Gina não aguentou aquele olhar em Harry por muito tempo e, sem demora, desviou o olhar, pegou seus livros e saiu correndo dali. Sem pensar muito, Harry tentou a seguir, sendo guiado de longe pela cabeleira ruiva que tanto o encantava, mas ele a perdeu de vista no meio de todas aquelas pessoas no corredor e bufa frustrado no mesmo momento em que o sinal indicando que as aulas iriam começar soava, e Harry se viu obrigado a retormar o seu caminho para a sala da primeira aula do dia.

— Eai Harry, beleza? – Rony o cumprimenta quando o encontra na entrada da sala.

— Oi, Rony. – Ele responde meio alheio.

— Há algo de errado? Aconteceu alguma coisa? – Rony pergunta ao perceber o comportamento dele. – Você está meio estranho.

— Eu preciso falar com você mais tarde. – Harry disse, não exatamente o respondendo.

— Está bem…, te vejo no intervalo então; – Rony concorda mesmo estranhando o comportamento do amigo, e Harry acena com a cabeça.

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Alguns corredores a frente, no banheiro feminino…

Novamente, Gina se encontrava trancada no banheiro feminino. Seu coração doía, não estava sabendo lidar com todos aqueles sentimentos, fora como uma facada o olhar que Harry lhe dirigiu. Ela podia ser uma coitada ou covarde por não enfrentar seus medos, mas não queria o olhar de pena de ninguém, principalmente… dele.

Assim que trancou a porta do cubiculo as lágrimas começaram a descer sem controle, ela não sabia se era de raiva por se encontrar naquele tipo de cenário novamente depois de tanto tempo ou se era apenas por todo aquele turbilhão de sentimentos. Quando foi que sua vida virou um completo deja-vu, nos quais ela se encontrava nas mesmas situações que antes? Como? E porque? Porque estava passando por tudo aquilo de novo? Que ciclo vicioso horrivel era aquele? E por mais que tentasse procurar, mesmo que com todo o desespero do mundo em busca de alguma resposta, algum tipo de alívio para o seu coração, que já estava tão machucado que ela nem sabia mais o que fazer para acalenta-lo, ela sabia que não encontraria nada que satisfizesse essa necessidade, só lhe era possivel desejar que tudo aquilo passasse, que aquele ano acabasse e que ela pudesse enfim se ver livre de todas aquelas pessoas que a faziam mal em Hogwarts. Então a única coisa que fez naquele momento foi ficar em seu canto, deixando-se engolir por aqueles sentimentos.

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Mais tarde no intervalo…

Mais cedo, durante a primeira aula, Harry pensara em enrolar Rony e não contar o que ele havia presenciado entre Lilá e Gina, ele não tinha muita certeza de que o amigo acreditaria nele, por isso o receio. Mas ao lembrar do olhar de Gina, de como ela fugiu dele e do fato dela não ter aparecido nas aulas fez Harry se decidir rapidamente.

Harry o encontrou sentado em um dos bancos do pátio junto a outros jogadores do time de futebol da escola, e então fez um sinal para que Rony o seguisse para um lugar mais vazio para que pudessem conversar melhor.

— O que aconteceu? Você está estranho… por que temos que conversar longe da galera? – Rony foi ao seu encontro, estava curioso.

— Achei melhor assim, é sobre sua irmã. – Harry começou logo sem rodeios, pensou que fosse ser melhor assim. Rony ficou com somblante sério diante da menção da irmã. – Aconteceu uma coisa envolvendo sua irmã e Lilá.

— Lilá? – Rony franziu o cenho, não fazia ideia do que poderia envolver Lilá e Gina e que Harry precisasse conversar com ele.

— Eu não vou enrolar, a Lilá humilhou a Gina na frente de todos no corredor. – Harry disse e preparou-se para a reação de Rony.

— O que!? O que você está querendo dizer?

— Eu não estou querendo dizer nada, Rony. Eu vi e ouvi a sua namorada humilhando a Gina, tá? E eu vim aqui te dizer isso por que a sua namorada parece não ser esse amorzinho como você pensa, ela virou outra pessoa bem na minha frente. – Harry disse com o tom um pouco mais irritado, já percebia que seria dificil convencer Rony.

— Harry, por que está inventando todas essas coisas? O que minha irmã enfiou na sua cabeça? – Rony seguiu desacreditando.

