Tóxico escrita por Nahu


Capítulo 1
Ruína


Notas iniciais do capítulo

Depois de um bom tempo afastada do Nyah, aqui estou com uma fic do Naruto (sempre quis fazer) e com esse casal maravilhoso.

Como minha marca d'água a história tem sua essência triste e melancólica, coisa que eu adoro heuehehue

Eu espero que gostem desse capítulo, porque seria o final da história. Começarei a seguir a ordem linear da história, focada no Naruto e sua convivência com sua história. Digo de prontidão, não é uma história feliz.

Esta fic é betada pela AnaBBC, nas nossas idas e vindas, ela ainda puxa minha orelha. Obrigada, Baby.

Nos vemos lá embaixo, beijos.



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A corrente fria de ar passando pela porta aberta atrai a atenção das poucas pessoas presentes no recinto para a figura intrusa. Não se importa com a atenção direcionada a si e tão pouco retribui aos olhares curiosos das pessoas.  Seu objetivo ao entrar em um bar pequeno – o único aberto que encontrou nesse começo de tarde – é apenas extravasar. Em uma breve observação ao seu redor, fica desapontado com a qualidade: nem chega perto dos seus bares favoritos, entretanto, basta para o cumprimento de suas intenções. 

Normalmente ligaria para sua aparência e suas vestes, uma maneira de imposição de respeito com pessoas de classe inferior a sua. Seria alvo de olhares cobiçosos de pessoas de qualquer gênero e idade, pois é um adulto com a beleza atípica de sua família, carregada com uma importância colossal na cidade. É um homem cobiçado por sua beleza e dinheiro. Os olhares nesse momento são de surpresa e choque, visto que seu estado causa calafrios até naqueles mais desinteressados. Apenas um homem profundamente amargurado em seu íntimo e transmitindo uma aura triste.

Caminha lentamente para as banquetas localizadas estrategicamente perto do barman e suas bebidas, que seriam seus grandes amigos nesse dia e quanto mais perto, mais rápido o atendimento.  O sobretudo e cachecol expostos nele ficaram colocados de qualquer modo sobre a bancada quando se sentou.

— Senhor, um momento de atenção, por favor.

— A cada dia eles começam mais cedo a beber – Comenta o barman, dono do bar, ainda de costas e vira-se para quem o chamara – Pois não?

— Eu quero ser servido a noite toda e me pergunto se essa grana resolve esse meu desejo – Mostra arrogantemente uma quantia que faz o dono arregalar os olhos de surpresa e o moreno sorri satisfeito com essa resposta  – Muito bem. Você e eu iremos nos dar muito bem hoje.

~*~

Sob o olhar atento do barman, o moreno espera impacientemente seu copo ser preenchido por esse mais uma vez nessa noite fria de dezembro. Provavelmente existe uma camada considerável de neve lá fora para ser consideravelmente perigoso dirigir e a chave de seu automóvel caro fora confiscada há muitas horas para garantir sua segurança. Não sabe como irá voltar e tão pouco se importa, atitude própria e comum da sua personalidade.

Num piscar de olhos, a bebida já jaz na boca dele e desce queimando sua garganta até que sinta aquele típico calor se alastrando por seu corpo.  O local não se permitia o sofrimento do inverno graças ao sistema de calefação e a falsa sensação de calor causada pela bebida são as justificativas dele para o sobretudo, colete e cachecol residirem de qualquer modo no chão. Quem dirá algum dia que o um dos jovens adultos mais cobiçados (por homens e mulheres) do país com gostos finos estaria daquele modo tão vergonhoso.

— Eu não irei colocar mais uma gota nesse copo novamente – A voz do homem atrás do balcão ressoa pelo recinto quase vazio quando o jovem, Sasuke Uchiha, pediu por mais uma rodada – Chega de bebida nesta noite para você, senhor.

— Eu estou pagando e estou pedindo por mais um copo – É nítida a arrogância do Uchiha e faz uma careta em descrença – Faça o que eu peço, seu verme.

— Eu irei fechar mais cedo e meu nome é Asuma Sarutobi, trate com respeito os mais velhos – Responde calmamente e pega o cigarro de seu bolso, sem se importar em ser educado com a pessoa a sua frente – Arrume-se adequadamente, irei dá-lo uma carona para sua casa.  Amanhã você vem aqui para pegar sua chave.

— Eu não estou a fim – O mais novo faz uma cara emburrada e levanta-se lentamente da cadeira, tentando inutilmente ajeitar a blusa social amarrotada – Só vou com você agora porque meu motorista está dispensado esta noite e estou desacostumado.

— Tá, claro – Traga o cigarro pela última vez e o amassa no cinzeiro, voltando-se para o moreno e percorre o caminho até estar do seu lado – Você está em um estado deplorável, meu jovem.

