If I die Young (REESCREVENDO) escrita por Baby Blackburn


Capítulo 16
When I was a child, I heard voices some would sing and some would scream


Notas iniciais do capítulo

Cheguei atrasadinha mas cheguei ahahahaha
Desculpem pela demora, mas hoje meu dia foi uma loucura! Passei o dia estudando para uma apresentação bem complicadinha da faculdade e depois fui visitar o bebê de uma amiga. Acabei de chegar em casa e parar hahahaha
Bem, lá vamos nós para mais um capítulo e meus caros leitores preparem o coração. A partir desse o circo pega realmente fogo!
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Boa leitura!



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Lily acordou no meio da noite com um leve incômodo em sua nuca. O quarto estava parcialmente escuro pela luz lunar que penetrava pela janela e o
ressonar produzido por Matteo era o único barulho que se fazia presente no local. Suspirou se virando em busca de Scorpius, encontrando o espaço ao seu lado vazio e gelado.

Abriu os olhos ainda sensíveis pelo sono e os percorreu pelo quarto lentamente, encontrando o namorado em pé e de braços cruzados na frente da janela aberta. Seus olhos cinzentos estavam postos nela e ao notar a retribuição, sorriu mecanicamente, sem dentes.

— Scor? – Chamou com a voz rouca e sonolenta. Olhou para a mesa de cabeceira notando o horário. –O que está fazendo aí?

— Estava conversando com a minha avó. – Sorriu, mostrando o celular na mão direita. Lily se sentou coçando os olhos. – Perdi o sono e não quis te acordar. – Voltou seu olhar a Matteo, que dormia alheio a tudo. – Por que ele está dormindo aqui?

Lily baixou os olhos para o amigo, o cenho franzido pela pergunta do loiro.

— O quarto de hóspedes é ao lado do quarto de James, ele não quis ficar lá sozinho.

Scorpius riu de cabeça baixa, os olhos gélidos fixos em Nott.

— Vem deitar. – Ela chamou estendendo a mão. – Perdi o sono também.

Malfoy caminhou lentamente até a cama, deixando o celular na cabeceira. Eles se deitaram entrelaçados um no outro e com leves sorrisos nos rostos. Após alguns minutos, quando todos do quarto já estavam inconsciente, o celular de Scorpius brilhou com uma nova mensagem. O número não estava gravado, mas as palavras eram claras. “Tudo certo, as coisas já estão prontas.”

Alheia a tudo aquilo, Lily dormia tranquila. Sem saber que aquela seria sua última noite no mundo em que conhecia.

 

*

Na manhã seguinte, os quatro se reuniram na sala de estar dos Potter, pouco depois da porta da frente bater anunciando a saída dos pais de Lily e Albus. Matteo e Albus vasculharam os papéis que reuniram do jornal e escritório de Harry enquanto Lily e Scorpius preparavam o café. Malfoy ainda parecia distante, se afastando toda vez que seu celular vibrava e mantendo o rosto sério.

— Tudo bem? – Ela perguntou quando eles se esbarraram pela cozinha, Scorpius ajeitou os óculos e sorriu. – Você parece distante.

— Só cansado e preocupado com tudo isso.

— Vai acabar logo, tenho um bom pressentimento sobre esses documentos.

— Não importa o que você ache neles, - Scorpius disse lentamente, pegando uma das mãos da namorada – Tome cuidado.

— Ok...

Ele sorriu e beijou sua testa enquanto caminhava devagar para a sala com quatro xícaras de café nas mãos, entregando para os dois homens concentrados nos papéis a sua frente. Nott franziu o cenho ao olhar o conteúdo de sua xícara.

— Hã, Scorpius? – Chamou incerto, o loiro resmungou em resposta sem tirar de uma das folhas que havia pego. – Cadê meu leite?

— Deve estar na geladeira. – Respondeu ríspido. Albus ergueu os olhos dos papéis e olhou para a irmã por cima da xícara. Lily olhava para o namorado com a boca levemente aberta.

— Pode pegar o meu Matt. – Disse trocando as xícaras.

O clima na sala não era dos melhores e os próximos vinte minutos foram de completo silêncio. Os olhos de Lily percorriam pelas linhas de cada documento que passava por suas mãos. Albus anotava cada nome que achava importante e passava para Scorpius que fazia sua pesquisa descobrindo tudo o possível sobre a pessoa.

— Dennise McLaggen foi uma das testemunhas do caso e fonte principal, - Scorpius comentou esporadicamente – Foi ela quem achou o corpo de Sophia preso em uma das pedras perto da pousada. – Fez uma pausa antes de voltar a digitar alguma coisa no computador. - Roberto Thomas foi uma das fontes ocultadas que disse ter visto ela caindo na água naquela noite, não chamou ajuda pois a viu voltar para a superfície. Seu nome foi ocultado por isso.

— Tem a hora de quanto ele viu ela voltar a superfície? – Lily perguntou se aproximando do namorado.