— Gina? Ela não me enfiou nada na cabeça, nem sequer falei com ela hoje. Você não está escutando? Que eu vi e ouvi o que aconteceu? – Harry respondeu com sua irritação e surpresa pela ignorancia de Rony crescendo a cada segundo.

— A Gina e a Lilá sempre tiveram umas pequenas intrigas, Gina nunca gostou dela, você deve ter visto elas tendo uma briga…, o que exatamente você viu e ouviu? – Rony tentou explicar seu ponto de vista para Harry.

— O que eu vi foi mais que uma simples briga, Rony, a Lilá mandou Gina ajoelhar perante a ela e quando Gina não quis ela derrubou os livros de Gina no chão enquanto a provocava com uma pulseira de uns pingentes diferentes. – Harry detalhou o ocorrido com um fio de esperança que Rony o desse ouvidos.

— Ajoelhar? Isso é loucura, Harry. – Rony continuou descrendo, Harry bufa estravazando um pouco da sua irritação com Rony.

— Rony, a vitima é e sempre foi a sua irmã, a Lilá não é santa. Ela não presta. – Harry diz, tentando manter a calma, precisava fazer Rony entender, mais já estava sem paciência, completou. – Escuta aqui eu só vim te avisar sobre a sua namorada agora você faz o que quiser Ronald Weasley.

E sai deixando um Rony levemente irritado e abobalhado para trás.

— Será? Eu tenho que falar com a Lilá. – Rony se questiona sozinho. Seu celular tocou e viu uma mensagem de Hermione brilhar na tela, pedia para se encontrarem mais tarde para falarem sobre ele e Gina, ele tocou na notificação e respondeu confirmando que a veria. Parecia que as pessoas tiraram aquele dia para falar sobre Gina com ele.

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Mais tarde ao fim das aulas....

Outra vez ele a estava levando até em casa, dessa vez não tinha perdido o ônibus, tinham decidido ir assim com a desculpa de que chamariam menos atenção do que Rony entrando no carro de Luna junto a ela. Estavam conversando sobre coisas aleatórias.

— Você está diferente, Weasley, o que aconteceu? – Hermione perguntou percebendo o outro um tanto alheio.

— O seu primo. – Rony responde, não via porque não contar a ela e sentia que precisava averiguar aquele assunto mais a fundo, foi nesse momento que ele percebeu estar começando a confiar em Hermione, que ela havia se tornado alguém para quem ele recorreria para pedir ajuda.  Hermione o olha e franzi o cenho.

— Harry? O que aconteceu? – Hermione o olha franzindo o cenho.

— Só veio me falar um monte de absurdos… – Rony divaga, ele achou linda a feição de curiosidade dela.

— Harry às vezes fala muitos absurdos, o que foi dessa vez? – Hermione o instigou a continuar.

— Você acredita que ele veio me dizer que Lilá humilhou a minha irmã? Na frente de todos no corredor? – Rony observou a reação de Hermione ao ouvir o que ele disse, ela desviou o olhar e ficou em silêncio e não o dirige uma resposta imediata, como de costume, deixando-o um pouco desconfiado.

— Acredito. – Hermione o responde por fim. – Não é a primeira vez que ela faz isso, Gina nos contou de outras vezes e, pelo que sei, Gina não é a única com quem Lilá faz esse tipo de coisa.

Rony apenas olha esbabacado para ela.

— Sua namorada não é quem você pensa, Rony…, ela não é esse amor de pessoa que demonstra ser quando você está por perto, pode perguntar a qualquer um naquela escola. – Hermione o contou, no mesmo momento em que eles pararam de frente à casa dos Potter, Rony manteve o silêncio e Hermione esboçou um pequeno sorriso. – Essa reação ao que Harry e eu dissermos só demonstra que você não está exatamente pronto para saber quem é meu principal suspeito na história entre você e sua irmã.

Ele agora a olhava com semblante sério, parecia ter entendido o que Hermione o queria dizer com aquilo.

— Harry falou sobre uma pulseira com pingentes diferentes, se a encontrar com Lilá vai saber que Harry e eu estamos certos. – Hermione o ofereceu uma maneira de comprovar tudo de uma maneira racional e em seguida o mostra um último sorriso de despedida e foi para dentro casa, deixando um Rony sem saber o que pensar para trás.