O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 6
Capítulo 5: Algum Sentimento.


Notas iniciais do capítulo

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Estou pronta para te perdoar

Mas esquecer é uma batalha mais árdua

Você mal sabe que preciso de um pouco mais de tempo

 

Oito anos atrás:

Acordo me sentindo bem, pois acabei de ter um sonho com minha irmã.

No sonho nós estávamos chupando sorvete, o calor era insuportável e então havíamos decidido arrumar uma maneira de nos refrescar. Eu estava vestida com um short social, uma blusa branca e meus cabelos estavam presos em uma trança de lado. Minha irmã usava um vestido branco que ganhou de minha mãe no ano novo, ela gostou tanto dele que sempre que podia, ela o usava. O tempo todo no sonho, eu estava rindo, uma parte porque estávamos brincando e a outra porque a bola de sorvete da minha irmã havia caído no chão. O sonho acabou quando decidi dividir o meu sorvete com ela.

Eu olho em volta e percebo que as camas já estão arrumadas, as meninas provavelmente acordaram antes de mim. Só estranho o fato delas não me chamarem. Mas, o que é mais estranho ainda é ver que Blue está me observando, um pouco distante de mim. Será que ele também estava me observando enquanto eu dormia? Mesmo que a respostasse fosse não, eu não consigo deixar de me sentir invadida.

— Bom dia, Babydoll. – ele força um sorriso encantador.

— Ola, Blue. – tento não soar grossa.

— Dormiu bem? – pergunta educadamente. Apenas concordo com a cabeça. – Fico feliz. Agora venha, preciso lhe mostrar as coisas que irá fazer antes de se apresentar novamente.

— E-u não preciso me trocar antes? – pergunto com hesitação. Eu estou vestida com a roupa de ontem à noite, pois fui direto ao quarto e me deitei sem retirar a roupa.

— É claro. As coisas que você precisará fazer irão acabar sujando suas roupas. Aqui, pegue. – ele me entrega o que segurava em sua mão. Um vestido sem vida, digo isso porque a cor dele não é vibrante, parece ser morta. – Se vista, estarei esperando do lado de fora. – dito aquilo ele sai e fecha a porta.

Espreguiço-me de maneira preguiçosa. Eu gostaria tanto de poder ficar nesta cama o dia inteiro, ou a vida inteira, apenas tendo sonhos como o que eu tive esta noite. No entanto, tenho que me lembrar que às vezes nós podemos acabar tendo pesadelos.

— O que irei fazer? – pergunto saindo do quarto em que eu estava. Blue me olha de cima para baixo e quando volta o seu olhar para o meu rosto, ele abre um sorriso de quem parece estar satisfeito com o que viu.

— Como consegue ficar bonita neste vestido deprimente? – ele ri e passa sua mão em meu rosto como se isso fosse um carinho. Apenas desvio os olhos e dou de ombro. – Babydoll, não precisa ter medo de mim. – fala suave.

Eu realmente tenho medo dele? Não. Os únicos sentimentos que eu tenho por ele são de ódio e nojo. Mesmo ele podendo acabar comigo, me destruir, eu ainda sim não tenho medo dele. O sentimento de medo está direcionado a talvez eu nunca conseguir vingar minha mãe e minha mãe.  Com isso, apenas concordo com a cabeça e ele suspira, provavelmente esperava escutar minha voz concordando ou dizendo que eu não iria temê-lo.

Blue pede para que eu o seguisse, ele irá mostrar o que eu preciso limpar. Novamente sinto nojo dele, nós vendíamos nossos corpos para homens e, quando não estava no horário de fazer aquilo, somos obrigadas a limpar o local. Por hoje eu só preciso limpar os vasos e o chão do corredor da cozinha. Há dois banheiros, um banheiro é para todas nós mulheres usarmos para nos preparar e nos arrumar. O outro banheiro é dos homens, no qual está imundo. Papeis higiênicos, preservativos, cigarros usados e latas de bebidas alcoólicas dentro das privadas. Demorei três horas para acabar de limpar todas as privadas do banheiro masculino, Blue me visitou a cada hora e dizia para me esforçar mais e limpar direito. Minha vontade foi de afogar seu rosto dentro da privada, mas eu apenas respirava fundo e concordava. No banheiro das mulheres levei apenas uma hora para deixar limpinho.

