10 Desejos escrita por 4ever Happy


Capítulo 7
5.


Notas iniciais do capítulo

Já voltei!!

Obrigada a Veh Marano e Little Girl que continuam vivíssimas nessa área do Nyah!!

Esse capitulo é para vocês, aproveitem ♥



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— Minha cabeça está explodindo! – Foi a primeira coisa que Trish disse ao acordar.

— Aqui. – Pego o copo de água que tinha reservado para ela. – Dez veio aqui de manhã e deixou esse comprimido. Disse que vai te ajudar na ressaca. – Entrego o remédio. A latina toma sem antes protestar.

Trish se levanta, e procura no frigobar alguma besteira para comer.

— Nunca mais me deixe beber desse jeito. – Ela diz com a boca cheia de chocolate.

— Acho que temos que criar uma regra aqui. Te manter longe de qualquer coisa alcoólico. Você vomitou no segurança... Duas vezes. E não faz ideia de como foi difícil dar um banho em você.

— Como assim segurança? Fomos expulsos da festa de casamento? – Ela me olha confusa. Explico a ela tudo que aconteceu, desde dançar com um garçom até subir no palco e interromper a música. – Ok, eu acho que passei dos limites. E me desculpe... Você queria tanto ver aquele tal de Elliot e no final aconteceu toda essa confusão.

— Tudo bem, me diverti muito ontem. No final, até esqueci dele, acredita? – Sorrio com as lembranças da noite anterior. Se tivéssemos ido à festa, não teríamos nos divertido tanto.

— Posso não me lembrar de muita coisa do casamento... Mas se tem algo que eu lembro, é de ver você e Austin juntos... O que rolou ali afinal?

— Nada demais. – Balanço os ombros.

— Sabe Ally, quando duas pessoas crescem juntas, ou tem uma amizade muito intima, que é o seu caso com ele, é normal se apaixonarem um pelo outro... –Reviro os olhos com a fala de Trish, deixo de dar ouvidos enquanto ela continuava. Ela sempre torceu para que algo acontecesse ente nós.

De repente lembro de tudo que senti ontem.

 De como reparei que nossas mãos se encaixavam perfeitamente uma na outra, ou em como me sentia protegida com ele por perto. Me lembro das misturas de emoções que senti ao longo da dança, em como sua voz rouca me acalmava...

— Eu preciso caminhar. – Levantei num pulo. – Clarear um pouco minha cabeça. – Me sentia ofegante, sem ao menos ter dado um passo.

Afastei todos os pensamentos que envolviam Austin e sai do hotel, deixando Trish falando sozinha.

***

— Eu quero a sua bebida mais forte! – Bato no balcão daquele pequeno bar. Fora eu tinha mais duas pessoas no estabelecimento, acho que as pessoas não costumam beber logo pela manhã.

— E você por acaso tem mais de vinte e um anos, mocinha? – O barman me pergunta. Digo que não e ele prossegue – Então sem bebida forte para você. – Abro a boca para protestar, mas o mesmo me corta – Para a sua sorte hoje temos água e refrigerante.

Reviro os olhos.

Anotação mental: Fazer uma identidade falsa.

— Você vai mesmo negar bebida para mim? – Ele diz que sim. – Se eu te contar a minha história, você vai querer me deixar bêbada agora mesmo.

— Vamos ver se é verdade então. – O barman coloca o pano de prato em seu ombro e se apoia no balcão, me dando total atenção.

Respiro fundo e começo a contar o dia da minha formatura, onde tudo começou.

***

— Allicia, você está louca? – Austin senta ao meu lado. – Você saiu e não avisou onde iria, ficamos preocupados.

— Não precisa me tratar como uma criança. Sei me cuidar. – Bati o copo vazio no balcão, e Kevin (o barman) tratou de encher.

— Sabe mesmo? Você some desse jeito sendo que pode passar mal a qualquer momento e está bêbada. Quem parece a criança aqui? – Ele me olha sério.

Encaro o copo em minhas mãos. O liquido escuro tinha um gosto extremamente forte e queimava a garganta a cada gole; mas ao mesmo tempo era doce e refrescante. Bastou três toses para que eu me acostumasse com seu sabor.

— Ei Austin, quer ouvir algo engraçado? – Digo depois de um tempo, quebrando o silencio constrangedor. Levo o copo à minha boca, engolindo todo o líquido de uma vez. – Fui aceita em Harvard.

— Ally, isso é incrível! Harvard é simplesmente o seu so...

— Quando fui caminhar hoje, recebi uma notificação no meu celular dizendo que eu tinha e-mails não lidos. Cliquei para ver o que era, e lá estava. Fui aceita em Harvard, e nas outras duas melhores faculdades do país. – Entrego meu celular ao loiro, para que ele conferisse os e-mails.

— Então nós precisamos comemorar! Harvard não é para qualquer um. – Austin leu as mensagens e pareceu realmente animado, mas o interrompo:

— Liguei para os meus pais, contando a novidade. Disse a eles que não iria precisar do dinheiro da poupança da faculdade que eles tinham reservado para mim, porque eu ganhei uma bolsa integral. E eles me contaram que o dinheiro da poupança está pagando essa viagem. O meu dinheiro para a faculdade estava pagando o hotel, a comida, os passeios.

— Ally, a gente ia te contar... – Sua animação evaporou em segundos. O interrompo mais uma vez:

— Eu sempre fui a melhor aluna da turma. Sempre deixava de ir às festas para ficar em casa estudando. Me esforcei tanto, Harvard era o meu sonho. – Bato no balcão, esperando Kevin encher meu copo novamente. – Deixei de dormir para refazer trabalhos, e tudo isso foi jogado fora. Nada disso valeu a pena, porque eu não vou para a universidade. Eu não vou a lugar algum porque eu estou morrendo.

— Ally, não diz isso...

— Eu estou morrendo, Austin! Eu posso sentir isso. – Engulo o liquido escuro mais uma vez na esperança de que ele me acalmasse. – Não vou para Harvard... Não irei chorar de emoção experimentando meu vestido de noiva, ou planejar minha lua de mel; porque eu não vou me casar. Não vou ter filhos ou netos, porque eu não vou construir uma família.

Levo minhas mãos à boca, tentando conter os soluços. Afundo meu rosto em meus braços, respirando fundo para me acalmar. Eu estava sufocada com minhas próprias lagrimas.

— Vocês podem realizar alguns desejos idiotas que eu tenho, mas não darão minha vida de volta.

— Você sabe que se tivesse qualquer coisa que eu pudesse fazer para mudar isso, eu faria. – Austin pega meu copo e vira. Bate no balcão e Kevin vem enche-lo. Ele bebe uma, duas, três toses seguidas. Respira fundo, fazendo uma careta por conta do gosto amargo da bebida. Engole em seco, como sempre faz quando quer criar coragem. – Eu adoraria mudar isso, porque sempre que imagino meu futuro, você está nele.

Austin passa seus dedos em meu rosto, contornando cada centímetro da minha bochecha. Me admira com um sorriso triste e completa:

— Adoraria poder falar tudo o que penso em relação a você, mas amanhã provavelmente você não se lembrará dessa conversa.

— Acho melhor voltar para o hotel. – Digo por fim.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM- Finalmente Ally desabafou tudo o que estava sentindo!!

FAVORITE- Assim você não perde nenhum capitulo

RECOMENDE- Se estiver gostando da historia !!

E não esqueça:
Seja Happy



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