Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 13
Capítulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Voltei ♡
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736364/chapter/13

– Majestade. - Mitsuki quebrou o silêncio que havia se instalado na sala do Conselho Real. 

– Prossiga logo. - Ela disse um pouco impaciente. Não compreendia aquela reunião repentina.

– O Conselho se reuniu nos últimos dias, analisamos minuciosamente cada pretendente da Rainha e, unanimemente, chegamos à conclusão de que deve se casar com o filho mais novo do Rei...

– Espere! - Furiosa, Sarada interrompeu seu conselheiro - Vocês se reuniram para decidir meu futuro marido?

– Perdão, Majestade. - Shikadai falou um pouco inseguro, pois conhecia o temperamento explosivo da Rainha - Fomos nomeados conselheiros da Rainha. Devemos fazer o que é melhor para o país. 

– Conselheiros! - Bradou a monarca, enfatizando a palavra após bater com força sua mão sobre a mesa de madeira - Se fosse para tomarem decisões por mim, senhores, certamente não teriam esse nome!

– Minha Rainha... - Inojin, outro membro do Conselho, se manifestou - Konoha ainda não tem um sucessor. 

– Ainda sou jovem, Inojin. - Respondeu - A sucessão do trono ainda não é um assunto urgente.

– Perdão, mas... - Mitsuki ponderou por uns segundos, mas logo prosseguiu - Nunca sabemos o que está por vir. Se a Rainha morrer, como ficará o país sem um herdeiro?

– Está sugerindo isso mesmo? - Estreitou os olhos, levantando-se da poltrona onde estava sentada - Não sei se está ciente disso, Mitsuki, mas sugerir a morte de um Rei é um ato de traição e, se eu quisesse, facilmente faria você perder sua cabeça! - Esbravejou - Não quero que tomem decisões nas minhas costas! Quando eu tiver interesse num casamento, comunico. 

– Majestade, não seja imprudente. - Shikadai implorou - Se teme dividir o poder, faça-o consorte. 

Sarada riu com desdém, em seguida encarou furiosa os três conselheiros ali presentes. 

– Que tipo de homem aceitaria tal posição tão insignificante? - Questionou - Não... Mulheres se submetem a posição de consorte sem questionar, pois reconhecem sua inferioridade, porém eu não vou ser rebaixada por um Príncipe estrangeiro! 

– Por favor, pense com cuidado. - Inojin pediu - Um casamento sem dúvidas será vantajoso.

– Conflitos conjugais e fins desastrosos em minha própria família fazem-me duvidar da estabilidade do casamento. - Disse friamente a Rainha - Alguns dizem que o casamento de meus pais era ilegal, que eu era uma bastarda, isso ou aquilo, conforme era ou não favorável. - Ela riu sem humor - Tantas dúvidas de casamento pairavam nas mãos de todos... Não nego que receio casar-me por temer controvérsias. Creio que minha própria vida já seja controversa demais. 

Os homens se olharam receosos. O que dizer para uma mulher que já viveu tantos traumas em sua vida a ponto de temer uma união matrimonial? 

Todavia, Sarada não era uma mulher comum. Um casamento era necessário. 

– Não haverá controvérsias. - Mitsuki afirmou convicto - Poderá se surpreender, Majestade. Poderá aprender a amá-lo. 

– Amar um estranho? - Questionou com ar de deboche - Essa idéia me parece ridícula, e eu sinto repúdio só de pensar em ter nos meus aposentos um homem desconhecido! 

– A Rainha foi criada com o objetivo de herdar o trono e governar. - Disse Shikadai - Creio que sabe a importância da produção de um herdeiro. Para isso, precisa se casar. E deve saber que monarcas casarem-se com estranhos, por questões políticas, é algo comum.

– Eu sei disso. - Respondeu impaciente - Assim como sei que vivemos em um tempo onde um homem controla sua esposa, mesmo sendo ela uma Rainha. - Abaixou o olhar, fitando os documentos sobre a mesa - Sinto-me na obrigação de expressar meu temor. Se eu me casar, meu marido pode realizar algum desejo ruim, se ele assim o tiver. 

