Black Annis: A Coisa que Nos Uniu escrita por Van Vet


Capítulo 13
Harry faz Aniversário: Parte 01


Notas iniciais do capítulo

Oi gentem!!!
Faz tempo né? Bom, desculpa não vai adiantar, o bom mesmo é capítulo em dia kkkk Estava em outro projeto de fanfic então acabei abandonando por aqui, mas vou tentar seguir firme forte, com alguma constância, nas postagens de Black Annis.

O capítulo de hoje será dividido em partes, contudo espero que já curtam este início e se possível - se ainda estiverem por aí - comentem.

Super beijo e até a próxima postagem :*



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Lily Potter, uma jovem mulher de cabelos arruivados e olhos verdes, por muitos considerada ainda nova para ter um filho de treze anos (em breve quatorze, como o próprio a lembrava constantemente), terminou de conferir o dinheiro e colocou as notas na mão de Harry, dizendo:

─ Bom… Isso deve ser o suficiente, filho ─ informou passando a fortuna de vinte dólares, que naquela época poderia fazer milagres para um pré-adolescente ─ Dá pra comprar umas pizzas e mais os refrigerantes. São só os três meninos que vem, certo?

─ Sim… Talvez quatro… Não mais do que isso ─ Harry anuiu ajeitando os óculos e guardando o dinheiro no bolso da calça jeans como se as notas estivessem revestidas em ouro ─ E vocês já estão indo? ─ indagou ansioso.

  Lily lançou um olhar nostálgico para o menino. Os anos estavam passando numa rapidez assustadora e, aquele menininho de cabelos pretos e bochechas fofas que ela embalava no sono após a mamada noturna havia decidido que cresceria muito, e impiedosamente, diante dos olhos da mãe. Hoje ele tirava notas incríveis nas aulas de língua inglesa e programava uma noite dos garotos para comemorar seu décimo quarto ano de vida.

─ Tome cuidado com a bagunça hein, rapazinho? Eu e seu pai estamos te dando a chance de comemorar seu aniversário sozinho com seus amigos, mas não vá abusando da sorte… E não deixe o Senhor Black sair de casa. Entendeu?

─ Claro, mãe, claro…

─ Também não ligue a televisão ou o rádio em alturas absurdas, ou então se empolgando demais e gritando alto o suficiente para o Sr. Bell vir reclamar no dia seguinte…

─ Ainda são seis horas da noite.

─ Mesmo assim, porque vocês fariam essa barulheira toda só para comer umas pizzas e brincar um pouco?

Harry encarou a mãe com horror nos olhos. Brincar? Quem iria brincar? Ele já estava pra lá de crescido se ela não enxergava bem.

─ Não vou ficar gritando e nem brincando ─ rebateu inconformado. Lily riu das preocupações do menino.

─ Tudo bem, Senhor Maduro, recado dado…

─ Recado recebido.

─ O que os dois estão discutindo aí? ─ James surgiu na conversa, descendo as escadas enquanto ajeitava a gravata.

─ Não é uma discussão… A mamãe está passando os sermões costumeiros, apenas isso.

─ Eu não dou sermão, Harry Potter. Você não sabe o que é uma mãe que dá sermões, garoto ─ a mulher revidou, fazendo pai e filho rirem. Ele sabia sim, Molly Weasley era uma dessas mães.

─ Lily, vamos indo ─ James olhou para o relógio no pulso que ganhara de presente de aniversário da esposa um ano antes ─ O restaurante não vai segurar a reserva por muito tempo.

─ Sim… Se cuida, filho.

─ Boas comemorações, garotão! ─ o pai endossou, tocando no ombro do filho carinhosamente.

Harry acompanhou os pais entrarem na garagem, retirarem o carro e partirem pela pacata rua em direção a sua noite de casal. Enquanto isso, o menino se preparava para a chegada dos seus amigos. Senhor Black roçou entre suas pernas e miou baixinho. Harry pegou o gato no colo, certificando-se de que ele não escapuliria para a rua.

─ Vou encher seu prato de comida, seu gato fujão. Venha! ─ prometeu.

Senhor Black terminava de lamber os resquícios da ração na tigela quando a campainha tocou. Ansioso, Harry desligou a televisão e correu para a porta principal. Rony, Dino e Simas esperavam do lado de fora.

─ Cadê as garotas, o som alto e a bebida gelada? ─ Dino perguntou, sendo o primeiro a entrar na silenciosa casa dos Potter.

