As ruivas são mais quentes escrita por vênus


Capítulo 5
IV - O grande babaca


Notas iniciais do capítulo

MEU RECORDE! NOSSA, NUNCA ESCREVI TANTO NA VIDA! To impressionada com o meu próprio desempenho nesse capítulo. Falar nisso, me amem. Pessoal, hoje vocês vão conhecer um pouco da nossa família maravilhosa e da história do Anthony com a Rhea ♥ Por falar nisso, eu já escolhi quem faz o nosso casal. Rhea é interpretada pela maravilhosa da Margot Robbie, e o Anthony é o Keno Weidner. Casal lindo da porra.

Julia Johanssen é a Lily Luna; Nick Robinson, Alvo Severo; Madelaine Prestch, Dominique Weasley; Imogen Poots, Victorie Weasley; Andrew Garfield, Ted Lupin; Luck Blue, Scorpius Malfoy; Cameron Monaghan, Fred Weasley; Jane Levy, Rose Weasley; Amanda Stlenberg, Roxanne Weasley; Lydia Graham, Lucy Weasley;



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As vezes, uma troca de olhares significa tudo.

Era uma manhã de domingo, e eu poderia estar dormindo, muito bem obrigada. Mas meus pais tinham uma ideia totalmente diferente da minha e, ao invés de descansar como eu deveria estar fazendo, estava descarregando caixas e amarrando hipogrifós a tocos de arvores. E novamente, me vi na formosa irritação da mudança. Se estabelecer em uma casa era a pior parte, porque você nunca sabia o que de fato esperar de tudo aquilo. Será que eu deveria ficar com o quarto maior? Mas, e se formos embora logo e eu ter que tirar tudo isso daqui, eram as perguntas mais frequentes.

— Por que vocês ainda me obrigam a fazer isso? – resmunguei, quando papai jogou uma gaiola cheia de fadas mordentes para mim.

— Porque você é mão de obra gratuita – mamãe respondeu enquanto checava mais uma vez se todos os hipogrifós estavam lá.

— Mão de obra escrava, você quis dizer – corrigi, e ela riu alto.

— Você é tão dramática que deveria trabalhar no teatro – papai disse, chegando uma ultima vez os pelúcio.

— Não, Tony Awards não é tão grandioso. – dei de ombros – Vou trabalhar no cinema. Vai que eu conheça o Brad Pitt da minha Angelina Jolie.

— Para quê se vai acabar se divorciando e com seis filhos nas costas? – mamãe perguntou com um sorrisinho irônico.

— Você é sempre tão animadora – papai zombou, jogando uma caixa vazia na pilha de caixas vazias.

— Foi por isso que você se casou comigo, não foi? Meu humor ácido e meu instinto animador – mamãe piscou para ele, que riu.

— Na verdade, eu me casei com você porque nenhuma outra mulher me queria – papai suspirou recebendo em resposta um olhar mortal – Rhea, você sempre foi à garota mais encantadora que já apareceu na minha vida.

— Vocês são tão fofos que me dão diabetes – suspirei, me jogando no sofá da sala.

 O chalé de cinco andares era um arraso, e bem perto de uma área bem arborizada e de um bosque. O que era perfeito para camuflar os hipogrifos de luxo e as demais esquisitices no nosso quintal. Tinha também diversos quartos nos quatro andares de cima, uma cozinha bem ampla e uma sala de estar com copa para fora da casa. E ficava a quarenta passos de um rio que cortava o povoado.

— Memphis você tem certeza de que terminou de arrumar o seu quarto? – mamãe me encarou com um ar de dúvida.

— Claro mãe – menti. Odiava ter que arrumar meu quarto. – Tão arrumado que nem parece que um dia o furacão Memphis passou por lá.

— Sério? Porque eu vi seus pôsteres de Star Wars por aí, e eu tenho certeza de que você não séria capaz de deixar seus queridinhos de fora da sua decoração.

— Touchè – resmunguei.

  Subi aos resmungos até o quarto, que ficava em uma área bem localizada do terceiro andar, e com uma janela e varanda incríveis virados para o povoado. Fora o nosso chalé, mais cinco famílias bruxas moravam por aquelas redondezas: Os Weasley, os Diggory, o velho senhor Lovegood e os Tonks.