– Se me permite dizer, Majestade... - Shikadai se manifestou, então a monarca encarou o Nara - Creio que seu temor relacionado ao casamento está também relacionado a sentimentos fortes que tem por outro homem. Teme não conseguir amar seu marido por amar outro, talvez. 

Sarada se enfureceu, sua expressão de forma alguma escondeu isso.

Shikadai claramente insinuou que a Rainha não queria se casar por gostar de Boruto, mas um casamento com o loiro não seria vantajoso. Todavia, se a Rainha quisesse torná-lo seu Rei, ninguém poderia impedir. 

– Odeio a idéia de um casamento cada dia mais, por razões que eu não divulgaria à alguma alma gêmea caso tivesse, muito menos a outro ser vivo! - Declarou. 

Antes que algum dos homens articulasse mais alguma palavra, Sarada se retirou da sala do Conselho. 

Estava furiosa e desapontada com os seus Conselheiros. Não queria saber de casamento, odiava a idéia de que queriam empurrá-la para um. Não estava disposta a ceder tão cedo, embora soubesse que seus conselheiros tinham razão. 

...

Boruto estava a sós com Sarada nos aposentos da Rainha. Ela parecia triste e ele ofereceu seu ombro amigo. 

A morena não contestou, não se importou com os futuros comentários sobre ela estar sozinha com Boruto em seu quarto. Poderia estar em sua companhia em qualquer outro cômodo, mas preferia o aconchego de seu quarto.

Os amigos estavam sentados no chão, sobre o grande e caríssimo tapete de pele, de frente para a lareira que aquecia aquela noite fria. 

– Soube que ele é um menino franzino. - Boruto quebrou o silêncio, falando sobre o pretendente que o Conselho havia escolhido para Sarada.

Ela soltou um riso anasalado. 

– Exagerado como sempre, Boruto. - Riu - Ele é quase da minha idade. E tem fama de ser bem dotado. - Esboçou um sorriso malicioso, tendo como intenção provocar o Uzumaki. 

– Em riqueza e poder, talvez? - Questionou sugestivamente - Mas em outros aspectos talvez nem tanto... - O rapaz fez um gesto com o dedo mindinho, fazendo Sarada rir - Se alguém tivesse me consultado, eu os teria prevenido. 

– Você não cresce. - Revirou os olhos, não contendo o riso por causa das bobagens ditas por seu amigo. 

– Lembro-me de uma vez, quando você, bem jovem, disse que jamais se casaria. - Falou mais sério, então a expressão de Sarada mudou e ela fitou a lareira - Depois do que aconteceu com sua mãe, quem pode culpá-la?

– Não quero falar sobre minha mãe agora.

O silêncio reinou por alguns segundos. Boruto sabia que Sarada temia um casamento por causa do destino de Sakura; Em contrapartida, era óbvio que ela estava ciente da importância de uma união com um Príncipe estrangeiro. 

– Você renunciaria a chance de ser mãe, Sarada, por uma promessa de infância? 

– Nem só os homens podem ser corrompidos pelo poder. - Encarou os grandes olhos azuis. Ela não queria se casar, mas não podia deixar de pensar sobre - Um herdeiro pode ser um alívio, mas também uma ameaça. 

– Mas o amor de um homem não é o de um filho. 

– Pode ser inconstante. - Esboçou um sorriso torto.

– Como o de uma mulher. 

– Uma governante não se compara com outras, certo? - Ela pegou uma moeda de ouro sobre a mesinha ao lado do tapete, olhando por alguns segundos os dois lados dela - Como a moeda que exibe sua imagem, existem dois lados dela. - Olhou para Boruto, que parecia curioso, e sorriu - Por um lado, expressa a fragilidade do sexo feminino. Por outro lado, ela é a estrutura política. 

Ela colocou novamente a moeda sobre a mesa, então novamente encarou os olhos azuis ao seu lado. 

– Então creio que é para o lado frágil que devo apelar. 

