The High School escrita por ShisuiONagato


Capítulo 23
Demônio ou Anjo?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo gente!!! Daqui pra frente a coisa fica feia kkkkkkkkk

Comentem sem puderem por favor!!!!

Espero que gostes e boa leitura todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728958/chapter/23

Antes da garota virar-se eu achava que se travava de uma versão em miniatura da Kimberly, era muito baixa e seus cabelos eram mais curtos. 

Não pude conseguir me controlar, corri até sua direção e fiquei paralisado ao ver seu rosto. Uma expressão fria, de alguém que havia se desligado do mundo. Aquela não era a Melissa que havia conhecido, aquela maravilhosa garota que foi a primeira a falar comigo, a minha primeira amizade.

— Mel... O que houve com você? - pergunto. 

— Melissa Fabien está morta. Pelo menos aquela que todos conheciam sim. 

— Isso é minha culpa? Eu deveria ter ido ver se estava bem noite passada. 

— Saia da frente Adan Blake. - ela empurra-me levemente para sair de sua frente. 

Ela anda todo o corredor atraindo os olhares dos alunos. Para em frente ao time de basquete que conversava encostados nos armários. Melissa beija um deles sem mais nem menos, levantando sua perna contra a cintura do Brandon, depois pega a mão do garoto e a coloca de baixo de sua saia na frente de todos. Solta-o em seguida, arranhando seu pescoço com as unhas, e sai como se nada tivesse acontecido. Os garotos do time ficam assustados no início, mas depois "curtem" tudo aquilo. Brandon faz um comentário que me deu vontade de socar a cara dele com muita força. 

— Ei vadia, você é louca... Me liga. 

Mel levanta o dedo do meio, mostrando-o enquanto anda se afastando dele. 

Quem era aquela garota? Eu nunca a vi se comportando daquele modo... O que teria acontecido? Admito estava mais que assustado, queria poder ajuda-la, mas não sabia o que estava acontecendo e as perguntas ficavam cada vez mais vagas em meus pensamentos. 

Meu irmão se aproxima de mim enquanto fico ali parado no corredor, processando tudo aquilo. 

— Caramba, sua amiga enlouqueceu hein. - ri. 

— Cala a boca Theo. 

— Babaca. - o sinal toca e assim como todo mundo, ele vai para a aula. 

Durante toda a aula de arte eu fiquei perdido em meus pensamentos, estava completamente fora de tudo, só pensava em Melissa, ou seja lá o que ela tenha se tornado. Não, eu sentia! Ainda era ela. 

Pedi para senhorita Lauren, a professora, para me liberar mais cedo de sua aula, como ela me adorava incondicionalmente, permitiu sem questionar. 

Corri loucamente para aula de Biologia, onde Mel estava tendo aula. Esperei aflito o sinal tocar enquanto estava encostado ao lado da porta. Logo todos começam a sair da sala. Todos menos ela. 

Procurei ela por todo lado durante a troca de aulas, e nada. Melissa havia sumido da escola. Estava preocupado, liguei para seu celular, mas sempre caia na caixa postal. 

Sem pensar duas vezes, sai do colégio. Seria a segunda vez no ano que mataria aula, os alunos normais teriam feito isso pelos menos umas quatro vezes a mais que eu. 

Andei em volta do Delarriva inteiro, olhei na cafeteria de esquina onde sempre frequentávamos, no parque do fim da rua... Nada.

Comecei a entrar em desespero, ela era muito importante para mim, e não conseguira imaginar um mundo sem ela. Tudo que vinha até minha cabeça era o seu sorriso, aquele lindo sorriso de anjo. Todos os momentos bons que passei com Melissa vieram a tona. Lembro-me que eu ajudei a incentivar seu talento musical, do qual, após a tragédia com Justin, ela acabou se afastando. De repente me lembrei de um dia em especial de alguns meses atrás, um dos melhores dias que passei com ela...

...............................................................................................................................................................................................................

— A onde estamos indo? 

— Calma você vai ver. - ela riu. 

— Posso abrir meus olhos? - perguntei.

— Ainda não Coisinha. 

— Estou cansado de andar. 

— Pare de reclamar. Você vai gostar, eu prometo. 

Não sabia para onde ela estava me levando, mas já tínhamos andamos muito tempo. 

— E chegamos. - ela disse animada. 

— Agora posso tirar essas vendas? 

— Agora sim Coisinha. 

Abri meus olhos e vi um lindo campo verde com lindas flores brancas espalhadas em seu horizonte, o vento batia nas folhagens e as carregavam levemente em seu fluir, os passarinhos cantavam formando vários sons agradáveis que deixavam aquele ambiente ainda mais incrível.

— Por que me trouxe aqui? - questionei.  

