A Cidade do Sol escrita por Helen
— Não consegue dormir, Bendito? – o rei já começava a se preocupar.
— É o barulho dos trovões, somente. – e Bendito logo o acalmou.
— Sente-se. Estamos conversando. – puxou uma cadeira.
— Que lugar é esse? – ele sentou-se.
— Meu laboratório. Na verdade, o meu antigo laboratório. Agora ele é uma espécie de enfermaria.
— Legal... – Amaldiçoado pensou em contar ao rei sobre o sobrinho. – Aliás, aquela outra porta é o que?
— A garagem do porão. Por quê?
— Eu acho que seria bom trancá-la...
— Já fiz isso. Caramelo é meio doido por aquela Kombi, já previ que ele ia tentar alguma coisa.
Bendito suspirou aliviado.
— Ele estava no corredor? – perguntou o rei.
— Sim, estava. – respondeu Bendito.
— Aquele menino não tem jeito mesmo... – riu.
Ficaram em silêncio por um tempo.
— Aliás, o senhor sabe de alguma coisa sobre uma árvore de sol? – Bendito estava faminto por informações daquela árvore. Não conseguia tirá-la da cabeça.
— Árvore de sol? Como assim? – o rei parecia confuso.
— Uma árvore com desenho de sol no tronco.
— Só vi isso uma vez, e foi num livro...
— Eu já vi uma marca de sol numa das árvores lá de fora. – disse Querido.
— Subiu nela? – Bendito ficou curioso.
— Não.
— Eu já. Ela tinha uma espécie de teto, por dentro. Era como uma casa.
— Que interessante. – o rei sorriu como um pai agraciado pelas descobertas de um filho.
— Além disso, ela me protegeu de um monstro completo, com uma luz. – não falou da vez que tentou se matar. Mas lembrava disso também. – Tem alguma coisa naquela árvore que eu não consigo entender. Alguma coisa muito boa.
— Por que vocês não vão atrás dela amanhã? – sugeriu Bernardo. – Talvez consigam descobrir alguma coisa juntos.
— Ok. – Querido concordou com rapidez.
— Certo... – Bendito nunca esteve tão animado.
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