Total Eclipse Of The Heart escrita por Veridis Quo


Capítulo 1
I was falling in love, but now I'm falling apart.


Notas iniciais do capítulo

O cover que tenho em mente para esta música foi gravado por Sleeping At Last: https://www.youtube.com/watch?v=3lUYsvoFtIo

Boa leitura.



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"(Turn around)
Every now and then
I get a little bit lonely
And you're never coming 'round

(Turn around)
Every now and then
I get a little bit tired
Of listening to the sound of my tears"

 

—Mas é necessário, Severus —Disse Dumbledore gravemente — Você tem ajudado a proteger o garoto afinal de contas?

Por ele? —Gritou Snape — Expecto Patronum!

 

De sua varinha saiu um fluído prateado. Ela saiu do chão do escritório, e fez uma ligação através do escritório, saindo através da janela…

Dumbledore olhou para ela se afastando, e com um brilho prata desvanecendo, ele tomou a olhar para Snape, e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

 

—Depois de todo esse tempo?




Anos atrás, Hogwarts.

"Every now and then
I get a little bit nervous
That the best of all the years have gone by."

Ele não podia negar, Lily estava atraída por Potter. Afinal, até mesmo Dorcas e Marlene -as melhores amigas de Lilian - percebiam que agora o nojo se transformara em algo mais significativo e presente, fazendo-a entrar em um verdadeiro torpor. Quando ele entrava na sala de aula, ela fingia estar lendo alguma coisa ou escrevendo, mas assim que se sentava, os olhos verdes se voltavam para ele. Então os seus lábios se espremiam e Snape a conhecia o suficiente para ver que aquele sorriso indicava nervosismo. Potter então sorria para Sirius e dava de ombros, ciente do que causava nela, mas igualmente corado e nervoso.

 

Desde aí, começaram as insônias e frequentes dores de cabeça em Severus Snape.

 

Antes, mesmo sério e naturalmente desconfiado, parecia estar menos disposto a sair do quarto e era sempre o último a se vestir, ignorando as constantes reclamações de Lúcius Malfoy que afirmava: “Sonserinos precisam ser os primeiros” Os primeiros em quê exatamente? Ele esbanjava sua riqueza nos corredores, mas tinha Narcisa Black. Lilian não se importava mais com Severus, não do jeito anterior, ou será que tinha se importado? Não estava na cabeça dele, somente, a ideia que aos dezessete anos eles passariam por cima dos dogmas das casas e se casariam? Ele pensava nisso quando suas têmporas latejavam de dor em cima da cama e Lúcius, o mesmo Lúcius arrogante, pedia para ele parar de grunhir baixo e ir dormir de uma vez. Snape batia os dentes de dor, as vezes sentia frio demais, sentia-se doente. A aparência ficou ainda mais desleixada pelo sono e pensamentos melancólicos, mesmo sendo o primeiro da sala em lógica e poções, tão culto quanto um Corvino a conseguir numerar os animais de Newton Scamander na prova sem hesitação. E ela permanecia olhando para James Potter. Talvez fosse seus cabelos desarrumados e desgranhados, o modo quase agressivo que ele se comportava. Pareceu esquecer do que ele havia feito consigo a dois anos atrás, quando ainda tinha quatorze anos e foi pendurado no ar, sua calça abaixada na frente daqueles estudantes. As pessoas se esquecem fácil das coisas e as que guardam na memória, costumam exigir que elas façam a mesma coisa. Mas em momento algum ele teve raiva dela.

 

Hogwarts era grande, na verdade, imensa. Severus conhecia cada canto mais quieto desta. Quando o almoço acabou e os alunos tinham um pequeno intervalo para conversar, ele viu os cabelos ruivos de Lilian na mesa da Grifinória a conversar com Marlene. Ela ria, estava bastante animada, e ele podia notar que havia preso os fios cor-de-fogo em um coque bastante elegante, dando-lhe um aspecto de mulher. Não pode evitar um sorriso de canto, quase infantil ao vê-la daquela maneira, sorriso que desapareceu logo sem rastros. Dorcas, logo à frente, murmurou alguma coisa para Lilian olhando para Severus e ela virou a cabeça, sorrindo para ele. Era o tipo de sorriso gentil, o que uma garota dá para um cachorro filhote ou livros organizados, um sorriso quase de alívio. Algo fez Snape se esquentar por dentro.

