Spotted: Behind the Gossip escrita por naymeestwick


Capítulo 13
Capítulo 12 - The words


Notas iniciais do capítulo

Tradução: As palavras



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"Prometo que a verdade não pode nos ferir agora. Então, deixe as palavras escaparem de sua boca."

"Todas as luzes pousam em você e resto do mundo desaparece diante dos meus olhos. Por favor, por favor, diga que você sente isso também. E todo o barulho que eu ouço por dentro, inquieto e alto, coisas não ditas e selvagens. E tudo o que você precisa dizer, para fazer tudo isso ir embora é que você se sente da mesma maneira. E eu sei que a parte mais assustadora é deixar tudo para trás. Porque o amor é um fantasma que você não pode controlar. Prometo que a verdade não pode nos ferir agora. Então, deixe as palavras escaparem de sua boca. Tenho ciência de todos os degraus que me levam para você e de todo o inferno que tenho que percorrer, mas eu não trocaria um dia sequer pela chance de dizer, "meu amor, estou apaixonada por você". Sei que estamos ambos com medo, nós dois cometemos os mesmos erros. Um coração aberto é como uma ferida aberta. E, no meio desse vento, há uma escolha importante a se fazer. O amor tem uma voz calma que lembra que agora também sou sua"
(Christina Perri, The words)

***

Ao finalizar a leitura, pressionei o papel com força contra o peito. As lágrimas já rolavam copiosamente. E, nesse momento, ele me abraçou com força. Eu pousei a testa em seu ombro, escutando apenas os sons dos meus soluços desesperados e da respiração dele sobre o meu cabelo.

O motivo do meu choro não era de alegria ou tristeza. Era uma mistura de sentimentos unidos a uma sensação de cura. Eu estava demorando a aceitar que, após trancafiar o meu coração em uma caixa, alguém finalmente havia encontrado a chave. Ele escolheu esperar por mim durante um ano inteiro. Ele merecia mais de mim. Depois de tudo, não havia mais fundamento para tanto medo. Ed havia provado que não era como os outros caras que eu conheci ao longo da minha vida. Ele era uma espécie de anjo que apareceu em minha vida para me curar de todas as marcas do passado. E, ainda por cima, havia consertado meu aquecedor.

"Todas as luzes pousam em você e 
o resto do mundo desaparece diante dos meus olhos"

 

— Ed, eu não mereço você. - Levantei a cabeça e falei com a voz embargada.

Ele segurou a ponta do meu queixo com uma mão e me beijou de leve.

— A única coisa que você não merece é sofrer, Leighton. - Disse lentamente, enquanto eu mergulhava em seu olhar profundo.

Ao ouvir aquelas palavras, meus olhos se fecharam e eu o puxei para outro beijo. Tão ardente e intenso quanto aquela noite. Ele puxou-me pela cintura e envolveu-me com as mãos espalmadas sobre as minhas costas, subindo e descendo com delicadeza. Eu me mantive imóvel, pressionando-o com força contra o meu corpo, como se ele fosse a minha maior necessidade naquele momento. Eu sentia que, se eu o soltasse, meu mundo voltaria a desabar sobre a minha cabeça e eu tinha medo de enfrentar outro tornado de emoções.

— Ah, Leighton, cada vez que eu te tenho em meus braços, o que há dentro de mim se intensifica. - Ele disse com lábios grudados aos meus. Meu estômago revirou-se.

— E-ed... - Disse com a respiração acelerada. - Eu não sei o que dizer. Não faz tanto tempo que eu... Nós... - Eu estava com as emoções muito afloradas para dizer coisas sensatas.

— Apenas diga que sente isso também. - Ele sussurrou.

— São apenas sete dias. - Falei para tentar me convencer de que assumir uma paixão era como ativar o modo queda livre.

— Na segunda, quando você cuidou de mim, eram apenas três. E você disse que gostaria muito que pudéssemos dar certo. E agora, o que te impede? - Ele encarou-me, intrigado.