Eu não sei que horas são, mas meu estomago implora por comida, desde ontem eu não como. Além do fato de que estou limpando chão da cozinha e sentindo o cheiro de arroz que está sendo feito pelos cozinheiros. Isto só faz com que meu estomago implore ainda mais por comida.

— Me solta! – escuto uma voz vinda da cozinha gritando. A porta está abafando um pouco, mas ainda assim deu para eu escutar.

— Acha que sairá assim impune? – a voz pertence a um homem.  – Sua ratinha imunda! – vociferou ele.

— Socorro!– grita a voz feminina.

— Eu não acredito que você está pensando que alguém vai te ajudar. – escuto a risada assustadora dele.  

— Por favor, alguém me ajude! – a mulher pede ajuda novamente.

Eu preciso fazer algo, mas o que eu posso fazer? Levanto-me do chão e empurro a porta para abrir, por sorte, ela não está trancada. Sigo as vozes e então eu a vejo. As vozes pertence ao cozinheiro e Rocket. Ele está em cima dela com uma mão a mantendo presa e, ao mesmo tempo, com sua outra mão, ele tenta abrir sua calça. Não consigo pensar. Apenas agir. Pego uma faca que está sendo usada para cortar cebola e coloco no pescoço deste homem nojento.

— Largue-a! – mando gritando.

— O que acha que está fazendo? – pergunta ele num tom irônico. Ele não acredita que eu possa fazer alguma coisa.

— Deixe-a ir seu porco! – berro e aperto a faca contra sua garganta, se ele fizer um único movimento brusco sua garganta será cortada. E eu nem me importo de vê-lo morrer.

— Está bem. – afirma ele tentando se levantar devagar. Eu ainda continuo segurando a faca contra sua garganta, qualquer gracinha que fizesse era seu fim.

— Levante-se, Rocket. – peço, enquanto ela olha incrédula, mas ainda assim faz o que eu peço.

Eu e ela começamos a nos distanciar, mas mesmo assim continue segurando firmemente a faca e pronta para machucá-lo se fosse preciso. Ele nos olhou com raiva e enquanto nós saímos, pude escutar ele gritar que as coisas não ficaram desse jeito. Ótimo, se ele quer praticar alguma vingança eu estarei preparada. Eu não devolvi a faca para minha proteção. Nós voltamos para o quarto com euforia e só agora paro para percebe o que eu acabei de fazer.

— Por que fez isso? – pergunta Rocket ainda assustada.

— Eu não podia deixá-lo te machucar. – dou de ombros. Estou tentando controlar minha respiração.

— Obrigada. – ela sorri nervosa, mas ainda sim era sincero.

— Digamos que isso foi uma maneira de agradecer por ter me deixado dormir no beliche. – tento amenizar a situação.

— Olha, desse jeito deixarei a senhorita dormir mais vezes então. – rimos, mas logo ela voltou a ficar séria. – Você iria matá-lo mesmo? Se ele não tivesse me soltado?  – apenas dou de ombros. Nem eu mesma sei a resposta.

— Como começou aquilo? – disse enquanto coloco a faca embaixo do colchão no qual eu durmo.

— Ele me pegou roubando uma barra de chocolate... Aliás, graças a você eu consegui roubar! – ela tira de seu bolso uma barra grande de chocolate e sorri. - Vamos dividir?  - pergunta ela. Antes que eu desse a resposta, meu estomago ronca alto dando para mim e ela escutar. – Nem precisa responder. – cortou o chocolate no meio e começamos a comer.

Atualmente:

Cheguei à empresa antes de Oliver. Eu preciso fazer uma coisa antes dele chegar. Coloco dois aparelhinhos, um na sua mesa e outro na cadeira. Esses aparelhos irão me ajudar a escutar a reunião que ele terá com a Sweet Pea. Eu ainda me castigo por ter deixado Sweet me convencer a permitir isso. Eu não quero dançar com Oliver. Não quero nada que Oliver esteja envolvido.  Já é suficiente ser sua secretária e ajudá-lo combater os crimes na cidade. Não quero algo amoroso com ele, entretanto, parece que Sweet viu sinais de que eu quero. Mas, não sei a onde ela viu isto.

