Segredos escrita por Semideusadorock


Capítulo 1
Trégua


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, tudo bem? Espero que sim.
Faz tempo que não trazia uma one, e já estou querendo a um tempo, então, espero que gostem.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735657/chapter/1

Os olhos azuis acinzentados da deusa vagavam pelo Central Park, tudo em tonalidades brancas devido a neve que apesar de ter parado de cair nas últimas horas ainda assim tinha deixado claro seu rastro.

Atena suspirou, abraçando mais seu corpo, começando a sentir o frio lhe incomodar e quase desistindo daquilo e voltando para o Olimpo, estava cheia de coisas a fazer, ela fechou os olhos, ela estava nervosa e odiava se sentir assim, porém depois da briga do dia anterior no conselho com Poseidon e ele a vindo procurar, dizendo que não queria mais continuar daquela maneira, não viu como recusar uma proposta de trégua. 

Sentiu um tecido ser posto com delicadeza sobre seu ombro, fazendo com que ela abrisse os olhos e seguisse Poseidon com eles, vendo-o se sentar ao seu lado, fazendo uma careta ao sentir o banco frio que eles se encontravam.

— Não pensei que viria – Atena admitiu, desviando o olhar dele para o cenário que eles tinha a frente, não gostava de passar muito tempo olhando o deus dos mares.

— Sei que atrasei, porém tive um imprevisto em Atlantida e tive que resolver antes de sair, mandei uma carta ao seu templo hoje cedo avisando – Poseidon disse, mas a deusa não tinha visto, ela havia passado o dia todo no mundo dos mortais, andando para lá e para cá, procurando algo que a distraísse.

— Sem problemas – deu de ombros, respirando fundo.

— Quer ir a um lugar mais quente? – O deus perguntou, vendo que ela ainda estava com frio, analisando-a.

Sua pele branca devido à falta de sol parecia mais branca do que o costume, seu nariz e bochecha estavam vermelhos devido ao frio, ela usava uma maquiagem leve, quase inexistente, seus cílios negros tinham até mesmo alguns floquinhos de neve instalados ali, indicando que ela estava a muito tempo sentada, esperando.

A deusa assentiu, levantando-se e caminhando lado a lado de Poseidon. Ele era alguns centímetros mais alto do que ela, e ele quase não a olhava, como ela. A mulher estava acostumada com essa atitude, tanto por fazer o mesmo, talvez por motivos diferentes, sempre que olhava muito tempo para o deus dos mares ela percebia coisas e sentia coisas que não queria, o que as vezes fazia com que ela o provocasse, pois sabia que a raiva ultrapassaria isso.

— Por que me odeia? – Poseidon questionou, a fazendo sorrir de leve.

— Não te odeio – admitiu, olhando o céu, provavelmente outra nevasca iria atingir a cidade – Só que a maioria de suas atitudes me irritam e algumas coisas que você fala, e você?

— Também não te odeio, mas admito que meu orgulho me faz fazer coisas no qual me arrependo, como na briga de ontem – lembrou-a, vendo-a assentir.

Fazia um bom tempo que os dois não discutiam do modo que foi no dia anterior, a ponto de Apolo e Hermes irem segurar Poseidon e ele sair no meio do conselho, voltando novamente algum tempo depois, quando estava mais calmo.

— Eu estou cansado Atena, brigamos a tempo demais – confessou, Poseidon.

— Sim, mas parece que nunca conseguimos evitar – a deusa complementou, enquanto Poseidon abria a porta de uma cafeteria para ela, agradecendo-o com um assentindo simplesmente.

— Por isso achei que precisávamos ter essa conversa sem os outros deuses, sem ninguém para nos cortar ou para dar motivos para discutirmos – o deus disse, sentando em uma mesa afastada, aonde ambos poderia conversar sem se preocupar se seriam escutados.

— E como pretende fazer que essa trégua de certo? Afinal nos conhecemos a milênios e nada muda – disse vendo o garçom caminhar até eles, depois de anotar os pedidos ele os deixou sozinho.

