Estrela Distante escrita por angel_glare


Capítulo 10
TALENTO/FANTASMA


Notas iniciais do capítulo

Nessie: O que você quer? – não contive a irritação, por estar sendo tirado dos devaneios.

Porém a voz do outro lado da linha, me fez voltar a realidade.



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Chelsea: Amor, esta super bem humorada hoje hein. Estou com saudades. – riu do outro lado da linha.

 

Nessie: Ah, Chelsea. Vá irritar sua mãe, eu to no meio da estrada e a qualquer segundo posso morrer. AAH MEU DEUS, UM CAMINHÃO ENORME. ADEUS MUNDO CRUEL! – simulei tudo e desliguei o telefone.

 

Não gosto de ser incomodada quando estou dirigido, mas se eu pudesse voltar atrás... HÁ, acho que teria feito pior. Mandado ela tomar do redondo e enterrado a celular.

 

Estava quase chegando em casa, quando o mesmo garoto da escola, que me chamou pra transar, me alcançou com seu skate. Ele estava sorrindo e mascando chiclete.

 

Daniel: Oi. – mostrou todos os dentes.

 

Nessie: Me da um chiclete. – estendi a mão. A estrada agora era uma descida mínima, eu não estava precisando empurrar o skate.

 

Daniel: Só tenho um. Ainda está docinho, se quiser tentar pegar. A propósito, sou Daniel. – estendeu a mão. Ele era bom no skate. Ao contrário do que ele pensou que eu faria, não apertei sua mão. Apenas dei uma batida nela.

 

Nessie: Beleza?

 

Daniel: ah, claro. Eu estava pensando: Que tal uma amizade colorida?

 

Nessie: Mal aê, sou daltônica.

 

Continuamos conversando coisas sem nexo, até eu avistar um graveto a poucos metros de onde ELE estava. Como seus olhos não saiam de mim, e eu estava louca para ver a desgraça alheia, não avisei.

 

A queda foi irreversível.

 

E eu NÃO parei pra ajudar.

 

Gargalhando alto, vendo ele se contorcer, abraçando o joelho esquerdo, eu me afastei e entrei na curva que me levava pra casa. Ainda estava rindo quando peguei meu skate e entrei. Só Edward parecia entender minha alegria.

 

Edward: Isso não foi legal. – declarou depois de ver em minha mente do que eu estava rindo.

 

Nessie: Defina legal. – parei de rir e cruzei os braços.

 

Edward: Legal é você viver bem, legal é você ajudar as pessoas, legal é você ser sincero e lutar pelo bem, legal é ser gentil com seus irmãos...

 

MEIA HORA DEPOIS...

 

Edward: E acima de tudo, legal é você respeitar seus pais.

 

Soltei um longo bocejo. Como alguém podia ter tanta coisa podre em seu conceito de ‘legal’. Ah, legal é... Legal. É.

 

Esme: O que aprendeu hoje na escola, querida? – sentou-se no sofá, ao lado de Alice.

 

Nessie: Porra nenhuma. – dei de ombros.

 

Bella: Renesmee...

 

Nessie: Ué, mas eu não aprendi nada mesmo. Mas algumas coisas foram o bicho. Tipo, montei uma banda com os lobos de La Push, e nós vamos tocar no palco, em uma festa. Eu fiquei tipo: Caralho, que sorte a minha...

 

Bella: Pare de falar palavrão.

 

Nessie: Isso fará você calar a boca? – sorri, besta. Me virei para Esme. – Tem rango? Qualquer coisa, eu to com muita fome.

 

Esme: Sim, estou terminando o almoço. Em poucos minutos estará pronto.

 

Jasper: Sinto a presença de alguém! – anunciou.

 

Emmett: AH, MEU DEUS, É UM ESPIRITO! VEM ROSALIE, VAMO FUGIR DAQUI! – estendeu a mão para a loira, que revirou os olhos.

 

Nessie: Calma Emmett. Fecha os olhos e finge que ta dormindo, assim ele vai embora. – fechei meus olhos com força, temendo o fantasma.

