Deuses em Revolta escrita por Jereffer


Capítulo 39
Capítulo 39: O deus selvagem




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/73101/chapter/39

Eu fiquei abobado alguns segundos antes de continuar a seguir aquele fauno, até uma área bem arborizada do Olimpo, onde ficava o Jardim de Demeter, lá estava uma cena peculiar.

 

Em uma clareira, havia algo grande que a primeira vista me pareceu ser um caixão rústico decorado com trepadeiras e folhas, e perto dele havia um grupo de seres da natureza: Sátiros, Faunos, Silvanos, Ninfas e até um centauro, só que esse assim como os outros seres tinha uma aparência sábia. Um sátiro gorducho e muito velho veio falar comigo:

 

- Então você deve ser o Perseu – ele disse me estendendo a mão – Temos um assunto importantíssimo a tratar com os deuses, não existe nenhuma Hipótese de conseguirmos falar com algum? – ele perguntou esperançoso.

 

- Eles estão lutando pela própria existência, mas me diga qual é o problema e quem sabe eu possa ajudar – eu disse olhando no relógio, eu tinha uma hora e meia para resolver isso.

 

- Você sabe que o deus Pã está há muito tempo desaparecido, não sabe? – ele perguntou num tom “que idiota é que não sabe”.

 

- É eu sei – eu disse dando uma boa observada – E eu tenho o palpite que o que sobrou dele está naquela caixa de madeira.

 

- É pode se dizer que sim – ele disse com uma cara que não usaria essas palavras, mas prosseguiu – ele não está completamente morto, deuses não morrem, então temos de descobrir um modo de reanimá-lo.

 

- É, então eu posso ajudar – eu disse forçando a memória – Uma vez Héstia me contou algo sobre esse assunto, vamos procurar algum templo de Pã, se houver algum, acho que sei o que fazer.

 

Deu trabalho carregar aquele trambolho pelo o Olimpo, e mais trabalho ainda foi achar um templo para Pã, o único que achamos estava em ruínas.

 

Meus músculos gritavam em protesto quando eu ajudei a posicionar o caixão de madeira no meio do templo, meus braços latejavam quando eu falei:

 

- Se minha memória estiver certa, é bom começarem a rezar – eu disse desabando em um banco de pedra.

 

- Rezar? – varias vozes disseram em uníssono.

 

- Deuses, achei que fosse obvio! – eu disse dando um tapa na minha testa – Antigamente, os deuses viviam só necessitando da adoração de seus servos, se eu estiver certo, Pã só precisa de veneração contínua para reviver – eu disse me levantando.

 

Ninguém parecia realmente confiante, mas haviam começado a acatar meu conselho quando eu me despedi deles para ir tomar um banho e pegar minha armadura, todos sairiam para o cerco nos próximos 30 minutos.

 

Depois de uma rápida arrumação e higienização, fui até o pátio leste, onde todos se preparavam para partir, consegui chegar a tempo no lugar onde Amanda, Hilary e Garin estavam, Amanda foi a primeira a se manifestar:

 

- Onde você estava, já estávamos achando que tinha morrido!

 

- Eu estava ajudando um bando de idiotas a reanimar um bode velho – eu resmunguei montando no meu cavalo.

 

Se alguém achou minha frase estranha, não demonstrou, e com o soar de uma trompa muito aguda, os portões se abriram e saímos.

 

- Qual caminho nós vamos seguir? – eu perguntei em voz alta para Amanda, para sobrepor o som de cascos e pés golpeando o chão.

 

- Vamos atravessar a parte florestal do campo, para não sermos vistos pelos bateres alados deles, andando de leve para o Leste, onde pegaremos um pouco da brisa gelada das areas congeladas e poderemos evitar a umidade excessiva da mata, e depois seguir pelo deserto do campo bem rente ao rio/oceano e armar nosso posto avançado a 4 milhas dos portões Oeste deles, numa parte um pouco mais verde da região, e outros pequenos grupos acamparam na frente dos outros portões – ela disse em grande velocidade, foi duro pegar todas as informações.

 

- Ô genialidade, só uma perguntinha: Como você pretende que os cavalos atravessem uma mata fechada? – eu perguntei dando uma palmadinha no meu cavalo.

 

- E só nós descermos deles e os seguir andando junto com eles, puxando as rédeas para mostrar as curvas para eles – ela disse com simplicidade.

 

- Contando que não percamos nossos pés para as serpentes venenosas, escorpiões e jaguatiricas, nos deixando impossibilitados de andar – eu respondi sarcasticamente, era uma boa idéia, mas era mais divertido ter alguém para amolar durante a viagem.

