ler aqueles livros chatos. Ele abriu um dos livros arrumou os óculos e começou a fingir que lia alguma coisa.

— Não é pra fingir que está lendo, Potter.

— Mas...

— Apenas leia.

— Ok. — James resmungou e passou a realmente ler os livros que estavam dispostos sobre a mesa.

O tempo passou mais rápido do que James imaginou que passaria e quando se deu conta à biblioteca estava vazia. O lugar parecia bem sinistro àquela hora da noite sem ninguém por ali. James sentiu vontade de rir.

— Acho que só sobramos nós dois aqui. — James falou coçando uma penugem de barba que começava a nascer em seu rosto.

— Então vamos dormir, continuamos amanhã. Achei algumas coisas interessantes. Você anotou algo? — A menina perguntou antes de bocejar e encarou James. — Está bem, Potter. Você não anotou nada. Mas nós discutimos isso amanhã. Vamos dormir.

Ela se levantou e James notou o corpo da menina. Ela era tão linda. Ele não sabia por que estava pensando aquilo se a odiava tanta. Mas não conseguia não achar aquele corpo bem desenhado, aqueles cabelos ruivos e o rosto lindo que quem sabe de tudo a combinação perfeita. Ele levantou junto com ela e os dois começaram a caminhar em direção a porta da biblioteca.

— Eu achei que iria ser pior trabalhar com você, mas pelo menos você fica quieto. A Natalie não para de falar sobre você e os jogadores de quadribol. É meio frustrante, sabe?

— Ela fala o que sobre mim? — James perguntou. — É a Natalie Jenson, não é?

— Sim ela mesmo. E ela fala sobre o quanto você é bonito, e popular. Ou como você joga tão bem e... — Ela se calou quando percebeu o sorriso pretensioso de James. — O que foi Potter?

— Você também acha todas essas coisas? — Ele perguntou segurando o riso de triunfo.

— Não, Potter. Eu só acho que você é um idiota burro como um trasgo. — Ela disse caminhou mais rápido em direção à porta e tentou abrir. Puxou com força, e até empurrou, mas a porta não se mexeu. — Está trancada!

— Me deixa tentar. Pode ser falta de força. — James falou rindo e passando a garota para empurrar as portas. Ele fez força, empurrou, puxou. Fez mais força e depois sorriu sem jeito. — Pelo visto alguém usou o feitiço Colloportus. Não está abrindo de forma alguma.

— Que feitiço é esse? E como você sabe dele? — Lily perguntou. — Esquece, não quero saber. Você trouxe sua varinha? Eu esqueci a minha. — Ela perguntou encarando James.

James sentiu sua varinha no bolso da calça, mas negou com a cabeça.

— Não achei que fossemos precisar usar. — Ele mentiu.

— Mas que tipo de bruxo sai sem sua varinha? — Lily perguntou realmente brava.

— Pelo visto vários. Já que nós dois que somos tão diferentes conseguimos esquecer nossas varinhas, não é mesmo? — James piscou para a garota.

— E como vamos fazer para sair daqui? Eu não quero ter que passar uma noite inteira ao seu lado. — A garota falou e fez uma cara feia para James.

— Não sei como vamos sair, provavelmente vamos precisar esperar até alguém perceber que não voltamos para nossos quartos e nos procurar, mas até lá pode ficar tranquila que eu me mantenho longe de você. — Ele disse bravo e saiu caminhando voltando para os corredores de livros.

— James! — Lily gritou e então baixou a voz. — Eu não quero ficar sozinha!

Ele se virou com um sorriso travesso nos lábios.

— O que disse? Eu não consegui ouvir direito. — Ele riu baixinho.

— Eu só não quero ficar a noite inteira aqui sozinha, tudo bem? — Ela disse e caminhou até acompanhar o garoto. — O que vamos ficar fazendo? Podemos retomar os estudos, né?

— É uma boa. — James disse.

Eles caminharam de volta para a mesa que estavam e voltaram a ler os livros, mas os dois não pareciam estar muito no clima. James porque não parava de pensar nos seios de Lily e que estavam os dois sozinhos, e Lily porque não confiava por estar sozinha com James Potter.

— Isso é estranho. — Lily disse tentando quebrar o gelo. Ela respirou fundo e engoliu em seco, levando as mãos até os cabelos e prendendo-os em um coque malfeito.

