Love Story escrita por Queenie Winchester


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olás, bem-vindos ao último episódio de Love Story. Gostaria antes de mais nada de deixar a minha completa satisfação com o último episódio de Arrow e a minha ansiedade para que outubro chegue logo, e que chegue com Olicity juntos.
Confesso que não sei por onde começar a me despedir. Quero agradecer a todos vocês que me acompanharam até aqui. Vocês são ótimos, de verdade. Não sou muito boa com despedidas, espero que me perdoem por isso. Mas já que chegamos ao fim, não vamos adiá-lo. Espero que tenham uma ótima leitura e que perdoem quaisquer erros. Um grande abraço e até a próxima!



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“Eu te amo / E é só isso que eu realmente sei”

Love Story — Taylor Swift

 

Thea Queen

Três horas antes do casamento…

Eu via os empregados correndo de um lado para o outro pelos corredores da mansão. Oliver estava trancado em seu quarto desde que havia terminado de almoçar. Ele não falava com ninguém e isso me incomodava, sabia que ele não estava feliz com a situação, mas não podia ajudá-lo porque ele não se abria comigo.

Eu tinha escutado brevemente uma discussão dele com dona Moira ontem à noite. Oliver tinha desaparecido por todo um dia e quando chegou estava visivelmente bêbado. Eu precisava entender o que estava se passando, meu irmão não estava em seu estado normal.

Estava no quarto de minha mãe, procurando um brinco que ela me deixaria usar na ocasião, quando ouvi sua voz do outro lado da porta, eu teria ficado esperando ela entrar no quarto se não tivesse ouvido a voz de Laurel também.

Corri para o banheiro e me escondi atrás da porta, Laurel não deveria estar aqui. Algo nessa história não está certo.

— Como se sente minha querida — a voz de minha mãe era exageradamente calma. — Dentro de poucas horas você será a nova senhora Queen, sua carreira vai dar um enorme salto e seu pai nunca vai descobrir que o neto que você dará a ele é filho de um bandido.

— Não fale assim do Ted! — Laurel gritou furiosa. — Eu não sei o que estava pensando quando aceitei sua proposta.

Aquilo era uma revelação e tanto, eu precisava descobrir o que era. Tirei meu celular do bolso da calça e liguei a câmera encaixando-o na fresta da porta, eu conseguia uma imagem parcial das duas, mas era o suficiente.

— Você estava desesperada minha querida — minha mãe continuou calma. — Você precisava de um jeito de esconder do seu pai que estava grávida de um ladrão, eu precisava evitar que Oliver se casasse com a filha de uma garçonete. Uma ajudou a outra.

— Você não me ajudou Moira, você me aprisionou! — Laurel estava irada, bem diferente da Laurel que eu conhecia, que sempre tinha um sorriso sarcástico no rosto. — Você conseguiu um dossiê falso, que incriminava Ted por tráfico de drogas, um assassinato e muitas outras coisas que ele não fez. Ted pode ter feito muita coisa errada nessa vida, mas ele recomeçou, se reergueu. Você não tinha o direito de metê-lo nos seus jogos!

— Olhe para você — minha mãe contornou Laurel como um leão que cercava sua presa. — Nem parece a Laurel que sempre quis ser a minha nora. A Laurel que eu queria como esposa do meu primogênito. Você é só uma versão patética dela. Você teve que dopar Oliver para que ele acreditasse que passou a noite com você. Não me admira que eu tenha sido obrigada a forçar o meu filho a se casar com você. Eu tive que convencê-lo.

— Você não o convenceu de nada, você ameaçou a mulher que ama — Laurel parecia tão indignada. — Oliver só vai se casar comigo para poupar Felicity de ver todo o seu esforço ir para o ralo. Eu não sou a pessoa de quem ela mais gosta nesse mundo, não somos sequer amigas, mas Felicity não merece ter a carreira destruída apenas por amar o seu filho e tê-lo feito a amar também.