 

Carlie: Tem mesmo um fantasma aqui?

 

Eu estava com medo e com os olhos fechados, mas o Emmett tava até fingindo roncar!

 

Nessie: Esses fantasmas são fróids, é serio. Podem até nos decapitar, enquanto estamos distraídos.

 

Alice: PARA, estou ficando assustada. – abri um pouquinho os olhos e a vi chacoalhando as mãos.

 

Jasper: Eu não estava falando neste sentido, de estar sentindo uma presença. Estou sentindo o cheiro de alguém. É um vampiro.

 

Todos pudemos abrir os olhos. Edward trincou os dentes e todos nos pusemos a olhar para a entrada. Meus olhos pareciam ser os únicos ansiosos para descobrir quem era a figura que estava prestes a invadir o local. Uma boa briga seria interessante. É.

 

Arregalei os olhos quando vi a pequena figura loura, pela porta de vidro.

 

Nessie: Chelsea! – corri e abri a porta. – Sua louca, o que está fazendo aqui? – a abracei. Meu humor estava melhor agora.  

 

Chelsea: Eu PRECISAVA te ver. – pegou em minha mão. Eu a levei pra dentro.

 

Nessie: Gente, essa é a Chelsea.

 

Todos a conheciam somente pelo nome. Nunca tinham a visto pessoalmente... Até agora. É claro que devia estar impressionados por sua audácia de ir até aquela casa, porém eu não estava surpresa. Isso era tão Chelsea!

 

 

Emmett: Como vai, lésbica? – sorriu abertamente, depois fechou a cara. – Por que as mais bonitas são lésbicas? – perguntou diretamente a Carlisle.

 

--‘

 

 

 

Bella: Como pode vir até nossa casa com tanta frieza? – sentou-se ao lado de Edward. Ela encarou Chelsea profundamente.

 

Chelsea: As pessoas ficam vulneráveis quando estão amando. – respondeu educada – Você pode confirmar isso, já que por amor se transformou em uma vampira, abandonando sua mortalidade.

 

Bella: Foi por amor, no seu caso...

 

Chelsea: Só eu sei sobre os meus sentimentos. – a cortou. – Com todo o respeito. – emendou.

 

Carlisle: Por favor, sente-se. Fique a vontade.

 

 

Abracei firme minha garota e me sentei no pequeno sofá de dois lugares com ela. Só mesmo Emmett parecia feliz com a situação. Esme não parecia brava, mas estava meio insegura. Os outros mantinham sua expressão de mal a pior.

 

 

Edward: Não estou com raiva de você, Chelsea. – ele respondeu aos pensamentos de Chelsea. – Por favor, chegue ao ponto.

 

Chelsea: Ok. Olhe, eu adoro a filha de vocês. – ela olhou diretamente para Bella e para Edward. – Sei que são contra nossa relação, mas acho isso tudo irrelevante, sabem que vamos nos encontrar escondidas, até porque ela também está disposta a ficar comigo. – eu assenti. – Quero apenas vossa permissão.

 

Bella: Acha que é só entrar aqui e pedir permissão que tudo vai ficar na boa? Foi você que a transformou nisso... – acusou já se alterando.

 

Nessie: Epa, epa, epa. Não vem querer encher a garota com a sua histeria. Você fez as suas escolhas, e eu fiz as minhas. – apontei meu dedo pra ela.

 

 

Todos os outros estavam apreensivos, até que Edward resolveu se pronunciar.

 

 

Edward: Vamos conversar em um lugar mais... reservado. – se levantou e pegou a mão de Bella. Bella, Chelsea e eu o seguimos sem reclamar.

 

Emmett também nos seguiu com um sorriso idiota no rosto.

 

Edward: Você fica. – falou pra ele.

 

Emmett: Acha mesmo que vou perder isso?

 

 

Mas assim que passamos pela porta do gabinete de Carlisle, Edward fechou a porta na cara de Emmett. Suspirou, e por fim, se virou para nós.