  Meu quarto era maravilhoso. E eu tinha que dá créditos para a minha mãe pelo incrível trabalho que ela fez decorando o quarto no sábado, então, muito obrigada mamãe.

  Era grande, as paredes estavam pintadas de uma cor clarinha e com passarinhos que voavam por elas, e arvores em que as folhas se mexiam, além de um fio dourado que passava pelo quarto recitando minha canção favorita desde que era criança, La Vi En Rose. Os moveis todos eram de madeira antiga, o que dava um ar retrô ao quarto, e havia também uma estante cheias de livros pegando quase duas paredes inteiras. Meu malão com os materiais estava ao pé da cama, e parecia complementar a decoração. Mamãe havia coberto a passagem para a varanda com cortinas amarelas claras, em uma tonalidade creme, com várias criaturas mágicas bordadas em linha dourada.

  Aquele quarto inteiro me lembrava a infância, e eu tive vontade de guardar minha mãe em um potinho quando vi ele.

— Vamos ver onde essas belezinhas vão ficar. – murmurei para mim mesma, largando os pôsteres de Star Wars em cima da cama.

  As paredes estavam tão lindas que eu fiquei com pena de cobri – las com os pôsteres, então minha alternativa foi o teto, mas ao perceber que ele estava decorado com estrelas, desisti de complementar a minha decoração e guardei o grandioso pôster de Star Wars: Ameaça Fantasma, junto com os outros quatro, em uma gaveta vazia do guarda – roupa.

— Sua mãe se superou. – papai bateu palmas da porta, me assustando. Desde quando ele estava ali? – Não sabia que ela tinha tanto talento para decoração.

— Eu também não sabia. – Balancei a cabeça, rindo. – Com a delicadeza da mamãe, era difícil imaginar que ela conseguiria ser tão detalhista.

— EU OUVI ISSO! – ela gritou do andar de baixo.

— O quê? Nós estamos te elogiando! – papai gritou de volta.

— Ah, okay. – mesmo que não pudéssemos ver, era uma certeza que ela dera de ombros.

— Ela é tão meiga que dá gosto. – Franzi o nariz, enquanto meu pai sentava – se a cama. – Foi por isso que casou com ela?

— Também. – papai sorriu, batendo no colchão para que eu sentasse ao lado dele. – Vim aqui me desculpar, Memphis.

— E o que o senhor fez para ter que me pedir desculpas? – arqueei uma sobrancelha para ele, sem entender.

— A levei para conhecer a minha mãe. – disse, e então eu somei dois mais dois e comecei a entender. Desde visita a avó Purva meu pai andava estranho, sempre isolado na dele, ou conversando com a minha mãe, ou trabalhando. E meu pai sempre costumava ser o cara sociável e pai presente. – E, nós sabemos bem, que isso deveria ser considerado um crime.

— Papai, eu aprecio mesmo a sua atitude de vim até aqui me pedir desculpa por ter ido visitar aquela velha miserável, mas, sinceramente, não precisava. – informe, abraçando – o. – Quem foi um ser humano intragável foi ela, não você. O senhor ainda é o melhor pai do mundo.

  Meu pai me fitou por uns instantes, antes de abrir um sorriso.

— Você me lembra de tanto a sua mãe na adolescência, Memphis. – havia um brilho diferente em seus olhos ao dizer isso. O brilho de quem encontrou o amor verdadeiro. – Tão linda tão independente. Tenho sorte em ter vocês na minha vida.

 Sorri agradecida, sentindo meus olhos marejarem. Sou sentimental, desculpa.

— Como vocês começaram a namorar? – perguntei curiosa. Em dezessete anos, eu nunca ouvi uma única vez a história deles dois.

— Rhea era uma garota maravilhosa, sabe? A mais bonita do nosso ano, e todos os garotos queriam namorar ela. Mas ela tinha acabado de perder o namorado, Colin Crevey, na batalha de Hogwarts e todos nós sabíamos que ela jamais se envolveria com alguém tão rapidamente – papai suspirou, mas sorrindo como se lembrasse da melhor época da sua vida –, e eu meio que sempre fui louco por ela, mesmo que Rhea não percebesse.

