Cinquenta Tons de Anastácia escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 15
O Herdeiro Homem


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/JF76xjEIku0



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P.O.V. Christian.

Eu serei pai novamente e desta vez pai de um menino.

—Tem uma coisa que você precisa saber sobre o nosso filho Christian.

—Que ele vai ser bruxo?

—Também, mas acho que ele vai algo mais específico, mais raro.

—O que?

—Uma recorrência. Um Dopplegganger.

—Dopplegganger de quem?

—Geralmente, do parente homem mais próximo. Ou seja...

—Eu.

—Se prepare, porque recorrências tendem a infernizar a vida daqueles com quem se parecem. Está na natureza deles.

—Que droga.

—E que nome vamos dar pra ele?

—Não sei Christian. Que tal um nome bíblico, para trazer sorte?

—Pode ser, eu nunca fui muito religioso.

—Mas, eu sou.

—Em que nome estava pensando?

—Daniel. Como o profeta Daniel.

—É bom.

—Pensando bem, não sou cristã, acho que um nome cristão pode ser um erro.

—Ai, como você é complicada! É só um nome!

—Não. Não é. Seu nome te representa, te define, interfere diretamente na sua personalidade, na sua vida.

—Paul. Esse nome é bíblico?

—É.

—Já sei Lorenzo. Sempre achei esse nome bonito e eu verifiquei não é bíblico. Então, o que você acha?

—Eu gosto de Lorenzo.

—Lorenzo Gray. Eu gosto.

—Então escolhemos?

—Sim. Escolhemos. É certeza que ele vai ser uma recorrência?

—Não. Mas, há grandes chances.

O tempo foi passando e a Ana estava cada vez mais grávida, grande demais para estar grávida de uma criança só.

—Eu acho que é mais de um.

—Gêmeos talvez?

—Provavelmente.

Então no dia da ultrassonografia foi confirmado que eram gêmeos bivitelinos.

—Lúcifer e Lorenzo.

—Lúcifer como...

—A justiça divina. Significa Estrela da manhã. Seu nome de batismo era Samael.

—Você é uma bruxa não é?

—Sou. Mas, não sou serva das trevas, sou serva da natureza.

—Ana, na sua primeira gravidez, você morreu. 

—Eu sei Christian. Estou ciente.

—Espero que não aconteça novamente.

—O que quer que aconteça... é a vontade da Deusa.

—É a vontade da Deusa? Ta brincando Anastácia?

—Não. Não estou. Ela tudo sabe e tudo vê.

—Então ela mandou dois bebês recorrências para me infernizar?

—Não. Só um. Uma recorrência por geração, é a regra. Um é, o outro não.

—E qual vai ter qual nome?

—Acho que a recorrência devíamos chamar de Lorenzo e o outro menino, chamamos de Lúcifer.

—Tudo bem. Como quiser.

—Quem é você e o que fez com o meu marido?

—Saber que você é uma bruxa poderosa, saber que as coisas que povoam os pesadelos, que os contos de fadas são reais é bem assustador.

—Eu ainda sou eu e eu ainda amo você por você. E sinto falta de brincar no quarto vermelho.

—Mas, não grávida.

—Não. Não grávida. Nunca grávida. E da próxima, a gente tem que usar preservativo!

Como previsto Lorenzo nasceu e conforme crescia demonstrava sua semelhança física comigo e sua constante habilidade nata de me infernizar.

Ele cresceu e foi se tornando cada vez mais indomável. Ninguém lhe dizia não. Só a minha mulher, era ela que o mantinha sob controle.

Então ele se envolveu numa encrenca. A polícia cercou o prédio da empresa e ele estava no terraço com uma moça como refém.

—Me deixem passar, é o meu filho lá encima. 

—Sério, deixem ela passar. Ela é a única que pode detê-lo.

—Tudo bem.

P.O.V. Lorenzo.

Eu não consigo controlar. Porque eu não consigo controlar?

—Lorenzo!

—Mamãe...

—Deixa a moça ir.

—Não! Eu quero respostas!

—Respostas pra que meu filho?

—Porque eu não consigo controlar? Porque?