 

 

Edward: No principio achei que a afastando de Chelsea, isso mudaria. – ele falava particularmente com Bella. – Mas isso não aconteceu. Sei que isso é contra tudo o que você e eu planejamos pra ela, mas que outra opção temos? – segurou sua mão.

 

 

Bella: Proibir Chelsea de vir aqui.

 

Nessie: Nós vamos nos ver escondido. – sussurrei.

 

Chelsea: Meu propósito vindo aqui, foi só esclarecer tudo e deixar claro que não vou desistir da Nessie. Só que também fui criada para respeitar aos meus pais. Tudo o que queria era que pudéssemos fazer as coisas do jeito certo...

 

Um longo silencio pairou sobre nós.

 

 

Bella: Eu odeio isso.

 

 

Edward: Eu também. Que tal tentarmos para ver no que vai dar?

 

Bella: E Jacob?

 

 

AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH Jacob. O que eu ia dizer? Tudo bem, eu TENHO que dizer a verdade. Omitindo algumas partes, é claro. não quero magoá-lo mais do que o necessário, até porque eu fui sincera ao dizer que o amo. Ele é o irmão que eu não tive.

 

 

Nessie: Jacob ficará bem. Vai vir aqui hoje e tenho certeza que vai me entender. – dei de ombros.

 

Bella: Será mesmo você que falará com ele. – e saiu do gabinete, seguida por Edward.

 

 

Achei mesmo melhor ninguém presenciar o meu beijo desentupidor de pia que demos quando nos encontramos sozinhas. Foi um beijo tão apaixonante que eu não consegui deixar de sorrir fraquinho quando nos soltamos.

 

 

O medo não povoava minha mente mais. Isso porque eu tinha certeza que a reação de Jacob não seria negativa quando ao que foi decidido. Provavelmente ele ficaria feliz pelo fato de as coisas de resolverem bem pra mim. Minha vida teria uma chance de andar nos trilhos.

 

 

Eu e Chelsea voltamos para a sala juntas, de mãos dadas. Sentamos no chão, no canto da parede, e navegamos assuntos insignificantes dentro de nossa bolha. Ela se transformou em mim e fez beicinho, voltando a sua forma natural.

 

 

Carlisle: Também possui dons, Chelsea?

 

Nessie: Ela é o Maximo! Uma verdadeira criatura mística. Tem o talento da transmutação, tendo a capacidade de assumir a forma de qualquer pessoa, incluindo ou não capacidade de mimetizar a voz. Ela também pode se transformar em qualquer animal e ter suas habilidades.

 

Chelsea: Ah, mas invejo o talento da Nessie. – suspirou. – Ela contou como evoluiu nos últimos meses?

 

É claro que eu não tinha contado.

 

 

Alice: Isso parece muito bom. O que mais consegue fazer, Nessie?

 

Eu não estava disposta a contar. Ninguém precisava saber da minha vida.

 

Chelsea: Ela tem energia caótica.

 

 

 

Jacob: E o que seria isso?

 

Levantei meus olhos, a procura do meu amigo, que entrou pela porta. Esperei que isso fosse frear Chelsea, mas isso não aconteceu. O medo agora era evidente em meu rosto, já que eu não tinha certeza do que podia dizer a ele.

 

 

Chelsea: Habilidade de controlar as probabilidades causando acontecimentos estranhos. Por exemplo, explodir e levitar objetos, emitir raios, derreter ou movimentar coisas, criar chamas ou mau funcionamento de poderes. Ah, e controlar outros poderes, independente de que vampiro seja.

 

É claro que por algum motivo estranho, isso não funcionava com Edward e Bella. Pessoas escrotas mesmo.

 

Edward: Este ultimo talento não funciona comigo e com Bella. Acho que por sermos seus pais, temos alguma influencia sobre você. – explicou.

 

Eu queria qualquer coisa. Qualquer coisa que adiasse minha conversa com Jacob. Desejei que um raio caísse ali na casa e todos morrêssemos. Eu esperei pelo raio... Mas ele não veio.