— Você deveria ter ido com ele naquele baile — minha mãe disse em tom ameaçador. — Eu já tinha ouvido falar da senhorita Smoak, a admiração que Oliver tinha por ela era um exagero. Eu fiz meu dever de casa, Laurel. Eu sabia que Oliver iria levá-la ao baile e que ele estava exageradamente ansioso por isso. Tudo o que eu precisei fazer foi mandar um bilhete para aquela garota desqualificada dizendo que ela seria apenas mais uma para Oliver Queen naquela noite. Confesso que nunca tinha visto Oliver tão abalado, mas meu problema havia sido resolvido.

— Seu problema não tinha sido resolvido, Moira, você apenas fez com que Oliver pensasse ainda mais nela — Laurel garantiu.

— Eu realmente estranhei o interesse repentino de Oliver pelos estudos, a inclinação em ir para a Universidade em Central City, mas pensei que ele finalmente estava seguindo os passos do pai.

— Você só não pensou que a mudança dele tinha a ver com ela. Ele queria impressioná-la, mostrar que era mais que um playboy milionário. Oliver queria ser para Felicity o homem que ela merecia.

— Mas de que adiantou tanto esforço? Afinal, agora ele vai se casar com você.

— Não poderá passar a vida toda nos ameaçando, Moira. Um dia nos livraremos das suas algemas.

Vi Laurel sair do quarto apressada, mas minha mãe não demonstrava qualquer reação. Eu estava chocada, então Oliver havia sido obrigado a se casar com Laurel, e Laurel estava grávida de outro cara que havia sido ameaçado por ninguém menos que Moira Queen.

Deus eu não estava surpresa, sempre soube que minha faria qualquer coisa para blindar seu império, mas ameaçar Laurel? Ameaçar Oliver? Isso já era demais.

Salvei o vídeo para poder usar como prova, eu iria libertar meu irmão — e Laurel — dessa história. Esperei minha mãe deixar o quarto e saí do banheiro correndo até meu quarto. Tranquei a porta e disquei os números que eu já sabia de cor. No segundo toque ele atendeu:

Roy, preciso de ajuda.

— O que ouve, Thea? — a voz dele parecia preocupada. — Você está bem?

Estou ótima, amor.

Sorri boba ao dizer tal palavra, eu conseguia entender o que Oliver e Laurel estavam passando, minha mãe havia feito o mesmo comigo quando soube de Roy, por sorte Oliver o tinha salvado, agora era minha vez de salvar o amor dele.

— O que houve?

Preciso que use aqueles seus contatos, e encontre Ted Grant. Leve-o para a Verdant e me espere lá.

— Claro, mas porque precisa dele?

Para salvar meu irmão.

Eu estava nervosa, depois de falar com Roy sai em disparada rumo a casa de Diggle, um velho amigo de meu irmão. Ele e a esposa serviram ao exercício e sabia que ela conhecia um ou outro truque sobre computadores. Eu sabia que minha mãe teria uma cópia do documento que usou para chantagear Laurel, eu só precisava encontrá-la.

Quando Diggle abriu a porta me encarou surpreso.

— Thea, o que faz aqui? Não deveria estar se arrumando para o casamento?

— Não vai haver casamento Dig, não se eu puder impedir.

— Do que está falando?

— Nesse pen drive tem tudo o que eu preciso para impedir que Ollie se case com Laurel, mas não consigo acessá-lo está protegido por algum tipo de senha, preciso de ajuda para desbloqueá-lo.

— O que tem aí Thea?

— Com sorte a prova de que minha adorada mãe chantageou Oliver e Laurel para levá-los ao altar.

— Okay, Lyla e eu cuidaremos disso, mas você precisa de um plano reserva para o caso de não conseguirmos chegar a igreja a tempo.

— Eu já tenho um plano reserva, ele se chama Felicity Smoak. Eu disse Sara para convencê-la a ir ao casamento. Tenho certeza de que Ollie não conseguirá se casar ao vê-la na igreja. Ao menos ganharemos tempo.

Verdant, uma hora antes do casamento…

Roy havia me ligado avisando que tinha conseguido encontrar o tal Ted Grant, eu estava confiante de que meu plano daria certo, pelo menos um deles teria que dar.