Own— exclamei, fazendo – o rir. – Sim, continue.

— Quando o ano estava acabando, e Rhea tinha recuperado o sorriso, o humor, e estava arrasando na equipe de Quadribol novamente, eu decidi chama – la para sair. Meus amigos deram a maior forma, mas tinha quem me disse que sua mãe ia me dá um fora daqueles. – papai sorria de um canto a outro. – Então eu cheguei para ela e disse “Quer sair comigo?”, ela estranhou, eu acho. Porque eu nunca tinha falado com ela, e eu tinha fama entende?

— Entendo, seu safado – comentei, rindo. Mamãe já havia me falado “das garotas do meu pai”.

— Ela relutou muito, me fez esperar três semanas, até aceitar. Saímos em Janeiro, depois que voltamos do Natal, e foi o melhor primeiro encontro de todos, mesmo que tenha sido um desastre. – disse, e riu – Eu esqueci o perfume em casa, então tive que passar muita loção pós barba para disfarçar o cheiro de nervosismo, e ao chegarmos lá, derramei café nela, rasguei a meia calça dela e, eu juro que sem querer, tropecei no pé dela e nós dois caímos no chão.

  Não contive uma risada escandalosa.

— Não me julgue. Rhea me deixava nervoso, e nesse dia eu queria fazer algo romântico, especial, ela percebeu isso e disse “seu esforço me emociona, mas não podemos só comprar duas cervejas e comer hambúrguer?”. Ganhei meu dia depois dessa, então fomos para o Três Vassouras e no dia estava tendo um jogo trouxa chamado karaokê.

— Papai, eu sei o que é karaokê.

— Tá, tá. Enfim, Rhea se levantou e subiu no palco e começou a cantar e dançar para mim, e eu não sabia onde meter a cabeça de tanta vergonha. Mas acabei entrando no clima e nós fizemos o show mais memorável da história daquele bar, e duas horas depois, cinco cervejas depois, três hambúrgueres e meio depois, nós dois estávamos na minha cama, rindo do teto.

— Vocês transaram no primeiro encontro?

— O quê? Não, não. – papai negou com veemência, mas sob o meu olhar acusador, acabou confessando: - Ok, nós transamos. Mas depois disso, passamos a conversar e descobrimos que nós dois tínhamos grandes amores em comum: Criaturas Mágicas, viajar e músicas de rock dos anos 80.

— E o pedido de namoro?

— Com calma, pequeno gafanhoto! – papai bagunçou meus cabelos, e recuperando o fôlego, recomeçou: - Rhea e eu ficamos por três meses, mas não era nada sério porque também ficávamos com outras pessoas, mas teve um dia, durante uma festa dos dias dos namorados, eu estava conversando com uma amiga minha, desabafando sobre o quanto doía ver Rhea com o Jason Corner, quando ela apareceu revoltada e derramou cerveja em mim, chorando e dizendo que eu era um babaca. A questão era que ela tinha achado que Michelle era minha namorada, porque estávamos juntos em uma festa de namorados, e que gostava de mim e não estava mais suportando aquela situação. Nós brigamos, e ela meio que ficou uma semana com raiva de mim antes deu tomar a frente e dizer para ela que a amava e que queria namorar com ela.

— Que lindo! – exclamei encantada.

— Rhea e eu namoramos por dois anos, sua avó ficou puta quando soube mas minha tia – avó, ou quase isso, Cassiopeia, disse que se ela se metesse no nosso namoro ela mesma acabava com a raça de Purva porque Rhea vinha de uma boa família e era uma garota maravilhosa. – papai riu, e até eu tive vontade de rir sob a visão de Purva sendo ameaçada por uma velhota. – Depois de Hogwarts, entramos juntos para a faculdade e fizemos curso de Trato de Criaturas Mágicas, então um dia Rhea aparatou na minha casa dizendo que estava grávida.

— A parte boa da história começa agora! – comemorei.