— Olhe naquela direção seu bobo. 

Ela me mostrou uma linda casa na árvore. 

— Nossa, não tinha reparado. - exclamei. 

— É toda nossa! Eu e meu pai construímos. Essa pequena casa na árvore vai ser um segredo só nosso Adan. - ela me olhou sorrindo. 

Fico admirando aquele lugar. Durante toda a tarde ficamos correndo naquele lindo campo, rindo e fazendo todas as coisas malucas que sempre fazíamos. 

De repente paramos e deitamos no chão para descansar. Virei-me para ela e fiquei admirando aqueles olhos azuis, aqueles lindos olhos que pareciam ter dois infinitos dentro de cada um, o nosso infinito. Naquele momento queria beija-la de novo, mas não conseguia parar de apreciar aquele azul estonteante que brilhava, ficando quase violeta a luz do sol. Quebrei o silêncio depois de algum tempo. 

— Vamos ficar aqui para sempre? - perguntei. 

Ela sorri com aquele jeito de anjo. 

— Sempre!. - ela diz. 

...............................................................................................................................................................................................................

Voltei em mim quando senti as malditas lágrimas escorrerem sobre meu rosto. Aquele anjo agora teria se transformado em um demônio? Eu não pararia até trazer ela de volta, minha melhor amiga. 

Meu celular começa a vibrar, vejo desesperado a mensagem achando que seria alguma notícia dela, mas era Carter. Ele me chamava para ir em sua casa urgente, dizia que precisava de mim exatamente naquela hora. Como já havia saído do colégio, pego um táxi e vou. 

Chego em uns vinte e cinco minutos mais ou menos. O porteiro abre para mim, ele já me conhecia, não sei se lembrava ao certo seu nome, mas acho que era Sr. Emmanuel. Bato na porta. Ele abre as pressas e me joga no sofá, em seguida começa a andar de um lado para outro aflito. 

— O que foi Carter? É por causa de Melissa? 

— Não... Quer dizer tem isso também mas... Adan, preciso te dizer uma coisa logo, senão vou ficar com isso entalado na garganta e é muito doloroso. 

— Claro, pode dizer. - fica assustado. 

— Bom, você é um grande amigo, começando por ai. Agradeço todos os dias e noites por você ter parado aquele dia no colégio para ver se eu estava bem, lembro-me todos os dias, daquele em especial. Acontece que nos beijamos aquele dia na festa, meio que por acidente mas aconteceu, desde então continuei fazendo o que sempre fiz, pegando todas as garotas gatas da escola, inclusive uma delas é sua ex namorada, e minha ex também... mas isso não vem ao caso agora... Bom acontece que quando você veio aqui noite passada eu senti uma vontade louca de te beijar, tanto que o fiz... Eu tentei esconder Adan, e sei que você sente o mesmo por mim, posso ver em seus olhos... 

— O quer dizer com isso Carter? - meu coração dispara feito louco. 

— Quer dizer que eu eu acho que estou te amando Adan. - suas bochechas ficam avermelhadas. 

— Eu... eu... - as palavras não saiam de minha boca. 

— Espero que entenda. Aliás estou com uma vontade louca de te beijar de novo. 

— Então venha. - digo sem pensar. 

Carter senta em meu colo no sofá, segura meu cabelo com a mão firmemente e beija com muita vontade. Nossos lábios dançavam harmonicamente em movimentos leves, ele passavam sua outra mão em meus braços, depois beijava meu pescoço, deixando-me arrepiado por todo o corpo. Lentamente ele solta sua boca da minha. 

— Posso te perguntar uma coisa Adan? 

— Qualquer coisa. 

— Isso é meio estranho, eu estava tão confuso esse tempo atrás, mas tudo que eu quero agora é ficar com você e nada mais... Eu... Quero dizer nós... Por que nós não namoramos? O que quero de verdade é saber se quer namorar comigo. - ele abaixa a cabeça envergonhado.

— Ei... Levante essa cabeça. Eu também gosto de você, pra camraba, e claro que quero. - não sabia o que estava fazendo, nunca havia namorado antes, ainda mais com um garoto. E se todos descobrissem? E se minha mãe descobrisse? Mas eu o amava tanto, as palavras apenas escorregaram pela boca a fora. 

De repente escutamos alguém batendo ferozmente na porta. Era o pai de Carter. 

— Carter, abra a droga da porta. Você está encrencado. 

— Merda! - ele assusta-se. 

— O que foi? 

— Eu tinha que ir a uma conferência com meu pai hoje, por isso faltei do colégio. Ele vai me matar, eu esqueci. 

— E o que eu faço? 

— Rápido, esconda-se no closet. 

— Certo. 