A verdade é que existiam três formas de eu impedir aquele casamento:

1. Eu iria expor todo o plano diabólico de Moira Queen, antes dos noivos subirem ao altar;

2.  A presença de Felicity na igreja não deixaria Oliver se casar;

3. A presença de Ted faria Laurel tomar uma atitude e impedir o casamento.

Eu estava apostando todas as minhas fichas, mas não podia arriscar a integridade de Felicity e Ted, eu tinha que tirar o trunfo que minha amada mãe tinha sobre eles antes de qualquer coisa.

— Fico feliz que tenha aceitado me encontrar — eu disse ao homem que me encarou curioso.

— Eu não consigo entender o que a irmã do homem que vai se casar com a mãe do meu filho pode querer comigo — seu tom era calmo, mas não escondia a mágoa que ele sentia.

— Então você sabe sobre o bebê? — perguntei querendo saber qual era o seu nível de conhecimento a respeito dessa história.

— Por favor, senhorita Queen, eu não sou idiota. Laurel Lance é a mulher mais íntegra que eu conheço — ele me disse. — E a mais corajosa também. Por isso eu sei que não existe a possibilidade de ela ter me traído, desse filho ser do seu irmão. Então eu acho que tem algo estranho nessa história e, sinto muito caso se ofenda, não duvido que seu irmão tenha algo a ver com isso.

— Oliver é tão vítima quanto Laurel — eu disse no intuito de que ele entendesse que o único erro de Oliver nessa história era ter se apaixonado por Felicity. — Ele estava noivo, ia se casar com a mulher mais incrível desse mundo, mas teve que desistir dela por um filho que ele nem sabe que não é dele. A pessoa por trás desse show de horrores se chama Moira Queen, minha mãe obsessiva e desalmada.

— O que sua mãe conseguiria com esse casamento?

— Poder.

— O que ela fez para conseguir que os dois cedessem?

— Ela ameaçou você, sua liberdade, seu direito de recomeçar. E ameaçou a noiva do meu irmão — eu disse com certo pesar, minha mãe era um monstro. — Felicity deu um duro danado para se formar no MIT com um ano e meio de antecedência, trabalhou duro no Star Labs para conseguir se qualificar ao ponto de trabalhar na empresa com o melhor departamento de TI de Starling City, a Queen Consolidated. Meu irmão não podia deixar que minha mãe arruinasse a carreira dela.

— Eu não sabia, sinto muito — ele disse de forma sincera. — Queria poder acabar com tudo isso.

— E você pode — afirmei. — Venha comigo até o casamento. Vamos impedi-lo.

— Eu não sei se devo — ele disse receoso.

— Você a ama não? — Roy que estava ao meu lado o tempo todo se pronunciou pela primeira vez.

— Mais do que tudo — ele disse. — Mas olhe para mim. Eu sou um ex-presidiário, que agora ensina boxe em uma academia. Que futuro eu posso dar a Laurel e ao nosso filho?

— Eu já estive onde você está agora — Roy disse encarando-o. — Eu achava que não a merecia — ele segurou a minha mão e a beijou. — Afinal eu era um ladrãozinho qualquer do Glades e ela uma herdeira milionária. Mas sabe o que eu percebi? Que o fato dela ser tão incrível era o que me motivava a querer mudar. Eu queria ser o melhor para ela e para isso eu não precisava ter dinheiro, eu precisava ter coragem e querer mudar. Tenho certeza de que Laurel ama você e que não se importa com o que você foi, porque ela sabe que você é melhor hoje.

Okay eu estava a ponto de chorar. Quando foi mesmo que Roy ficou tão romântico? Não que eu esteja reclamando, afinal seu discurso foi essencial para garantir que Ted fosse até a igreja.

Depois de acertar os últimos detalhes do plano, Roy e eu fomos para minha casa, ele iria se arrumar lá e juntos iríamos para o casamento, que não iria acontecer.

Recebi uma mensagem de Sara dizendo que Felicity tinha tomado uma dose de coragem e duas de whisky e que iria até a igreja. Sorri com aquilo, as chances de o casamento não acontecer estavam aumentando.