— O que é estranho? — O garoto perguntou sem dar muita importância para a pergunta. Estava focado em olhar a beleza da ruiva em sua frente. — Eu prefiro quando eles estão soltos. — Ele confessou.

Lily apenas encarou por um tempo, quieta em silêncio.

— É estranho estar sozinha aqui com você. Eu sei de várias garotas que dariam o mundo para estar no meu lugar. Sozinhas com o famoso James Potter! — Ela disse baixo.

— Mas eu acho que estou com a mais legal. — James confessou de novo, antes mesmo que pudesse impedir as palavras de sair de sua boca.

— E como você pode ter certeza disso? — Lily rebateu.

— Pelo simples fato de não querer estar comigo. Não seria tão legal ficar preso aqui com uma menina desesperada por mim. Provavelmente nesse momento eu estaria sujo de batom e sendo obrigado a beber uma poção do amor. — Ele disse segurando o riso, porém não conseguiu.

Os dois riram alto. E subitamente pararam e se encararam.

— Eu tenho observado você nos últimos tempos. — Ela disse. — Você não parece ser o que todos falam, um mané inconsequente. Acho que você está mais para incompreendido. Você parece ser mais inteligente que muitos aqui e acha extremamente chato assistir aulas de coisas que você geralmente já sabe.

— Não imaginei que você me conhecia tanto assim. — James riu sem graça. — Estou zoando, mas você tem certa razão em algumas coisas.

— Eu tenho razão em tudo, Potter. — Lily disse fazendo um bico, mas logo riu baixo. Era a risada mais linda que James já tinha ouvido na vida.

Eles ficaram quietos novamente.

— Acho que poderíamos ter sido amigos, sabe? Se você não bancasse o sabichão e não pegasse tanto no pé do Snape. Ele é uma boa pessoa. — Lily disse baixo.

— Só amigos? — James perguntou, e encarou a menina.

Ela engoliu em seco. Passou a língua nos lábios.

— E o que mais poderíamos ser? — Ela perguntou sem graça, as bochechas ganhando um suave avermelhado.

James puxou a cadeira para próximo dela. Encarou a menina nos olhos e levou as mãos até seus cabelos, desfazendo o nó do coque e soltando-os.

Eles se encararam.

— Não sei, Evans, mas a muita coisa que poderíamos ser. — Ele disse baixo.

Foi Lily que tomou a iniciativa. Passou os braços pelos ombros de Potter e o abraçou. Ela encarou os olhos escuros por trás dos óculos e beijou a boca do garoto. Era algo que ela sentia vontade de fazer a muito tempo. Só não admitia para si mesma.

James Puxou Lily para mais perto e a abraçou com força. Dando ainda mais força para aquele beijo.

James acordou com os barulhos das vozes. Eram muitas. Ele abriu os olhos e viu que estava sentado no chão da biblioteca com as costas encostadas na parede e que Lily dormia em seu peito. As pessoas estavam em volta deles formando um semicírculo. Alunos e professores.

Ele levou a mãos até o nariz de Lily e acariciou devagar tentando acordar a menina.

— Acho melhor você ver isso, Evans! — Ele disse para ela.

— O que? — Ele perguntou com a voz de sono e abriu os olhos. Lily saltou se afastando de James assim que viu todas as pessoas na sala. Ela encarou todos e depois encarou o menino sentado ao seu lado.

— Vocês tem muito que explicar! — A Professora Minerva disse olhando séria para os dois pombinhos no chão. — Vamos.

 

 

Depois de uma longa conversa na sala do diretor e uma detenção onde teriam que limpar os estábulos de Hogwarts os dois foram liberados. Lily estava uma fera enquanto caminhava pelos corredores.

— Então você tinha uma varinha, Potter? — Ela perguntou acusando o menino.

— Eu esqueci que tinha. — Ele mentiu.

— Você é um imbecil. Um grande imbecil, Potter. — Ela gritou.

— Eu gostei de passar a noite contigo. — Ele disse sorrindo sem jeito enquanto passava o cachecol da menina pelo pescoço dela. Ele a encarou, eles estavam tão próximos que poderia beija-la novamente.

Lily estava brava, mas parecia querer sorrir. Foram as bochechas vermelhas que a entregaram.

— Você é um imbecil, Potter. — Ela disse e saiu caminhando.

James ficou rindo sabendo que essa teria sido a primeira de muitas noites que passariam juntos. Ele teria que fazer algo grandioso por Sirius, para agradecer o feitiço na porta. Ele sorriu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Beijão do tio zoni. ♥



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