Operation Swan escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 24
The Night of the Birth


Notas iniciais do capítulo

Oie, bbs!

Alguns minutos de atraso, mas faz de conta que hoje ainda é dia 09, ahahah.



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Devon,

December 31, 2017.

 

Impaciente, Ronald Weasley apertava a buzina do automóvel como se a vida de alguém dependesse disso.

Porque de fato dependia.

— Não adianta buzinar, Ron. Está tudo engarrafado. – Ginny falou, ao lado de Hermione.

No banco de trás, a ruiva segurava a mão da amiga, que respirava profundamente de olhos fechados, a tentar controlar as dores das contrações.

— Calma, Mi, respira... – Ginny falou – Já, já nós chegamos ao hospital.

— Eu gosto do seu otimismo. – Hermione respondeu, com um meio sorriso no rosto.

Ginny sorriu de volta. Na dianteira, Ronald continuou buzinando. Os carros a sua frente permanceram sem se mover um centímetro.

— Mas que merda é que tá acontecendo?! – o homem bradou, irritado.

— As pessoas devem estar indo para Torquay. – a irmã respondeu. – Ou pelo menos tentando.

— Fazer o que lá?! Faltam menos de duas horas para o ano novo!

Greenway...— Mione sussurrou, com dificuldade. – Eles...

A frase de Hermione foi interrompida por um grito de dor. Outra contração. Elas estavam ficando cada vez mais fortes e menos espaçadas. A morena apertou os olhos e segurou a mão da amiga com força.

O minuto de agonia cessou, por hora.

— Eles estão indo para Greenway. – repetiu, ofegante. – Museu da Agatha Christie. Muita gente gosta de virar o ano por lá.

Ron virou-se para trás bruscamente e encarou a irmã e a ex-esposa.

— O meu filho está quase nascendo dentro desse carro porque esse povo quer passear na casa da Agatha Christie?

Apesar do caos ao seu redor, Hermione riu com vontade. Ron observou o estado da mãe dos seus filhos com cuidado. Ela tinha alguns fios de cabelos grudados na testa suada e o seu semblante era visivelmente cansado. A mulher arfava, de maneira descompassada, e segurava a mão da ex-cunhada com o máximo de afinco que podia.  

Ainda sim, aos olhos do ruivo, Hermione estava linda. Linda de uma maneira que somente ele entenderia naquele momento.

— Até que seria interessante ter um bebê na casa de uma escritora tão genial quanto ela. – a morena comentou c0m dificuldade, achando graça.

Ginny soltou uma gargalhada. Já o Ronald não estava acreditando no que a ex-mulher dissera.

— É o quê, Mione?!

— É, nascer em meio a todos aqueles livros e cenários misteriosos...

— Não senhora, o maluco dessa relação sou eu, não você.

Decidido, o ruivo abriu a porta do carro.

— Ron, onde você tá indo? – Hermione indagou.

— Tirar esse povo da minha frente! – avisou. – Se eles não saírem por bem, eu mesmo assassino todos eles. E vai ser sem mistério nenhum.

As duas mulheres se encararam, no fundo automóvel. O ruivo desceu do Sportage e andou em direção ao carro que estava atrás do dele. O tempo estava úmido e vento estava frio e intenso, mas, o homem não se importou com a temperatura. Harry, Scorpius, Rose e James o examinaram se aproximar.

Sem perder muito tempo, Ron se dirigiu ao loiro sentado no banco do carona.

— Scorpius, assume o volante lá. – ordenou, imperativo.

Malfoy nem pensou em contestar. O garoto saiu de onde estava e partiu para o outro veículo.

— Papai... – Rose encarou o pai, preocupada, enquanto se apoiava no vidro da janela do carro do tio. – Papai, como a mamãe tá?

— Aguentando o máximo que ela consegue. – o ruivo respondeu, do lado de fora.

— O que aconteceu? – Harry indagou. – Por que tá tudo parado?

Agatha Christie.

