Operation Swan escrita por Mrs Ridgeway
Notas iniciais do capítulo
Oi bbs,
Devido ao meu atraso da semana passada, eu resolvi ser justa e postar um extra hoje. O capítulo da semana que vem está mantido, conforme o calendário.
Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
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Agora vamos ao que interessa!
London,
January 16, 2017
Apoiada no primeiro degrau da escada, uma ruiva ajeitava o cadarço da sua bota amarronzada, compenetrada, puxando o cordão de maneira raivosa. A garota estava quase no fim do seu trabalho quando outra menina, de longos cabelos lisos, e vermelhos como o dela, apareceu no início da passagem.
— Rose! – Lily exclamou, se aproximando – Eu estava preocupada!
— Desnecessariamente – a ruiva mais velha retorquiu, seca.
Lily suspirou, sem responder. Rose ergueu o corpo e pôs o gorro novamente na cabeça. No mesmo instante, um jovem moreno atravessou o corredor. Ele encarou a prima e sua expressão não pareceu muito boa.
— Onde você estava?! – Alvo bradou, irritado.
— Por aí... – Rose não se abalou, calçando as luvas.
— Por aí?!
— É, por aí.
— Nós estávamos te procurando há mais de uma hora!
— Eu já tô aqui agora, satisfeito?!
A menina fitou os olhos verdes do primo. Alvo continuou de cara feia.
— Eu disse que ela só estava fazendo drama.
A ruiva virou o rosto para trás e deu de cara com Scorpius. O loiro estava parado, de braços cruzados, ao lado de Lily.
— Me procurando também, Malfoy?
A menina provocou, descrente.
— Ele foi o primeiro a ir atrás de você, na verdade.
Scorpius semicerrou os olhos cinzentos para a irmã de Alvo, que apenas fez uma careta, sem graça por ter falado demais. Rose, porém, não respondeu de imediato. A menina analisou o loiro a sua frente por alguns segundos, investigativa. Como se estivesse ponderando o quanto valia a pena, ela resolveu ignorar o comentário.
— Podemos ir agora? – ela perguntou ao primo – Tenho que resolver algumas questões da minha festa de aniversário ainda hoje.
— Já estaríamos em casa se você não tivesse desaparecido... – Alvo resmungou.
A ruiva rolou os olhos. Juntos, os quatro seguiram para fora do prédio. Os jovens pararam de andar assim que chegaram ao estacionamento.
— Bom, como perdemos o ônibus e tá começando a nevar novamente, Scorpius vai nos levar em casa.
— Vou...?! – o loiro olhou para os lados, meio perdido.
— Vai... – Lily confirmou – Não pretendo ficar muito tempo aqui fora. Essa umidade excessiva deixa o meu cabelo com muito frizz.
— Ah, é mesmo?
— Sim, fica horrível.
Scorpius se virou na direção do amigo.
— Agora entendo quando você fala que a sua irmã é folgada.
Alvo e Lily riram. Rose, contudo, bateu o pé na neve, impaciente.
– Eu não preciso que o Malfoy me leve em casa, ok? – a ruiva falou, decidida – Pode deixar que me viro.
Scorpius levantou uma sobrancelha, levemente acometido.
— Tem certeza, Weasley? – ele questionou – Porque eu não vou insistir.
— Nem eu quero que você insista – Rose respondeu, gélida.
O moreno suspirou, cansado daquela discussão inútil.
— Entendam que não existe outra opção – Alvo disse calmamente – Vamos todos no carro dele e fim.
Tanto Rose quanto Scorpius se empertigaram, discordantes.
— Ah cara, é serio?! – o loiro reclamou – A sua prima se acha superior demais pra ir embora comigo. E pra falar a verdade, eu não me sinto muito animado em ter que levar ela até o centro da cidade.
— Ei, eu não me acho superior a ninguém! Só prefiro me manter longe de pessoas como você – Rose rebateu, colérica – E eu também não me sinto muito animada em ter que aceitar essa carona.
— Então juntaremos o útil ao agradável! Você morre aí parada, congelada na neve, e eu vou pra casa.
— Ótimo!
— Ótimo!
— Dá pra vocês dois calarem a boca?!
Lily interrompeu a briga.
— A gente pode entrar agora nesse carro ou eu vou ter que empurrar os dois à força?
Mesmo emburrados, Rose e Scorpius seguiram na direção da BMW. Os quatro entraram no automóvel. Rose sentou-se no banco do carona, por insistência de Alvo, já que ela seria a última a descer. O loiro acelerou o veículo com certa vaidade, fazendo a garota rolar os olhos.
— Você precisa mesmo ser tão exibido?
— Você precisa mesmo ser tão chata?
A ruiva bufou, zangada.
— Ah, não vai me dizer que você ainda tá irritada com a aula – ele desdenhou – Esperava mais de você, Weasley.
— Eu não estou irritada com a aula...! – a ruiva se defendeu – Eu estou irritada com o fato de eu ter discutido aquilo com alguém tão imbecil como você, Malfoy!