Ele colocou uma mecha dos longos cabelos negros atrás da orelha de Sarada. Gostava quando ela exibia seus cabelos soltos. 

– Mas você só escuta o outro. - Suas bochechas adquiriram um tom mais rosado - Como uma mulher pode ter certeza se um homem a ama pelo que ela é, ou pelo poder dela como monarca? 

– Um homem não pode amar as duas coisas? - Ele chegou mais perto de Sarada, aproximando seus lábios dos dela. No entanto, antes que um beijo pudesse acontecer, ela se afastou - Acha que tenho tão pouca honra a ponto  de comprometer a sua?

– Se pensasse que sequer somos comprometidos, sua honra não estaria em dúvida. 

– Sua inteligência é sua proteção, Sarada. - Disse seriamente, com um tom decepcionado - Isso provavelmente trará uma cama solitária. 

Dito isso, ele se levantou para então deixar o quarto da Rainha. 

Sarada respirou fundo, não estava com cabeça para pensar em casamento ou em romance. Sabia que tal aproximação era um tanto quanto perigosa, visto que realmente sentia algo forte e, ousava dizer, verdadeiro, por seu amigo Boruto. 

Estando novamente a sós, levantou do chão e caminhou até o móvel onde guardava o diário de Sakura, abriu uma das gavetas e encontrou o objeto após vasculhar um pouco. 

Sentou em sua cama, com o diário aberto sobre seu colo, então pôs-se a ler. 

"O dia hoje foi realmente glorioso! Entre o som dos tambores e das alegres trombetas, os estandartes agitaram-se. Na suave brisa, tomei meu devido lugar na barcaça Real, acompanhada de minhas aias mais próximas. Sasuke estava orgulhoso, ele me mimou como pôde em minha gravidez, tudo para que tanto eu quanto o bebê que cresce em mim ficássemos felizes; Então, satisfeito comigo e consigo mesmo, o Rei se despediu com um beijo, abraçou-me com força e ternura, disse então mais uma vez o quanto me ama e o quanto se sente realizado por ter me tomado como sua esposa. Ele pousou sua mão sobre meu ventre, como se estivesse abençoando a criança que nele se forma, então desejou que eu tivesse uma boa hora. Desta forma, após inúmeras aclamações, o Rei voltou para o palácio. 

O momento foi só meu! Mais memorável que minha coroação. As árvores balançavam nas margens, o rio era verde e a maré cheia logo nos guiou pelo sinuoso caminho até um dos inúmeros castelos do Rei, que pertenceu a vários membros de sua família e que foi local de nascimento tanto de Sasuke, quanto de seu irmão e dos outros Uchiha que vieram antes deles. Agora, a criança que carrego, príncipe ou princesa de Konoha, nascerá lá como seu pai. 

Durante o trajeto, muita gente aparecia às margens do rio para saudar a Rainha que estava indo para seu confinamento a espera do trabalho de parto. As pessoas acenavam, sorriam, abençoavam a criança que vai nascer. Todavia, também houveram os que sequer esboçaram um sorriso, apenas me encaravam com curiosidade e olhares maldosos. Por incrível que pareça, muitos continuam leais a Izumi e também a Mikoto, que nunca escondeu sua insatisfação com o casamento de seu caçula. Contudo, creio que vão mudar de opinião quando meu filho nascer e com certeza vão me adorar, vão desejar saúde e longa vida à Rainha Sakura! (...)"

Os muros do castelo brilhavam à luz do pôr do sol quando chegaram. 

Lordes e damas, todos muito bem vestidos, esperavam a Rainha na margem e foram ajudá-la a recolher-se em seus aposentos temporários.

 Há séculos o primeiro Rei Uchiha havia criado tal cerimonial. Talvez por ter conseguido a coroa de Konoha pela força das armas e não por linhagem, quis que fosse assim o nascimento dos seus descendentes. 

Com discreta pompa, Sakura fora conduzida até a capela, sendo recebida por seu amigo Naruto e outros nobres que rezaram pela saúde da mãe e da criança. 