 

Edward: Achei que ainda só podia levantar pessoas e coisas, Nessie. – ele tentou me ajudar. – Estou orgulhoso por isso estar se expandindo.

 

Nessie: É... – pensei em algo para dizer. – Eu ainda posso levitar, quebrar e mover objetos e pessoas com a força mental. Como é que se chama isso mesmo? Telecinese, estou certa? – tentei não me importar também com os outros lobos da minha “banda” que entraram. – E... – eu não queria contar isso... – Descobri que também tenho rajada psiônica.

 

Edward: E o que isso faz? – engoliu um seco. Todos já estavam percebendo que estávamos nervosos. Eu por não saber o que dizer e ele por tentar me acobertar.

 

Nessie: É a capacidade de projetar rajadas psiônicas que afetam a mente da vitima sem efeitos físicos, causando dor, deixando a vitima inconsciente ou até mesmo a matando.

 

 

Por incrível que pareça, eu nunca tinha matado ninguém. Só que tinha uma lembrança forte de uma imensa clareira, e alguns vampiros sendo erguidos no ar antes de explodirem. Isso não devia vir de algum filme, pois era real demais.

 

Ninguém realmente parecia satisfeito por meus talentos, e isso eu não compreendi. Também já não dava para adiar mais esta conversa.

 

 

Nessie: Jacob? – um imenso sorriso apareceu em seu rosto quando se virou para mim. – Posso falar com você?

 

Jacob: Claro. – veio até mim e estendeu sua mão, para que eu a pagasse. Eu a peguei e o direcionei para fora de casa.

 

Antes de sair, me virei para Chelsea.

 

Nessie: Fica bem por alguns minutos? – ela assentiu.

 

Eu não queria, mas sentia que talvez essa pudesse ser a ultima vez que sentia as mãos quentes de Jacob nas minhas. E a culpa era minha, por ter confundido todas as coisas. Só esperava que ele entendesse.

 

Assim que estávamos longe o bastante para que ninguém na casa nos ouvisse, eu levantei nossas mãos delicadamente e beijei sua mão. Jacob avançou um passo, já pronto para me beijar, quando eu empurrei de forma suave seu peito, o afastando.

 

Jacob: O que foi?

 

Nessie: Jacob, sabe aquele menina loura que estava comigo na casa dos Cullens? – ele assentiu. – Bom, ela é Chelsea, minha namorada.

 

Seus dentes trincaram.

 

Jacob: Bella e Edward permitiram vocês ficarem juntas, não é? – seus olhos foram para o chão, e ele deixou sua mão escorregar da minha.

 

Nessie: É. – respondi por fim. – Vai ficar tudo bem? Entre nós, quero dizer. – mas ele não respondeu. Pensei ter visto um brilho extra em seus olhos.

 

Jacob: Vai. – foi só um sussurro.

 

Nessie: Falei sério hoje quando disse que te amava. Você falou sério? – ele assentiu, ainda cabisbaixo. – Então me abraça.

 

 

E ele me envolveu mais um vez em seu abraço de urso. Posso jurar que senti uma umidade em meu ombro, mas quando olhei para o céu, não estava chovendo.

 

Jacob: Preciso ir.

 

Nessie: Como assim? Nós não vamos ensaiar?

 

Jacob: Só avisa ao Seth e ao Embry por mim. Vou pra casa...

 

Sem dizer mais uma palavra, ele se afastou e explodiu em um lobo enorme castanho avermelhado. Mesmo assim enquanto ele corria, não consegui deixar de admirá-lo. Essa sem duvidas não era a reação que eu esperava dele. Só que seu desprezo era o mínimo que eu merecia.

 

 

Quando já não podia mais ouvir o som de seu coração, e nem o de suas patas batendo no chão, senti como se uma parte de mim tivesse sido levada com ele. Como se um membro meu fosse arrancado por ele e arrastado para longe. Meu braço, minha perna, minha cabeça, meu tronco... Ou meu coração.

