OLIMPO

No Olimpo, os deuses se reuniam para a reunião anual do Solstício. Todo o panteão olimpiano fora convocado. Só estavam esperando Hades e Perséfone e Ártemis que tinha levado suas caçadoras para o acampamento.

Enquanto os deuses menores se acomodavam, Poseidon estava sentado em seu trono, pensativo. Ele pensava no filho e no destino cruel que lhe foi dado. Se Zeus achava que ele ia abandonar Percy ele estava muito enganado. Então, lembrou-se dos acontecimentos após aquela fatídica reunião.

Lembrança on

Depois que Zeus sentenciou Percy ao banimento, Poseidon se sentiu derrotado. Não podia fazer nada para ajudar o filho, até que Ártemis veio falar com ele.

— Poseidon?

— Diga Ártemis.

— Eu tenho uma ideia para ajudar o Percy.

— Estou ouvindo.

— Transformá-lo em uma caçadora.

Poseidon levantou uma sobrancelha.

— Eu explico – disse a deusa. – Se Percy entrar pra caçada Zeus não vai poder fazer nada contra ele porque ele será meu servo.

— Você quer mesmo ajudar meu filho?

— O Percy ajudou a me salvar de Atlas, eu quero retribuir – disse a deusa. – Se ele estiver na caçada, estará a salvo e Thalia terá uma companheira.

— Companheira, você quer dizer...

— Transformá-lo em menina.

Poseidon ficou pensativo e depois sorriu.

— Vai ser interessante – disse ele. – Eu sempre quis ter uma filha semideusa. Muito bem, eu aprovo, desde que Percy aceite.

— Pode deixar eu mesma vou falar com ele – disse a deusa sorrindo.

Lembrança off

Desde então, Percy se tornou Nina, a filha que um dia ele desejou. Ficou emocionado quando o viu, mesmo na forma de uma menina, Percy continuava o mesmo. Ele estava determinado a reconhecer Nina, mas esperaria o momento certo, ele olha para o lado e vê seu irmão sorrindo, ele parecia feliz.

Desgraçado — pensou.

Nesse momento, Hades e Perséfone entram no salão. Deméter ao ver a filha corre até ela ignorando Hades, ele rola os olhos e se senta em seu trono. Logo em seguida entra Ártemis que se acomoda em seu trono e assente minimamente a Poseidon, só Atena percebeu esse cumprimento, pois ela sabia do plano de Ártemis o que, em sua opinião, foi genial.

 Quando todos se acomodam Zeus se levanta e diz:

— Declaro aberta a reunião – dito isso ele volta a se sentar.

— Qual é a pauta desse ano? – perguntou Hades.

— Prevenção contra semideuses perigosos – disse ele só pra provocar.

— Você quer me aborrecer? – perguntou Poseidon. – Já não basta o que fez com meu filho e ainda quer me provocar?

— Ora irmão, eu só livrei a todos nós de alguém muito perigoso – disse Zeus com deboche. – Você devia me agradecer por tê-lo livrado de uma praga.

— Você é um ingrato, Percy arriscou a vida para garantir que continuássemos no poder – disse Poseidon calmo. – Você se precipitou ao condená-lo, nem sequer procurou saber o que realmente aconteceu.

— Já que você tocou nesse assunto Zeus, eu vou dizer o que eu acho – disse Hades que estava calado. – Eu acho que Perseu foi possuído por alguma entidade que odiava Akhylis. Na narração da filha de Atena, ela disse que a deusa estava mexendo com as emoções dele, só então ele usou seus poderes de manipular líquidos para reverter a situação. Ela disse também, que ele não parecia ser a mesma pessoa.

— Há outra possibilidade – disse Atena e todos prestaram atenção. – Quando foram atacados pelas arai, Percy foi o mais atingido pelas maldições impostas. Somando essas maldições e mais o ataque de Akhylis e também a sua raiva fez com que ele se transformasse em outra pessoa.

— O próprio Percy afirmou que não lembrava nada disso – disse Dioniso.

— Meu filho não faria uma barbaridade dessas por vontade própria – disse Poseidon.

— Pode até ser que vocês estejam certos – disse Zeus -, mas não vou retirar a sentença. Quem me garante que a tal entidade não saiu com ele do Tártaro e se num rompante do garoto as tais maldições se manifestarem? Não, por medida de segurança é melhor deixá-lo afastado.

— E deixá-lo a própria sorte, não é? – pergunta Poseidon.

— Ele não é poderoso? Então que se cuide sozinho – disse Zeus – e vocês estão proibidos de prestar qualquer ajuda.

Os deuses abaixaram a cabeça e Poseidon ficou indignado. Agora mais do que nunca estava resolvido a reconhecer Nina.

A reunião seguiu por um bom tempo. Durante um intervalo, Poseidon se afasta sem Zeus perceber. Ele vai ao seu templo no Olimpo e na fonte mágica ele observa Nina no refeitório do acampamento. Assim que ela faz sua oferenda, ele a reconhece.

Pronto.

Estava feito.

Não tinha mais volta.