— Purva e eu brigamos e então eu arrumei minhas coisas e larguei tudo para viver com Rhea na casa dos pais dela. – disse, sério – Levou pouco mais de cinco meses para juntarmos todas as nossas finanças e comprarmos uma casinha em Surrey. Você nasceu no dia 20 de Agosto de 2003, em uma noite chuvosa. Cassiopeia morreu cinco semanas depois, mas foram cinco semanas em que ela não passava um dia sem te ver, Memphis. Ela vivia se gabando para os conhecidos que a tataraneta dela havia herdado suas madeixas ruivas, e que você seria a garota mais linda de toda a Inglaterra quando crescesse. Sabe, Cassiopeia era vidente e acho que acertou isso.

   Senti as lágrimas queimarem nos meus olhos.

— Quando você tinha cinco anos, nos mudamos para o Quebec para iniciar nossas pesquisas e eu tive outra briga com a minha mãe por abandonar tudo o que havia conquistado por Rhea, por sempre colocar os desejos de Rhea em primeiro plano.

— Por que Purva odeia a minha mãe?

— Sua mãe é mestiça, Memphis. E Voldemort havia caído a pouco tempo, muitas famílias bruxas antigas ainda tinham essa mentalidade de que bruxos de sangue – puro são uma raça superior.

— Mas, o amor é maior do que sentimento de raça. Ela não entende isso?

— Sua avó só amou um homem na vida, e ele foi tirado dela de maneira brutal quando ela tentou ajudar o lado de Dumbledore na primeira vez que Voldemort surgiu. Seus pais a forçaram a casar com o meu pai, Orson Wimple, e eles tiveram seis filhos. Eu sou o mais novo, e o desgosto.

— Se ela amou, deveria entender. E mamãe é incrível.

— Sua mãe é mais do que só incrível. Não a mulher no mundo que chegue aos pés de Rhea. Já reparou no sorriso dela, Memphis? Ela sorrir com os olhos. E por falar em olhos, se você reparar bem, parece que eles são feitos de milhares de universos. Ela é gentil, ela é amorosa, ela é inteligente, ela é independente, e, Memphis, ela é a mulher que eu sempre quis para ser mãe da minha filha. E acertei na escolha, porque ela criou uma mulher incrível como você.

— Não fiz isso sozinha – mamãe disse dá porta. Ela tinha o rosto manchado de lágrimas, e se aproximando de nós dois, disse: - Eu vou sempre, verdadeiramente, completamente, amar você, Anthony.

  Ele sorriu, beijando – a.

— Meu Deus! Meu OTP! – bati palmas, fazendo – os se separar e rir.

— Ok, pessoal – mamãe secou o rosto – vamos terminar de desempacotar essas coisas porque temos um jantar mais tarde!

 - Já terminei o que tinha para fazer – resmunguei, me deitando – Vou dormir.

— Preguiçosa! – mamãe disse ao sair do quarto, com papai a suas costas.

   Quando eu digo que tenho o sono pesado, não estou brincando. Deitei exatas doze horas, depois de uma maratona rápida de How I Met Your Mother e de atualizar a leitura de algumas fanfictions de Star Wars, e se para mim, deviam ter se passado pouco mais de duas horas. Acordei com Imperial March ressonando pelo meu quarto, enquanto meu celular vibrava feito louco em meio bolso.

— Que é? – atendi sonolenta.

— Oi, vaca – disse uma Amélia entediada.

— Oi, vadia. – cumprimentei, me virando na cama e passando a olhar o teto. – O que tu queres?

Também estou morrendo de saudades, Memphis!— disse com ironia.

— Você acabou de me acordar, Amélia. Não vou ser simpática com alguém que acabou de me acordar!

Como eu ia adivinhar que você estava dormindo? Aliais, toda hora é hora de falar comigo.

Eu vivo dormindo, Amélia. – revirei os olhos. – E você é tão convencida.

Eu sei, e não vou dizer que sinto muito ter te acordado porque não sinto.

— Por que não me mandou uma mensagem? Eu te ligava quando acordasse.

— Se pelo menos tivesse whatsapp...

— Eu odeio essa coisa! Ter que ficar digitando, e todo mundo reclama desse visualizar e não responder...