— Felicity. – disse Oliver entrando e me tirando dos meus pensamentos. Seu olhar está cansado, parece que não tinha dormido nada bem esta noite. – Que horas a Srta. Wayne virá?

— Daqui a pouco, Oliver. – falo calma, não precisamos discutir hoje.

— Quando ela chegar peça para entrar. – suspira ele desanimado. Acho que ele não quer essa reunião, mas eu não posso fazer mais nada. Apenas consenti e ele entra para seu escritório.

Não demora muito para Sweet chegar com o seu sorriso sarcástico. Ela está usando um vestido na cor verde e um salto alto roxo. Ela sempre foi bonita. Uma pontada de ciúmes aparece em mim. E se por acaso Oliver cair aos seus encantos? Mesmo não sendo a intenção dela, ela consegue ser encantadora. Além disso, há os históricos de Oliver comprovando o quanto ele tem um fraco por mulheres bonitas. Eu apenas aponto para que ela entre, as únicas palavras que iremos trocar será à noite.

Coloco outro aparelho em meu ouvido que é conectado aos aparelhos que eu consegui deixar dentro do escritório de Oliver para ouvir.

— Bom dia, Srta. Wayne. – ele tenta soar alegre em vê-la.

— Bom dia, Sr. Queen. – ela se senta.

— Então, qual é o motivo desta reunião? – Oliver vai direto ao ponto. Ele e Sweet podiam ganhar um premio por serem mal-educados.

— Você vai ser acompanhante de Felicity no jantar que eu irei dar e no meu casamento. – disse ela direta também. Eles eram uma dupla em tanto quando a questão é de sinceridade.

— Achei que iríamos tratar de negócios. – fala ele grosso. Provavelmente não querendo perder tempo discutindo algo tão bobo. Pelo menos é isso que eu considero.

— E estávamos falando. Se o senhor acompanhá-la, Bruce poderá ajudá-lo na empresa e na sua cidade. – dessa eu não sabia, ela não havia me contado que pensava em fechar algo com Oliver.

— Quem disse que eu preciso de ajuda? – diz arrogante.

— O nome Queen não é mais o mesmo. Agora ele é uma maldição. – apela Sweet.

O silencio cai sobre eles. Ela está falando de Moira Queen, mãe de Oliver que há poucos meses confessou em uma entrevista coletiva seu envolvimento em uma conspiração para destruir o Glades e todos nele. Ela testemunhou que o mentor desta conspiração foi Malcolm, cujo homem continua sumido. Após isso, ela foi presa. Mas aquilo não impediu a destruição, e muitos morreram, uma dessas pessoas mortas foi seu melhor amigo, Tommy. Ele morreu aos olhos de Oliver e ele não pode fazer nada. Tommy foi um dos motivos por Oliver ter deixado de ser o arqueiro, mas com insistência minha e de Diggle, ele conseguiu se levantar, tempo depois nos descobrimos que Sara estava viva e com isso fez Laurel entrar para o nosso lado. Todos eles, Diggle, Roy, Sara e Laurel, conseguiram o fazer seguir em frente.

— O que preciso fazer para que o Sr. Wayne ajude a cidade? – Oliver quebra o silêncio. Sua voz está com certa dor.

— Apenas acompanhe Ba... – quase que ela disse Babydoll. – Felicity. – corrigi rapidamente.

— Considere feito. – não sei se ele percebeu o que Sweet tinha acabado de fazer ou se percebeu e decidiu ignorar.

— Espero fazermos mais negócios como este, Sr. Queen. – ela levanta-se. – Passarei as informações a Felicity.

Dito aquilo ela sai da sala dele e me entrega um sorriso de quem tinha acabado de conseguir o que queria. Eu não queria que ela tivesse apelado daquela maneira. Se ele realmente não queria me acompanhar, era porque tinha um motivo. Talvez ele me achasse insuportável, querendo ou não, a maioria das nossas conversas acabam em alguma provocação irritante. 

— Belo apelo. – falo me levantando e dando a ela um olhar de desaprovação. Ela nem fingi estar surpresa por eu saber o que ela tinha feito. Ambas sabemos que de alguma maneira eu iria escutar aquela conversa.