Igreja de Starling City, 10 minutos para o casamento…

Eu estava no altar ao lado de minha mãe, contra a minha vontade. Oliver havia chamado Tommy e Sara para serem seus padrinhos, eles não estavam mais felizes do que eu por estar ali.

Meu irmão andava de um lado ao outro do altar quem visse acreditaria que ele estava ansioso pelo casamento, mas eu sabia que ele estava nervoso por estar ali se casando com alguém que não era Felicity.

E por falar em Felicity, quando Sara me disse, ao chegar na igreja, que havia Caitlin havia a deixado maravilhosamente deslumbrante eu não podia imaginar que era tanto. Ela estava parada atrás de uma das colunas como se não quisesse ser vista, ou ainda estivesse incerta sobre o que fazer. De onde ela estava, tanto Oliver quanto minha mãe não poderiam vê-la, e o vai e vem das cortinas por conta da brisa suave do fim de tarde a ocultava de tempos em tempos quase que por completo.

Suspirei, talvez Sara devesse ter dado a ela mais algumas doses de whisky.

— Ollie se acalme, por favor — me aproximei de meu irmão, ele me encarou e eu pude notar o vermelho em seus olhos.

Ele havia chorado, e muito, antes de se posicionar no altar. Tive vontade de dizer tudo a ele naquele momento, mas eu precisava da confirmação de que John e a esposa haviam conseguido executar a parte deles do plano.

— Eu não quero fazer isso — ele disse num sussurro. — Não posso. Olhe para Sara e Tommy, não é desse casamento que eles queriam ser os padrinhos. Barry e Caitlin? Era para eles estarem do outro lado, junto a Donna, que deveria ser a mãe da noiva. Isso é tão errado — ele pronunciou num fio de voz.

— Vai dar tudo certo Ollie — eu disse de forma carinhosa segurando seu rosto entre minhas mãos. — Eu estou aqui.

— Obrigado Speedy — ele disse fechando os olhos e suspirando suavemente.

Vejo Roy acenar para mim do banco da igreja e apontar meu celular que estava com ele, pois eu não poderia ficar no altar com o aparelho na mão. Sorri para meu irmão e me afastei indo até meu namorado.

— John mandou uma mensagem — ele disse apreensivo. — Ele e Lyla estão trazendo o presente.

Sorri animada, aquele casamento não iria acontecer.

Igreja de Starling City, 18h30min, hora do casamento...

John não havia chegado ainda, eu estava nervosa e meu estado não melhorou mesmo depois que vi Ted entrar na igreja e se encostar na parede oposta à que Felicity estava.

“Os dois estão aqui Thea, um deles vai mudar essa história”, eu dizia para mim mesma.

Ouvi a marcha nupcial tocar, Laurel entrou ao lado de Quentin com um sorriso no rosto que não chegava aos seus olhos, eu tinha certeza. Ela estava linda, uma verdadeira princesa, mas não adiantava de nada se seu príncipe encantado não estava no altar.

Oliver se aquietou no altar, não demonstrava reação. Eu não podia julgá-lo, ele provavelmente estava com raiva de Laurel, infelizmente ela não tinha culpa de nada. Era tão vítima quanto ele, até mais se você levar em consideração que todo mundo a colocou no posto de vilã da história.

Laurel chegou ao altar e entregou seu buquê a Joanna, sua amiga de infância. Quentin cumprimentou Oliver, e se afastou. Os “noivos” se posicionaram no altar e o padre começou a falar.

Minutos infinitos se passaram antes que o padre pronunciasse as clássicas palavras:

— Se alguém tiver algo que possa impedir essa união, fale agora ou cale-se para sempre.

Felicity? Ted? Ted? Felicity? Alguém!

Minhas esperanças estavam quase se esvaindo quando eu ouvi alguém dizer ao fundo:

— Eu tenho — Felicity saiu de onde estava e se posicionou no fim do corredor que dava diretamente ao altar.