─ Cadê os meus presentes? ─ Harry retrucou vendo os amigos entrarem de mãos vazias.

─ Sabe o que é Harry… Eu esqueci de avisar a minha mãe que era o seu aniversário. Foi mal, cara ─ Simas se justificou adentrando com as mãos enfiadas no bolso.

─ Feliz aniversário, cara ─ Rony, o último a entrar, trazia uma caixa nas mãos ─ Foi o que minha mesada conseguiu comprar.

─ Hã… ─ Harry arfou escondendo a surpresa de ter sido presenteado pelo amigo.

No fundo de sua mente escutou a voz da mãe lhe dizendo o quão indelicado era abrir os presentes na frente dos convidados e guardou a caixa de Rony depois de um desconcertado “obrigado”.

Os meninos se jogaram no sofá da sala e ficaram alguns minutos comprovando como o estofado era macio. A casa da família Potter era grande e confortável, muito maior do que a dos outros, assim havia espaço para trinta convidados ou invés de três, mas Harry se satisfazia em meio aquela pequena patota.

─ Quais os planos para essa noite? ─ Dino perguntou.

─ Eu ia pedir pizza daqui a pouco e a gente podia ir pro quarto jogar videogame ou algo assim… ─ Harry não tinha parado para pensar muito no que deveria ocorrer no seu aniversário. Há treze primaveras eram os pais quem decidiam o local, o tema, os convidados, as comidas…

─ É isso que você tem como um aniversário inesquecível? ─ Rony zombou ─ A gente devia ter ido pedalar de bicicleta por aí. Quem sabe não encontramos outro corpo perdido na floresta?

─ Isso seria massa! ─ Dino exclamou, animado.

─ Eu nunca vi um corpo, meus pais não me deixaram ir para o enterro do vovô ─ reclamou Simas.

─ Não. Prometi para minha mãe que não íamos sair. Ela anda preocupada também depois dessa história do Adam Fuller.

─ Que clima… ─ Rony bufou entediado.

Sr. Black caminhou para a reunião que ocorria na sala e pulou no sofá, ao lado de Dino, amassando morosamente as coxas do garoto com uma despretensão genuína. Suas expressões felinas mostravam que o gato preto estava milhas aquém daqueles dilemas adolescentes dos humanos.

─ A gente pode dar cabo do gato do Harry e enterrar ele naquele cemitério sinistro no fim da rua Golden Nine. Quem sabe ele não volta para cá mais divertido ─ Dino argumentou esfregando o dedo no bigode do gato.

─ Vou enterrar você lá, isso sim ─ Simas tirou o bichano de perto do amigo e o protegeu debaixo de seu braço. Era sabido que o garoto Finningham desejava ser veterinário quando crescesse ─ Eu trouxe Monopoly pra gente se divertir, Harry.

─ Só estou brincando. Quanto drama! ─ Dino revirou os olhos ─ Vamos fazer coisas mais legais tipo do que comprar Wall Street…

─ Manda a sua ideia, bonzão? ─ Rony instigou.

─ Vamos falar de garotas.

─ Humm… tá garanhão… ─ Harry debochou fingindo parecer muito interessado ─ Vai dizer novamente que tem aluna nova dando mole pra você?

─ Esse assunto já é batido. Seria mais legal falar da que anda de olho no Rony… ─ o outro apontou malicioso para ruivo.

Rony olhou para os rostos que o encaravam com confusão. Em algum lugar dentro dele, entretanto, um lugar não tão fundo, ele sabia do que Dino estava falando. Aquele maldito não deixava passar nada. Não demorou para as orelhas do menino esquentarem.

─ Entrou uma aluna nova essa semana. Ela é da outra turma, mas os olhos foram rápidos em encontrar o Rony. Ficou os últimos intervalos comendo o cabeça de fósforo com os olhos. E é bonita ainda, a coitada.

─ Sério? ─ Harry se espantou. Sua cabeça andava tão distraída no seu próprio dilema amoroso que nem se dera conta.

─ Não começa, Dino! E se você ficar instigando alguma coisa na escola é um cara morto.

Harry, Dino e Simas caíram na gargalhada. Senhor Black, aninhado ao lado de Simas, ficou incomodado com aquela barulheira desrespeitosa aos seus ouvidos, optando por uma saída discreta por detrás do sofá.

─ Tem muita garota maluca nesse mundo mesmo… ─ Harry brincou.

─ Se tem! ─ Dino reiterou.

