Los Angeles,

April 8, 2017

Ao longe, mesmo em meio à escuridão, Rose Weasley pode ver com clareza. Ron e Hermione estavam se beijando no meio da pista de dança. O estômago da garota fervilhava de emoção ao ver aquela cena. Scorpius sorriu ao ver a animação da ruiva e acariciou de leve o seu braço.

De repente, Rose despertou para a realidade.

— Não! – ela bradou e se afastou, puxando o vestido.

A garota avançou em direção a uma saída lateral. O loiro foi atrás.

— Rose! – ele chamou. – Dá pra você parar de correr?

— Não, Scorpius, não!

— Rose!

Já do lado de fora, o garoto a segurou pelo braço, sem aplicar muita força. Eles se encararam.

— Por que você sempre tem que tornar as coisas mais difíceis?!

— O que você veio fazer aqui...?

— Acho que isso já tá mais que óbvio.

— Não, não tá. – a ruiva sacodiu a cabeça veementemente. – Você disse que... – ela suspirou, chorosa. – Você tá me deixando confusa, Scorpius.

— É você que não quer enxergar o que tá acontecendo. – ele rebateu.

— E o que é que está acontecendo?!

Malfoy hesitou por alguns instantes. Rose percebeu.

— Tá vendo?! – ela puxou o braço raivosamente, se desprendendo. – Nem você sabe o que é que tá acontecendo!

A garota começou a se afastar novamente.

— Rose... – o loiro a chamou, devagar.

— Ou melhor, talvez você saiba.  No fundo você sempre soube.

— Rose, me escuta...

— Só que fique você sabendo que eu não sou um troféu!

— Ros...

— Não! – ela o interrompeu.

A ruiva parecia completamente perdida. Chegava a ser uma cena cômica. Ela parou de andar alguns metros depois e cravou os olhos no o garoto de branco outra vez.

—Eu não quero participar disso. Não dessa forma!

— Ok, ok! Você tá certa!  – Malfoy ergueu os braços em rendição. – Eu posso não ser a pessoa mais confiável do mundo, eu sei. – assumiu. – Só que agora eu tô aqui! Eu estou aqui com você!

— E com quantas outras esteve antes? – o coração da menina apertava em pensar na possibilidade. – Dançando essas mesmas valsas? Fazendo essas mesmas coisas?!

— Por Deus, Rose, isso tudo foi antes da gente se dar bem!

— Eu não sou só mais um número!

— Sabe o que você é? Maluca! – o loiro disse, rindo.

— Aaaah, não! Eu não sou louca! – a menina avançou na direção de Scorpius. – E só não sou só mais uma dessas meninas que você e o Al fazem coleção por aí e sae…

Sem esperar outra oportunidade, o loiro diminui a distância que faltava entre os dois completamente. Apesar de pega de surpresa, Rose não relutou. Pelo contrário, algo dentro da garota pedia que ela se entregasse por completo a aquele momento e assim ela o fez. Era como se o garoto possuísse um imã que a atraia sempre para junto de si.

Scorpius segurava o rosto da ruiva entre as suas mãos, firme o suficiente para garantir que ela não partisse, mas, ao mesmo tempo, com a mesma doçura de borda uma peça delicadeza. Ele dava o máximo de si naquele beijo. Talvez ele estivesse tentando passar alguma mensagem, que há muito já quisera ser dita.

Lentamente, como se estivessem finalizando uma coreografia, os se dois afastaram ofegantes.

— Eu peguei um avião às três da manhã, sozinho, da Argentina para cá, Weasley. Você acha mesmo que é só mais uma?

Rose deixou um riso frouxo escapar, derretida. Ela ergueu os braços e os colocou ao redor do pescoço do loiro. Sabendo que enfim havia a convencido, Scorpius roçou seu nariz nos da garota, carinhoso, antes de colar os lábios nos dela novamente.

—-- Ω ---

— Ei, psiu. Vocês dois.

Os adolescentes se viraram, assustados.

— Desculpe interromper a... – Ginny pigarreou teatralmente. – A conversa de vocês, mas eu acho melhor vocês voltarem para o salão. O Ron tá quase tendo um infarto desde a hora que vocês vieram para cá e a Mione não tá mais sabendo como controla-lo.

Scorpius fitou Rose, preocupado. A menina apenas sorriu e rolou os olhos.

— Papai é um exagerado. – ela disse.

— Sabemos. – a ruiva mais velha concordou. – Agora venham.

Os adolescentes passaram pela mulher sem contestar. No caminho, Ginny piscou para a sobrinha, brincalhona. Rose sorriu para a tia, completamente envergonhada.

Já lá dentro, um grupo de adolescentes esperava os dois ausentes.

