Sluggish escrita por nywphadora, nywphadora
— Você devia só chegar e falar. Tem nada de errado nisso.
Tonks negou com a cabeça. Remus era inseguro e introvertido. Se ela fosse muito brusca, era capaz de afastá-lo, o que colocaria os seus esforços de aproximação dos últimos meses no lixo.
— Então alguma indireta? — perguntou Marlene, parecendo indecisa.
— Como eu faria isso? — ela perguntou.
— Remus é do tipo que quer ajudar a todos. Diga que está gostando de uma pessoa, não diga quem, e peça a ajuda dele.
Tonks olhou-a indecisa.
— Se ele estiver interessado em mim, isso vai fazê-lo desistir de mim — ela disse.
— Mas você pode tentar fazê-lo ver que é ele — disse Marlene — Tipo, se ele perguntar como a pessoa é. Você começa a descrevê-lo.
Ela falava como se confessasse sentimentos todos os dias, tal era a sua simplicidade no assunto. Mas a verdade era bem diferente, Marlene não gostava das pessoas àquele ponto. Ela era apenas prática, enquanto Tonks gostava de complicar as coisas mais simples.
— Certo... — ela disse, insegura.
Pegou o celular de sua mochila, posicionando-o à altura dos olhos. Respirou fundo e desbloqueou-o, indo acessar o aplicativo de mensagens.
Remus
Online
Preciso da sua ajuda (13:26) ✔✔
Diga (13:26)
— Ele disse “diga” — as palavras de Tonks voaram de sua boca sem que pudesse evitar.
— E? — perguntou Marlene, olhando para as unhas.
— O que eu digo?
Ela desviou o olhar para ela, e Tonks voltou a digitar para evitar o seu olhar ameaçador.
Remus
Online
Então... (13:28) ✔✔
Eu tô gostando de uma pessoa (13:28) ✔✔
Conte a ele (13:29)
Ela quase digitou. “Obrigada, tchau”, mas conteve-se, sem saber o que fazer.
— Ele disse para eu contar para a pessoa que estou gostando dela — disse Tonks — O que eu respondo?
— Você acabou de contar para ele, o que mais pode responder? — perguntou Marlene, como se fosse óbvio.
Remus
Online
Eu já contei (13:30) ✔✔
E o que ele disse? (13:31)
“Conte a ele” (13:34) ✔✔
A mensagem demorou três minutos para ser enviada, pois Tonks errava cada letra de nervosismo, além de apagar e reescrever a mensagem, indecisa sobre como dizer aquilo.
Remus
Online
A mesma coisa que eu disse haha (13:35)
Tonks releu a mensagem, incrédula.
— O que houve?
Marlene leu por cima de seu ombro, fazendo uma careta logo depois.
— Acho que ele ganha no quesito de lerdeza — comentou.
Tonks pressionou o botão do áudio, aproximando o celular de sua boca.
— Vem cá... Você é idiota ou se faz de?
Marlene arregalou os olhos para a amiga.
— Porque como seria possível eu chegar em um cara, falar “gosto de você” e ele me responder “Conte a ele”? Contar a quem, animal? Quer saber, você não é um idiota, eu quem sou por gostar de você e não ter coragem pra te falar isso.
Passado o desabafo, ela afastou o dedo para cancelar o áudio, mas o aplicativo mandou antes que pudesse fazer isso.
— Gostei — Marlene sorriu — Atitude.
— Eu acabei de estragar tudo — Tonks deixou o celular em cima da mesa.
— Menos. Ele só funciona quando alguém manda a real.
WhatsApp notificou que ele escutou o áudio, mas um “Online há 1 min” apareceu logo abaixo de seu nome.
— Escute, eu tenho meu primeiro período agora — disse Marlene, olhando para o relógio — Você vai ficar bem?
Tonks tomou um gole de seu milkshake, dando de ombros.
— Não se desespere! — ela deu um tapinha em suas costas, antes de pegar as suas apostilas e sair da lanchonete, rumo ao campus da UCL, do outro lado da rua.
Tonks pegou o seu celular para olhar o horário também, antes de voltar a deixá-lo em cima da mesa, desanimada. Continuou brincando com o canudo, dando goles de tempos em tempos, procurando ocupar o seu tempo restante, que não parecia acabar. Voltou a olhar para o celular, mas Remus não tinha ficado online desde então.
— Ele deve estar em aula — ela murmurou — Ou me evitando.
Terminou o que restava do seu milkshake, apesar de ter enrolado bastante tempo, ainda sobrava um tempo para chegar à sua faculdade.
O seu celular não vibrou durante todo o caminho, e o motivo disso logo foi esclarecido.
Tonks estacou, observando Remus sentado em uma das cadeiras que faziam frente ao campus. E é levantou-se assim que a viu aproximar-se.
— Podemos conversar? — ele perguntou.
Ela sentou-se ao seu lado, jogando a mochila no chão, sem nem verificar quanto tempo restava a ela para as aulas.
— E então? — perguntou Tonks, ajeitando o coque, que prendia os seus curtos fios precariamente.
— Eu queria pedir desculpas por... — Remus evitou olhá-la — Pelas mensagens.
Ela suspirou.
— Você não tem culpa de ser lerdo, eu suponho — cedeu.
— Eu só realmente não esperava — ele disse.
Tonks observou como o silêncio caiu sobre eles.
— Eu ainda preciso da sua ajuda.
Remus olhou-a.
— E como...? — ele perguntou, parecendo perdido sobre o que fazer.
— Eu não sei o que ele sente por mim.
A sineta tocou distante, mas em vez de soar como uma ampulheta com o tempo acabado, foi mais como um alarme que dizia que era a hora.
Tonks quase não acompanhou como a distância acabou, ele aproximando-se dela, puxando-a pela cintura. Os seus lábios se encontraram e ela não estava nem um pouco interessada em onde estava ou o que deveria estar fazendo.
Ele era perfeito para ela, mesmo não entendendo bem as indiretas.
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