Os olhos verdes de Harry se estreitaram, sem entender. Rose, no entanto, compreendeu o sentido da frase. Ron agradecia todos os dias pela menina ter puxado a inteligência da mãe.

— Temos que ser rápidos.

— Ron, o que você vai fazer?

Ronald ergueu o dedo indicador, pedindo que o cunhado esperasse. Seu olhar se fixou no seu afilhado, que acompanhava a prima no banco traseiro.

— James, eu preciso dos seus equipamentos. – ele falou. – Você trouxe algum com você?

— Sempre trago. – o menino respondeu, alegre. – Nunca se sabe o que podemos encontrar por aí.

— Ótimo.

— O que o senhor vai querer?

— Algo que faça bastante barulho.

James franziu a testa por alguns segundos, pensativo. Como se conversasse consigo mesmo, o adolescente pediu para o pai abrir o porta-malas e saiu do carro. Ron o seguiu. James futucou o espaço por um tempo, procurando algo que somente ele sabia o que era.

O garoto abriu um sorriso maroto quando encontrou o objeto.

— Tem isso. – ergueu um megafone. – Serve?

— Bastante. – o ruivo assentiu com gosto. – Vem comigo.

Padrinho e afilhado avançaram em direção à multidão de carros. Harry se esticou pela janela do motorista.

— Ei, Ron! – o chamou mais uma vez. – Que porra é que você vai fazer?!

— Eu, nada! – respondeu, já bem à frente. – O James que vai!

Ron se virou na direção do afilhado e apontou para uma picape de cabine dupla atrás do garoto.

— Suba nesse carro. – Ron avisou.

— Tipo, subir de verdade? – James arregalou os olhos.

— É. – o ruivo concordou. – Tipo, você já deveria estar lá em cima.

— Mas, tio...

— James, só suba!

— E o que eu faço lá em cima?

— Grita. Chama atenção, faz qualquer coisa.

— E o senhor?

— Vou ficar aqui embaixo.

— Tá.

James apoiou o pé na roda da picape e se esticou para subir na carroceria. O motorista do automóvel bradou, revoltado. O garoto sorriu amarelo para o dono do carro, porém, não se ousou a desobedecer ao padrinho.

O homem corpulento desceu do veículo.

— O que vocês pensam que estão fazendo?! – se alterou. – Garoto, desça do meu carro já!

— Não desça! – o ruivo rebateu.

— Quem você pensa que é?!

— Ele não vai descer!

Ao ver que o homem avançava na direção do tio, James resolveu se manifestar. Só que ele fez isso no megafone.

Parece que temos uma briga aqui, pessoal!— anunciou. – 2018 já vai começar com muitas emoções!

O barulho fez o motorista nervoso se afastar do ruivo. Muitas pessoas que estavam espalhadas fora dos seus veículos direcionaram seus olhares para o adolescente.

E tudo isso porque esse simpático senhor está incomodado com a minha presença aqui em cima!

Boa parte dos espectadores riu. O dono da picape inchou novamente, em cólera.

— Desça do meu carro agora, seu moleque!

Sua enorme mão tentou agarrar a perna de James. O menino conseguiu desviar, dando pulinhos na carroceria. Apesar de irritar mais ainda o homem, o filho mais velho dos Potters conseguiu reunir ainda mais atenção.

Uma garota, um pouco mais nova que ele, apareceu na janela da picape.

— Ei! – ela chamou, animada. – Você não é aquele menino do youtube?

— Sou eu mesmo. – James respondeu, orgulhoso.

A menina desceu do carro. O homem irritado não gostou nada disso.

— Melanie, volte para dentro agora! – ordenou.

— Eu conheço ele, pai! – ela replicou, com os olhos brilhantes. – Ele tem um canal de jogos!

— Maldita hora que inventaram a internet! – o homem reclamou, vermelho.

Nada disso!— James rebateu.

— Desça do meu carro!

— Deixa ele falar, papai!