—Eu não sei, mas nós vamos descobrir. Vamos descobrir juntos meu filho. Deixe a moça ir. Ela é uma inocente Lorenzo, machucar não vai ajudar pelo amor da Deusa meu filho... deixa a moça ir.

—Eles vão me prender. Vão me colocar na gaiola, vão me fazer de cobaia!

—Não meu filho. Ninguém vai colocar você em uma gaiola ou te fazer de cobaia.

—Porque eu não morro? Porque eu volto?

—Eu não sei. Isso só quem pode responder é a Deusa. Ela te deu esse dom por alguma razão, mas não sabemos qual é.

—Eu não quero viver pra sempre! Eu quero morrer. Pra estar com a senhora quando passar para o outro lado.

—Meu filho... do outro lado ou desse lado eu sempre estarei com você, em você. Sempre. E pra sempre.

—Eu quero ter controle sob mim.

—Vamos conseguir. Quer ter controle sob si mesmo? Qual é a coisa certa a ser feita numa situação dessa? O que o meu filho Lorenzo, que eu amo e eduquei desde bebê faria?

—Deixaria a moça ir.

Eu soltei a moça devagar.

—Pronto. Vem minha criança, venha devagar.

Minha mãe a estava levando.

—Você vai me abandonar? Vai escolher ela ao invés de mim?

—Não! Nunca meu filho. Eu vou levar a moça pra baixo e eu vou voltar. Eu prometo.

Ela desceu com a mulher e assim que ela saiu, minha mãe lançou um feitiço para que ninguém conseguisse entrar no prédio.

—Que é isso? Porque isso bruxa?

—Ele não tem controle. Precisa de ajuda e eu não vou deixar vocês prenderem o meu filho.

Ela subiu de volta e eu apontei a arma pra ela.

—Lorenzo. Lorenzo, é a mamãe. Seu pai está lá embaixo. Você quer vê-lo?

—Não. Eu quero ver você.

—Estou aqui querido. Mamãe está aqui.

—Você não sabe como é. Eu tava morto ontem mãe, mas eu voltei. Isso não é natural certo?

—Querido, existe um propósito para tudo o que a Deusa cria. Você encontrará seu propósito. Lembra da música que eu cantava pra vocês dormirem á noite?

Ela começou a cantar. 

—Deixa a arma ai e vem comigo.

—Não!

Eu subi no parapeito do prédio e apontei a arma para a minha cabeça.

—Pelo amor da Deusa meu filho!

—Se eu não morrer desse jeito, eu não morro mais.

—Não Lorenzo! Em nome da Deusa! Eu lhe imploro meu filho!

—Eu quero morrer. Eu não quero viver sendo confundido com o pai, não quero ser a sombra dele.

P.O.V. Ana.

Eu ouvi o tiro.

—Lorenzo! O meu filho!

Vi o corpo cair. Eu desci ás escadas correndo e me coloquei entre á polícia e o corpo.

—Senhora... a perícia tem que levar e...

—Não. Não vai profanar o corpo do meu filho. O meu filhinho.

A bala saiu e o ferimento começou a cicatrizar, dava para ver o cérebro se refazendo e os ossos que foram quebrados na queda... pudemos ouvi-los voltando para o seu devido lugar.

—Que porcaria é essa?

—Não é porcaria. É a obra da Deusa, ele é exatamente quem e o que ela quis que ele fosse.

Ele respirou.

—O que aconteceu? Porque eu não to morto?

—Porque é a vontade da Deusa. Vem filho, vamos pra casa.

—Espera ai, a senhora não vai levá-lo pra lugar nenhum.

—O meu filho acaba de renascer e você quer levá-lo para a prisão?

—O que aconteceu antes dessa morte?

—Não se lembra?

—Não. Fomos assaltados? Como da última vez?

—Não filho. Você pegou uma funcionária da empresa e a colocou sob a mira duma arma.

—Eu não faria isso. Faria?

—Olha, vamos ao médico, vou ligar para umas conhecidas minhas e vamos resolver o que quer que seja que está te perturbando filho.

—Que tal o fato de que eu não morro?

—Todos nascemos com um propósito maior. O seu está apenas para ser revelado.


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