A Lenda dos Dragões escrita por Hakiny
Notas iniciais do capítulo
As coisas vão ficar um pouco mais violentas daqui em diante, espero que não se assustem heheh
— Você tá me dizendo que o dragão de ferro morreu afogado? — Karin estampava incredulidade em seu rosto.
— Não só isso, ele se afogou em uma poça que mal alcançava os meus joelhos… — Thomas explicou.
— Isso é mentira, não é? — Karin sentia alguns tiques em seu olho esquerdo.
— Karin, uma de suas habilidades é saber se alguém diz a verdade ou não. Você é quem deveria nos dizer isso! — Chow sussurrava próximo ao ouvido da garota.
— Nem me lembre disso… — A princesa se jogava contra o encosto da poltrona em que estava.
— O rei me deu o título de duque e algumas terras por conta desse feito. — O velho completou.
— Isso é irreal! É rídiculo! Um grande dragão poderoso se afogou em uma poça de água.
— Bom, você pode levar em consideração, que Zaru tinha cerca de 80 anos e estava bêbado. — Jean tentava consolar a garota.
— UMA POÇA!!! — Karin choramingava nos ombros de Chow.
Thomas estava confuso diante de toda a situação.
— Não se preocupe senhor, é só uma garotinha presenciando a destruição de seus sonhos de infância. — Chow dizia com tranquilidade enquanto consolava a companheira com afagos em seus cabelos.
— Duque Thomas, o senhor não teria alguma informação adicional sobre a possível existência de um descendente de Zaru? — Jean prosseguia com a investigação.
— Vocês souberam do massacre no castelo do rei Richard? Faz dois anos que aconteceu… tive medo que ele viesse atrás de mim! As descrições das técnicas de combate, a resistência aos golpes recebidos... tudo apontava para a ressurreição de Zaru! Mas tinha um pequeno grande detalhe sobre essa história… — As palavras de Thomas fizeram todos na sala se atentarem a conversa — O monstro destruidor era uma mulher!
— Uma mulher? — Karin encarava o duque.
— Sim! Chamavam-na de “A Misericordiosa”. Eu tive medo, então resolvi investigar. O nome dessa mulher é Isabel, por muito tempo ela serviu ao exército do rei e a sua fama de invicta era grande.
— Mas… Por que ela se voltou contra seu próprio rei? — Chow perguntou.
— Ninguém sabe. — Thomas deu de ombros.
— Ela é filha de Zaru? — Jean encarava o duque.
— Pouco provável! Ela está na casa dos vinte anos. Bom, lembram da taberneira que falei? — Todos na sala acenaram positivamente com a cabeça. — Pois bem, ela tinha um filho. Era um moleque de uns 12 anos… Ninguém se atrevia a especular mas… ele era a cara do Zaru!
— Sinto um frio na barriga só de pensar o quanto essa mulher pode ser perigosa… — Karin abraçava o próprio corpo.
Um pouco distante dali, às margens de um pequeno riacho que se encontrava aos arredores de um pequeno vilarejo, 4 baderneiros se escondiam entre algumas folhagens para espiar uma bela garota em seu momento de banho.
— Eu acho que nunca vi uma mulher tão linda na vida! — Um dos homens se debruçava sobre o arbusto que os mantinha escondidos.
— Você diz isso todas as vezes que encontramos uma mulher diferente. — O seu companheiro o repreendia.
— Do que está falando? Está vendo o mesmo que eu? Olhem para aquele corpo… parece ter sido esculpido em mármore! — Alguns respingos de saliva escorriam pelo seu rosto.
— Ela está sozinha? — O terceiro homem averiguava o local.
— Acho que hoje a sorte sorriu para nós, rapazes! — O quarto homem, que aparentava ser o líder do grupo, se levantou do esconderijo.
— Eu vou primeiro! — O mais entusiasmado dentre os baderneiros limpava a baba em seu rosto.
— Olá senhora! — O líder do grupo se aproximou da margem do riacho.
A mulher se surpreendeu com a presença do homem.
— O que acha de vir aqui conversar comigo, hem? — O homem se agachava com um sorriso no rosto.
Silenciosamente, a mulher caminhou até a beira do riacho e lentamente saiu de dentro da água.
— O que querem comigo? — A estranha mulher possuía uma voz firme.
— Você é realmente um achado… — O homem observava as curvas da estranha, abobado.
— Vamos brincar um pouquinho, apenas isso! — Os outro três homens saíram do esconderijo.
— Um estupro? — A mulher encarava os homens com uma expressão vazia.
— Não fale assim... Se você ficar bem quietinha, vai se divertir também! — Um dos homens dizia com um sorriso malicioso no rosto.
A expressão da estranha permanecia intacta. — A existência de seres como vocês, por si só, me causa repulsa. Mas como ato de misericórdia, permitirei que partam sem punição.
O grupo gargalhou em coro diante da declaração da mulher.
— Sabe, a sua audácia a torna muito mais sensual… — O líder do grupo segurou firme o braço da estranha.
— Vocês tiveram a sua chance.
Um som de lâmina foi ouvido e o membro que se encontrava no corpo da mulher foi cortado fora. O grito do líder do grupo, fez com que os outros homens engasgassem com a própria saliva. Ninguém foi capaz de ver de onde aquela espada havia surgido, mas agora a viam nas mãos da mulher nua.
— O que você fez com ele? — Um dos homens gritava uma mistura de indignação e incredulidade.
Silenciosamente a mulher decepou a cabeça do homem desmembrado que permaneceu segundos olhando para o seu ferimento, até aquele momento.
— SUA PIRANHA! — O homem que inicialmente demonstrava muito interesse pela estranha, avançou na direção dela com fúria em seus olhos.A mulher lançou a sua espada na direção do seu inimigo em movimento e atingiu seu olho esquerdo, fazendo um buraco extenso em seu crânio.
— Vamos embora daqui! Isso não é uma mulher.
Os dois restantes correram para longe da guerreira nua, mas tiveram seus percurso interrompido por uma barreira de ferro gigantesca.
— SOCORRO! UMA BRUXA!
Os homens esmurravam o muro de metal com desespero. A mulher permaneceu em silêncio, durante a sua marcha lenta até as próximas vítimas.
— Que tipo de demônio é você?
Um dos homens perguntava enquanto assistia o surgir de uma nova arma nas mãos da mulher.
— Por favor… Não nos mate… — O outro homem se ajoelhava perante a estranha.
— Não há escolha que não gere uma consequência. — A mulher cravou sua espada no peito do primeiro homem.
— Me perdoe senhora… eu imploro… Eu não quero morrer… — O último homem chorava em total desespero.
— Não há honra na sua existência, portanto, a misericórdia não será o seu privilégio. — O último tinir de espada, pôs fim ao grupo de estupradores.
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