Dia do Beijo escrita por Julie Mortmain


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

apesar de amar o scorpius na sonserina, nosso pequeno malfoy tem a inteligencia da corvinal e uma personalidade lufana!!
então não me aguentei e tive que fazer uma one com scorpius lufano, porque ele é muito cute ♥



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Na época do dia dos namorados, Scorpius tinha uma pilha de chocolates acumulada em seu quarto. No final do dia, depois daquele ritmo frenético na escola bruxa encantada para uma ocasião romântica, havia outras tantas para acrescer à montanha doce sobre sua cama. Se ficou feliz? Ganhar chocolates era praticamente uma felicidade para si, embora não achasse que alguém como ele, um tanto que tímido e atrapalhado justamente saído de um buraco da Lufa­-Lufa, merecesse tudo aquilo. Não entendia o motivo daquela comoção de gente se aproximando no dia dos namorados para lhe entregar algum mimo – quem resistia a um loirinho como ele usando o amarelo da casa mais adorável de todo Hogwarts, os cabelos loiros quase brancos caindo nos olhos azuis cor de prata, o sorrisinho doce nos lábios rosados, seu charme aos montes?

Scorpius, no entanto, não negava atenção à garota ou a garoto nenhum quando se aproximavam um tanto que acanhados.

A verdade, contudo, era que a pessoa por quem estava esperando ganhar de todo coração até mesmo o embrulho de uma bala sequer teve a decência de aparecer em sua frente naquele dia, como se tivesse desaparatado da escola para outro lugar no universo bem distante de Scorpius. Novidade. Novidade alguma Albus Potter ceder a uma frivolidade daquelas, aquele sonserino ridículo. Se bem que, tecnicamente, não tinham nada mais do que... amizade? Difícil conceituação.

Nunca passou pela cabeça de Scorpius fazer amizade com um sonserino. Não era preconceito nem nada da sua parte, muito pelo contrário, o seu pai e avós foram da Sonserina e ele antes de ingressar em Hogwarts tinha a vontade de também pertencer a casa de Salazar Slytherin; interiormente Scorpius admirava a casa da cobra nas partidas de quadribol ou em qualquer travessura que faziam para animar a escola. O loirinho só não tinha uma disposição, mais conhecida como a coragem que os grifinórios tinham no corpo para dar e vender, para iniciar uma conversação decente com aquela casa dominada por sua arrogância, orgulho, frieza, um tantinho de maldade e diversos outros substantivos que as pessoas costumavam acrescer a eles como definição.

No seu segundo ano em Hogwarts, contudo, Scorpius teve maior contato com alunos da Sonserina nas aulas, até mesmo chegando a dividir a mesa com um quando sua colega, Piper Patil da Grifinória, acabou se atrasando, deixando seu lugar vago para que o filho sonserino de Harry Potter viesse tomar sem perguntar se podia. A partir daí, nunca mais se viram separados.

E era estranho. Albus Potter era muito estranho, na verdade. Especialmente quando se tratava de Scorpius. Seus olhares, suas conversas, suas ações que rendiam um abraço apertado que pegava Scorpius de surpresa ou um sorriso bonito de canto. Scorpius acabou descobrindo no decorrer do tempo, ainda mais passando um tempinho com os amigos de Albus da Sonserina, que havia sim um pouco da arrogância, orgulho, frieza e maldade encarnados em cada um deles, mas que também havia pessoas gentis por baixo das vestimentas esverdeadas se você soubesse olhar bem – às vezes era bom usar uma lupa. Albus Potter era a prova disso.

Além disso, depois daquele dia em que Scorpius ficara doente e não pôde descer para a aldeia de Hogsmead como todos os outros para passear e Albus, com a capa da invisibilidade roubada do irmão James, deu um jeitinho de ir ficar com ele nos dormitórios da Lufa-­Lufa, deitados lado a lado na cama, tudo parecia ter mudado. Os dedos afilados de Albus escorrendo por suas bochechas branquinhas meio ardidas, o sorriso dele, a voz macia em um sussurro após a pergunta de Scorpius do porquê dele não ter ido – Ia sentir saudade de você, Scorp.

Por isso achara que iria ganhar chocolates de Albus no dia dos namorados. Não ganhou, claro. Nem foi reclamar também, vai que estava interpretando tudo de maneira errada e fosse motivo de riso para Albus. Jamais bancaria o tolo idiota para um sonserino, jamais. Ele podia ser umm lufano, mas ainda possuía um tantinho do orgulho dos Malfoy.

Scorpius foi surpreendido, porém, ao ser puxado por Albus no meio de uma aula para ser levado a um dos muitos esconderijos silenciosos e vazios que Hogwarts tinha, ganhando um saquinho de bombons explosivos, seus preferidos.

— Não está envenenado, está? – Scorpius perguntou fingindo desconfiança, embora por dentro estivesse em um fuzuê de animação incabível.

