— A Luiza não pode ter feito isso comigo. – Lucas dizia, andando de um lado pro outro.
A espera era angustiante, Luiza não havia aparecido no horário combinado e todos ficaram desesperados, Tânia quase desmaiou ao saber que a filha não estava em nenhum lugar, já Lucas foi mais radical. Achou que a noiva o havia abandonado. Manuela, Fábio e Bárbara saíram sem avisar ninguém, quanto menos gente soubesse era melhor, eles iriam resolver e trazer Luiza de volta, e quando chegassem Juliana levaria um bom castigo.
Quando chegaram a cidade vizinha, Luiza estava sentada em uma pequena calçada, o vestido rasgado, descalça e o rosto pálido. Quando avistar a garota naquela estado correram até ela, o primeiro a socorrer Luiza foi Fábio, ele se penalizou com o estado da irmã e jurou vingança a Juliana, não importava de quem ela era irmã.

— Por Deus Luiza, olha seu estado. – Fábio disse. Aflito.

— Graças a Deus vocês chegaram, eu não sei se...se iria aguentar mais tempo.

— O que a Juliana fez? – Bárbara disse inconformada.

Sem mais delongas, eles ajudaram Luiza a entrar no carro, Manuela lhe deu uma garrafa de água que continha no veículo, Luiza bebeu tudo num só gole. O caminho foi um completo silêncio, Luiza acabou adormecendo devido ao cansaço. Os três chegaram na chácara no cair da noite, apenas Tânia e Ricardo estavam lá. Manuela acordou Luiza aos poucos, avisando que já haviam chegado. Quando desceram do carro Tânia correu na direção ao ver que Luiza, desvia toda desgrenhada.

— Filha, minha filha. – Tânia abraçou a jovem, aos prantos.

— Mãe, graças a Deus, eu tô bem. – Luiza disse, também chorando.

— O que aconteceu minha menina?

— Tânia, eu te explico tudo, mas antes cadê o Lucas? – Manuela perguntou.

— Está lá dentro, com a Juliana. – Tânia respondeu.

— A Juliana está aqui? Cara de pau. – Bárbara disse, furiosa.

— Alguém pode me disse o que está havendo aqui? – Ricardo perguntou.

— Pai, a Juliana sequestrou a Luiza, largou ela numa cidade vizinha, no meio do nada, sem água e sem telefone. Por sorte, ela conseguiu andar e encontrou um orelhão, e nós fomos atrás dela. – Bárbara explicou.

— O que? A Juliana? Não, isso só pode ser...

— A Juliana sequestrou a Luiza? – Tânia perguntou incrédula.

— Foi horrível mãe. – Luiza choramingou.

— Ah, mais isso passou de todos os limites.

Tania entrou furiosa pra dentro da casa, Juliana estava sentada ao lado de Lucas que chorava, a ruiva acariciava o rosto do rapaz quando foi puxada bruscamente pela mãe da jovem.

— O que é isso?

— Sua cobrinha, como você teve a coragem de fazer isso com a minha filha.

— Eu não sei do que... – Juliana não conseguiu terminar a frase, foi surpreendida por um forte tapa no rosto.

— O que tá acontecendo aqui? – Lucas gritou.

— Essa louca, sequestrou a minha filha e largou ela no meio do nada, a Luiza está grávida, podia ter acontecido algo pior. – Tânia esbravejou.

— O que? Juliana, você fez isso? – Lucas perguntou encarando a ruiva, que continha a mão no rosto vermelho.
— Foi por amor Lucas, eu sei que você não ama a Luiza, eu só queria você de volta.

— Sua louca, você podia ter matado meu filho, eu nunca mais quero te ver na minha frente. Cadê a Luiza Tânia?

— Está lá fora, com a Manuela e o Fábio.

Lucas ignorou os chamados de Juliana, saiu feito um foguete pra fora, ao queria ver Luiza e dar um abraço na noiva.

— Agora a conversa é nossa. – Ricardo disse sério. – Tânia, por favor, me dá licença.

Tania concordou, saindo e deixando os dois. Ricardo estava decepcionado, não podia acreditar que a filha que criara com tanto carinho tinha se transformado num monstro.

— Pai...

— Cala a boca, agora quem fala sou eu. – Ricardo disse sério. – eu queria entender Juliana, o porquê? Qual o motivo de você ter feito isso, porque não é possível que tenha sido só por ciúmes, quer dizer...eu não quero acreditar que tenha sido só por isso.

— Eu odeio essa garota pai, ela roubou o Lucas de mim, o Lucas era meu, só meu.

— A Luiza não roubou o Lucas de ninguém. – Ricardo gritou. – ele terminou porque não te ama mais, se apaixonou por ela, você devia ter aceitado isso. Pelo amor de Deus Juliana, você sequestrou uma garota grávida, você tem noção da gravidade disso? Esse bebê...podia ter morrido.

— Eu não tô nem aí, pra esse bebê. Eu quero que ele e a Luiza morra. – Juliana gritou.

— Para, chega. – Ricardo esbravejou alto. – o que aconteceu com a minha filha, aquela menininha que eu criei com tanto amor, eu te dei tudo Juliana, e você se transformou nesse monstro.

— O senhor é um hipócrita, enquanto eu precisava dos seus carinhos, você estava transando com àquela vadia da mãe da Joana.

Ricardo não se segurou, desferiu outro tapa no rosto de Juliana, aquela não era sua filha.

— Cala a boca, não fala assim da Carmen, a partir de hoje Juliana, você não mora mais comigo, eu vou te mandar pra outro país. – Ricardo disse, segurando as lágrimas.

— Eu não vou.

— Você vai sim, a partir de hoje, você não é mais minha filha.

(...)

Do lado de fora só se ouvia gritos, Lucas abraçava Luiza que chorava copiosamente, Manuela também estava arrasada, sendo amparada por Fábio, Tania agora mais calma, conversava com Bárbara sobre toda essa situação. A loira explicou que não imaginava que a irmã fosse capaz disso, e por mais que ela não fosse santa, isso era loucura demais. Os olhos de todos se voltaram pra porta, onde Ricardo saia, puxando Juliana pelo braço.

— Tânia vem comigo? – ele perguntou, assim que a ruiva entrou no carro.

— Vou, cuida da Luiza, por favor. – Tânia pediu.

— Pode deixar Tânia. – Lucas assentiu.

Todos entraram em seus respectivos carros, partindo de volta pra casa, aquele dia, era realmente um dia a ser esquecido.