Ao saírem, Sakura viu Shion, com os olhos claros a seguirem-na pelo caminho.  A Rainha lhe sorriu de forma bondosa, agora disposta a deixar para trás as diferenças de ambas e oferecer à loira seu amor como se fossem parentes de sangue; Todavia, Shion interpretou o gesto de Sakura como provocação. 

 "Não importa", pensou a rosada, "Sei que ela deseja a minha morte e da criança".

Os lordes e damas escoltaram a Rainha até sua câmara, serviram-lhe um vinho fraco e todos brindaram em sua honra. Seu amado primo, Gaara, estava entre os homens, se mostrava orgulhoso e muito feliz.

O ruivo aproximou-se para cumprimentar a prima que estava de pé perto da janela que permitia a visão do mais belo jardim, então a mulher segurou-lhe a mão e murmurou em seu ouvido: 

– Amado primo, acha que isso mudará as coisas entre eles e eu? 

– Acho. - Respondeu com convicção -  Quando for a mãe do futuro Rei, terão arrancados dos olhos um véu. Por fim, poderão ver a mulher incrível que têm como Rainha. 

Lágrimas brotaram em seus olhos, tamanha foi a onda de amor e gratidão por Gaara. Porém, antes que as lágrimas se tornassem mais grossas, Gaara e Naruto trataram de conduzi-la até a entrada de seus aposentos, desejaram boa sorte e lá a deixaram. Quando por fim todos os homens se retiraram, as aias de Sakura seguiram-na e fecharam a porta atrás da rosada. 

Segundo a lei, ela não poderia abandonar àquelas paredes até o parto, e somente poderia ver as mulheres que até o quarto a  acompanharam. 

O lugar era escuro e mal arejado, pesadas tapeçarias cobriam todas as paredes, teto e janelas, exceto uma.  Viu a estreita cama de madeira onde daria à luz, as braseiras para manter o cômodo aquecido, os frascos de perfume que tinham como finalidade cobrir o cheiro pegajoso do sangue; Então a mulher sentiu estremecer quando reparou nas panelas e bacias, na quantidade de panos rasgados, num enorme conjunto de lancetas e outros assustadores instrumentos de parteiras. 

Sakura considerou a outra câmara mais alegre. Sua cama era bonita, de madeira trabalhada e com um rico dossel. Imaginou-se uma mãe orgulhosa naquele leito, recebendo visitas importantes, sentada entre os ricos lençóis, com uma capa de veludo escarlate  forrada de arminho. E quando fossem apresentar seus respeitos, veriam o pequeno bebê no berço, enrolado com tecidos finos bordados de ouro e prata, forrados com arminho. 

Sorriu idealizando o momento em sua mente. Para ela, o nascimento de seu filho era o início de uma vida ainda mais gloriosa. 

Com o passar dos meses de sua gravidez, passou a considerar que realmente precisava de um menino, e passou a pedir por um príncipe em suas orações. 

Acomodou-se em sua cama, se familiarizando com aquele quarto onde ficaria até o trabalho de parto. Não sabia exatamente quanto tempo demoraria, só sabia que estava perto.

– Está confortável, Majestade? - Karin questionou, esboçando um sorriso amigável. 

Sakura ficou satisfeita de ter levado Karin consigo, pois a ruiva lhe transmitia confiança. 

– Sim. - Assentiu - Só sinto um pouco de medo. 

– Não tenha medo. Logo trará ao mundo o futuro Rei.

– Dizem-me que breve entrarei em trabalho de parto. - Suspirou apreensiva -  Desejo coragem do fundo do meu coração. Coragem para não gritar, para conseguir me preparar para a dor. 

– Por que diz isso? É natural que sinta dor no parto, portanto ninguém irá julgá-la quando sentir necessidade de gritar. 

– Há quem me odeie tanto a ponto de esperar à porta de meus aposentos só para ouvir meus gritos de agonia. - Falou baixo, para que apenas Karin lhe escutasse - Por isso espero ter forças nessa hora, espero que meu parto seja breve, e que meu filho nasça tão saudável quanto formoso. 