Você passa o dia todo no twitter, vagabunda! — Amélia disse em um tom ultrajado – E se não é no twitter, é escrevendo aquelas suas histórias pervertidas.

— Em minha defesa, twitter é sós cento e quarenta caracteres e não tem que se importar com esse troço de visualizar ou não. E quem é você para falar de historias pervertidas? Passa o dia no Xvideos!

Na verdade, à noite. — Amélia corrigiu, com humor na voz – Ver pornô de dia é muito impessoal.

— Você não existe, Amélia – revirei os olhos rindo.

— E você também não vai existir se não for tomar banho agora! – mamãe apareceu a porta do meu quarto, com um vestido tubinho vermelho e salto alto preto, cabelos soltos em leves ondulações e uma maquiagem maravilhosa. Nem vamos falar do batom vermelho.

Essa é a minha deixa para vazar! Beijos, vadia. Eu te amo. – Amélia se despediu, terminando a ligação.

 Olhei para o visor, cujo papel de parede era Han Solo sendo maravilhoso, e depois para a hora. 17hrs30min. Tínhamos que estar na casa do amigo do papai seis e meia em ponto, e eu com certeza não me arrumava em menos de duas horas, e isso se não for uma maquiagem muito detalhada.

— Mamãe linda! – saltei da cama. – Eu sinto muito, muito, muitíssimo mesmo!

— Memphis, cala a boca e passa para o banho – mamãe sorriu, tentando manter a calma – enquanto eu escolho a sua roupa.

— Certo – joguei um beijo para ela antes de me enfiar dentro do banheiro e tirar o pijama, que eu estava desde que acordei de manhã, em uma velocidade impressionante. Minha cara, geralmente gorda, estava amassada e vermelha e eu estava com bafinho então escovei os dentes antes de entrar no chuveiro e começar a passar produtos no meu cabelo.

  Ser ruiva é maravilhoso, porque você geralmente se destacada em todos os lugares. Mas também é ruim porque haja produtos de limpeza, haja creme de hidratação, haja shampoo que não resseque o cabelo.

Você pensava que eu não voltaria para você, para você— cantarolei, ao som do acústico do Blackbear – Eu estava caído por você, caído por você. E agora gostaria de nunca ter me curvado para você. Eu estou na merda que eu não posso sair...

MENOS CANTORIA E MAIS BANHO, MEMPHIS! – mamãe gritou do quarto.

— Tá certo – gritei em resposta, terminando de tirar o creme do cabelo.

  Passei creme no corpo, e depois loção, antes de sair e me secar. Meus cabelos ficavam mais fáceis de pentear estando molhados, e foi exatamente o que eu fiz, mas não tinha tempo para esperar que eles secassem. A quem inventou a magia, muito, mas muito obrigada! Fiz um penteado rápido, mas que ainda ficasse bonito, e comecei a maquiagem.

— Querida, sua roupa está em cima da cama e os sapatos também. – mamãe abriu a porta do banheiro. – E, Memphis, não fique querendo me matar quando ver o que eu escolhi ok?

  Ela sorria de um jeito tão maldoso que começou a me assustar. Larguei os pinceis em cima da bancada de mármore e corri para o quarto. Em cima da cama, estava estendido um vestido vermelho que minha mãe havia feito com o auxilio da magia para um baile na Nova Zelândia, mas Devon acabou me dando bolo e eu nunca cheguei a usa – ló. Ele era vermelho escuro, quase vinho, e tinha um senhor decote. Bem generoso. E brilho por ele todo.

— Papai vai te matar. – comentei, abismada com a escolha. – Tantos vestidos. Por que esse?

— Porque o ministério quase todo está lá e eu quero que minha filha impressione. – mamãe piscou de maneira maliciosa. – E você pode conhecer o amor da sua vida hoje.

— Você anda lendo muito Jane Austen. – balancei a cabeça rindo, enquanto mamãe me fazia sentar.

— Deixe que eu faça isso – disse, passando base por todo o meu rosto.

   Mamãe era rápida quando se tratava de maquiagem, e ela fazia um trabalho incrível, por isso nem me admirei quando em menos de vinte minutos ela havia feito tudo e cada detalhe estava perfeito. Vesti a roupa escolhida, sob muita pressão, e depois o salto alto preto.

