Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 2
Jensen Lewis.


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡

E aqui começa realmente a Unsolved.

Quero agradecer aos leitores que já começaram a acompanhar a história! ♡

Boa leitura!



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Narrado por Clarissa

A claridade invadia meu quarto me fazendo despertar do sono. Sentia uma sensação estranha, como se aquele dia fosse ser ruim.

— Clary? Acorde.

— Mãe? – indaguei sonolenta.

— Sim?

— O que faz em casa hoje?

— Bom, pelo o que parece eu estou acordando você.

— Sério mãe?! – Está flor com quem eu estou falando é minha mãe, Candice Goldstein, herdeira de todos os negócios de Lenon Goldstein, seu pai (o maior negocio da nossa família é a joalheria Goldstein, espalhada por todo o país). Desde que o meu avô faleceu, somos somente nós duas. E meu pai? Bem, mamãe disse que ele foi assassinado em um assalto, não tenho nenhuma lembrança dele, a única coisa que ela me disse, é que seu nome era Tristan Morgan.

— Clarissa – revirei os olhos por ela me chamar assim. Não é que eu não goste do meu nome, só prefiro Clary – Já são quase uma da tarde e hoje teremos visita e um jantar importantíssimo.

— Jantar? – ela confirmou com um aceno de cabeça, enquanto dava atenção ao seu celular que estava em suas mãos – Não é mais um jantar de negócios com aqueles caras chatos né?!

— Até porque se fosse, eu não a deixaria participar – mamãe me fitou – É um jantar informal, mas quero você linda e sem essas roupas que você usa.

Ela falava sobre meu estilo despojado de ser? Acontece que eu não faço o tipo ”princesinha” que usa roupas apertadas e vestidos curtos.

— A mãe... – bufei.

— Eu já comprei um vestido para você, saltos e mais tarde vamos ao cabeleireiro dar um jeito nisso ai. – ela apontou para meu cabelo, que estava totalmente bagunçado. Ele era ruivo (natural, pelo que eu acho, devo ter puxado isso do meu pai, porque minha mãe é uma linda morena). Meu cabelo estava na altura dos ombros, ele era um pouco ondulado.

— Só isso sargento? – falei me levantando da cama.

— Sem gracinhas! – disse e foi em direção a porta – Antes que eu me esqueça, tire esse negocio horrível do seu nariz.

O “negocio horrível” que ela se referia, era meu piercing no septo. Ela o odiava, não sei como me deixou coloca-lo.

Tomei um banho demorado, pensando que perderia meu sábado em um jantar chato, com pessoas mais chatas ainda.

Assim que terminei, fui para cozinha ver o que tinha para comer. Afinal eu preciso me alimentar, já que nesses jantares quase não é servido comida.

— Marie? – chamei a nossa cozinheira, que eu considerava um anjo, já que nem eu e nem mamãe sabemos cozinhar.

— Sim senhorita?! – respondeu-me. Marie deveria ter por volta de uns cinquenta anos, era uma senhora baixinha e gordinha, alguns fios brancos já apareciam em seus cabelos castanhos.

— Não me chame assim. – revirei os olhos.

— A dona Candice exigiu formalidade, Clary.

— Ela não está aqui – pisquei para ela. – Você pode me fazer um sanduíche caprichado? – Eu não entendia porque os empregados tinham tanto temor a minha mãe. Tudo bem que ela era rica, mas era fora do normal. Uma vez peguei uma empregada em uma crise de choro porque não conseguia tirar uma mancha de uma blusa que era da minha mãe.

— Claro – sorriu.

Enquanto comia o delicioso sanduíche que Marie havia me preparado, notei o intenso movimento de pessoas que trabalhavam pela casa – já disse a mamãe que não entendo para que tantos serviçais e uma casa tão grande somente para nós duas – . Notei um rapaz que passava com vaso de rosas vermelhas a quase toda hora.

— Marie, sabe o porque de toda essa movimentação?

— A dona Candice nos falou sobre o jantar, e deu ordem para deixarmos a casa ainda mais bonita, tinha um decorador mais cedo aqui.

— Mas para que tudo isso? Não é só um jantar?

— Eu realmente não sei Clary.

Isso tudo me parecia muito suspeito, conhecendo perfeitamente a mãe que tenho, diria que ela está aprontando algo.

Por volta de umas quatro da tarde recebi um telefonema da minha mãe pedindo que eu fosse até o salão de beleza que nós frequentávamos  – ela era uma cliente muito mais assídua que eu.

— Boa tarde Josh! – falei ao meu motorista enquanto ele abria a porta do carro para mim.

— Boa tarde Senhorita Goldstein. – Josh ainda era um garoto, ele era filho de Marie, tinha dezenove anos, trabalhava de motorista para pagar sua faculdade de medicina. – Para onde vamos hoje?

— Deixe-me pensar... Quem sabe para aquele cinema afastado da cidade que você me levou? – sorri, ele me olhava pelo espelho do carro.