— A culpa não é minha se você acredita em contos de fada.
— Eu não acredito em contos de fada!
No banco dos fundos, Lily franziu a testa.
— Do que eles estão falando? – ela cochichou para o irmão.
— Depois eu te explico – Alvo respondeu, sem paciência.
A discussão continuou na dianteira.
— O seu raciocínio é patético! – o loiro retorquiu – Ou você é muito ingênua ou boazinha demais. Não tem outra explicação.
— Se você é frustrado com a vida, isso é um problema seu, Malfoy, não do mundo – Rose devolveu, ácida.
— Então me prove ao contrário, Weasley! – ele a desafiou – Prove que as pessoas mudam, que elas melhoram! Me mostre que eu tô errado, se você for capaz!
A garota se aprumou no assento e encarou o motorista com a mesma postura altiva de sempre.
— Tudo bem, eu irei te provar que você está errado. Com muito gosto, por sinal.
Uma tensão subiu como fumaça pelas paredes do automóvel. Agora até Alvo e Lily estavam interessados no assunto que os dois debatiam a sua frente.
— E como você vai me provar? – Scorpius indagou, num misto de curiosidade e incredulidade.
— Eu vou trazer o meu pai de volta pra casa – ela falou, com uma naturalidade que espantou a todos – Eu irei fazer com que os meus pais se apaixonem outra vez.
A ruiva mais nova arregalou os olhos, nos fundos, assustada pela prima ter tocado naquele assunto. Alvo e Scorpius trocaram olhares pelo retrovisor do carro. Por um segundo, um lampejo de dúvida passou pelos olhos cinzentos de Malfoy.
— Rosie, você acha mesmo que deve se meter nisso? – o moreno questionou, preocupado.
— Acho – a ruiva mais velha respondeu, decidida.
— Não vai funcionar de qualquer forma – Scorpius instigou, com um sorrisinho no rosto.
— É o que veremos, Malfoy.
Rose retribuiu o sorriso debochado. Scorpius finalizou a curva e parou diante de uma casa enorme e luxuosa. As portas do automóvel foram destravadas. Os dois irmãos agradeceram a carona e se ajeitaram para descer do carro.
— Eu acho que isso ainda vai dar merda... – Alvo comentou com a irmã enquanto saia do veiculo, alto o suficiente para que os outros dois escutassem.
— Larga de ser chato, Al – Lily rebateu, animada – Pode até ser divertido tudo isso.
— Ou trágico.
— Aff, sua alma é tão velha...
O loiro acelerou o sedan mais uma vez, enquanto os irmãos seguiam pela neve, discutindo. Uma vez distantes dos Potters, Scorpius resolveu indagar.
— Então, o que você pretende fazer exatamente, Weasley?
— Isso é relevante pra você?
— Claro que sim. Preciso começar a pensar a forma que você irá me pagar quando tudo isso terminar.
— Eu não sabia que isso era uma aposta, Malfoy.
— Eu nunca jogo de graça, Rose.
Os olhos cinzentos pairaram sobre a garota, incisivos. A ruiva analisou a situação, sem abaixar a guarda.
— Ok, não me importa que isso seja uma aposta – ela deu de ombros, fitando-o de volta – No final, você que ficará me devendo de qualquer forma.
Scorpius soltou uma gargalhada antes de voltar a concentrar sua atenção no trânsito novamente. O resto da viagem seguiu silencioso. Por causa da estrada escorregadia e da presença inquisitiva ao seu lado, o loiro fora obrigado a dirigir mais devagar. Cerca de meia hora depois de deixarem os irmãos em casa, eles conseguiram chegar ao centro de Londres.
— Bom, obrigada por ter me trazido.
— Por nada, Weasley. Só não se acostume.
— Pode ficar bem tranquilo, Malfoy, não me acostumarei. Minha companhia é agradável demais pra alguém como você...
O loiro riu com desdém.
— Debatível. Bem debatível.
Rose desceu do automóvel, colocando a sua mochila nas costas. A garota deu dois passos em direção ao seu condomínio, mas retornou de súbito. Scorpius, que ainda estava parado, esperando ela passar pela guarita, abaixou o vidro do banco do carona e a ruiva se debruçou na janela. Uma rajada de vento frio passou pela garota, bagunçando a parte do seu cabelo vermelho que não estava coberta pelo gorro.
— Ah, Malfoy, sendo justa na nossa aposta, só pra você saber, a primeira parte do meu plano é fazer com que os meus pais pensem novamente um no outro – ela comunicou, sucinta – De uma maneira romântica, claro.
— Previsível, Weasley, mas nada mal – o loiro analisou – E como você acha que vai conseguir isso? – ele indagou, curioso.
Rose não respondeu. Apenas voltou a se afastar com um sorriso enigmático no rosto. Por sinal, aquele era o primeiro sorriso verdadeiro que Scorpius recebia da ruiva na vida.
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E aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história!
Beijos e até dia 15!