O homem ignorou a filha e tentou agarra-lo mais uma vez, sem sucesso. James continuou no megafone. Pelo visto, não fora somente a garota que o reconhecera. Algumas pessoas cochichavam e apontavam em sua direção.

A tática de Ron dera certo.

O que esse senhor não sabe, pessoal, é que eu não posso descer daqui porque, naquele carro ali...— o menino indicou sportage prata que estava há uns dez metros atrás. – A minha tia está tendo um bebê nesse exato momento!

O dono da picape arregalou os olhos. Não só ele, como a maioria das outras pessoas que estavam escutando.

E, por algum motivo, vocês e os seus automóveis não estão nos deixando chegar ao hospital!

James passou a mão pelo rosto. Apesar das brincadeiras, ele queria muito tirar Hermione dali.

Então, a única coisa que eu suplico, por favor, é que vocês abram passagem para nós.— pediu. – Depois vocês podem fazer a festa que vocês quiserem na casa da Agatha Christie e viva 2018, uhu!

Automaticamente houve uma comoção geral ao redor da via. A informação foi repassada para os veículos da frente de maneira rápida. O barulho do motor dos carros sendo ligados ao mesmo tempo repercutiu mais forte que o barulho do vento da noite.

Ao ver que seu apelo dera certo, James desceu da carroceria da picape. Ele se apoiou na janela lateral do automóvel.

— Valeu pela ajuda. – agradeceu a Melanie.

— Por nada. – a menina respondeu, com um sorriso. – Posso tirar uma foto com você? – pediu, tímida.

— Claro que pode!

— As minhas amigas vão pirar.

James riu. Melanie entregou o celular a ele e os dois sorriram para a selfie. Surpreendendo a garota, James deu um beijo na bochecha dela antes de tocar na tela.

Melanie aumentou o sorriso, em êxtase.

— Agora eu tenho que ir. – ele avisou. – Feliz ano novo!

— Feliz ano novo! – a menina respondeu. – E boa sorte com o bebê!

Seguindo o fluxo, o pai da garota arrastou o carro para liberar a pista. Em poucos minutos a via estava livre e família enfim seguia para o hospital.

 

—-- Ω ---

 

 

— Ai, meu Deus!

— Ai, meus dedos!

Hermione apertou a mão de Ron e fez uma careta. O ruivo a acompanhou na cara feia porque o aperto doeu bastante. A expressão fez com que a mulher sorrisse e o ruivo se sentiu um pouco melhor por estar fazendo-a aliviar um pouco mais a pressão do trabalho de parto.

Eles haviam chegado ao hospital há alguns minutos. Ginny ficara resolvendo as questões documentais da internação, enquanto Hermione fora posta em uma cadeira de rodas. Um enfermeiro alto e com um rosto simpático a guiava lentamente pelo corredor, ao lado de dois ruivos visivelmente ansiosos.

Os quatro pararam em frente a uma porta branca e de hastes flexíveis.

— Você tem direito a um acompanhante lá dentro. – o enfermeiro avisou a gestante.

— Só um...?

— Por ser uma emergência, sim.

Se o bebê esperasse mais uma semana, as coisas teriam sido diferentes. Hermione se programara, junto com a Drª. Nathalie, para um parto onde a família pudesse participar do processo. Contrariando as probabilidades, a natureza sempre mostra que nem tudo é da forma que os humanos planejam.

Pai e filha se encararam. Um deles iria ter que ficar.

— Pode ir, papai. Eu fico. – Rose se manifestou.

A garota reconhecia todos os esforços que o pai fizera para que eles chegassem ao hospital a tempo. Ronald pensou em contestar, em dizer que não tinha problema e que a ruiva poderia acompanhar a mãe. No entanto, no fundo não era isso que o homem queria.

Ron sorriu e abraçou a filha com ternura.

— Obrigado. – agradeceu com sinceridade.

— Vai ficar tudo bem?

O olhar de Rose era preocupado.

— Vai sim, meu amor. – o pai respondeu.