— Perto das quatro da manhã, a festa já estava no fim.

— Celine Lestrange testemunhou para a polícia e conversou com o jornal alguns dias depois. – Scorpius voltou a falar após receber mais um nome de Albus. – Ela diz ser uma das amigas de Sophia. No seu testemunho ela fala sobre um grupo de veteranos que estavam usando drogas na festa. Segundo ela Sophia se envolveu com alguns deles. Por isso estava tão inconsciente de seus atos. – Digitou mais algumas coisas antes de voltar a falar. – Elas se separaram depois de algumas horas de festa. Lestrange só ficou sabendo o que quando a polícia chegou na praia pela parte da manhã.

— Esse nome não me é estranho. – Nott disse.

— E não deveria ser. A mãe dela é Bellatrix Lestrange, a mulher que assassinou o marido e os pais em uma festa de fim de ano à dois anos. Ela é minha tia-avó. – Malfoy digitou mais algumas coisas antes de subir o olhar para a namorada. – E seu pai foi o advogado de acusação do caso.

Albus suspirou colocando os braços sob os olhos. A sala ficou em silêncio por alguns minutos.

— Você tem contato com Celine? – Matteo perguntou ao notar a expressão dos irmãos.

— Não exatamente, - Ele respondeu distante – mesmo quando ela morava aqui não nos víamos muito. E depois que tudo isso aconteceu com Bellatrix ela foi morar na França com a família paterna.

— Parece que todo mundo envolvido nesse caso acaba se distanciando da Inglaterra. – Albus falou após alguns segundos.

— Você não fugiria da cidade caso sua mãe fosse presa por assassinar seu pai? – Matteo perguntou retoricamente enquanto bebia seu café.

— Devi Parkinson foi um dos veteranos presos por porte de drogas. – Scorpius continuou, ignorando o silêncio pesado que havia se instalado novamente. – Segundo ele, Sophia usou todo tipo de droga possível.

— Não temos nenhuma cópia da autópsia? - Matteo questionou enquanto vasculhava os papéis dispostos na mesa. – Seu pai abriu um processo sobre o caso, deveria ter no mínimo uma cópia.

— Se ele tem não estava no escritório. – Potter respondeu. – Mas eu sei de alguém que com toda certeza tem.

Os três pares de olhos se voltaram para Albus, que abria um leve e gélido sorriso.

— Ron Weasley, Investigador da Polícia.

— Você quer roubar um documento do escritório do nosso tio? – Lily indagou horrorizada.

— Não é roubar, eu vou apenas tirar uma foto. – Respondeu indiferente, como se fosse óbvio.

— E como vai entrar lá sem ninguém perguntar? – Matteo perguntou.

Albus ajeitou sua postura na poltrona e lançou um olhar divertido para Scorpius, que estava alheio a tudo. Ao notar os quatro o encarando o loiro levantou o olhar interrogativo.

— Porque vocês estão olhando para mim?

— Você tem um primo trabalhando na segurança do prédio da polícia. –Albus disse.

— E daí? – Questionou ingênuo.

— Faça ele deixar a gente entrar.

— Não. – Falou rápido, fechando seu computador e arrumando os óculos no rosto. – Nem pensar, não vou envolver minha família nisso.

— Interessante. – Potter se recostou na poltrona cruzando as pernas. – Podia jurar que considerava Lily parte da sua família. – Ficou alguns segundo encarando o cunhado antes de se sentar curvado na ponta do assento, ficando mais perto do loiro. – Sejamos sinceros Malfoy, se você não fizer isso por nós ainda sim entraremos naquele prédio repleto de policiais. Mas as consequências disso irão respingar em Lily. – Ele finalizou com um leve sorriso no rosto. – Então, está nas suas mãos.

Scorpius pareceu ter paralisado antes de fechar o rosto e pegar o celular no bolso da calça.

— Maldito Potter. – Resmungou enquanto se levantava com o aparelho encostado na orelha.

Lily, que havia observado toda aquela cena de queixo caído, se voltou incrédula para o irmão que sorria triunfante.

— Você é podre. – Ela disse com o olhar irritado.

— Você e eu, - Apontou enquanto começava a recolher os papéis – somos farinha do mesmo saco. James era o mais diferente dos três e olha onde ele está agora; morto e cheio de segredos.

 

*

O relógio batia 14 horas quando o carro de Scorpius parou na esquina do grande prédio espelhado. Os quatro permaneceram sentados observando o movimento em frente ao posto policial até que quatro batidas rápidas foram desferidas contra a janela no motorista. Todos pularam assustados até notar o corpo esguio e cabelo loiro, características marcantes de um Malfoy, acenando
da janela.

Scorpius abaixou o vidro para que Gustav Malfoy pudesse se debruçar sobre ela. Assim como o primo Gustav era portador de grandes e cinzentos olhos, pele pálida e nariz torto. Mas diferente do namorado, Lily pode notar, seu sorriso carregava sempre um traço de malícia.