— No futuro, irá me agradecer. – seu sorriso se aumenta mais ainda. – Nos vemos a noite. – então sai.

Volto a me sentar frustrada, Sweet consegue mudar o meu humor fácil, às vezes ela é difícil de suportar. Nós devíamos estar pensando em como pegar Blue de uma vez por todas, não em minha vida nada amorosa. Eu nunca me apaixonei e duvido que seja agora que irei me apaixonar.

— Sua amiga é bem insiste. – Oliver fala interrompendo minha reflexão pessoal. Apenas consenti. – Ela quer que eu acompanhe você no casamento dela, mas não sei o motivo, já que a senhorita tem um namorado secreto.

— Tinha. Não tenho mais. – fingir terminar uma relação inexistente não é errado. Ele me olha curioso, provavelmente querendo saber o motivo. – Ele pediu para eu escolher: meu emprego ou ele. Bem, já sabemos a resposta.

— Estranho fazer alguém escolher entre um emprego e a uma pessoa. Trabalhar aqui atrapalhou sua relação? – seus olhos gritam por mais informações.

— Sim. Considerando que eu passo mais tempo trabalhando com meu chefe do que com ele.

— Está dizendo que seu ex-namorado, cogitou que eu e você tínhamos algo a mais além do trabalho?

— Nós temos. – falo sem pensar que há dois sentidos em eu concordar. – Trabalhamos junto na empresa e salvamos junto à cidade. – trato de adicionar essa informação antes que ele ache que eu me iludo que será possível um relacionamento entre nós.

— Você não me parece triste. – olha para meu rosto tentando descobrir algum sentimento de dor ou chateação.

— É porque não estou. Foi um namoro, não quer dizer que eu considerava aquela pessoa o amor da minha vida. – dou de ombros.

— Então eu irei acompanhá-la. – fala decidido.

— Não precisa me acompanhar, posso convencê-la me deixar ir sozinha. - digo, mesmo sabendo que não adiantará, só preciso tentar para que eu não faça parte do negócio que ele fez com Sweet.

— Srta. Wayne me ofereceu um acordo, se eu for com você, Bruce Wayne irá nos ajudar. – olho para ele surpresa, não pela informação, mas por ele ter me contado, achei que ele não fosse me contar.

— Você faz tudo pela cidade. – declaro nada mais que a pura verdade.

—É. – penso que ele vai voltar para seu escritório, mas ele continua a falar. – Além disso, acho que está na hora de pararmos de nos encontrarmos apenas na empresa ou na arque-caverna. – brinca e novamente me pega o olhando incrédula.

— Eu não acredito que usou o nome que dei para o local! – rimos. – Sabe que o que acabou de dizer também parece ter dois sentidos. Trate de corrigir igual a mim, como eu sempre faço. – coloco meus braços na cintura esperando ele corrigir, a maneira que ele havia falado parece que iremos ter um encontro.

— Não vou corrigir. – ele me dá um olhar diferente, um que nunca tinha visto ou talvez eu nunca tenha percebido, mas ele deve ter percebido, pois conseguiu mudar o seu olhar rapidamente, como se nunca tivesse feito. – Precisamos trabalhar. – arrumou sua gravata. Maldito hábito. Ele sempre consegue fazer de uma maneira charmosa.

— É, temos. – afirmo desviando meus olhos dele, mas eu pude percebê-lo voltando para sua sala. Esta manhã não começou tão ruim.


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Notas finais do capítulo

Felicity mostrando que é capaz de tudo naquele maldito lugar.

Percebemos que Sweet fez um favor a todas nós, Olicity. Se até Sweet Pea, futura esposa de Bruce Wayne, shippa Olicity, quem não shippa? asjdisd

Felicity estaria assim vestida no sonho, só que com a cor do cabelo preto: http://images.fashionnstyle.com/data/images/full/116492/emily-bett-rickards.jpg?w=600
Roupa da irmã de Felicity junto com a atriz que interpretaria ela (Bailee Madison): http://cdn01.cdn.justjaredjr.com/wp-content/uploads/pictures/2012/08/bailee-hallmark/bailee-madison-hallmark-tca-08.jpg
Roupa de Sweet Pea: http://i.imgur.com/F78PS.jpg



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