Rose sorriu de volta, esperançosa. Ela se abaixou na direção da mãe e também a abraçou. As duas trocaram algumas palavras de carinho. Quando a menina se afastou de volta, o enfermeiro fez sinal para Ron.

Rose retornou para o lado do primo e do namorado, que estavam mais atrás, enquanto as três figuras a sua frente entraram na sala de preparação.

Quando passara pela porta branca, Ron percebeu que as coisas passaram a acontecer de forma mais rápida. O enfermeiro auxiliou Hermione a levantar da cadeira de rodas e mais outras duas funcionárias a ajudaram a vestir a roupa azul do hospital.

O ruivo pode reparar que durante todo o processo, a equipe tentava tranquilizar a mulher, que parecia extremamente nervosa, sorrindo de maneira acolhedora e falando-lhe palavras de apoio.

Já prontos, o casal esperou por alguns minutos até que o obstetra plantonista aparecesse.

— Boa noite. – uma voz feminina cumprimentou os presentes

Uma mulher com traços asiáticos se aproximou do casal.

— Me chamo Kate Aoki. Sou a médica que vai fazer o parto de vocês.

Ron achou curioso à forma como ela se direcionou ao ato no plural. Drª Kate apertou a mão dos dois, educada, porém foi a Hermione que ela se dirigiu.

— Como você está se sentindo agora? – perguntou.

— Ansiosa.

Aoki sorriu.

— Vamos medir a sua dilatação mais uma vez e te levar até a sala de parto, ok?

Mione assentiu com a cabeça.

 

 

—-- Ω ---

 

 

— Eu... – Hermione ofegou, quase sem força. – Eu não consigo...

Ron viu a cabeça da ex-mulher pesar para o lado, cansada. Mione estava completamente suada e os seus olhos tendiam a fechar a qualquer momento.

Isso foi o suficiente para fazer o ruivo entrar em desespero.

— Ela não aguenta mais! – bradou, nervoso. – Deem algo a ela!

 – Por favor, Sr. Weasley... – alguém tentou contê-lo, sem sucesso.

— Então façam alguma coisa!

A enfermeira cochichou algo com a médica. Ron conseguiu captar, em poucas palavras, que era algo preocupante. O nervosismo de Hermione parecia estar atrapalhando o processo de alguma forma.

A Drª Kate parou por alguns segundos, pensativa. Ela chamou um dos auxiliares que estava ao seu redor e pediu algo. O homem saiu em disparada porta a fora da sala de parto.

Num gesto rápido, a mulher retirou as luvas.

— Tirem ela da maca. – ordenou, ao arrastar algumas cadeiras rapidamente. – Tragam-na para cá, rápido!

A equipe ágil como lhe foi ordenado. Em poucos instantes, Hermione já não estava mais deitada no colchão.

A médica encarou Ronald.

— Eu preciso da sua ajuda.

Ron não pensou em contestar. A Dra. Kate virou-se para Hermione.

— Hermione... – a chamou, devagar. – Precisamos encontrar uma posição confortável para você, está bem? – a médica falou. – Você pode segurar onde quiser, da forma que lhe for melhor.

Hermione assentiu com a cabeça. Kate a guiou para a lateral da maca, mas não antes de fazer sinal para Ron, indicando que ele se aproximasse.

— Você vai sustenta-la. – pediu.

— Mas eu não me preparei para isso.

— Ninguém nunca está preparado, Sr. Weasley. Ela precisa se apoiar em você.

Ronald não disse mais nada, apenas puxou o banquinho de ferro que um dos enfermeiros pusera ao seu lado. Ele faria o que fosse necessário para ajudar Mione a trazer o seu filho com segurança.

A médica pôs a Hermione de cócoras. Ron se ajeitou atrás, sustentando as costas da mulher. Ao sentir a presença do ex-marido ali, Mione deixou-se relaxar um pouco o peso da coluna. Ela sabia que o ruivo nunca a deixaria cair.

Dra. Kate fitou a mulher assustada a sua frente.