 

—Sev, quanto tempo! Você não tem aparecido muito ultimamente. Venha cá. —Lilian se levantou, abraçando o Sonserino e acariciando aqueles cabelos negros, sebosos, que fez Marlene torcer a boca. Dorcas fez menção de vomitar, o que a fez rir. Sentia-se culpada em fazer isso com Severus, mas como podia evitar? Se pelo menos ele lavasse o cabelo..

 

—Tenho sentido algumas dores de cabeça, Lilian. —Respondeu, ignorando as moças. Elas tinham sorte da ruiva estar de costas —Vamos?

 

—Você tem que ver isso, Sev, não é normal. Já pensou em falar com as enfermeiras? Elas tem um vasto estoque de ervas. Um chá pode melhorar. —Passou a mão sobre a testa de Snape e o fez sorrir de novo, minimamente. Tudo que elas conheciam, ele também conhecia. Suas poções eram as melhores da escola. —Vamos para onde, querido?

 

—Para a Biblioteca. Íamos estudar juntos para seu exame de amanhã, Lilian.

 

Ela parecia confusa e de repente, toda a confusão em seu rosto passou. Agora, parecia nervosa e voltou a espremer os lábios, deixando Severus desconfortável. Soube o que estava por vir.

 

—Eu me esqueci completamente! —Ela exclamou.

 

—Nos falamos a dois dias atrás sobre, é natural. Eu estive um pouco ausente, não precisa..

 

—Não é isso, Sev, é que já marquei um compromisso para hoje.

 

Dorcas deu uma risadinha e Severus teve uma vontade Sonserina de fazê-la se engasgar com o pão de mel. Passou o peso de um pé para o outro.

 

—Com quem, Lilian?

 

—Com Sirius e Lupin. Peter também vai. Eles iam me mostrar…

 

—Com quem, Lilian? —Repetiu ele, se sentindo um carrasco. Mas precisava ouvir, de qualquer maneira, precisava.

 

—Ah, meu Deus, Snape, não é óbvio? O líder dos Marotos vai estar lá, James Potter. —Impaciente, ela soltou a tortura de Severus e levou uma cotovelada além do olhar poderoso de Lilian sob si. —O que foi? Para quê esconder?

 

—Sev, me desculpe, se eu tivesse me lembrado! Eu posso ir com eles depois, faço questão de ir estudar com você agora. Dorcas, faça o favor de dizer à Lupin e James que não poderei estar presente, vamos marcar qualquer outro dia. —Lilian abraçou o braço direito do moreno e fez impulso de andar, mas ele não saiu do lugar. Tinha o olhar gelado.

 

A visão de Lily na biblioteca consigo era tentadora. Ela sempre ria, fazia piadas com as bibliotecárias e, brilhante, ensinava para o amigo o que ele não podia fazer sozinho -embora na maioria das vezes fingisse não saber apenas para ter a atenção dela e seu sorriso - disposta a tudo para arrancar aqueles sorrisos abertos de Severus que eram tão ausentes longe dela. Também enrolava as mechas dos cabelos dele nos seus, elogiava quando notava que os havia lavado, espirrava perfume nele (sempre trazia um frasco na bolsa) mesmo sabendo que o mesmo não suportava cheiros fortes. E o abraçava de lado, sabendo que o único perfume que Snape gostava saía dos cabelos dela, daqueles fios tão iluminados que trazia luz aos tão obscuros dele.

Mas então, essa visão foi interrompida por uma Lilian monossilábica e ansiosa. Ela estaria pensando em Potter quando estivesse consigo, na obrigação de ter que estar na presença do Sonserino e estaria limitada a suspiros quando ele lesse algum parágrafo. Não, não tê-la sincera era a mesma coisa que não tê-la e ele fez tudo de si para sorrir de canto e passar confiança.

 

—Está tudo bem, Lilian, não é necessário ir comigo. Você marcou algo importante com seus amigos e não pode deixar de ir. Seria falta de polidez.

 

—Mas, Sev, você também é importante.