Olhei para Oliver sem poder conter o meu sorriso, ele estava chocado, encarava Felicity com os olhos brilhando. Olhei para minha mãe de relance e ela estava espumando de raiva, quase que literalmente. Do outro lado Quentin e Donna olhavam para todos sem entender nada. Tommy e Sara estavam radiantes, assim como Barry e Caitlin que estavam sentados ao lado de Roy.

— Sabe, senhor padre, eu não sou, nem nunca fui o tipo de garota que interrompe uma ocasião dessas, mas esse homem que está aí na sua frente, ele não é o tipo de cara que se casa com a garota errada — Felicity começou nervosa se aproximando do altar. — Eu não sei porque ele está fazendo isso, e não me importo. Eu apenas o amo demais para deixá-lo fazer isso sem ao menos tentar impedir — ela dizia agora com tom choroso. — Eu não quero que você se case com ela Oliver. Não porque nós duas nos detestamos desde que nos conhecemos, eu apenas quero que você se case comigo, como era o plano. Você se lembra do plano?

Ela encarou meu irmão, agora as lágrimas rolavam por sua face, assim como rolavam pela minha e pela dele.

— Eu lembro. Iríamos para Vegas, casaríamos lá, Sara, Tommy, Barry e Cait seriam os padrinhos. E quando voltássemos, contaríamos as nossas famílias. Assim meu pai não poderia te matar, e sua mãe não poderia tentar te arrumar uma noiva que estivesse na mesma classe social que você — ela deu um pequeno sorriso. — É uma pena que ela não tenha tido o prazer de me perguntar o que eu queria me envolvendo com você. Porque eu teria dito que eu não vi em Oliver Queen o herdeiro da maior empresa de Starling City. Eu vi em Oliver Queen, o garoto que abandonou todos os amigos fúteis e as atitudes irresponsáveis para ser o príncipe encantado da filha de uma garçonete. Eu amo você Oliver, e é por isso que eu estou aqui tentando resgatar o que quer que tenha sobrado do nosso amor em você.

O que aconteceu depois não foi menos do que o esperado, Ollie se aproximou de Felicity com pressa e a beijou com toda vontade que lhe era cabível. Laurel estava emocionada e aliviada, e sua reação não foi diferente da de Oliver quando eu apontei para ela o lugar onde Ted estava. Foi quase uma cena de filme, ela correu na direção dele, ele correu na direção dela e os dois se beijaram.

O melhor show de todos.

Estávamos todos numa sala separada na igreja, Walter havia se desculpado com o padre e tentava falar com os convidados.

A sala, apesar de grande, estava quase lotada. Oliver e Felicity estavam abraçados, tal qual Laurel e Ted, Barry e Caitlin. Quentin e Donna estavam chocados e tinha sobrado a Tommy e Sara a tarefa de tentar explicar-lhes por cima o que havia acontecido. Minha mãe entrou na sala furiosa, atrás dela Roy trazia o presente que Dig e Lyla haviam entregado a ele.

— Senhoras e senhores — chamei a atenção de todos. — Viemos aqui hoje para assistir a uma fraude. Um verdadeiro show de horrores — eles me olharam sem entender. — Vou lhes contar uma história: havia um garoto muito irresponsável chamado Oliver Queen, ele tinha uma namorada, mimada e antipática, que atendia pelo nome de Laurel Lance. Um dia os dois terminaram esse relacionamento, de forma nada amigável, diga-se de passagem, e seguiram caminhos diferentes. Ele se formou em Administração de Empresas, ela se formou em Direito. Ele se apaixonou pela garota que se formou no MIT com todas as honras possíveis, ela se apaixonou por um cara que estava apenas tentando ser diferente. Posso lhes dizer que Felicity Smoak e Ted Grant, salvaram Oliver Queen e Laurel Lance de seus pecados, eles consertaram todos os erros que a criação dos dois havia gerado.

Minha mãe me encarava como se eu fosse maluca. Mas maluca era ela que se achava dona das pessoas.

— Então, um belo dia um tornado passou pela vida dos quatro. Um tornado chamado Moira Queen — Oliver olhou furioso para minha mãe. — Ela destruiu tudo o que eles tinham conquistado. É incrível o que o dinheiro faz com as pessoas. Elas acham que porque tem uma conta bancária cheia podem brincar com os sentimentos dos outros. Eu posso provar o que eu digo.