Minhas mãos tremiam. Se o seu pai nos pegasse, sabe-se lá o que iria acontecer. 

Escondo-me dentro de onde Carter me mostrou e olho tudo pelos vãos que tinha naquele pequeno armário. 

Ele abre a porta e seu pai entra furioso pela sala de visitas. 

— Ai está você né. Eu não te disse que era pra estar lá as dez em ponto? - ele grita. 

— Desculpe pai, eu esqueci. 

— Eu esqueci... Desculpa esfarrapada. Você é a desonra da família. Os Axel são todos importantíssimos nessa cidade, dai nasce você. Um verdadeiro vagabundo! - ele esculacha o filho. 

—  Pai, por favor me perdoe... - ele quase chorava. 

— O que estava fazendo que seria mais importante que o futuro de seu pai em garoto? 

— Nada pai. 

— EU PERGUNTEI O QUE ESTAVA FAZENDO. - seu tom de voz é extremamente agressivo. 

— EU ESTAVA COM MEU NAMORADO! - Carter responde a altura.

O silêncio toma conta do lugar. Sinto não apenas meu coração gelar, mas sentia também o de Carter, que simplesmente paralisou ao falar aquilo. Foi por impulso, mas deu para perceber o quanto se arrependeu. 

— Acho melhor isso ser uma pegadinha moleque. - seu pai fica todo  vermelho de raiva. 

— Pai... Por favor eu posso explicar. 

— Explicar é o cacete garoto. - ele enche o punho com toda a força e da um soco bem no meu do rosto de seu filho, que cai em seguida no chão. 

O prefeito Axel não para mesmo com Carter no chão. Continua a espanca-lo sem dó... seu próprio filho. Ele chorava, e de tanto apanhar estava começando até mesmo a sangrar pela boca.

Não consegui me mover, estava assustado. Seu pai não parava. Ouvi uma voz feminina me chamando para fora. Em seguida o closet foi aberto, era Alice, a irmã de Carter. Ela me levou para fora de sua casa pela porta dos fundos enquanto seu pai estava "ocupado".

— Me solte, preciso ajudar ele. 

— Adan vai embora. Eu vou ajudar meu irmão, não se preocupe. 

— Ele ta machucando o Carter. 

— Adan eu sei que você o ama, e ele também te ama, meu irmão me contou tudo. Mas você não quer apanhar do meu pai também, não é? Vá embora que eu arrumo a situação.

— O seu pai é louco... Ele esta sangrando. 

— Eu sei Adan, eu sei... Mas agora vá logo, preciso ajudar meu irmão. 

Ela me deixa no portão e corre para dentro. Ainda ouvia os gritos desesperadores de Carter, ou melhor dizendo... meu namorado. Queria voltar e tirar o seu pai de cima, mas meu medo falava mais alto. Fui caminhando enquanto várias lágrimas de sofrimento escorriam em meu rosto... O próprio pai espancar o filho daquele jeito? Espelhava com o meu, era um homem muito gentil que ajudava tudo e todos a sua volta, era meu herói e éramos a família a mais feliz da rua, até ele ter que ir para a guerra. Se meu pai visse aquela situação, ele com certeza acharia uma solução... Mas e eu? Eu sou um imprestável que não consigo proteger nem as pessoa que eu amo... Nem Carter, nem Melissa...

Mais uma vez perdido em meus pensamentos e andava sem rumo, enquanto só pensava em como Carter deveria estava sofrendo. Quando paro de repente e olho do outro lado da rua, era uma garota toda de preto e com os cabelos negro e curtos... Era Melissa, ou pelo menos sua nova e piorada versão.

— Melissa! - corro em sua direção. 

— Veja se não é o depressivo do Adan... Chorando de novo? 

— É o Carter, o pai dele está espancando-o... Ele me pediu em namoro hoje Mel, eu não consigo parar de querer ver como ele está... 

— Ai que lindo o casalzinho gay... Idiotas, bem feito pra ele. 

— Melissa por que está desse jeito. 

— Eu já disse... A antiga Melissa está morta. 

— Não acredito. 

— E quem liga para o que você acredita ou não garoto, eu ein... Cai fora. Essa aqui sou eu e se não está feliz o problema é todo seu. 

— Eu preciso de ajuda Mel. O que devo fazer? - pergunto, insistindo. 

— Se mata. - me assusto com suas palavras, tanto que nem consigo questionar.

Saio afastando-me da calçada bem de vagar, enquanto olhava decepcionado para minha amiga, que agora não reconhecia nem a si própria mais... Estava tão distraído que só escuto o barulho dos freios vindo em minha direção e no fim ouço ela gritando, mas com a voz de antes... A voz da verdadeira Melissa... 

— ADAN!!!!

 

 

          


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

é isso S2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The High School" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.