 

Fiquei tão irada. Não com ele, mas comigo mesma, por ser uma pessoa tão má.

 

 

Agora sim estava chovendo. Lagrimas traiçoeiras ameaçaram escorrer por meu rosto quando terminei de derrubar uma arvora, a base de chutes, porém eu as forcei a voltar por onde tinham vindo. Fiquei por alguns minutos parada ali, olhando o caminho que Jacob seguira e que eu esperava que voltasse. Meus cabelos já estavam ensopados, assim como minhas roupas, mas isso não me incomodava. Incomodava saber que ele não voltaria. Não tão cedo.

 

Senti uma mão fria em meu ombro, mas não quis virar e ver quem era o ser que parecia querer me reconfortar. Eu queria entender porque EU tinha de ser reconfortada. Fui eu a criatura desprezível que conseguiu magoar a pessoa mais importante no mundo.

 

Custou muito, mas descobri que Jacob era a pessoa que eu mais me importava. Até mesmo mais do que Zafrina, minha mãe. Era como se tivéssemos uma ligação. Eu o queria sempre como meu amigo. Talvez o que precisasse ser feito, era meu pedido de desculpas. E precisava ser agora.

 

 

Edward: Não é uma boa hora, Nessie. – reconheci a voz dele de imediato e lentamente me virei para encará-lo. – Sei que suas intenções são boas, mas ele precisa de um tempo para pensar em tudo isso.

 

Nessie: Eu o magoei feio não foi?

 

Edward: Foi. Estou quebrando as regras com isso, só que você precisa saber...

 

Nessie: saber o que? – me assustei em ouvir minha voz rouca.

 

Edward: Promete guardar segredo? – eu assenti, esperando. – Quando ele disse que te ama, não foi do jeito que você disse. Eu e ele entendemos que você quis dizer que o ama, como amigo, mas Jacob te ama de forma diferente. – eu ainda não conseguia entender. – Ele te ama como um homem ama uma mulher. Como eu amo sua mãe, como Carlisle ama Esme, Jasper ama Alice e Emmett ama Rosalie.

 

Fiquei muda. Queria formular uma pergunta coerente, que fosse direto ao que eu esperava ouvir, mas nada vinha em minha mente, a não ser o fato de me sentir amada. Em momento algum eu duvidei das palavras de Edward. Seu rosto emanava sinceridade. Como não acreditar em um anjo? Ou em alguém que parece um anjo... Eu já não sentia mais vontade de bater em uma arvore. Eu queria poder ME bater.

 

Edward: Filha... – ele me abraçou e eu não neguei seu abraço. Mesmo frio, era ‘bom’. Nele eu consegui ENXERGAR todo o amor e carinho paternal. – Oh, minha filha, não fique chateada. Tudo ficará bem.

 

Nessie: Não vai não, pai. Eu o magoei. Agora imagine se Jacob descobrisse que eu o enganei. . . Nunca mais olharia em meus olhos outra vez. . .

 

 

Ouvi claramente quando o chamei de pai, e mesmo lutando com a parte sombria que existia em mim, eu não conseguia me arrepender por isso. A quanto tempo eu não me sentia protegida assim?

 

 

Edward: Não chore. – acariciou meus cabelos, enquanto eu ensopava, igual a chuva, sua camiseta verde clara.

 

Só me dei conta de que chorava, quando ele disse isso. Eu não sabia se isso era por ter magoado a Jacob – e me magoado, como conseqüência -, ou por ter encontrado meu pai neste abraço, ou pela junção das duas coisas. Independente disso, Edward Cullen estava ali. Sendo um ombro amigo. Sendo meu pai.  Se fosse possível, eu tinha certeza de que ele estaria chorando comigo. Lamentando comigo os meus problemas, sem questionar, dizendo que era um problema pequeno e que eu estava dando mais um problema pra ele.

 

Edward: Eu nunca diria isso. O seu problema é o meu. Sempre! – apertei ainda mais sua cintura, não me permitindo ficar sozinha. – Veja como está molhada. Vamos pra casa, você irá tomar um banho quente e descansar. Amanha se já estiver se sentindo pronta, poderá ir falar com Jacob.