— Envenenado com quê? – Albus escorregou no chão ao lado de Scorpius, sentando­-se bem pertinho do outro.

— Sei lá... hm, poção do amor? – respondeu com um sorrisinho enquanto abria o saquinho de chocolate, enfiando um bombom na boca e o sentindo explodir em sua língua.

Albus riu, seu corpo tremendo ligeiramente pelo riso contra o de Scorpius.

— Me poupe – o moreno respondeu. – Não preciso de poção nenhuma para te conquistar, Scorp.

O loirinho arqueou uma das sobrancelhas.

— Confiante você.

— Mas não é verdade? – Albus sussurrou contra a orelha de Scorpius, sua voz causando arrepio na pele clarinha no pescoço dele e levando embora o ar dos pulmões alheios por alguns segundos. Rindo, Albus se afastou para assistir Scorpius com um bico nos lábios rosados, as orelhas vermelhinhas como um pimentão.

Por um bom tempo ficaram desse jeito, em silêncio. Scorpius a comer os bombons e Albus o assistindo com tamanha atenção como se tudo aquilo fosse o bastante para viver.

— Sabia que no mundo trouxa hoje é o dia do beijo? – Albus falou por fim, tirando Scorpius do seu momento de degustação.

O lufano franziu o cenho, um bombom a caminho da boca.

Sabia a respeito desse dia comemorado no mundo normal pelos muitos livros que lia. E também sabia que os meio trouxa e meio bruxo da escola, gostava de trocar selinhos nesse dia, aproveitando até mesmo para pedir alguém em namoro. Scorpius não dava muito crédito, já que o dia não era exatamente uma grande data para ser lembrada, assim como tinha que ver uma contaminação em massa de perebas nojentas na boca das pessoas depois de uma troca de saliva nada politicamente higiênica.

— E daí?

— As pessoas se beijam no dia do beijo.

O bombom explodiu contra o céu da boca de Scorpius, o gosto de chocolate e recheio de morango enchendo sua língua. Seus olhos cinzas, contudo, fixaram-­se em Albus que o olhava com um sorrisinho de canto, os cabelos pretos caindo em desalinho por sobre sua cabeça, destacando as roupas verdes da casa a qual pertencia que combinava perfeitamente com a tonalidade dos seus olhos.

— Isso é seu jeito sutil de tentar me conquistar? – Scorpius resmungou.

— Não – Albus sussurrou sem perder o sorriso. – Estava apenas dizendo que as pessoas se beijam no dia do beijo.

— Informação muito útil.

— Vamos ver o que você vai achar do que vou fazer agora.

Pegando um bombom explosivo do saquinho nas mãos de Scorpius, o moreno enfiou na boca alheia, a sua indo se colar a ela logo em seguida. Rapidamente, Albus saboreou dos lábios de Scorpius com gosto do cacau em um selar descomplicado, se afastando um pouquinho para admirar o rosto do lufano, os olhos fechados, as bochechas tomando uma cor rosada, as orelhas dele parecendo um inferno a queimar. Depois, não resistindo, voltou a grudar os lábios. Scorpius os entreabriu a tempo para que o bombom explodisse na bagunça das línguas um tanto que tímidas dos dois, impregnando tudo com o gostinho bom do chocolate.

O silêncio do esconderijo foi preenchido de suspiros e o estalar de uma língua a conhecer a outra em um beijo calmo e lento entre dois adolescentes bruxos, um Potter e um Malfoy. Às vezes, quando o ar faltava no peito, eles se afastavam bem pouco, as bocas ainda próximas o bastante para que depois de uma boa e profunda inspirada se unissem para se experimentarem de novo até que precisassem se separar mais uma vez.

Albus acarinhou os cabelos loirinhos e lisos da nuca de Scorpius em um momento desses, sua testa colada ao do outro.

— Já se sente conquistado? – Albus falou em tom baixo, rouco.

Scorpius sorriu fraco, agradecendo mentalmente por estar sentado ou suas pernas pareciam como uma maria­-mole.

— Com um beijinho só? – disse cético, fazendo o sonserino rir.

Albus tirou a mão que se encontrava na nuca de Scorpius, levando-­a para o rosto dele, onde seu polegar massageou o lábio inchado e avermelhado da sua boca.

— Acho que vou ter que me empenhar mais.

— Não discordo.

O sonserino desceu o polegar para o pescoço leitoso de Scorpius, sentindo-­o engolir com dificuldade diante do toque.

— Você sabe o que as pessoas fazem depois que se beijam? – Albus perguntou ao lufano.

— Me diz você – sua resposta fez Albus fechar os olhos por um segundo, o corpo quente se agitando com a voz injustamente melodiosa de Scorpius contra seu rosto.

Abrindo os olhos, Albus sorriu.

— Beijam ainda mais.


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Notas finais do capítulo

obrigada por ler :-)



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