— Agora é com você, Hermione. – disse, séria.

— Eu... – Mione oscilou. – Eu estou com medo...

Uma lágrima caiu do olho esquerdo da morena.

— Não precisa sentir medo. Nem dor. O seu bebê só quer vir ao mundo. – Kate a tranquilizou. – Deixe-o vir ao mundo.

— Eu não consigo!

— Claro que consegue. Ele só precisa da sua calma. Deixe que ele venha.

Nesse meio tempo, Ron segurou a barriga de Hermione. Uma mão de cada lado.

— Vai dar tudo certo... – sussurrou em seu ouvido. – Você consegue, Mione.

— Ron... – ela choramingou.

— Já fizemos isso uma vez. – disse. – Com a Rose. Você se lembra?

— Lembro...

Não havia como esquecer o momento do nascimento de um filho. O ruivo prosseguiu, encorajando-a.

— Não foi lindo? – perguntou.

— Sim... – a voz da mulher estava embargada.

— Então...

Ele depositou uma sequencia de beijos fraternais na nuca da ex-exposa. Hermione voltou a chorar, mas, dessa vez, já não estava com tanto medo.

— A gente consegue de novo, Mione.

Ela sabia que sim. E por isso, quando a contração apertou o seu ventre, outra vez, Hermione fez o máximo de esforço que pode.

— Isso, Mione, isso... – a médica encorajou.

A nova posição parecia ter ajudado. Hermione se curvou um pouco mais para frente, aplicando força e deixando a gravidade agir.

A Dra. Kate permaneceu ao seu lado, abaixada, junto à enfermeira.

— Muito bem, Mione, muito bem... – continuou.

A mulher mantinha uma serenidade indescritível.

 – Isso, assim... Falta bem pouco. Eu já estou vendo o seu bebê!

Ao ouvir aquela frase, Hermione pareceu sentir mais força dentro de si. Há nove meses ela esperava, pacientemente, até o momento que pudesse ver o rostinho do seu filho. Ronald falava em seu ouvido, devagar e bem baixinho, palavras de incentivo.

Assim como o homem, Kate manteve o estímulo.

— Os cabelinhos deles são vermelhos, Mione. – a médica disse. – Vermelhinhos, como os do pai.

Ron abriu um largo sorriso. Hermione também. A mulher aplicou o máximo de força que lhe fora permitido pela natureza até ali. Ela sentiu como se toda a sua energia tivesse se esvaído naquele momento.

O choro do bebê ecoou dentro da sala de parto. Nenhuma força a mais seria necessária. Lágrimas de felicidade desceram em enxurrada pelo rosto de Hermione. Ron também chorava, emocionado. Ao fundo, algumas pessoas ditavam números rapidamente. Alguns segundos e o bebê foi posto no colo da mulher.

Mione sentiu sua pele suave do garotinho, ainda coberta por parte do sangue e do muco uterino. Como a Drª Kate dissera, os cabelos do bebê eram ruivos como o de Ronald. Os seus bracinhos frágeis se movimentavam, inquietos.

Com a cabeça apoiada no ombro de Hermione, Ron encarava o filho, admirado. Ele não a soltou em nenhum momento. Seu corpo apoiava a mulher e a criança, mas, para ele, segura-los não era nenhum esforço. Quando o pequeno, já um pouco mais ambientado com ares externo, sentiu-se envolvido pelo calor da mãe mais uma vez, seu choro cessou lentamente.

O bebê piscou os olhos castanhos, devagar. Hermione passou a mão pelo rosto fino do bebê e ele fez um movimento engraçado com os lábios. Os pais sorriram com a reação, cúmplices. Ninguém queria, nem precisou dizer nada.

Em silêncio, o casal apenas curtiu aquele momento único. Cada um construindo a imagem perfeita do nascimento do filho na sua memória.

 

 

—-- Ω ---

 

 

— Ele é muito fofinho! – Lily exclamou, encantada.

Ela se virou na direção da mãe.

— Eu quero um irmãozinho!