Conectei o celular no notebook que Lyla havia me emprestado, e dei play no vídeo que acabaria com essa história toda.

Oliver Queen

Em uma sala qualquer da igreja...

“Você precisava de um jeito de esconder do seu pai que estava grávida de um ladrão, eu precisava evitar que Oliver se casasse com a filha de uma garçonete. Uma ajudou a outra. ”

“Você teve que dopar Oliver para que ele acreditasse que passou a noite com você. Não me admira que eu tenha sido obrigada a forçar o meu filho a se casar com você. Eu tive que convencê-lo.”

“Não poderá passar a vida toda nos ameaçando, Moira. Um dia nos livraremos das suas algemas. ”

Eu não podia acreditar no que meus viam e tão pouco queria ter escutado aquelas palavras. Minha mãe era uma pessoa horrível. Como ela se atrevia.

— Você é um monstro! — vociferei me soltando de Felicity e a encarando. — Como pôde fazer uma coisa dessas? Você só pensa em você! Olhe para Laurel, por um acaso você já pensou como seria para ela nunca poder dizer ao filho dela quem era o seu pai de verdade! Você realmente acha que essa criança ia ter uma vida feliz?

— Eu fiz o que era melhor para você — ela me disse impassível. — E não me arrependo. Mas talvez Thea queira reconsiderar suas atitudes no dia de hoje.

— Ah por favor — Thea se exaltou pela primeira vez. — Acha que pode me ameaçar? Acha que eu tenho medo de você? Não seja patética Moira. Você não pode fazer nada contra Roy. Nem contra Felicity. E muito menos contra Ted! Eu tenho todos os documentos que você usou para chantagear Laurel e tenho como provar que eles são falsos. Atreva-se a fazer qualquer coisa contra qualquer um deles e juro por Deus que eu te coloco na cadeia.

— Você não faria isso com a sua mãe — pela primeira vez ela pareceu temer algo.

— Para uma pessoa que é capaz de chantagear o próprio filho, você parece se apegar muito a laços familiares — eu disse de forma fria.

— Eu não me arrependo do que fiz — ela me disse. — Faria de novo. Essa garota não serve para você. Eu te criei como um príncipe Oliver, te dei tudo do melhor, e para quê? Para você cair na história triste desta...

— Desta o quê? — Donna encarou minha mãe, ela podia não entender a complexidade da situação, mas não deixaria que ninguém ofendesse sua filha. — Pense bem no que vai dizer, Moira, porque você pode ter dinheiro, pode ter dado aos seus filhos todo luxo do mundo, mas eu ensinei a minha filha a ter caráter, a não aceitar que ninguém a humilhe. Felicity não é o tipo de garota com quem você está acostumada a lidar, ela é melhor. Então pense bem no que vai falar da minha menina, porque eu não vou permitir que ela seja humilhada por uma megera.

— Você sabe que se resolver se casar com ela eu posso deserdar você — minha mãe me ameaçou.

— Faça o que quiser com o seu dinheiro — eu disse. — Eu sou competente o suficiente para arrumar um emprego em qualquer lugar. Mas eu vou ficar com a mulher que eu escolhi para mim.

Minha mãe me olhou de forma fria e saiu da sala, mas não sem antes ouvir Felicity dizer:

— Hey Moira, não precisa me demitir. Eu já fiz isso. Ray Palmer é uma excelente pessoa e me ofereceu um ótimo cargo — ela disse com um sorriso no rosto o que fez minha mãe bufar e sair apressada.

— Você está bem? — perguntei a Laurel que estava abraçada a Ted.

— Não podia estar melhor — ela sorriu. — Obrigada por isso, Thea — ela disse a minha irmã.

— Acho que precisamos esclarecer algumas coisas — Quentin olhou para ela que concordou com a cabeça.

Os Lance e Ted a saíram da sala se despedindo de nós de forma silenciosa. Roy, Thea e Tommy saíram logo depois me deixando a sós com Felicity e sua mãe.