 

—Não se preocupe. Eu estou com dor de cabeça, não lhe seria um bom ouvinte. —Acariciou a mão dela sob seu braço e a retirou com o máximo de delicadeza que conseguiu. Lilian abriu um sorriso sincero.

 

—Obrigado, Sev. Você é o melhor amigo do mundo, não deixe ninguém te dizer o contrário.

 

Ela beijou o rosto dele, exatamente a bochecha, fazendo Dorcas e Marlene grunhirem. O calor dos lábios dela ficou sob sua pele fria e ele assentiu, afastando-se de Evans. Quando virou as costas, o estômago pesou e foi se juntar aos seus tão afortunados colegas de casa que já saíam do refeitório. Bellatrix parecia rir de alguma coisa que Narcisa falara próxima a Lúcius e o loiro saudou Snape na saída do grande salão:

 

—O bom filho à casa torna! Se decepcionou com a sangue ruim de novo, Severus?

 

—Deixe-me em paz, Lúcius. —Respondeu sem nenhuma emoção.

 

—Deixe-me em paz, Lúcius! —Bellatrix arremedou e repetiu a frase umas três vezes, fazendo Malfoy rir. Narcisa decidiu parar com aquilo: —Tudo bem, tudo bem, não é de hoje que a Evans anda grudada no Potter, não precisamos fazer esse espetáculo por isso. Ao invés de ir se trancar no dormitório durante todo o intervalo, por que não vem conosco? Vamos jogar um pouco de xadrez bruxo.

 

—E talvez até o Campo de Quadribol dar uma volta. —Lúcius explicou melhor, parecendo menos implicante —Ainda estamos resolvendo. Venha, Snape.

 

—Minha cabeça está latejando, espero que compreendam.

 

—Está na hora de andar menos com os Grifanos e conhecer sua própria casa. —Bellatrix foi um pouco arrogante e ríspida, aproximando-se dele —É pegar ou largar.

 

As portas do Salão Principal estavam abertas, era impossível sentir alguém se aproximando ou abrindo a grande porta. Mas os cabelos de Severus voaram quando alguém passou por ele. Era Lupin, rindo de alguma coisa, pedindo suas habituais desculpas educadas ao ter passado tão rente pelo Sonserino. Os outros da casa de Salazar não deram a mínima e continuaram esperando uma resposta de Severus. Este virou a cabeça e viu que Potter andava enlaçado de Sirius e de Moony, largando os amigos quando viu Lilian. Ele beijou a mão dela com algum floreio e foi possível ler nos lábios da ruiva: “Pare com isso, James!”, corada. Não o chamava mais de Potter. Por fim, Severus olhou para seus “irmãos de casa” e só fez assentir para Bellatrix e Lúcius. Ignorando o latejar de sua cabeça, ele foi com o grupo e aquele era o início de sua jornada da qual cada vez mais longe de Lilian, estava perto de seu futuro.

 

"Every now and then I get a little bit terrified
And then I see the look in your eyes
(Turn around, bright eyes)
Every now and then I fall apart
(Turn around, bright eyes)
Every now and then
I fall apart"

Suas dores de cabeça melhoraram um pouco e conseguiu dormir durante a noite graças a uma poção que desenvolveu, agindo quase como -no mundo trouxa- um antidepressivo. Logo as olheiras desapareceram mais e suas conversas com Lúcius Malfoy se tornaram mais frequentes e ele parecia interessado no talento de Snape como aluno. Ele era brilhante, estudioso, e escrevia todos os seus segredos sob a fabricação de poções em um Diário, referindo-se a si mesmo como “The Half Blood Prince.” Mas ele nunca deixava Lúcius se aproximar do volume ou muito menos ler o que escrevia, mesmo que sua escrita fosse estritamente profissional. Aos dezesseis anos e duas semanas depois da conversa com Lilian no refeitório, Severus Snape estava cada vez mais notável e também cada vez mais longe da felicidade.

 

E isso tem ainda mais voracidade depois do que aconteceu com o Príncipe Mestiço algumas semanas depois.