— Sem condições, minha filha. – Ginny negou. – Não aguento outro igual a você e os seus irmãos não.

Rose e Hermione riram. A mulher estava dando de mamar para o bebê em seu colo.

A ruiva mais velha conferiu as horas no relógio.

— Agora a gente tem que ir, Lily. – a mãe da garota avisou. – Sua tia precisa descansar um pouco.

— Tudo bem. – a ruiva mais nova aceitou. – Mas, amanhã eu volto para ver essa coisinha linda.

— Sai, Lil. – Rose fez cara feia, apoiada na beirada da cama da mãe. – Ele é meu.

— Dá para dividir um pouquinho. – Hermione disse. – Estaremos te esperando aqui amanhã, Lily.  – ela confirmou a sobrinha. – Não é mesmo, meu amor?

— Diz que não, bebê.

Rose sussurrou para o irmão. A mãe da garota rolou os olhos, mas achou graça. Ela observou o filho, que se alimentava concentrado. Sua vontade era ficar assim dia todo, somente olhando para ele.

As duas ruivas se despediram e saíram do quarto. Antes que a porta fosse fechada, Ron atravessou o batente. Uma enfermeira o acompanhava. Eles se aproximaram da cama.

— Vejo que alguém aqui conseguiu pegar a mama direitinho. – a enfermeira comemorou, sincera.

— E tá com bastante fome. – Hermione comentou, com um sorriso bobo.

— Isso é um ótimo sinal. – a mulher sorriu de volta. – Agora, para a felicidade ficar completa, vocês não acham que ele só precisa de um nome, para eu colocar aqui na fichinha e vocês poderem ir registrá-lo?

Era uma pergunta retórica, obviamente. Hermione fitou o ruivo ao seu lado rapidamente. Aquele olhar indicava uma autorização muda.

Ron andou até o outro lado da cama.

— Rose... – ele se apoiou junto à filha. – Eu e a sua mãe estávamos conversando agora a pouco e acabamos percebendo que nós dois somos péssimos para escolher nomes.

— É, né? – a ruiva ironizou. – Eu descobri isso durante o natal mesmo.

Ron sorriu.

— Perdemos a criatividade depois do seu nascimento.

— Nem tem tantos anos assim, papai.

— Tem sim. – o homem continuou. – E, por isso, a gente queria saber se você não gostaria de escolher o nome do seu irmão?

Rose fora pega de surpresa.

— Eu? Isso é sério? – inquiriu, receosa. –Eu posso mesmo decidir qual vai ser nome dele?

— Sim, pode. – Hermione confirmou. – Acho que ninguém aqui merece mais escolher esse nome do que você, meu bem.

Rose respirou fundo. Ela analisou o irmãozinho por um tempo, pensativa, até que um nome veio à sua cabeça.

— Hugo. – disse.

Mione assentiu com a cabeça, satisfeita pela escolha da filha. Ronald, no entanto, apenas ergueu as sobrancelhas.

— Hugo? – o homem repetiu o nome, como se estivesse o assimilando.

— Sim, Hugo.

— Por que Hugo?

— Não sei. Só acho que ele tem cara de Hugo.

O pai da menina ponderou alguma coisa mentalmente por um breve instante.

— É, eu acho que gosto de Hugo. – disse, por fim.

A menina sorriu aliviada. Finalmente, a enfermeira pode anotar um nome na ficha. Assim que o garoto terminou de mamar a funcionária trocou a sua pulseirinha.

Logo que a mulher se afastou, Rose se debruçou sobre o bebê.

— Seja bem vindo, Hugo.

Ela passou as mãos delicadamente pelos cabelos vermelhos do irmão recém-nascido. Como se tivesse aprovado o nome que acabara de receber, Hugo apertou as mãozinhas pequenas e abriu o seu primeiro sorriso, antes de pegar no sono outra vez.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
==> https://www.facebook.com/Mrs-Ridgeway-1018726461593381/

Beijos e até dia 23!



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