Trustiness escrita por Lilykah


Capítulo 6
Capitulo 5




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Hermione chegou ao camarote antes dos times retornarem para a segunda parte do jogo. Precisava cobrir os detalhes do plano de Harry, caso o time de Ginny se classificasse. Não seria crível improvisar em meio a euforia. Olhou a frente e os Weasleys estavam sentados bem ao fundo na saída oposta a que se encontrava. Subiu mais um lance das escadas antes que eles notassem seu retorno. A diretoria do Harpias, juntamente com a família Boot assistiam ao jogo no segundo nível dos camarotes.

O segurança, um rapaz jovem de aparência cordial, dirigiu-se a ela.

— Identificação Senhora?

— Senhorita... Granger, Hermione Granger. Poderia solicitar à família Boot autorização de minha entrada? Gostaria de cumprimentá-los.

— Desculpe. Seria Hermione Granger, A Hermione Granger do Trio de Ouro? Da Guerra? - Perguntou o rapaz, com o rosto relativamente surpreso.

Teve vontade de revirar aos olhos. Como odiava aquela referencia. Mas sorriu polidamente e respondeu:

— Exatamente.

O rapaz solicitou que aguardasse ali. Ela mentalmente contou os segundos para que a deixassem entrar. Não foram nem dez. Logo a porta se abriu e o mesmo rapaz lhe fez uma reverência e apontou para três pessoas, uma mulher e dois homens sentados em confortáveis sofás, virados para o campo. Os três levantaram-se ante a presença de Hermione.

— Com licença – Disse educadamente, as mãos a frente do corpo, levemente embaraçada. – Boa tarde, desculpem atrapalhá-los. Prazer, sou...

— Hermione Granger! Todo mundo sabe quem você é menina – disse a senhora Boot.

Merida Boot tinha o pescoço magro e cumprido, lembrava levemente uma girafa.  Suas joias reluziam no pescoço, nas orelhas e nas mãos - um anel para cada dedo, reparou Hermione. Era daquelas que gesticulava largamente enquanto falava, e suas as unhas seriam capazes de furar os olhos de alguém, de tão cumpridas e afiadas.

— E  você não atrapalha em nada! Ficamos honrados com sua presença, não é verdade rapazes? Gostaria de se sentar conosco?  – ela continuou apontando para um jovem louro de olhos azuis, cabelo de lado emoldurando o rosto, comprido que lhe recordava a um cavalo, mas que estranhamente formavam um conjunto harmonioso. Junto a ele, um senhor de meia idade barrigudo com o rosto redondo e bigodes, tal qual um leão marinho. – Sou Merida Boot e estes são meu marido Terence e meu filho Jason. Estamos em-can-ta-dos com sua presença. – terminou a mulher pausadamente.

Quase um zoológico.

Sorriu ao sentarem.

— Eu também estou encantada em conhecê-los. – "O que eu não faço pelo Harry e pela Ginny", pensava enquanto falava — Estava planejando cumprimentá-los mais tarde no Hotel, mas surgiu um assunto e me adiantei. Desculpem se atrapalho.

— Está no Hotel Mayor? – perguntou Jason tentando parecer interessado.

—Vou ficar – respondeu a ele – Sempre que possível eu acompanho minha cunhada depois dos jogos, irei dividir o quarto com ela hoje.

— Ah sim – disse Terrence – Ginny Weasley, não é? Ela é encantadora, tive o prazer de conhecê-la alguns dias atrás. E você namora um dos irmãos dela, o Senhor Ronald, certo?

— Exatamente! Eu costumo acompanhá-la em alguns eventos, eu ou nossa outra amiga Luna que está em viagem. Infelizmente não pude comparecer na festa esta semana. Mas na festa de hoje eu com certeza vou.

Terrence riu enquanto o filho Jason disse com sarcasmo.

— Se tiver festa não é? Porque do jeito que este jogo está péssimo...

— Não fale assim querido! - advertiu Merida - Tenho certeza que elas vencerão. Não investimos no Harpias a toa - O marido fez uma careta de resignação.

— Eu concordo plenamente Senhora Boot - Respondeu Hermione, ganhando a simpatia da mulher.

— Somente Merida querida. - disse tocando em seu ombro.

— Bom, Merida... Posso abusar da generosidade de vocês e pedir um grande favor? - disse ensaiando seu melhor sorriso –  Como concordamos que haverá festa. – percebeu Jason rolar os olhos – e eu sei que é um abuso enorme incluir convidados de ultima hora, mas gostaria de pedir uma exceção. - pausou sua fala, mas Merida Boot sinalizou que continuasse.  Hermione puxou ar e falou rapidamente.

Eu gostaria de solicitar dois convites extras para a festa de hoje. Caso tenha. - emendou olhando para Terence que tinha a sobrancelha erguida.

— Dois convites? - enumerou Terence erguendo os dedos gordos.