— Isso é impossível. Você ouviu o que eu disse? - Falei com o tom um pouco alterado. Não queria que ele tivesse ouvido nada daquilo.

— Claro que é possível. E é claro que eu ouvi. Mas eu estava muito fraco para implorar que você ficasse quando você disse que estava desistindo. E mesmo que você tenha dito que nunca daremos certo juntos, eu pude sentir, pela forma como você falava, que aquelas palavras não eram desprovidas de sentimento. Não era o que você queria dizer na verdade.

— Ah, Ed... - Suspirei. Ele havia me deixado sem argumentos.

— Diga, Leigh! - Ele falou com a voz tão fraca que quase sussurrou.

"Por favor, por favor, 
diga que você sente isso também."

 

— Eu... Eu tenho medo. Isso ainda é muito novo e assustador.

— Não tenha medo! A maioria das pessoas demoram meses para se conectarem. Mas, nós nos conectamos em apenas uma noite. É incomum, eu sei. Mas é real. E por mais que você negue, eu não vou desistir, porque eu vejo isso dentro dos seus olhos.

Ele tinha razão. Eu queria muito aquilo e não estava conseguindo disfarçar.

— Você acha mesmo que é possível que duas pessoas se conectem em uma noite?

— É só você olhar para nós. - Ele sorriu.

— Ed, mesmo que estejamos visivelmente atraídos um pelo outro, acho que deveríamos ir com calma. Preciso de mais tempo. Tenho medo de estragar tudo...

— Tudo que você quiser, Leigh. Pra você, todo o tempo do mundo.

— Meu coração bate forte toda vez que você fala assim.

— Então peça para ele se acostumar porque a partir de hoje, é assim que vai ser. - Ele deu um sorriso galanteador e mirou o relógio em seu pulso. - Leigh, olha a hora! Eu tenho que ir para casa arrumar tudo e... - Ele falou apressado e caminhou até a porta.

— Fica. - Falei puxando-o pelo braço.

Ele parou e olhou-me nos olhos. Em seguida, pegou minha mão gentilmente e a beijou, com muito cuidado. De repente, puxou-me para junto dele com agilidade. Nossos corpos se chocaram e eu o olhei nos olhos, encarando meu próprio reflexo através das suas pupilas dilatadas. Sem dizer nada, ele enfiou a língua em minha boca e devorou meus lábios sem timidez. Eu aceitei o beijo e retribuí com a mesma intensidade, puxando-o para perto e pressionando as unhas contra sua pele. Suas mãos que deslizavam pelos meus braços, fazendo movimentos para cima e para baixo, desceram lentamente, passando pela minha cintura, meus quadris, até parar nas minhas pernas, fazendo movimentos circulares por dentro do meu vestido, enquanto nos beijávamos afoitamente, devorando um ao outro com os lábios.

No calor do momento, começamos a nos mover até nos jogarmos na cama. Com astúcia, girei o corpo e o posicionei sobre o seu. Ele sorriu e pressionou-me, com força, fazendo-me estremecer por inteiro. Estávamos completamente entregues ao desejo. Nossos beijos se intensificavam a cada novo toque. Era evidente que aquilo estava prestes a acontecer novamente e a ansiedade me fazia perder o controle. Sem perder tempo, cravei os dentes em seu pescoço e soltei com uma leve sucção. Ele soltou um gemido baixinho. Parecendo ter captado o meu sinal, Ed começou a se mover para tirar a minha roupa, enquanto beijava minha nuca. Voltamos a nos beijar e no momento em que ele pousou a mão sobre o fecho do meu soutien, ficou paralisado, soltou um suspiro frustrado e soltou-me, largando os braços sobre a cama.

— Isso não está certo, Leigh. - Ele falou, antes que eu pudesse questionar sua atitude.

— O quê? - Indaguei com os olhos semicerrados, retirando-me de cima dele, um pouco incrédula. - Eu fiz algo errado?