Deplorável é um elogio para a situação dele. 

A camisa social, toda manchada por bebida, está abotoada erroneamente com apenas uma parte dela encontrada dentro da calça. Seu cabelo – costumeiramente muito bem arrumado e lavado – oleoso parecendo uma vassoura, daquelas bem desgastadas após muito uso.  Seus olhos, sempre tão chamativos, sem brilho algum neles e inchados de tanto chorar este dia. Para finalizar, olheiras enormes demonstrando seu cansaço, físico e emocional. A única coisa devidamente arrumada em seu corpo é o relógio, pois seu anel de casamento está jogado em um canto qualquer de Konoha.

— Me deixa adivinhar o motivo dessa bebedeira... – O Sarutobi coloca o dedo no seu queixo fingindo pensar sobre o assunto – Mulheres?

— Quem me dera – Responde sem ânimo e veste as roupas jazidas no chão para o frio lá fora – Bem mais importante que isso, meu caro.

Sem mais nenhuma pergunta por parte do mais velho, seguem sem pressa para a saída. O choque de temperatura se faz presente e ambos tremem com isso, apressando o passo para o carro indicado pelo mais velho. Simples é a definição para o automóvel do Sarutobi, condizendo com sua personalidade humilde e um cheiro forte de cigarro predominando nele.

 – O que um Uchiha faz nessas redondezas? – Indaga o motorista quando o citado se acomodou devidamente no banco do passageiro – Uma pessoa com essa aparência física e arrogância só poderia ser alguém dessa família.

— Falta de opções hoje – Arrogância era explícita em toda fala dele e este continua após o veículo começar seu trajeto – Está mais para um fardo ter esse sobrenome, isso sim.

— Acredito que seja mesmo, mas seu rosto não me é estranho – Tenta lembrar onde tinha visto o cara ao seu lado – Seu rosto não me é estranho. Talvez de um jornal daqui?

— Vamos dizer que fiz parte do evento da minha família e tive certo destaque nele – Encerra o assunto, mantendo sua identidade em oculto para o desconhecido – Minha casa é no condomínio dos Uchiha.

— Quase achei que era outro – Ironiza a informação dele, sendo de conhecimento dos cidadãos sobre a localidade deles, pois os Uchihas tinham um condomínio próprio – Você é Sasuke Uchiha, não?

— Mídia física e suas desvantagens para sua vida particular – Sempre odiou se sentir exposto nas situações e o fato do mais velho o reconhecer não melhorou em nada – Parabéns, Sherlock Holmes.

— Xeroque Rolmes ao seu dispor. Elementar, meu caro Uchiha – Ignora prontamente a aura de irritação do outro com sua brincadeira e continua – Você está sem sua aliança e acabado desse jeito. Como pode não dizer que é uma mulher seu problema? Vamos, meu jovem, sua vida é fútil demais para eu espalhar, conte-me o que está em seu coração.

Sem nenhuma resposta do Sasuke, o carro entra em um profundo silêncio enquanto seguiam em direção ao condomínio. O caminho do bar até o local é de distância média, já que levaria um pouco mais de 10 minutos para chegarem ao local, entretanto, o azar do Uchiha está forte hoje. Um forte ruído do carro chega nos ouvidos dos adultos e, em poucos segundos, saía fumaça pelo capô do carro, obrigando o Sarutobi a estacionar o automóvel e o desligar.

— É um homem – O Uchiha quebra o silêncio predominante após o Asuma ligar para o guincho, que demoraria uma eternidade para chegar – Meu problema é um homem.

— Sua esposa está o traindo? – É clara a surpresa dele após a informação dada, tenta consertar a situação – Ainda bem que se separou.

— Ela é apegada demais a mim para isso – Esclarece a confirmação errônea do curioso e, nervosamente, prossegue – Ela jamais seria o motivo da minha bebedeira, o motivo dela é Naruto Uzumaki, este também me deu esse relógio... A única coisa que me restou dele.

— Soube do acidente desse homem, tão jovem, uma pena o que a bebida faz – Observa pelo canto do olho a movimentação agitada no objeto apreciado pelo Sasuke – Entendo completamente, mas chegar ao ponto que você chegou... É muito estranho isso, meu caro.

— Eu fui o motivo desse acidente – O tom falho em sua voz denuncia sua vontade de chorar, porém segura firmemente o choro – Eu fui o verdadeiro causador da morte do amor da minha vida.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Tem esse tom triste agora no começo, mas a partir de agora terá momentos mais leves... Por enquanto.

A história contará momentos, não o dia a dia.

Qualquer comentário é sempre-vindo e favorito/acompanhamento também.

Até a próxima.

XOXO



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