10 Desejos escrita por 4ever Happy


Capítulo 9
3.


Notas iniciais do capítulo

Bem vinda nova pessoa que esta acompanhando !!
** Recomendo ouvir a musica One Last Dance by R5**

Espero que gostem ♥
Aproveitem



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Vou à beira do mar, recolher algumas conchas. Escolho as mais bonitas, com as cores mais vibrantes. Quando percebo que minha mão está cheia delas, volto. Ajoelho, junto com Trish, Dez e Austin. Estávamos montando um castelo de areia.

Espalhamos as conchas entre as torres e as muralhas que construímos. As menores eram colocadas no lugar das janelas.

— Agora o toque final. – Trish tinha feito uma mini bandeira usando canudo e guardanapo. Ela então espeta na mais alta torre.

Depois de duas horas montando, finalmente estava pronto. Sorrimos, felizes com o resultado. Ficamos um tempo admirando nosso trabalho.

— Acho melhor devolver essas coisas. – Dez recolhe os baldes e pás de plástico que usamos. Ele caminha até a criança e pede desculpas. Nós meio que pegamos sem pedir.

— É impressionante como a areia entra em todos os lugares. – A latina meche em seu maiô, incomodada.

Fomos todos ao mar, tirar a areia grudada em nossas pernas e braços. Escuto uma forte gargalhada e sinto algo denso e molhado sendo arremessado em minhas costas. Era areia.

— Quem fez isso? – Todos apontam para Trish, que ria descontroladamente. Aquilo foi o bastante para a guerra começar.

Atirávamos areia molhada uns nos outros como pequenas crianças.

— Ei,ei! Estou fora! – Trish levanta as mãos, em sinal de rendição. – Vou pegar sorvete. Vocês querem?

— Menta com frutas! – Falo sem hesitação. Eles fazem uma careta, como se aquilo fosse um pecado. Qual é? Não existe nada melhor que menta com frutas.

Vou caminhando em direção ao fundo do mar enquanto os meninos pensam no sabor que queriam. Sou obrigada a mergulhar para cortar algumas ondas maiores que eu.

— Ally? – Austin aperta os olhos, me procurando. Levanto os braços, na esperança que ele me veja. Trish já tinha ido comprar os sorvetes.

Sinto que a correnteza está me puxando para cada vez mais longe e não me dou ao trabalho de lutar contra.

— Você nunca ouviu aquele ditado? Água no umbigo é sinal de perigo! – Os meninos se aproximam. – E nesse momento a água está no meu ombro.

Abro os braços e flutuo. Flutuo e sinto a correnteza me levar. Meu corpo balançava no ritmo das ondas do mar.

Era um dia típico de verão. Todos estavam aproveitando o sol em Miami Beach e não tinha nenhuma nuvem para atrapalhar. Exceto por uma nuvem negra que se aproximava, mas as pessoas pareciam não se intimidar.

Escuto Dez cantarolar a música tema de Moana.

— Sabe, meu pai falava que eu era uma sereia. – Junto os pés como as crianças fazem para imitar uma cauda. – Quando a gente ia para a praia, eu ficava o dia inteiro na água, nadando. Sempre queria ir mais fundo. – Sorrio triste. Estava mergulhando em lembranças. Sinto falta dos meus pais.

Dez agora cantarolava alguma música de A Pequena Sereia.

— Trish está chamando a gente. Acho que o sorvete está pronto. – Austin aponta para a frente. Ela estava em pé na areia, balançando os braços. – Vamos pequena Ariel. – Ele pisca para mim.

Sinto algo borbulhar em meu estômago.

***

— Ei Trish. Fique parada assim. – Pego seu celular e ligo a câmera.

— Assim como? Encarando aqueles meninos lindos? – Tiro a foto no momento em que ela ri com sua própria fala.