— Não! Não... - Ele virou-se e acariciou o meu rosto, que exprimia uma feição nada satisfeita. - Leigh, você disse que deveríamos ir com calma. E é assim que deve ser. Vamos fazer isso do jeito certo.

Soltei um suspiro frustrado.

— Você está certo. - Eu projetei um meio sorriso. Ele beijou minha testa e preparou-se para levantar. Desesperei-me. - Ed, não vai! - Falei um pouco mais alto do que o normal. - Fica comigo. - Virei-me para encará-lo, posicionando-me, sem segundas intenções, de um jeito bastante sugestivo. A posição favorecia os meus seios. Meu vestido estava com as alças caídas sobre os ombros e a barra um pouco levantada. Seria bastante convidativo, se ele não estivesse tão concentrado em sua meta de fazer de tudo para fazer a nossa relação dar certo.

— Leigh... Isso não é justo! - Ele passou a língua pelos lábios inferiores e escaneou-me de cima a baixo, com um olhar malicioso.

— Não estou fazendo nada. - Balancei a cabeça em forma de negação. - Só quero que fique comigo. Tenho medo de acontecer de novo... - Desarmei-me, colocando-me sentada e com o olhar caído em poucos segundos. Era verdade, eu tinha medo de que a felicidade que eu estava sentindo trouxesse de volta aqueles pesadelos odiosos. - E se eu voltar a ter aqueles sonhos?

— Ei, Leighton. - Ele pulou na cama novamente. - Nada de mal vai te acontecer, meu amor. Eu vou ficar aqui. - Ele abraçou-me e beijou o topo da minha cabeça.

— Obrigada. - Fechei os olhos com força. Torcendo para que aquele dia não acabasse e eu não tivesse de enfrentar outra tempestade até encontrar o meu momento de paz.

— Não acredito no que aconteceu aqui hoje. Fico feliz que tudo tenha ficado claro entre nós. - Eu disse ainda com os olhos fechados enquanto me aconchegava sobre o seu peito.

— Eu também. Você não imagina o quanto. - Ele sussurrou, acariciando meus cabelos.

Ficamos na mesma posição, em silêncio, até cairmos no sono, abraçados e completos. Era como se apenas nós importássemos no mundo. Quando eu estava com ele, os problemas se esvaiam e davam lugar a uma vida cheia de paz.

Na manhã seguinte, acordei energizada. Nem havia abertos os olhos, mas eu podia sentir os raios de sol atravessarem a janela e acariciarem minha pele, convidando-me a viver um novo dia.

Espreguicei-me, lutando para não ter de sair da cama nem do lado dele...

— Bom di... - Falei sentindo o vazio ao lado, ao apalpar a montanha de cobertas. Meu estômago começou a queimar e meus olhos a arder. Estava certa de que ele ainda estaria lá, dormindo como um anjo. - De novo, não! - Falei em voz alta. Estiquei o pescoço para observar se havia alguma movimentação na sala pela porta do quarto que estava escancarada. Não havia nada. Joguei-me de volta na cama e bufei, fechando os olhos com força. Esforçando-me para acreditar que era apenas um sonho. O cheiro dele ainda estava lá para trazer de volta as lembranças de uma noite mágica. Observei o quarto e sorri ao lembrar dos momentos que tivemos naquele lugar. Lembrei dele passando pela porta do banheiro com aquele suéter bizarro; de como ele observava com carinho as fotos fixadas no mural. Olhei para baixo e encarei os lençóis. Tantas lembranças em tão pouco tempo. Era um pouco assustador, mas compreensível depois de uma semana como aquela.

Tentei entender o motivo de ele ter ido novamente sem se despedir. Aquele mistério todo me deixava confusa. Ele sempre tinha um motivo ou um plano que não ficava claro no momento.