 

Nessie: Obrigado pai. – ouvi o som de seu risinho. Ele estava feliz por eu o ter chamado de pai e eu estava feliz por tê-lo feito.

 

Ainda abraçada a ele, voltei para casa. Bella se levantou num salto e veio até nós.

 

Bella: Oh, meu Deus. O que houve com vocês?  – se assustou.

 

Só que eu não queria falar sobre isso agora.

 

Edward: Nada. Por que não sobe Nessie? A propósito, Jacob não vai voltar. Ele foi direto para casa. – dei um aceno, mostrando que estava bem aos outros, que já estavam se levantando para nos cercar de perguntas, e subi as escadas melancolicamente.

 

Tomei um banho pelando e me joguei na cama, sem me dar ao trabalho de me vestir. Apenas puxei o edredom, cobrindo meu corpo em volta da toalha, mas não consegui dormir.

 

Me virei a noite inteira na cama, porém só no que conseguia pensar era no rosto de Jacob antes de se transformar. Demonstrava dor. Isso me doía.

 

Aos poucos, meus olhos foram ficando pesados e eu fiquei sonolenta. Tive uma noite sem sonhos.

 

 

 

 

Pela manha, percebi que estava devidamente vestida. Não sei bem quem o fez, mas fiquei agradecida. Estava de calça de moletom e uma camiseta furada. Coisa da Alice mexer com essas de roupa, então seria a ela quem eu tinha de agradecer.

 

Levantei me sentindo exausta e olhei pela janela, que mostrava que o tempo estava bom. As memórias do dia anterior me pegaram em cheio, e eu me lembrei de que não tinha visto Chelsea quando voltei ontem com Edward, quer dizer, com meu pai. É estranho o fato de que quando Jacob povoa minha mente, eu me esqueço das pessoas alheias.

 

Meia hora depois eu estava descendo as escadas e indo para a cozinha, onde estava Alice, Bella, Esme e meu pai. Me lembrei de agradecer a Alice. Ok, isso não era de meu feitio, mas ela tinha se dado ao trabalho, então...

 

Nessie: Ah, obrigada Alice.

 

Alice: Pelo o que? – fez-se de boba.

 

Nessie: Por me vestir. – dei de ombros e cocei meus olhos, pela sonolência.

 

Alice: Não fui eu, foi a Bella quem te vestiu.

 

Vi Bella mordendo os lábios timidamente.

 

Nessie: Valeu.

 

Bella: Como se sente? – dei de ombros mais um vez.

 

Nessie: Eu vou até La Push.

 

Esme: Coma alguma coisa primeiro.

 

Nessie: Não, não sinto fome. – fiz o sinal da paz e sai da sala.

 

Peguei meu skate mais uma vez e segui para La Push. Meu coração parecia bater mais rápido enquanto eu avançava cada vez mais rápido.

 

 

 

Por sorte, fui bem recebida por Billy. Ele me informou que Jacob estava no quarto e eu fui até lá. Abri a porta tentando não fazer barulho, pois não sabia se ele ainda dormia. Por um lado, desejei que estivesse dormindo. Isso seria uma desculpa para eu adiar o que tinha para dizer. Mas Jacob esta acordado.

 

Jacob: O que faz aqui? – sua voz emitiu justamente o que eu temia.

 

 

Frieza.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu disse que neste capítulo ia falar sobre a Copa do Mundo e sobre o primeiro ensaio da banda. Só que fiquei desanimada quando o Brasil perder - eu sabia que isso ia acontecer -, e conforme fui digitando, a história tomou um rumo diferente do que eu pretendia escrever.

Espero merecer reviews, recomendações; KKK é sério!

No próximo cap:
◘ Jacob perdoa ou não?
◘ POV. Jacob - para explicar sua indiferença quando Nessie entra.

É agora que a história vai começar a ficar forte. Muitas coisas aconteceram. . .

Desde já, obrigada amoores *----*