— Uma deusa! – mamãe sorriu com orgulho – Passe perfume, e desça.

  Assenti com a cabeça, enquanto ela deixava meu quarto. Passei um perfume que Amélia havia me dado de Natal e deixei o quarto. Papai nos esperava na sala, com terno e cabelo penteado. Nem parecia o bárbaro que era no dia – a – dia.

— Uau – papai exclamou aos nos ver descer as escadas – Muito provocativas, mas uau.

— Sabe como é, vai que achemos homens ricos. – mamãe deu de ombros.

— Nem vou responder essa provocação. – retrucou nos estendendo a mão. – Vamos aparatar.

  Mamãe e eu a seguramos a contragosto. Repito o que disse antes, aparatar é terrível. Fechei os olhos e esvaziei a mente, ficava mais fácil assim, e em segundos me senti sendo sugado por dentro e então sumimos da sala de casa, reaparecendo a varanda de um chalé em uma ruazinha pacifica de um povoado bem longe de Ottery St. Catchpole. Não muito longe, havia uma pequena igreja e um pequeno cemitério ao lado. Era triste, mas passava uma sensação familiar.

— Sabe onde estamos, não sabe? – papai sorriu para a minha mãe, que respondeu com outro sorriso.

— Godric’s Hollow – mamãe concordou com a cabeça. – Foi aqui que eu dei a luz, Memphis. Você nasceu na casa da minha tia alguma rua perto daqui.

— Que meigo. – comentei com um sorriso.

  Papai avançou, batendo na porta. Eu estava nervosa, já que minhas experiências com visitas não era lá as melhores.

  Em pouco tempo, uma mulher ruiva atendeu. Ela usava um vestido tubinho azul escuro, e seus cabelos ruivos estavam totalmente lisos, chegando a pouco abaixo do seu ombro. Seus olhos amendoados estavam envoltos com sardas, que a deixavam ainda mais bonita. Não parecia ter mais que 37 anos, se não tivesse menos.

— Rhea, Anthony! – ela sorriu com animação, envolvendo meus pais com um abraço. – Vocês cresceram.

— Gina – mamãe sorriu – Que bom ver você!

— E essa deve ser a Memphis – Gina arregalou os olhos a me ver, antes de me abraçar. – Minha nossa!

  Sorri constrangida. Cabelos ruivos, de novo.

— Harry! – Gina chamou, olhando para dentro da casa.

  Meu coração saltou ao ver o homem parado atrás de Gina. Sou nerd (me julguem) e uma aluna exemplar em história da magia, e se tem uma coisa que eu sei é a história do grandioso Harry Potter.

— Rhea, Anthony – o homem os abraçou assim como a mulher, e seu olhar recaiu sobre mim, uma expressão surpresa apareceu em seu rosto. – Memphis, não é?

— É a cara dela, Harry – Gina observou, e o marido acenou a cabeça em concordância.

— Vamos entrar! – Harry convidou.

  A casa dos Potter era sete vezes maior do lado de dentro do que de fora, e era bem mais bonita e alegre também. A sala de visita estava lotada com, o que eu pensei ser, homens e mulheres do ministério, todos com suas famílias e reconheci muitos rostos como o de Rolf Scamandder, chefe da Seção de Controle de Criaturas Mágicas e um homem formidável, além de alguns dos aurores mais importantes e outros aqui e ali.

— Anthony e Rhea! – Hermione Granger, a musa dos artigos sobre elfos domésticos e a vice ministra mais foda de todos os tempos, os abraçou. – Anthony, você está enorme garoto. O que andou tomando?

— Muito suco de groselha – papai fez uma careta pensativa, a fazendo rir.

— Rhea, como você está bonita! – Hermione virou – se para a minha mãe.

— Graças a Deus! – mamãe forçou um suspiro. – E você vice ministra? Como anda a família?

— Dando dor de cabeça, como sempre. – Hermione suspirou. – E a pequena Memphis? Faz muito tempo desde que eu a vi.

— Memphis – mamãe me estendeu uma mão – essa é Hermione Granger, sua madrinha.