— Lamento não poder leva-la, Clary.

— Tudo bem Josh. – você deve está se perguntando “que conversa é essa?”. Deixe-me explicar, eu e ele somos amigos, ou um pouco mais que isso. Mas é claro que a dona Candice não aceitaria, então decidimos esperar até que eu completasse dezenove anos. – Me leve para aquele salão de beleza de sempre, no centro.

— Salão? Algum evento?

— Um jantar chato que estou sendo obrigada a ir! – bufei, ele riu da minha atitude e acelerou o carro.

— Está entregue. – Josh falou abrindo a porta para que eu descesse.

— Obrigada – agradeci.

— Não sei se vai ser possível te deixar ainda mais linda, Clary – sorriu doce.

— Não fale assim, porque eu corro o risco de te beijar aqui mesmo.

— Você não o faria. – sorriu provocante – Tenho que ir.

— Tchau. – falei, tentando parecer indiferente. Fingir era horrível, mas necessário.

Assim que adentrei ao enorme salão, e extremamente chique, pude ver minha mãe sentada em um dos sofás me esperando.

— Kay? – minha mãe chamou o cabeleireiro que veio imediatamente – Ela chegou.

— A Clary, minha querida, o que eu te pedi? Cuide desse cabelo...! – Kay começou a pegar no meu pé, como sempre. Ele me conduziu até uma cadeira vaga e começou a mexer nos meus cabelos.

— Podemos cortar um pouco mais? – indaguei.

— Nem pensar! Daqui a pouco você estará sem cabelos na cabeça, Clarissa. – interferiu minha mãe.

— Já temos a resposta. – Kay respondeu e eu revirei os olhos.

Assim que fiquei pronta, deixei meu celular de lado e olhei no espelho. Kay tinha feito um trabalho excelente como sempre. Meu cabelo estava brilhoso e com leves ondas.

— Obrigada Kay! – sorri agradecendo.

— Tem como dar um jeito? – minha mãe falou apontando para meu rosto.

— Ah não, eu não gosto de maquiagem...

— Clarissa! – me repreendeu.

— Eu não vou usar! – falei me levantando da cadeira.

— Espera, olha filha, por favor ta bom? Não será nada demais. não é Kay?!

— Sim, confia em mim?

— Não tem outro jeito! – disse por fim suspirando.

Me analisei no espelho do meu quarto, me sentia estranha, aquela não era eu. 

Eu estava usando um vestido preto tomara que caia, levemente rodado, a parte do busto brilhava um pouco, o que me fazia pensar que eu estava ridícula. O vestido era um pouco acima do joelho, demarcando bem minha cintura, eu estava também com saltos pretos, a sola sendo vermelha, combinando com o batom em meus lábios. Kay fez um ótimo trabalho, a maquiagem estava leve, porém bonita.

— Filha? – minha mãe apareceu na porta do meu quarto – Está pronta? Os convidados já chegaram.

— Sim, mamãe.

— Você está linda, pequena Clarissa. – uma das poucos vezes que vi lágrimas nos olhos da minha mãe (as pessoas costumavam dizer que ela parecia uma vilã de filme de contos de fadas).

— Obrigada, mãe!

— Podemos?

— Ah sim, vamos.  –  me olhei uma ultima vez no espelho e dei um longo suspiro.

Andamos pelo corredor onde se encontrava os quartos  – nossa casa era enorme, o que acho extremamente desnecessário –  tinha pelo menos uns 10 quartos. Para duas pessoas? Exagero.

Desci os degraus da escada, tentando me equilibrar o máximo possível com aqueles saltos  – uma coisa sobre mim: não gosto de saltos – Fui descendo concentrada demais em olhar para os meus pés e quando levantei minha cabeça em direção ao fim da escadaria, meu olhar se encontrou diretamente ao de um homem  – jovem, eu daria uns vinte e três anos para ele – Seu olhar fez um arrepio percorrer por toda minha espinha, era frio e vazio, ele tinha um sorriso nos lábios, parecia um sorriso extremamente educado, mas ainda via frieza e fingimento naquilo. Mas ele era muito bonito, isso era um fato inegável –  seus cabelos pretos estavam penteados para trás, notei que era um pouco comprido, seus olhos azuis escuros só o deixava com o ar mais misterioso. Ele vestia um blazer preto, camisa preta e uma calça social preta.

Do seu lado estava um outro rapaz, um pouco mais baixo, loiro, olhos castanhos e tinha um sorriso educado, parecia ser muito mais sincero do que do primeiro. –  Uma mulher muito elegante estava do lado dos dois rapazes, ela tinha mais ou menos a idade de minha mãe. Era loira como o segundo homem.

— Clarissa, minha filha?! – disse minha mãe já terminado de descer as escadas.

— Sim?  –  falei me colocando ao seu lado.

— Essa é Lauren Lewis, minha amiga  –  mamãe sorriu para mulher que retribuiu, fui até ela cumprimentando-a com um beijo no rosto.