— O que vocês estavam fazendo? – Lily perguntou animada, quando os garotos se aproximaram.

— Trabalho de campo. – Scorpius respondeu, com um risinho maroto.

— Humm, danadinhos...

— Lily! – Rose ralhou, vermelha de vergonha. – Estávamos resolvendo... algumas questões.

— Sabemos muito bem quais questões são essas. – Alvo se inseriu no assunto. – Inclusive também gosto muito de resolvê-las com outras pessoas.

Os meninos caíram no riso. Uma mão urgente apertou o ombro de Scorpius Malfoy, virando-o na sua direção.

— Meu garoto!

James puxou o loiro para um abraço apertado, quase sufocante. Malfoy tentou se desvencilhar, sem sucesso. Isso só aumentou o riso dos outros ao redor.

— Você é meu ídolo! – o filho mais velho dos Potters deu um beijo na têmpora de Scorpius.

— Porra, James! – o loiro limpou a pele rapidamente, também rindo.

— Quando eu crescer eu quero ser que nem você! – Jay falou antes de voltar para o lado da namorada, que estava logo atrás.

— Crescer agora só se for para os lados, amor. – Amy comentou, se aproximando. – E pela quantidade de batata frita que você come todo dia, eu creio que isso não irá se demorar a acontecer.

James fingiu estar falsamente ofendido, o que provocou mais graça no grupo. Os garotos conversaram por mais alguns minutos, entretidos, até que Ron pediu a palavra. O ruivo estava mais a frente. Os convidados se viraram em sua direção.

— Bom... Primeiramente, boa noite. – ele sorriu – Eu gostaria de agradecer a todos que puderam comparecer a esse evento, que para mim, para a Hermione e principalmente para Rose é muito especial.

Algumas palmas. Hermione se aproximou do ruivo, mais o fundo.

— Você quer falar?

— Agora não...

— Ela tá tímida... – Ron disse outra vez no microfone e maior parte do salão riu.

— Ronald! – Hermione ralho, envergonhada.

— Larga de besteira, Mione. Vai, fala...

A mulher pegou o aparelho nas mãos.

— Boa noite, pessoal. – ela saudou. – Então... eu faço minhas as palavras do Ron sobre o quanto é importante à presença de todos vocês aqui. – completou. – Porém, acima de tudo, eu também gostaria de falar o quanto é importante na nossa vida à existência dessa aniversariante tão linda, tão inteligente, tão brava e com o maior coração do mundo.

Mais palmas, dessa vez mais forte. Os garotos dos Potters assobiaram no grupo. Rose sorriu, encabulada como a mãe.

Hermione continuou.

— Por isso, Ron e eu preparamos algo especial pra essa noite.

— Juntos. – o ruivo complementou.

O olhar do pai estava direcionado a garota. Rose respirou fundo, ansiosa para ver o que os pais haviam organizado.

O telão clareou aos poucos e a projeção começara a rodar lentamente. Após alguns segundos uma foto de Rose bebê apareceu na tela. Uma musica suave ecoava ao fundo. A fotografia trazia uma frase junto consigo, dando início a um texto muito bonito.

Aos poucos, a imagem foi mudando para outra e dando continuidade a teia de homenagem linda que o casal havia tecido para a filha. Rose assistia ao vídeo, emocionada. Em um dado momento, ao ver as lágrimas de felicidade nos olhos da ruiva, Scorpius a trouxe para mais perto, a abraçando.

Um sentimento bom pairou no ar, algo que a garota não sentia há muito tempo, desde quando os pais tinham dado abertura ao processo de separação. Rose sentia falta da família unida e ver que existiu um empenho para que pelo menos uma parte mínima disto se mantivesse viva fazia o peito da garota fervilhar de felicidade.

A homenagem chegou ao fim e Ron pegou o microfone de volta.

— Rosie... – ele a chamou. – Eu quero te dizer que eu e a sua mãe te amamos muito, e que independente de todas as coisas que tenham acontecido ao longo desse ano, isso nunca vai mudar.

— Estaremos sempre aqui por você. – Hermione acrescentou – Para o que você precisar.

Sem esperar mais nada, a aniversariante saiu dos braços do loiro em sua companhia e correu até a direção dos pais. Hermione ergueu os braços, a recebendo-a em seu peito. Assim que a menina chegou até a mãe, Ron também se aproximou. Os três se abraçaram forte ali, no meio do salão. Todos que estavam de fora assistiam a cena, também emocionados. Muitas palmas ecoavam pelo espaço, sem medo de redundância.

Nem em sonhos, não tinha como Rose desejar uma festa de aniversário melhor do que aquela.