— Exatamente. Como eu já disse, eu sou acompanhante da Ginny, portanto tenho o meu de qualquer forma. E eu sei o quanto é chato pedir estas coisas, mas o Rony insistiu muito, ele quer muito ver a irmã. Eles são muito unidos - Hermione entonou a voz mais meiga, e falsa, que encontrou em si. Embora o que dissera não era total mentira. Rony e Ginny realmente se tornaram mais próximos depois da Guerra.

— Oh, isso seria maravilhoso! - exclamou uma exultante Merida Boot!

— Certo - ponderou Jason se ajeitando na poltrona - Então você, Hermione Granger e Ronald Weasley fariam presença na festa? Pra acompanhar a Senhorita Weasley? Espero que isso não tenha haver com a matéria da Senhorita Skeeter.

Hermione poderia jurar ao mencionar Ronald, que os olhos do jovem a estudaram profundamente, como se de repente farejasse alguma ameaça. Percebeu um vacilo quando mencionou Skeeter. Prontamente respondeu:

— Imagina! Ronald não se mete na vida de Ginny – mentiu - Ele realmente está com saudades de nós duas e quer passar mais tempo conosco. Fazem cinco semanas que não nos vemos, ele estava em uma viagem de trabalho. Me informou por carta que pararia em Caterphily ao invés de ir direto para casa. Provavelmente nem sabe dessa matéria. E uma vez que eu não podia recusar ser a companhia da minha cunhada...

— Sem nenhum interesse? Não vão cobrar nada? - Perguntou Terence.

— Assim fico ofendida Sr Boot. - Respondeu Hermione com o semblante sério.

— Certo, desculpe, desculpe. Muito bem… Um convite seria do seu namorado, e o outro é pra quem? Outro irmão da Ginny?

— Não! - Balançou a cabeça reafirmando a negativa - o outro convite é para nosso amigo Harry. – Disse completando a fala com um largo sorriso ao perceber o impacto que causara.

Os olhos da Sra Boot se abriram como pratos, e ela levou a mão à boca. O brilho deles competia com as Jóias em seus dedos.

— Harry...Harry Potter? O Eleito? Na minha festa?! – Perguntou a senhora.

Hermione fez que sim com a cabeça.

—*-

Ah, as vantagens da fama... pensou sarcástica ao se despedir, com a confirmação dos Boot que a entrada de Harry e Rony na hipotética festa estava não somente garantida como seria esperada.

Após a Guerra, o trio recebera incontáveis convites para festas, aniversários, batizados, comemorações-de-qualquer-coisa. A maior parte da alta sociedade bruxa internacional, em especial daqueles que apenas passaram pela Guerra, não vivenciaram nem um decimo dos horrores como ela e as pessoas a sua volta fizeram. As intenções eram sempre as mesmas: atrair mais popularidade ao evento, mais dinheiro, pessoas que queriam conhece-los somente pela fama e não por suas essências. Não iria negar que era engraçado os deslumbres dessas pessoas. Não combinavam em nada com os princípios dela.

Se juntou aos Weasleys, no camarote ao mesmo tempo em que a partida reiniciava e conseguiu acompanhar a jogada maravilhosa que a cunhada fez.

— Essa sim é minha irmã! - Gritou George euforico ao seu lado.

Faça o seu melhor Ginny!

—*-

— Cunhadinha... querida... – disse George melosamente.

Hermione, tirou os olhos do binoculo e retesou o corpo ao perceber o gêmeo de Fred junto a si, com os braços ao redor de seus ombros. Olhou para os lados, estavam somente ela, George e Bill em pé. Os sogros, as cunhadas e a sobrinha assistiam ao jogo sentados em poltronas mais afastadas.

— Aqui só entre nós três - ele disse alto o suficiente para que Bill, que estava do outro lado ouvisse de Hermione  – O que você fez com a nossa irmã?

Hermione ergueu a sobrancelha direita tentando entender ao que ele se referia. O jogo estava parado para o atendimento da apanhadora do Harpias.

— Qual é Hermione? Ginny estava mais perdida que um elfo doméstico em liberdade. O jogo pára, você “vai na lanchonete” e demora uma eternidade – continuou George fazendo aspas com as mãos  - Quando recomeça minha irmã parece que incorporou uma Fênix e você vem me dizer que não tem nada, nada, haver com isso? Você foi até o vestiário falar com a Gin?

— Eu não fui! Juro! Ninguém pode entrar e falar com as atletas. Isso seria contra as regras. – riu da cara que os cunhados fizeram – Mas, eu posso ter ajudado alguém a ajudar a Ginny – George fez um gesto com a mão para que continuasse, mas ela se calou.

— Essa ajuda pode ter algo haver com isso? - Perguntou o Weasley mais velho, lhe estendendo um papel dobrado. Ela o olhou sem entender — O que você me pediu – Ele completou.

Hermione pegou o papel das mãos do cunhado e começou analisar o conteúdo. George lhes olhou intrigado e pegou o papel antes que Hermione tivesse alguma reação.

— George isso é serio, devolve! - ralhou Hermione. Ele fez um sinal com a mão para ela parar de falar.