 

- Os Hyperboreans estão andando a pé e ainda puxando as catapultas e nem por isso reclamam – ela defendeu seu ponto de vista.

 

- Isso porque não existe nada forte o suficiente para carregar eles – eu retruquei quando estávamos a alguns metros do lugar onde as arvores começavam a ficar juntas.

 

Até tentamos avançar mais, mas aqueles eram cavalos de cavalaria de guerra, não tinha prática para ficar mudando de direção constantemente como os cavalos de caça, então todos tiverem que descer.

 

Obviamente algum deus estava brincando com a gente, porque foi só começarmos a caminhar e uma chuva intensa começou a cair, encharcando a terra fofa em que pisávamos, o resultado foi que tivemos que caminhar por um atoleiro.

 

Eu não estava tão incomodado quanto os outros, já que eu só me molhava quando eu queria, só que eu não sabia que meu poder deveria ser usado quando eu estivesse submerso , então a chuva causava um formigamento desagradável ao bater em mim mas não me molhar, então eu desisti de tentar ficar seco.

 

Passamos toda a manhã andando atolados até os joelhos na lama, e os cavalos não estavam colaborando sem e esforçar ao andar em curvas, as coisas só pioraram quando encontramos...

 

- Rãs?! – alguém exclamou assustado atrás e nós, eu suspirei, era só que faltava.

 

Cortei o ar com a minha espada proxima a um pequeno animal, elas nem se moveram, o que me fez deduzir que elas não eram perigosas.

 

- Ou são rãs ou peixes que aprenderam a andar, venham não parecem perigosas – eu disse atravessando a área onde elas estavam agrupadas.

 

Se você pensou que eu estava completamente enganado e provavelmente elas deveriam ser carnívoras, você é esperto, mas dessa vez eu estava certo, não que isso fosse algo bom.

 

Alguns meio-sangues não tem medo dos piores monstros, na verdade adorariam os enfrentar, quanto mais forte melhor, mas eles tem medos incrivelmente bobos comparado a monstros, eu descobrir isso porque METADE das guerreiras do nosso pavilhão se negavam a passar perto das rãs.

 

- Ei Clarisse, você parece bem persuasiva, acha que pode arrastar aquelas garotas até aqui? – eu perguntei analisando a musculosa e pouco feminina figura que vinha se juntar a mim e aos outros que já tinham atravessado.

 

- Nem vem, se eu ouvir mais um gritinho agudo, eu vou matar alguém – ela disse se se encostando a uma arvore.

 

- Refresque minha memória, para que serve mesmo filhas e filhos de Afrodite? – perguntou Thalia que também se aproximava, Silena soltou um som ofendido pela garganta e ela acrescentou – Sem ofensa aos presentes.

 

- Não vamos atacar com potencia destrutiva, queremos quantidade, não qualidade – eu respondi pensativo.

 

- James, será que você não poderia causar uma motivação para essas garotas? – eu pedi exasperado em ver que as criaturas andavam por entre as rãs como se estivessem em um campo minado.

 

- Posso tentar – ele disse divertido e fez um movimento com os dedos, fazendo algumas rãs levitaram por cima das pessoas que se negavam a passar pelas rãs, assim que os bichos caíram próximo às costas deles, correram para frente como se vidas dependessem disso.

 

- Agora só vai demorar nós os alcançarmos – eu disse rindo ao ver que um bando de garotas passaram correndo por nós, só parando a uns 100 metros de distância.

 

Voltamos a nossa caminhada, a chuva havia parado e o solo ia ficando mais firme a cada passo e as arvores iam ficando mais separadas, depois de mais alguns minutos foi possível avistar uma vastidão de areia as nossa frente.

 

- Acho que nós já podemos montar nos cavalos de novo – sugeriu Amanda vendo que nós nos aproximávamos da areia.

 

Seguimos para o Oeste em baixa velocidade, pois os cavalos não conseguiam galopar bem na areia fofa, e seguimos por uma hora de caminhada só vendo areia para a frente e uma faixa d’ água ao estremo Oeste, quando avistamos nosso destino.

 

- Porque tem um estandarte representando os deuses olimpianos ali? – perguntou Hilary, apontando para uma enorme bandeira fincada no chão a 1 km de distancia de nós.

 

- Mandei um de meus amigos dar uma volta de pegaso por aqui e descobrir o melhor lugar para montar as barracas – disse Amanda com simplicidade.

 

Aproximamos-nos do local, e todos se puseram a armar nosso acampamento, que não era tarefa realmente difícil, não para mim, que armei uma tenda e me sentei na sombra.

 

- Precisamos fazer algo que mostre que nós estamos aqui – comentou Amanda, seguindo meu exemplo e se sentando.

 

- Eu tenho algumas idéias...
a279;


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!