 

Lilian havia chamado sua atenção, querendo dizer para tomar cuidado com seus novos amigos. Ainda que Sonserino, Severus não possuía o coração obscuro como os dos colegas de casa e era isso que ela gostava nele. Simplesmente segurou seu pulso na frente de Lúcius, Narcisa e Bellatrix, dizendo que não o reconhecia mais. Parecia estar sempre conversando com Malfoy, não vinha mais falar com ela, não parecia o mesmo. Ele se ouviu dizer que eram tão Sonserinos quanto ele e que não havia sentido em tentar ser Grifano quando não era.

 

—Eu pensei que você estava além dos limites de casa, Sev! Era isso que você me dizia, que as casas não ditam as pessoas nem suas personalidades e que elas podem confraternizar umas com as outras!

 

Ele se lembrava de Lúcius dando um passo a frente, aturdido com a declaração, logo ele que tanto se orgulhava do brasão de Salazar. Bellatrix estava vermelha de raiva e ia tomar satisfações com Severus ali mesmo quando de repente, ele viu que James Potter já havia chegado para defender sua amada, segurando-a pelo pulso. As palavras de Severus saíram antes que eles pudessem evitar e a sua voz não parecia sua voz, seu timbre estava descontrolado. Era o timbre de Lúcius, o julgamento de Narcissa e a arrogância de Bellatrix. Gritou, simplesmente, para todas as casas ouvirem, fazendo Dorcas enfiar a mão na boca e Sirius intervir.

 

—Você se acha no direito de me dizer o que fazer ou não fazer? Com quem falar e não falar? Logo você, uma sangue-ruim?!

 

A mão de Lilian se soltou do braço de Snape e seus olhos se encheram de lágrimas. Sirius segurou Potter que se debatia em fúria pela ofensa, mas o olhar do Príncipe Mestiço foi somente de frieza, uma frieza que não sairia de seus olhos nem em contato com Voldemort e um auto-controle invejável que Peter Pettgrew veria sempre nele, não importa o que acontecesse. Mas por dentro, quebrado, machucado e quase morrendo, quis abraçá-la e levá-la para longe de tudo e todos, sussurrar em seu ouvido que estava errado, que a amava. Que a desejava como sempre desejou e que Lilian Evans era a única luz de sua vida. Trouxe fogo a seu gelo, trouxe dia à sua noite e o brasão de Godric não importava, nunca importou.

 

Mas ela amava Potter, e por isso, Severus Snape estava cheio de ódio.

 

—Vamos embora, Lily, vamos embora daqui. —Pediu Sirius, tentando fazer a mesma coisa com James —Não vale a pena, não vale a pena.

 

—Leve a sua escória para longe daqui, Black. Você não é mais um de nós. —Lúcius, queimando de orgulho, fez sinal para Severus sair do contato visual de Lilian e acompanhar seus Sonserinos. James pareceu desistir de bater em Snape e abraçou a ruiva com força, sussurrando alguma coisa em seu ouvido, julgando o moreno e queimando-o com seu olhar por detrás das lentes redondas. Ele sumiu nas sombras.

 

—Tenho que te dizer, Severus, você foi incrível. —Bellatrix o chamou pelo primeiro nome, aplaudindo baixo enquanto Narcissa também sorria.

 

—É isso mesmo, minhas queridas, nosso Severus finalmente se espertou para a vida. Você fez o certo, meu caro, então por que essa feição perturbada?

 

Tentando olhar para outro lugar que não fosse o sorriso satisfeito de Lúcius Malfoy, ele ignorou os elogios e retribuiu o abraço do loiro sem sentimentalismo algum, enfiando a máscara das emoções falsas que aprendera a nutrir para disfarçar as mágoas e monstros que conviviam em sua alma.

 

—Você fez a coisa certa, Severus, e estamos orgulhosos de você.

 

Ele só foi ouvir a mesma frase anos depois e não pela boca de Lúcius Malfoy.

Ele iria ouvi-la pela de Lord Voldemort.

 

 

Anos mais tarde.

"I don't know what to do and I'm always in the dark
We're living in a powder keg and giving off sparks
I really need you tonight
Forever's gonna start tonight
(Forever's gonna start tonight)"

 

Havia chorado tanto que não conseguia mais verter lágrimas.