— É um grande prazer, querida! – ela falou sorrindo, retribui educadamente.

— Estes são seus filhos...  –  minha mãe apontou para os dois rapazes – Jensen e Nick.  –  pelo que minha mãe disse, Jensen era o moreno e Nick o loiro.

— Prazer.  –  estendi minha mão em um cumprimento primeiro ao loiro, ignorando a existência do outro que estava mais próximo a mim. Ele sorriu educado e retribuiu meu aperto de mão. Olhei para o outro e estendi minha mão, mas me surpreendi ao ver que ele não apertou e ao invés disso curvou-se levemente e beijou minha mão.

— Prazer Clarissa!  –  sorriu falso. Retribui o sorriso não sentindo nenhum prazer de estar ali, tirei rapidamente minha mão da sua.

— Peço desculpas por meu marido não poder vim. – Lauren falou enquanto nós íamos para sala de jantar.

— Tudo bem, sei que ele é um homem muito ocupado...

— A empresa da um trabalho e toma tanto tempo dele...  –  elas engataram uma conversa que durou quase o jantar inteiro. 

Confesso que não estava nem um pouco a vontade com os olhares de Jensen fixos em mim. Algo nele me incomodava muito.

Me entreti com a comida no meu prato. – Enquanto eles conversavam sobre assuntos diversos, eu estava absorça.

— Clarissa?!  –  uma voz rouca e grave me chamou atenção. Era Jensen, tenho que admitir que a voz dele tinha uma rouquidão sensual.

— Sim?  –  respondi olhando-o.

— E você, o que faz? 

— Vivo, estudo, respiro.  –  falei fazendo todos rirem, menos ele.

— Me parece bem interessante, não me surpreende uma garota como você não fazer mais do que isso...  –  ele sorriu com deboche.

O que ele quis dizer com isso? Eu já havia percebido que Jensen não queria estar ali como eu e muito menos havia gostado de mim. Acho que tínhamos só isso incomum: a antipatia de um pelo outro.

— Uma garota como eu?  – perguntei fingindo falsa curiosidade  –  E o que um cara como você faz?

— Trabalho na empresa do meu pai, sou formado em contabilidade e publicidade  –  sorriu convencido.

— E você, pretende fazer alguma faculdade, Clarissa? – Nick entrou em nossa conversa.

— Ah sim, ainda não sei...  – respondi pensativa  –  Mas estava pensando em algo como literatura...

— Me parece muito interessante!  –  Jensen falou deixando claro seu tom de ironia.

O resto do jantar não teve nada de animador. O caos ainda estava porvir. Todos estavam agora na sala, nós bebíamos vinho, algo que me surpreendeu já que mamãe não me deixa beber nunca, isso me fez ficar ainda mais desconfiada.

Percebi também que Lauren gostava de beber, e vi os olhares feios de Jensen para ela, que o ignorava.

Mamãe ficou de pé e atraindo a atenção de todos nós, não sei porque mais senti um frio terrível na barriga. Jensen me olhou de forma estranha, ele mantinha um sorrisinho que me irritava nos lábios.

— Bom, peço a atenção de vocês! – mamãe limpou a garganta antes de continuar  –  Todos aqui sabem como eu amo minha filha Clarissa...

— Mãe!  – interrompi-a sentindo o rubor de vergonha subir em meu rosto.

— E é por isso que estamos aqui hoje, não exatamente por isso, mas pela felicidade de Clary. – a olhei sem entender, do que ela falava? Minha felicidade? Eu estava confusa e nervosa. – E não só pela felicidade dela, é claro. – mamãe sorriu para Jensen que ficou de pé. – Filha... – me pus de pé de frente para os dois – Eu sei que você só tem dezoito anos, mas o que eu estou fazendo é para sua felicidade e segurança, espero que me entenda e que principalmente, me obedeça! – a olhei sem entender, minhas pernas estavam bambas e a qualquer momento eu sentia que elas falhariam – Jensen e você estão noivos, e vão se casar em breve.

— Viva aos noivos!  –  gritou alegremente e bêbada Lauren.

— O que?  –  minha voz saiu num sussurro.

Meu coração estava acelerado, minhas pernas estavam bambas. Tudo que eu queria era sumir dali, e foi o que eu fiz, eu corri dali o mais depressa o possível, meus olhos começavam a arder e eu já sabia o que viria depois, lágrimas escorreram por minha bochecha.

Como minha mãe poderia querer um absurdo desses?

Eu nem o conhecia! E ele tinha um olhar frio e calculista, um sorriso falso e talvez fosse um psicopata. 

De uma coisa eu tinha certeza, eu não me casaria com Jensen Lewis.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, os comentários me fazem muito feliz!! ♥

A história está andando um pouco rápido porque o foco dela é/será o nosso queridinho Jensen e a Clary.

Personagens principais > unsolvedfanfic.tumblr

Até, beijos ♡



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