Alguns anos haviam se passado desde que Poseidon e Atena tinham estabelecido a paz, pelo menos era isso que todos os outros olimpianos sabiam que tinha acontecido naquele encontro que eles tiveram, mas ambos tinham feito bem mais do que as pazes e a quase dez anos eles estavam namorando escondido de todos.

Era óbvio que isso não era nada comparado a um tempo de vida imortal que os dois estavam, porém naquela manhã Atena estava nervosa, andava de um lado para o outro no quarto, tinha mandado Hermes entregar uma carta pessoalmente a Poseidon e agora esperava uma resposta.

Uma batida suave na porta, fez com que ela corresse até ali e a abrisse, vendo Poseidon com a mão no bolso e um sorriso no rosto, que sumiu assim que viu a cara de preocupada da deusa.

— O que houve? – ele questionou preocupado.

— Entra – Atena pediu, dando espaço para ele passar.

Depois que a porta foi fechada, ela olhou o deus que estava completamente confuso.

— Não podemos mais esconder nosso relacionamento – disse a mulher vendo o deus dos mares se sentar na sua cama.

— Por quê? – perguntou, eles tinham conversado muito para decidir que aquilo ficaria apenas entre eles, agora ela queria contar a todos os outros deuses.

— Eu to grávida – contou, fazendo Poseidon levantar da cama pasmo.

— Atena, isso e sério? – Ele perguntou se aproximando da sua amada que sorriu assentindo.

O deus dos mares a puxou com delicadeza, selando seus lábios em um beijo calmo, se ajoelhando de modo que ficasse de frente para a barriga, mesmo que inexistente da deusa. Ele deu um selinho ali, fazendo ela rir, mas agora ele entendia o desafio que seria contar aos outros deuses.

— Como faremos isso? – Perguntou a puxando para cama, fazendo ela o abraçar.

— Pensei de contarmos no conselho de hoje – disse respirando fundo.

Ele beijou o topo da cabeça de Atena imaginando como o dia seria difícil, ele apertou a caixa dentro de seu bolso, havia esperado o momento perfeito para fazer isso a tanto tempo e agora que tudo deixaria de ser um segredo parecia que era a hora certa.

— Atena...– sussurrou, vendo-a olhar para cima.

— Oi – respondeu usando o mesmo tom que ele.

Poseidon sorriu, ela era tão delicada, tão pequena, mas tão assustadoramente bonita.

— Eu quero ter certeza que você vai continuar comigo depois do conselho de hoje – confessou e ela sorriu.

— É claro que vou, não importa o que digam – disse e ele sorriu.

— Quero ter certeza que vai estar comigo pelo resto de nossa vida imortal – Poseidon tirou a caixa de dentro do bolso, abrindo-a, chamando atenção ao anel que tinha ali dentro.

Atena olhou incrédula, desviando o olhar do deus para o anel algumas vezes.

— Quer casar comigo? – Perguntou e ela riu, o beijando.

Era estranho como ela amava aquele contato, que ele tivera tanta paciência com ela, tanto cuidado para que ela aceitasse e se acostumasse com cada toque dele, mesmo os simples como um roçar de mãos, aos mais complexos, ele nunca a apressou, nunca.

— É claro que eu me caso com você, Poseidon – ela disse, colocando a cabeça na curva do pescoço do homem, enquanto ele colocava a aliança em seu dedo.

Saber que estava noiva não a deixava menos nervosa, mas ela sabia que Poseidon a apoiaria, eles tinham concordado que ela começaria a conversa depois que todos os assuntos fossem debatidos. Atena estava sendo discreta quanto ao anel em seu dedo, não precisava que ninguém visse antes da hora e começasse implicâncias.

O conselho aconteceu normalmente, mas para o casal aquilo estava sendo uma tortura, Atena nunca imaginou que aquilo poderia ser tão tedioso, mas estava, ela queria que chegasse logo ao fim e por fim Zeus se levantou, sendo que todos os temas tinham sido retratados.

— Então daremos...

— Pai – Atena chamou, vendo Zeus olhar confuso, ela nunca interrompia o homem. – Eu queria falar mais uma coisa.

Apolo resmungou, mesmo sendo muito seu amigo, ela sabia que os discursos dela o entediavam.

— Claro – O deus dos deuses se sentou novamente em seu trono, deixando Atena, que não se deu ao trabalho de levantar falar.

— Eu poderia procrastinar muito, mas acho melhor ser direta, eu estou noiva e grávida de Poseidon – a deusa disse simplesmente, vendo a reação de surpresa de todos.

Hermes até mesmo engasgou, cuspindo o vinho que levava a boca. Atena corou com os olhares que eram dirigidos aos dois com tal confissão.

— Isso é algum tipo de piada? – Zeus perguntou parecendo à beira de explodir e os raios ressoando lá fora eram a prova disto.

— Não, não é irmão – o deus dos mares disse, sem se mexer. – Eu e Atena estamos juntos a algum tempo, só nunca contamos nada para evitar algo que seria desnecessário, mas não tem o porquê escondermos mais isso, então.

— Eu sabia! – Afrodite gritou apontando para Apolo que revirou os olhos.

— Eu não acredito – Artêmis comentou pasma, vendo a deusa do amor comemorar.

— Não apostem contra mim, eu disse que eles deveriam estar juntos para estarem tão de bom humor – Afrodite disse, apontado para Apolo e Artêmis que bufaram. – Pera, e seu juramento Atena?

— Nunca existiu – Confessou, vendo a deusa do amor arregalar os olhos – Foi apenas para você sair do meu pé.

— A quanto tempo vocês estão juntos? – Zeus perguntou, dirigindo-se a sua filha favorita que sorriu envergonhada antes de contar.

— Dez anos.

O pai da deusa da sabedoria olhou para o irmão, respirando fundo.

— Se vocês se amam, não sou eu que vou impedir o relacionamento de vocês – Zeus disse contragosto, olhando a esposa que assentiu sorrindo.

— Vamos comemorar – Afrodite disse se levantando, fazendo todos rirem.

Zeus deu fim no conselho e liberou todos, vendo Poseidon ir até Atena e dar um beijo rápido na noiva.

— Finalmente confessamos o que sentimos para o mundo – ele disse no ouvido da deusa que sorriu.

— Fico feliz que eles tenham aceitado bem nosso relacionamento – a deusa disse olhando para o homem – mas de qualquer maneira, poderíamos criar nosso próprio mundo.

Ele riu assentindo.

— Desde que estejamos juntos, não importa em qual universo seja, estarei feliz – ele a beijou novamente, mesmo depois de todos esses anos, ele ainda não acreditava que finalmente ela era sua.