─ Rá-rá ─ Rony desdenhou ─ Olha quem está zombando de mim. Caí um balde de baba da boca do Harry quando olha para a Gina.

Harry fechou a cara e deu um chute no tênis de Rony para que ele se calasse. Desde quando Rony sabia que ele era a fim de Gina? E desde quando ele tinha permissão para espalhar isso por aí mesmo ela não sendo da mesma escola? Dino olhou bastante interessado para o desfecho daquilo. Nada lhe dava mais prazer do que perturbar os amigos sobre esses assuntos embaraçosos. Enquanto o rapaz tentava buscar na memória quem era Gina e Harry e Rony se encaravam de forma assassina, Simas soltou.

─ Ah é, Harry! Esqueci de avisar… Você tinha convidado o Neville e a Cho Chang?

─ Quê?

─ Bom, eu encontrei eles ontem no mercado e contei da nossa reunião. Não sabia que era uma coisa mais reservada… De meninos. Achei que era algo aberto público, digamos assim ─ deu de ombros ─ Convidei o Neville Longbottom, ele não faz nada e ainda diverte a gente com suas esquisitices, e também a Cho Chang, que disse que viria com a Hermione Granger.

─ Por que a Hermione viria? ─ desta vez foi Rony quem se interessou.

─ Porque ela é amiga de vocês? ─ Simas perguntou um tanto confuso ─ Achei que ela estaria aqui…

─ Era pra ser a noite dos caras. Você não chamou a Granger, chamou? Você chamou? Chamou? ─ Rony insistiu, em pânico.

─ Acho que a Cho chamaria. Qual o problema?

─ É, Rony… Qual o problema? ─ Harry destilou um sorriso de vingança para o garoto ─ A Hermione é minha amiga, não tem nada demais.

Então, como num encerramento triunfante de um prólogo dramático, no exato instante a campainha da casa dos Potter tocou. Rony saiu afobadamente em direção ao banheiro do corredor e Harry gargalhou em seu interior. Por fora, sentiu um pouco de pena do pobre amigo mortalmente apaixonada pela garota mais complicada do colégio.

 

***

Harry ia pagar. Ele e Dino, além de Simas também. Mas Harry ia pagar muito mais. Como ele deixava o convite de seu aniversário tão no ar, para que qualquer captasse e chamasse quem bem entendesse? E garotas não seriam permitidas naquele aniversário, Rony havia informado. Ele ia tentar trazer cerveja da geladeira do pai e certamente garotas não poderiam estar no meio desse momento masculino. Tudo bem que ele não conseguiu pegar as bebidas, mas, ainda assim, a noite não seria mais a mesma. Ela teria Hermione Granger e ele continuava nem um pouco inclinado a coabitar um espaço tão restrito com ela.

Passou umas noites um tantos esquisitas vendo ela naquele sutiã branco, de forma que a imagem da menina parecia grudada em sua mente como chiclete de tutti-fruit. Então sentia-se frustrado por não saber como agir e com raiva por não parar de pensar… e com mais raiva ainda do jeito mandão e intrometido dela… E… E… E estava no espelho do banheiro de Harry dando uma ajeitada no cabelo para que não parecesse tão desleixado perto da amiga. Perto de Hermione. Ela não merecia aquele aprumo todo, mas ele não conseguia se controlar e fingir normalidade. Ou melhor, não se importar.

Enquanto isso, na sala de jantar dos Potter, Hermione saudava Harry com um abraço ressentido. Detentora de uma educação impressionante, a menina estendeu seu presente para o aniversariante e disse:

─ Ia te dar semana quem vem na escola, mas já que estou aqui…

─ Mione, eu ia te chamar, mas…

─ Tudo bem. Era a noite dos meninos, imagino. Eu e Cho atrapalhamos o grande plano, certo?

─ Não tinha plano nenhum, só um bando de moleques falando sobre coisas toscas ─ ele sorriu sem jeito ─ Obrigado pelo presente. De verdade.

─ Tá legal… Quem está aqui além deles?

Ela apontou para Simas e Dimas que, ao terminarem de cumprimentar Neville e Cho, começavam a se acomodarem na sala para jogar algo mais divertido, uma caixa para jogos de mímica que a sino-americana trouxera.

─ Hã… Só o…

─ Oi ─ Rony surgiu entre eles como um fantasma desvairado e, depois de dizer um “oi” seco para a garota, passou pelo meio dos dois e se dirigiu para sala com os demais.

Harry e Hermione se olharam com um cansaço divertido e se uniram aos colegas na proposta do divertimento.


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