— Não posso negar que somos opostos, porém acho que se nos conhecermos podemos chegar a um acordo, ou quem sabe até fazer uma amizade – sugeriu o deus e ela assentiu.

— Que tal fazermos o seguinte, você diz alguma qualidade minha e eu digo alguma sua e podemos debater sobre elas – a melhor estrategista do Olimpo sugeriu e viu ele assentir.

— Tudo bem, eu gosto da sua organização, mesmo que ela seja bem irritante de ouvir no Olimpo, queria ter um pouco dela – admitiu Poseidon, o que a fez sorrir e assentir.

— Apesar de te julgar muito por isso, gosto do fato de deixar que seus sentimentos sejam transparentes, você não importa de que modo isso vai te afetar, não tem medo de sentir – Atena disse vendo ele sorrir com a confissão

— Gosto da sua teimosia, apesar disto gerar muitas brigas entre a gente, você não desiste do que quer – ele disse, admirava isso nela, ela era tão teimosa quanto ele.

— Digo o mesmo – Atena refletiu, vendo o garçom pôr os pedidos na mesa.

Poseidon riu, chamando a atenção de Atena e ela não precisou perguntar para ele se explicar.

— Passamos tanto tempo julgando um ao outro por sermos opostos, mas ao mesmo tempo que reclamo disso, gosto disto em você e vise e versa. – Poseidon concluiu.

Atena abaixou a cabeça sorrindo.

— Tem algo que eu não gosto, que mesmo assim somos opostos – ela disse, levantando o olhar para encarar o verde-mar dos olhos de Poseidon.

— O que? – Perguntou calmo.

— Não gosto de ver você traindo sua esposa, já deixei isso claro inúmeras vezes.

— Eu não tenho esposa Atena – confessou, vendo-a abrir e fechar a boca algumas vezes, surpresa.

— Como assim? E Anfitrite? 

— Ela se apaixonou por outro homem e me deixou a muitos anos atrás, levando o filho dela com o amante junto, quando viu que eu descobri, nunca contei isso para ninguém, esse é meu maior segredo – O deus confessou, se aquilo era necessário para fazer as pazes com Atena, ele contaria e engoliria seu orgulho.

A deusa recostou-se na cadeira pasma, respirando fundo.

— Posso te contar um segredo Poseidon? – ela questionou, sempre quis contar aquilo a alguém, mas nunca encontrou ninguém que confiava para isso.

— Claro, justo, mas antes deixe eu te contar mais um – Poseidon disse e ela assentiu. – Eu nunca te odiei, eu sempre te amei, desde o dia que te vi, mas nunca disse nada por conta... – Ela entendeu, fechando os olhos, a deusa suspirou.

— Eu nunca fiz meu juramento, foi uma promessa que fiz a mim mesma, porém menti a Afrodite porquê ela insistia em me arrumar homens – Atena confessou, abrindo os olhos e encarando os do deus – mas eu não podia fazer isso, porquê o que eu amava era casado.

Os dois se olharam por um longo tempo e Poseidon riu fraco, respirando fundo.

— Então todos esses anos de brigas fúteis, foram por segredos que nenhum dos dois contava ao outro, eu não sou casado a milênios e nunca contei isso a ninguém e nunca contei o que senti por você por conta de um juramento que nunca existiu, me sinto um idiota nesse momento.

— Somos imortais Poseidon, sem mais segredos... – concluiu a deusa da sabedoria e ele sorriu.

Poseidon segurou a mão de Atena por cima da mesa, ela não a puxou, nem nada, apenas deixou ali, a mão delicada dela, competindo com a calejada dele.

— Eu te amo, Atena! Esse é o meu outro único segredo.

— Eu também te amo, Poseidon! Esse é o meu outro único segredo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- O que acharam?
— One de continuação: https://fanfiction.com.br/historia/735922/Confissao/

Beijos e até!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.