   Senti meu coração pular no meu peito, e forçar uma cara surpresa de quem nunca ouviu falar em Hermione Granger. Cara, a mulher era minha ídola, e minha madrinha! Eu sabia de tudo sobre ela, e estava quase pirando.

— Ela se parece tanto com... – e então olhou para Harry, antes de me abraçar. – Bem vinda, querida.

— Obrigada. – sorri agradecida. Ela era um amorzinho.

— Rony, você lembra-se do Anthony? – Harry deu uma tapinha amigável ao ombro de outro ruivo, este com uma barriguinha de cerveja invejável.

— Anthony, você cresceu! Minha nossa! – Rony olhou para cima, onde deveria ser a cabeça do meu em relação a ele. – E Rhea, tão adorável como sempre.

— Como vão os negócios, ruivo? – papai perguntou, aceitando uma taça de vinho.

— Em uma montanha russa que só vai para cima! – Rony respondeu com uma risada e eu tive que reprimir uma. Ele havia citado A Culpa é das Estrelas, e eu não podia acreditar. Depois de se recuperar, ele olhou na minha direção, soltando um guincho assustado: - Ela... Ela... Se parece tanto com...

— Lilian, é, sabemos – Hermione segurou no braço do marido, ainda analisando o meu rosto. – Não parece tanto.

— Não parece tanto? É basicamente copiar e colar! – Rony exclamou, fazendo Gina e Hermione o censurarem. – O quê?

— Desculpa, mas com quem eu me pareço? – perguntei, tentando conter a curiosidade crescente.

— Um parente meu, querida. – Harry sorriu para mim com gentileza. – Vamos, venha conhecer o resto da família.

  Ele nos guiou junto a Hermione, Gina e Rony até outra sala que estava quase tão lotada quanto, mas dessa vez com ruivos. Rostos viraram na minha direção, e eu tive vontade de enfiar minha cara debaixo da terra, mesmo que abaixo de mim só estivesse concreto. Mais uma vez, expressões de choque.

— Pessoal, digam oi para a Memphis – Hermione me apresentou enquanto bocas se escancaravam.

— Oi copia da... – um garoto começou a falar, mas foi repreendido por Rony

— Essa é minha filha Rose – Hermione me apresentou a uma ruiva, de cabelos cacheados na altura do ombro e olhos azuis como o do pai, e depois apontou para um moreno de cabelos cacheados e olhos amêndoas – E aquela é meu filho Hugo.

— Muito prazer – Rose estendeu a mão, e quando eu pensei que nós fossemos dar um aperto de mão chato, ela me puxou para um abraço.

— E esses são Alvo – Gina apontou para o garoto de cabelos negros e bagunçados, olhos verdes vividos e que se parecia tanto com Harry que me assustara. – Lilian – apontou desta vez para a garota ruiva a um canto, os cabelos ruivos na altura do busto, com uma franjinha que a deixava com um aspecto descolado e olhos verdes. Era a cara de Gina. – E Jam... Cadê o James?

— No quarto, com a Becca – Lily enredou, com um sorriso maldoso.

— JAMES POTTER! – a mãe subiu as escadas.

Eu sorr Fler Delacourr— uma mulher loira, com uma beleza explicita, me cumprimentou com o sotaque francês pesado. – Este é meu marrido Guilherme — apontou para um homem alto, de cabelos compridos e ruivos, e rosto cicatrizado – E meus filhos Louis— desta vez, seus dedos magrelos se direcionaram a um garotinho loiro de expressões serenas – Dominique— desta vez para uma garota de rosto extremamente bonito e cabelos ruivos. Ela era tão perfeita que eu jurei ser uma boneca – E Victorrie— uma loira mais velha do que o restante dos outros jovens acenou, tão linda quanto as outras duas mulheres de sua família.

— Família Dó – Ré – Mi apresentada – um homem ruivo, alto, forte e de expressões brincalhonas resmungou, e sorrindo para mim, disse: - Oi, cópia da Lily, como vai? Eu sou Jorge Weasley – disse, apertando minha mão. – Minha esposa Angelina – a mulher morena, de cabelos cacheados, e olhos castanhos, sorriu constrangida – meu filho Fred – apontou para um ruivo, muito bonito por sinal – e minha Roxanne – desta vez para uma morena, com as mesmas expressões do pai e do irmão, mas parecida com a mãe.