...

"Sinto que o mundo gira em favor da minha pessoa! Após dez dias confinada, dois dias sentindo indescritíveis dores, hoje pela manhã veio ao mundo um belo príncipe. Meu filho. 

Durante os dias que fiquei confinada me dediquei a bordar e fazer orações para que meu filho viesse saudável, e, claro, para que fosse um menino. Nem ao menos lembrei de escrever, diário. 

Recebia cartas do Rei diariamente, às vezes mais de uma por dia. Ele perguntava se eu me sentia bem, confortável, se era bem tratada, se comia adequadamente, se sentia os movimentos do nosso filho em meu ventre... Sasuke se mostrou muito preocupado conosco, me fez sentir mais especial do que jamais senti! Ele informou que todos os membros da Corte estavam em oração para que viesse um príncipe saudável, e para que a Rainha ficasse bem; Creio que a última parte possa ter sido mentira por parte da maioria dos Cortesãos, mas ninguém com o juízo perfeito diria ao Rei que odeia sua Rainha. 

Graças aos céus todas as orações foram escutadas. Senti um imenso alívio quando, logo após sentir o corpo de meu filho querer rasgar-me para poder sair, ouvi seu choro. Ele nasceu vivo! Antes de ouvir da boca da parteira o sexo, o sorriso estampado no rosto dela, de Karin e das outras aias presentes no meu quarto, deram-me a certeza de que eu trouxe ao mundo um menino. 

Preocupou-me o fato de ser muito pequeno até para um recém nascido, mas a parteira informou-me que já viu nascer crianças menores que cresceram fortes. Tenho esperanças de que nada de mal acontecerá, e de que meu filho um dia reinará glorioso neste país (...)."

Konoha estava em festa, o Rei agora tinha um herdeiro. Assim que foi informado sobre o nascimento de seu filho, Sasuke pegou a barcaça real e partiu rumo ao castelo onde sua esposa estava confinada. 

Fora bem recebido, claro, a empolgação estava estampada no rosto de todos os que ali estavam. Sasuke foi imediatamente conduzido até o quarto de sua esposa, que há poucas horas dera à luz. 

Sakura estava deitada, mas não dormia, ainda assim parecia exausta. As aias da Rainha fizeram reverência para o Rei, que apenas com um gesto ordenou que elas se retirassem. 

– Sakura. - Sasuke chamou contente, então sentou perto da esposa que permaneceu deitada - Como está? 

– Cansada... E preocupada. 

– Preocupada? 

Sasuke não compreendia o motivo. Sakura parecia bem, e, mesmo com o parto demorado, não parecia demonstrar sinais de infecção; E o Príncipe também estava bem, foi informado ao Rei que o garoto era saudável, embora pequeno. 

– O bebê recusou a ama de leite. - Sentou-se com um pouco de dificuldade, pois estava cansada e ainda sentia um pouco de dor.

– Por isso eu providenciei duas amas para ele, ambas saudáveis, sem histórico de loucura na família, com filhos crescidos saudáveis e bem nutridos. - Explicou - Não poderia haver melhores mulheres para alimentar nosso filho. 

– Ele recusou as duas, Sasuke! - Disse com certa angústia - Nosso filho não quer mamar! Pedi para amamentá-lo eu mesma, mas isso me foi negado! 

– Rainhas não amamentam, deveria saber disso. Tal tarefa é dada a mulheres de posições mais baixas, não a uma Rainha. 

– Sasuke, por favor... - Ela implorou com o olhar, mas seu marido não precisou negar com palavras para ela saber sua resposta. 

– Irei ordenar que as amas continuem tentando até que novas cheguem, hoje ainda. Elas podem tirar o leite dos seios e tentar dar para ele de outra forma. O Príncipe não irá passar fome. 

– Eu queria amamentá-lo com meus próprios seios. - A tristeza de Sakura era nítida. 