— Eu tô vendo que é serio Granger, não sou burro. —respondeu o rapaz estranhamente sério lhe devolvendo o papel — Só não entendo o que você vai fazer com isso. Por que se eu entendi o que tem ai, até onde eu sei, não é crime.

— Isso realmente não é crime. Mas esse não é o único podre que eu sei daquela vaca. – os irmãos a olharam curiosos – E eu não posso falar mais do que isso — Olhou para eles séria.

A atenção dos três foi atraída para o campo, onde se anunciava a entrada de Marcy Greene, fazendo Ginny jogar como apanhadora.

— Eles podem fazer isso? – perguntou Hermione para George mudando o foco do assunto.

— Acho que é a melhor opção delas para ganhar – o rapaz a respondeu.

Bill interrompeu, como se não tivesse escutado ao irmão, e falou preocupado:

— Espero que não resolva bancar a justiceira sozinha Hermione.

George fez uma careta pela interrupção.

— Temos que voltar neste assunto? Não sou tão leviana Bill. – respondeu Hermione.

— Eu sei. Mas você sabe o quanto gostamos de você né? Mesmo antes de ser namorada do Rony, papai e mamãe já te tinham como segunda filha. Então, estou no meu direito de irmão mais velho. - disse rindo - E me preocupo com você, goste ou não. Até porque nem Harry e Rony estão aqui. E isso diz respeito ao Harry também. Então, se for fazer alguma coisa espere eles chegarem, ok?

— Sou obrigado a concordar com o cabeludo. E você sabe que gostamos mais de você que do Rony. -  Disse George, piscando para ela - Se terminarem a gente já combinou que prefere ficar com você. – Hermione riu - E  já sabe né? A gente também está aqui para ajudar.

Hermione corou. Não esperava algo emotivo vindo dos dois no momento. Sim eram sua família e nem noiva de Rony era.

— Na verdade se você tiver um orelhas extensíveis no bolso até que ajudaria – disse Hermione para George.

O grito da torcida ecoou. Marcy Greene marcou para as Harpias. George a olhou divertido passando discretamente um embrulho para as mãos de Hermione, sob o olhar de indignação de Bill.

— Para que você quer isso? – perguntou George

— Para resolver um assunto – respondeu Hermione dando de ombros, guardando o pacote na bolsa de contas.

— O que eu acabei de falar? – exasperou-se Bill.

— Eu não vou sozinha – Olhou para os lados, por cima dos ombros para saber se mais ninguém estava perto - Se eu mostrar uma coisa para vocês, promete que vai se acalmar? – dirigiu-se a Bill - E manter segredo?  E sem gracinhas? – Terminou olhando para George.

O Weasley mais velho fez um sinal de afirmação com a cabeça, ao ponto que o outro respondeu.

— Se for algo muito, muito bom para merecer meu silêncio, eu prometo segredo. Mas se a piada for boa não dá pra perder Mi. – disse George

— Te garanto que vai valer a pena. - Hermione pegou o binóculo e passou para Bill.

— Seja discreto. Olha bem em frente a onde estamos, mais abaixo, na última fila do segundo conjunto. Perto das escadas. Conta cinco cadeiras para o lado direito.

Bill seguiu as instruções de Hermione e sorriu discretamente quando viu. George saiu do lado de Hermione, se colocando do outro lado do irmão e pegou o binóculo dele que lhe dava as instruções.

— Sem chance! – exclamou pouco alto demais ao ver Rony e Harry na arquibancada.

— O que foi George? – Perguntou o Senhor Weasley.

— Nada não pai - O ruivo disfarçou com cara de inocente - é que eu estava dizendo para pro Bill que não tem chance nenhuma da Hermione estar grávida, esta fome dela é nervoso. Sabe como é... - Deu de ombros  - Afinal, se o Rony demorou tantos anos para pedir ela em namoro, eu to apostando que a coitada aqui ainda é virgem - completou dando tapinhas no ombro da cunhada.

Bill ficou vermelho e teve um acesso de tosse e riso, tendo que se apoiar para no guarda corpo para não cair. Angelina abaixou a cabeça disfarçando o riso e queria se esconder após a piada do marido. Fleur tampou os ouvidos de Victoire, que brincava, ao perceber o conteudo da gracinha do cunhado e lhe olhou feio. O Sr. Weasley fechou os olhos e tentava sem sucesso segurar o riso,  enquanto uma senhora Weasley com as bochechas coradas vinha na direção deles. Hermione estava escarlate.

— George Weasley! Isso é coisa que se diga? Ronald não é tão lento assim - Dando um tapa no ombro do filho. Abraçou Hermione e falou - Não ligue para ele querida…

— Ohhh!! Olhem pa-rra Ginny – gritou Fleur agudamente – ela achou o pomo.

Todos os Weasley mais Hermione se viraram a ponto de testemunhar a evasiva que fez se livrando do apanhador. A torcida a acompanhou, muita gente gritando para que ela esperasse. Só dez pontos, só...

Foi tudo tão rápido que Hermione só entendeu o que realmente aconteceu quando foi sacudida por uma eufórica Sra. Weasley.


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Notas finais do capítulo

Desculpem o atraso.



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