— Não ligue para ele. – Angelina pediu, me abraçando; Roxanne repetiu o ato.

— Muitíssimo prazer, senhorita – Fred fez um reverencia, beijando minha mão. Revirei os olhos, mas rindo.

— Percy, Audrey – Gina apontou para um homem ruivo que falava ao celular enquanto a mulher, muito bonita por sinal, reclamava – Infelizmente, Molly e Lucy não puderam vim.

— Infelizmente para a Molly. – Fred suspirou – Lucy é um saco.

— Fred! – Angelina censurou, enquanto Jorge ria.

— Se eu puder te dá um conselho, só fica longe do Fred – Lily se debruçou sobre o sofá, rindo para mim – Você é bonita demais para ficar retardada que nem ele.

— Sai daqui – fiz sinal da cruz para ele, fazendo os outros rirem.

  Naquele momento, dois meninos entraram na sala. O primeiro era loiro e tinha expressões sacanas, e o outro era alto e bonito para caralho. Era alto, forte, tinha ombros largos e uma expressão maliciosa que parecia não querer deixar seu rosto tão cedo.

— Você é ruiva! – o loiro surpreendeu – se, após me apresentarem.

— Da última vez que eu me olhei no espelho, eu era. – sorri em resposta.

  Meus olhos encontraram os do outro menino, o mesmo me analisava com uma expressão surpresa. Ele, como todos os outros, estava focado nos cabelos ruivos, mas seus olhos se deslocavam para os meus, como se visse algo neles. Seus cabelos eram de um castanho muito escuro, e seus olhos de um castanho esverdeado raro. Eu nunca vi olhos daquele tipo.

— Não cara – ele disse para o ruivo – É loiro moranguinho.

  Minha nossa.

— E esse é o James, meu irmão mais velho – Lily estralou a língua, como se fosse inacreditável aquilo.

— Com uma inteligência dessas você deveria ser estudado pela NASA. – sorri com ironia, fazendo o resto rir.

— Você é sempre tão simpática assim? – ele provocou.

— Você não sabe o quanto – rebati com desdém. Mais que carinha idiota!

Os murmurinhos estavam cada vez menores, e eu não tinha me dado conta dos quadros falantes atrás de mim até que um deles falou: 

— Minha nossa, você tem um clone! – cabeças giraram para o quadro de um homem atrás de mim.

  Uma mulher ruiva me olhava com olhos arregalados, e se eu estivesse comendo alguma coisa, teria me engasgado. E se a mulher ruiva parecia comigo, o homem ao seu lado era o clone do babaca.

— Puta que pariu, Evans – outro homem, este de cabelos negros, longos e de aparência mais velha, disse.

— Ela é linda. Sua namorada, James? – uma mulher de cabelos rosa schock perguntou, sendo repreendida pelo homem ao seu lado.

— Que James? – os dois perguntaram juntos.

— Eu sabia que você era burro, Potter, mas não sabia que era tanto – um homem de cabelos negros e oleoso, e nariz de gancho, disse com uma expressão de desdém.

— Não é hora para a DR de vocês – a ruiva revirou os olhos – Qual o seu nome, querida?

— Memphis – murmurei estática ao meu canto.

— Que nome bonito! – a de cabelo rosa elogiou, e eu sorri agradecida. – Eu sou Ninfadora, esse tímido chato aqui é do lado é meu marido, Remus Lupin.

— Muito prazer – sorri envergonhada.

— E ai, ruiva! Eu sou Sirius – o de cabelos longos disse – James, se apresente para a cópia da sua esposa.  

— É, eu sou James – O James não babaca se apresentou. – E sua gêmea é a minha esposa Lily.

— E o Snape... – Lily apontou para onde deveria ser o nariz de gancho.

— Amor, ninguém se importa com o Ranhoso! – James foi repreendido pela esposa.

— Minha nossa! – mamãe gritou as minhas costas – Memphis tem um clone!

Lily e eu nos entreolhamos, e ambas sorriam.


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