O menino Potter, fruto do casamento de Lilian e James, havia sobrevivido. O feitiço ricocheteou para com o Lord das Trevas, deixando somente uma cicatriz notável sob a testa de Harry -o nome dado à criança - : um raio. Snape se lembrava que o menino chorava junto consigo, como se soubesse do que havia acontecido ali, assistindo o Comensal da Morte abraçar a sua amada sem vida, balançando-a para frente e para trás, para frente e para trás. Suas lágrimas se misturavam com os cabelos ruivos e brilhantes de Lilian. Nunca teve a chance de pedir perdão, nunca teve a chance de dizer a ela que estava magoado, perdido, sozinho. E agora ela jamais riria para si novamente e foi-se com Lilian qualquer resquício de felicidade e esperança na vida de Severus, porque quando ela estava viva e bem, sabia que sentia-se feliz ao lado de James.

 

“And I need you now tonight, and I need you more than ever. And if you only hold me tight we’ll be holding on forever.”

 

Não soube quanto tempo ficou ali abraçado com ela, mas de repente soube o que devia fazer. Lilian amava seu filho com todas as forças, o queria bem, era a prova e fruto de seu amor com o marido. Não podia deixar que Voldemort o matasse, ainda mais quando a ruiva se colocou na frente do Avada Kedavra praticamente desistindo de tudo para dar a vida a Harry Potter.

 

Respeitando a mulher que amava e realizando seu último desejo, Snape deixou Lilian deitada no chão e ainda chorando, pegou a criança no colo. Harry fungava e gritava, mas instantaneamente cessou seu pranto, olhando para o Sonserino com um par de olhos verdes, os exatos olhos de Lilian. Severus o alinhou contra o corpo e sussurrou um “shhh” coberto de lágrimas, deixando-as escorrer.

 

—Vai ficar tudo bem, garoto.  —Sussurrou, andando com ele sob o quarto  —Não chore.

 

“Você tem os olhos de sua mãe” pensou, agradecendo à Merlin por conseguir ver os olhos de Lilian vivos no filho, e assim seu castigo não seria de todo pior. Teria uma faísca de luz, quase um raspo na escuridão. Mas ainda sim seria luz. Deixando Lilian no quarto, ele saiu de lá com Potter nos braços, prometendo que ficaria tudo bem. E não havia marca negra que impedisse isso.

 

“Once upon a time, there was light in my life but now there’s only love in the dark. Nothing I can say, a Total Eclipse Of The Heart.”

 

 

Onze anos depois.

 

Harry Potter, já na idade de entrar no primeiro ano em Hogwarts, atravessara o mesmo Salão que ele atravessou a tempos atrás. Não tirou os olhos dele quando, acompanhado de uma garota de cabelos volumosos e um Weasley, entrou na fila para o Chapéu Seletor. Não tinha mais visto o garoto desde aquela noite, e soube por Dumbledore e Hagrid que este se encontrava sob a guarda da tia Petúnia, irmã de Lilian, até a idade considerada adequada para Hogwarts. Snape havia alertado que Potter não seria bem recebido pela invejosa irmã de Lilian, mas ele não tinha outros parentes e era essencial que ficasse fora do mundo bruxo pelo período do qual Voldemort havia sumido, afinal, os Comensais da Morte ainda estavam a solta.

 

Ele era uma cópia de James até o último fio de cabelo desarrumado, e parecia maduro para a idade, mas quando sorria, era o sorriso matreiro e maroto do pai. Colado ao menino Weasley, lembrava muido o jeito de James em tratar seus amigos, fiel e corajoso, compreensivo. Mas havia uma coisa que Potter não havia tirado de Snape: Os olhos de Lilian. Por detrás das lentes redondas, havia um par de íris verdes e brilhantes que por um minuto se encontraram com as de Severus Snape.

O Mestre das Poções o observou com alguma atenção e virou o rosto, como se não ligasse muito bem para ele. Faria questão de manter seu disfarce, Harry Potter não devia ter afeição consigo ou muito menos gostar de si. E fez seu trabalho muito bem, até o fim.


—Sempre. —Disse Snape.

 

Always.

"Once upon a time there was light in my life
And now there's only love in the dark
Nothing I can say
A total eclipse of the heart."


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