— Então você é o gatão misterioso da minha Felicity — Donna me disse de forma orgulhosa.

— Mãe — Felicity rolou os olhos majestosamente.

— Que é? Você o escondeu tão bem durante esses anos por um bom motivo — ela disse sorrindo. — Mas confesso que não entendi nada do que aconteceu aqui.

— Depois eu te explico mãe — Felicity garantiu sorrindo.

— Acho bom, mas agora eu vou deixá-los sozinhos, vocês precisam matar a saudade — ela disse enquanto apertava meu braço levemente e beijava a testa de Felicity saindo em direção a porta. — Só lembrem-se de que estão em uma igreja.

Dei uma pequena risada antes que vê-la fechar a porta e me deixar sozinho com Felicity.

— Você foi corajosa hoje — comento me virando para ficar de frente para ela, que estava apoiada na mesa em que Thea havia colocado o notebook antes.

— Uma hora eu teria que ser — ela disse sorrindo. — Mas confesso que tive ajuda.

— Ajuda?

— Algumas doses de whisky são mais do que uma pessoa que não bebe pode aguentar — ela riu, enquanto passava os braços em torno de meu pescoço.

— Senti sua falta — comento olhando-a nos olhos.

— Também senti a sua — ela respondeu com os olhos brilhando.

— Eu estive várias vezes na porta do seu prédio disposto a mandar para o inferno minha mãe e as ameaças dela — contei a ela que se surpreendeu. — Eu queria estar com você, queria fazer amor com você. Mas não podia arriscar o seu sonho. Eu peço desculpas pelo que eu disse a você naquela noite.

— Sabe Oliver, por mais que você tenha sido um verdadeiro herói, temo que sua missão tenha sido baseada em uma ilusão — eu a encarei confuso. — Meu sonho não era trabalhar na QC, ou pelo menos deixou de ser a muito tempo. Meu sonho é ter você só para mim e deixar que o mundo saiba disso.

— Sou todo seu meu amor.

— Isso significa que eu posso usá-lo no lugar certo agora? — ela aponta para o cordão em que seu anel de noivado vivia preso.

— Não só pode, como deve — garanti, tirando o anel do cordão e colocando-o em seu dedo.

Ficamos nos olhando por um período que eu não quis contar, até que me aproximei dela e tomei seus lábios com toda vontade que me era permitida.

— Talvez devêssemos sair daqui — ela comentou contra meus lábios. — Podemos ir para o meu apartamento.

Não respondi, apenas sorri para ela e a puxei para fora da sala. Saímos pela porta de trás da igreja, onde eu sabia que não havia ninguém. Corremos até a esquina e tomamos um táxi, já que eu tinha vindo com a minha mãe no carro da família e ela havia sido arrastada por Caitlin até o local.

Chegamos ao seu apartamento aos beijos, a saudade era grande. Precisávamos sentir um ao outro, saber que estávamos de volta e que dessa vez ninguém iria nos separar.

— Agora que você foi deserdado e tem que correr atrás do seu próprio dinheiro — Felicity dizia enquanto eu beijava seu pescoço. — Você poderia vir morar aqui.

— Está falando sério? — parei o que estava fazendo e a encarei quase não contendo a minha felicidade ao ouvir tal proposta.

— Estamos há três meses longe um do outro — ela respondeu sorrindo — isso é mais do que eu posso suportar. Então, sim eu falo sério, agora volte a fazer o que estava fazendo.

Obedeci sua ordem sem questionar. Nossos beijos se intensificaram, nossas carícias se tornaram ousadas. Em poucos minutos estávamos na cama, nos entregando um ao outro como se fosse a primeira vez.

Felicity me completava em todos os sentidos. Era capaz de me fazer amar cada pedaço dela, cada defeito e qualidade. Eu amava todos os nossos momentos e sabia que ela também amava. Eu queria estar com ela todos os dias, e estaria.

Nossa história podia não ser a mais emocionante, a mais romântica, e até mesmo a mais feliz. Mas era uma história de amor. A história do nosso amor. E isso já a tornava a melhor de todas.

Fim


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