– Já conversamos sobre isso. Essa não é sua função, Sakura! - Disse seriamente o Rei - Há quem diga que uma mulher não pode conceber um filho enquanto amamenta o outro. 

Era frustrante, Sakura estava de mãos atadas. Cada dia que passava, ela sentia ainda mais o peso de sua posição e as consequências de suas escolhas. 

Uma Rainha não amamenta, não é ela quem cria os filhos, apenas escolhe as pessoas mais capacitadas para cumprir tais funções e supervisiona. Foi assim com Mikoto, seria assim com Sakura. 

– Eu compreendo, Majestade. - A mulher se deu por vencida ao perceber que não adiantaria discutir. 

Ambos ouviram duas batidas na porta e Sasuke ordenou que a pessoa entrasse. Era Karin, trazendo em seus braços o filho de casal.

– Majestades... - A Uzumaki disse com um sorriso, aproximando-se do casal - O Príncipe de Konoha. - Anunciou. 

– Dê-me meu filho. - Sasuke ordenou. Ele sorria orgulhoso. 

O bebê de poucas horas estava calmo, chupava seu dedo indicador e por isso não chorava por causa da fome. 

Tinha os traços de sua mãe, os grandes olhos verdes, lábios cheios, nariz pequeno e delicado. Todavia, os cabelos eram negros como os de seu pai. 

– Já escolheu um nome? - Sakura questionou. 

– Claro. - O homem sorriu - Irei nomeá-lo como eu. O chamarei de Sasuke, para que um dia ele honre o nome do pai. 

– Ótima escolha. - Concordou. 

– Você um dia será Rei, Sasuke. - O monarca disse orgulhoso para seu filho.

– É estranho pensar nele como um Rei. - Sakura sorriu divertida - Mal chegou nesse mundo.

– Ele vai crescer. - Sasuke sorriu para a esposa - Vai crescer, saudável e forte. Será um grande governante. 

– Sim. - Assentiu a rosada - Se o nome que carrega já é forte, imagino como o pequeno Sasuke será. 

– Certamente... - Concordou o soberano - Pensei em fazê-lo carregar o nome de meu pai, mas prefiro que ele carregue e honre meu nome quando for Rei. 

– E Sasuke é mais bonito. - Sorriu timidamente - Gostei da escolha, de verdade. 

O Rei devolveu seu filho para Karin. 

– Mandarei novas amas de leite ainda hoje. - Ele informou - Mantenham-no aquecido, não quero que ele pegue doenças. Meu filho é pequeno e frágil, então todo o cuidado é pouco com ele. 

– Sim, Majestade. - Disse a ruiva.

– Agora vá. - O monarca ordenou, então Karin imediatamente se retirou com o pequeno Sasuke nos braços - Sakura... - Ele se voltou para a esposa - Comemorações serão feitas pelo nascimento do Príncipe, você em poucos dias retornará para a Corte com nosso filho. 

– Sim. - Assentiu.

– Os nobres, como de costume, viriam visitar o Príncipe, mas creio que vou proibir a entrada de outras pessoas aqui. Não quero que se aproximem dele.

– Por quê?

– Nosso filho é muito pequeno, e ainda não se alimentou, então pode ter a saúde frágil. - Explicou - A vida dessa criança é preciosa, Sakura, então não posso arriscar que ele fique doente de alguma forma. 

– Acho que você está certo.

Embora concordasse com o marido, por dentro a Rainha estava frustrada. Ela não via a hora de exibir o pequeno Príncipe que trouxe ao mundo. Infelizmente, teria que esperar para ver aqueles que a criticaram se curvando para seu filho. 

– Estou muito feliz, meu amor. - Sasuke beijou a testa de sua esposa - Preciso voltar para a Corte, mas amanhã estarei aqui novamente. Agora descanse. 

(...)

Sarada estava espantada, sem palavras diante daquilo. 

Ela tinha um irmão... ela teve um irmão! Por que nunca soube? O que foi feito da criança? 

– Eu preciso olhar os registros mais antigos. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?
Beijos ♡



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do trono ao cadafalso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.