A foto ficou ótima. Trish não se acha bonita, ou atraente. Ela não aceita o próprio corpo, mas eu a achava linda e tentava de todas as formas mostrar isso a ela. A latina dizia que eu gostava de ver a beleza em todas as coisas, por isso a elogiava. Por mais que eu realmente consiga enxergar a beleza em todos, eu a achava linda e ficava triste em saber que ela era a única que não enxergava isso.

— Aquele garoto deveria ser proibido de colocar uma camiseta. – Trish olhava para os meninos que estavam jogando vôlei.

— Sua tarada. – Olho para eles. – Desde quando as costas de Austin são assim? Ainda lembro de como ele era magrelo...

— A puberdade faz milagres. – Ela dá de ombros.

Reparo numa leve agitação na praia. Algumas pessoas estavam recolhendo seus guarda-sóis e indo embora. Um raio acerta o mar, seguido de um barulho estrondoso. Sinto os primeiros pingos da chuva. 

***

Estávamos em uma loja do calçadão esperando a chuva passar. Nosso castelo de areia foi destruído, e a única coisa que sobrou foram as conchas perdidas.

Reparo que um senhor continuava a tocar seu violino em meio a pequena tempestade. Ele estava sendo protegido por um minúsculo guarda-chuva, mas era possível ouvir sua música mesmo com o som da água.

— Ally? – Escuto Trish dizer quando saio na chuva. Vou até ele e lhe dou dois dólares, mesmo ele merecendo mais que isso.

— Deus lhe abençoe. – Agradece com gratidão. Ele então muda de canção.

Reconheço aqueles acordes. One Last Dance by R5.

Fiz dança contemporânea quando tinha 14 anos. Minha mãe me obrigava a ir em todas as aulas, mesmo eu dizendo que preferiria Ballet. Austin me acompanhava, e durante a aula ficava paquerando outras dançarinas. Lembro que naquele verão ensaiamos uma apresentação para essa música.

— Você se lembra? – Pergunto a Austin. Coloco meus chinelos de lado e sinto o chão molhado.

Algumas pessoas me olhavam com curiosidade por eu estar em meio a chuva. Fecho os olhos e me concentro na música, em seu ritmo. Sorrio ao perceber que me lembrava de cada movimento.

Abaixo a cabeça e levanto as mãos. Era assim que a dança começava. Dou pequenos rodopios pelo cimento. Mexia meus braços e pernas com precisão.  A coreografia estava fresca em minha memória depois de tantos anos.

Quando o refrão finalmente chega, Austin está lá. Corro até ele e o abraço. Em poucos segundos ele se abaixa, e vai para longe de mim. Sorrio, ele se lembrava dos passos tão bem quanto eu. Todas as vezes que eu tentava chegar perto dele, ele se esquiava, como na apresentação.

Nossas mãos finalmente se tocam, e é nesse momento que ele vem até mim com passos tímidos. Dançamos uma valsa lenta e no estante seguinte separamos. A dança narrava todos os desencontros de um casal. Fizemos os mesmos movimentos, porém separados. Representava a dor.

Corro até ele com a mesma intensidade da música. Como nos ensaios de anos atrás, Austin me ergue no alto e um sorriso involuntário se faz presente em mim. Seus braços estão em minha cintura agora, guiando minhas voltas.

O ritmo da música diminui. Passo a mão em seu cabelo, seus fios estavam molhados pela chuva. Ele se aproxima o bastante para nossas respirações se misturarem. Estávamos ofegantes.

Não existia pessoas nos olhando, não existia chuva. Existia apenas eu, Austin e a música. Nossos olhares se encontram e sinto algo dentro de mim se acender. Ele coloca uma de suas mãos em meu rosto e me olha com delicadeza. Fecho meus olhos quando reparo que nossa distancia está diminuindo.

Nossos sorrisos somem ao ouvir as palmas. A música acabou. Nos afastamos envergonhados.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM- O que acharam do capitulo??

FAVORITE- Assim voce nao perde nenhum capitulo

RECOMENDE- Se estiver gostando da fanfic

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