"De repente, ele deixou algum recado" - Pensei. Em seguida, peguei o celular para conferir e, quando vi a caixa de mensagens vazia, desesperei-me. Não sabia quando nos veríamos novamente e o fato de ele ter saído sem se avisar, cortou meu coração. "De repente, ele ficou magoado também" - Disse a mim mesma. Eu não havia conseguido dizer as palavras que ele queria e merecia ouvir. Mas eu precisava ser sincera com ele e comigo mesma. Meu corpo e meu coração estavam inteiramente imersos naquele sentimento, mas algo dentro da minha cabeça dizia "não". Eu ainda estava dividida, não queria me entregar tão facilmente. Além disso, depois de tudo que ele me contou naquela noite, eu não tinha medo de decepcioná-lo novamente. Ele merecia ser feliz com alguém que se entregasse de corpo, alma, mente e coração. E eu não era capaz de dar isso a ele.

Ao abrir os olhos novamente, deparei-me com uma miragem.

— Bom dia, meu raio de sol. - Ele disse com um sorriso que ia de uma orelha a outra, enquanto segurava uma bandeja de madeira repleta de quitutes deliciosos da Magnolia Bakery e um pequeno jarro com um único girassol. Suas roupas não eram mais as mesmas, então concluí que ele havia passado em casa para se trocar. Ele estava com um estilo esportivo de arrancar suspiros. Uma camisa preta com gola em V, com mangas curtas que evidenciavam seus bíceps e jeans escuros apertados nos lugares certos. Ao vê-lo passar pela porta, levantei-me rapidamente e encarei a pequena florzinha com a boca escancarada. Ele havia lembrado de quando eu comentei que amava flores amarelas de todos os tipos no set. A surpresa foi tão grande que eu fiquei sem palavras. Apenas mirava a bandeja em suas mãos com aflição e vontade de devorar cada cupcake. - O que houve, Leigh? Você não gosta de girassóis? Me desculpe... Foi a única flor amarela que encontrei. - Ele abaixou a cabeça e fez um bico. Foi de cortar o coração.

— Ed, não... - Pus-me de joelhos na cama. - Meu Deus do céu, não! - Falei com agitação e tentei buscar seu olhar. - Eu amo girassóis. Não há nada de errado. Eu só não sei porque você está fazendo isso. - Falei com a voz fraca e sentei sobre os meus pés.

— Era assim que você merecia ser tratada depois daquela noite, como a princesa que é. - Ele disse ainda parado a minha frente com a bandeja nas mãos.

— Mas eu não... - Falei com a voz embargada, pensando não ser merecedora de um gesto tão nobre quanto aquele. Principalmente depois de eu não ter conseguido dizer que correspondia aos sentimentos dele. - Depois de ontem...

— Não diga nada. Eu não estou fazendo isso por algo que você tenha feito ou deixado de fazer. Eu quero te conquistar, Leighton. E eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance, se você me permitir. - Ele se sentou ao meu lado e apoiou a bandeja no baú que ficava na parte frontal da cama. Eu sorri e acariciei o girassol amarelo, que era ainda mais bonito de perto.

— Bom, - Falei, atacando um cupcake Red Velvet com cobertura de chantilly. - Se isso tivesse acontecido naquele dia, já teríamos tomado vários cafés da manhã juntos. - Lancei um olhar provocante e passei a língua na cobertura.

— Eu deveria ter encarado as consequências. - Rimos juntos e meu coração disparou quando eu percebi que seu olhar havia se iluminado.

— Leighton, eu realmente sinto muito. - Ele disse ainda com ar de arrependimento na voz e baixou os olhos, concentrando-se na bandeja.

— Para com isso. Está tudo esclarecido agora. - Falei com a boca cheia, aquele cupcake estava realmente muito bom.

— Mesmo assim...

— Mesmo assim, você até consertou meu aquecedor... - Fiz uma pausa para engolir o último pedaço do doce. - E eu ainda não te agradeci por isso. - Interrompi-o e falei de um jeito bem humorado.

— E você está pensando em fazer isso agora? - Ele projetou um biquinho atrevido.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Se eu fosse você, não perderia o próximo capítulo



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