— Primo. – Sorriu sarcasticamente enquanto bagunçava do outro. – ‘Tá fazendo merda, sabe disso não sabe?

— É, eu sei. – Respondeu resignado.

Gustav riu antes de puxar um bolo de folhas do bolso traseiro.

— Aqui, consegui tudo o que você queria. – Estendeu as folhas amassada para o primo, Scorpius arregalou os olhos e as pegou com pressa e violência.

— Não vai ficar feliz com o que encontrar.

— Obrigada. – Respondeu rápido enquanto se esticava para pegar a
mochila nos pés de Lily.

—´Tá legal. – Se ajeitou olhando ao redor antes de se abaixar novamente. – Você tão entrar pela entrada escondida atrás do prédio. Ela fica fechada e poucas pessoas sabem da sua existência. Assim que entrar vou deixar ela aberta. – Olhou por cima do ombro antes de continuar. – Vocês são subir até o sétimo andar, é onde a sala de Ronald fica. – Colocou a cabeça mais para dentro, focando o olhar em Albus, que estava sentado no bando atrás de Scorpius. – Você que é o Potter?

— Sim.

— Sabe qual é a sala do seu tio?

— Quando venho aqui com meu pai as reuniões são em uma sala do segundo andar.

— Era de se esperar. – Gustav respondeu. – A sala dele fica na ala leste do sétimo andar. Você vão achá-la com facilidade, é a maior do andar e tem o nome dele na porta. – Retirou a cabeça e voltou a se debruçar normalmente. – As portas tem um sistema de segurança com reconhecimento facial, eu consigo desligar esse sistema por um temposem ninguém notar mas vocês precisam ser rápidos. – Mexeu no bolso da calça e tirou dela um pequena chave prateada, a entregando para Scorpius. – Essa é a chave que vai abrir a porta. Deixem ela no arbusto atrás do prédio quando saírem. Se certifiquem de fechar a porta da sala depois de sair. Se eu ativar o sistema de segurança e ela estiver aberta, todo o prédio vai saber.

— Parece fácil. – Albus disse após o final da explicação.

— Eu ainda não falei a melhor parte. – O sorriso malicioso voltou a aparecer em seu rosto e Lily se arrepiou. – Vocês tem cinco minutos para fazer tudo isso.

— O que? –Os quatro gritaram juntos. Gustav riu.

— Prometeu que ia me ajudar! – Scorpius exclamou direcionando um olhar raivoso para o primo.

— Tudo isso que eu disse até agora é ajuda, Hyperion. – A expressão de Gustav se fechou e os olhos escureceram como os de Scorpius raramente faziam. – Posso perder meu emprego por tudo o que te disse, então é melhor você aceitar o que estou te dando. É melhor que nada. –Ambos os Malfoy se encararam intensamente por vários segundos. – Olha, câmeras de segurança como as nossas têm falhas de um minuto. Consigo alegar que uma falha de cinco, no máximo seis, minutos é a consequência de um equipamento antigo.

— Tudo bem. – Albus se pronunciou. – Nós conseguimos. A que horas entramos?

— Seu tio sai as 16 horas e o sétimo andar esvazia as 16:30. – Gustav checou o relógio antes de olhar para o prédio. – Mas pela movimentação que está tendo no prédio hoje, ele pode sair mais cedo. Fica de olho no celular, eu vou te avisar quando será seguro de entrar. – Seu olhar caiu em Lily pela primeira vez. – Hey ruivinha. – Sorriu galanteador. – Ainda presa com esse aqui?

— Sim. – Ela respondeu sem graça, Scorpius apertou os dentes.

— Uma pena, - Riu debochado ao notar o olhar de Scorpius preso no painel do carro – caso esteja procurando um Malfoy mais interessante, sabe onde eu trabalho. – Piscou para ela e se voltou para os outros três. – Boa sorte, vocês vão precisar.

E saiu assobiando em direção ao prédio. Matteo olhava indignado para Scorpius.

— Ele cantou sua namorada na sua frente e você não falou nada? – Exclamou confuso.

— Gustav é uma víbora. – Respondeu ainda com os olhos presos no painel. – Foi preciso uma grande quantia de dinheiro para ele aceitar me ajudar, qualquer coisa que eu falar pode ocasionar em um batalhão nos cercando enquanto estamos no prédio.

— Sinto muito. – Lily disse baixinho pegando sua mão.

— O que tem nos papéis que ele te deu? – Albus quis saber, mais por tédio do que curiosidade.

— Nada, são para minha avó.

Potter franziu o cenho com a respostas pouco convincente.
— Quem vai entrar? – Lily perguntou após lançar um olhar reprovador para o irmão.

— Eu e Scorpius. – Ele respondeu dando fortes tapas no peito do cunhado,
que havia se virado quando a namorada perguntou.

— O quê?

— Preciso de garantia de que esse tal de Gustav não vai me entregar lá dentro. – Ele deu de ombros, como se fosse algo óbvio. – Você é a família dele.

— Quer garantia de que não vai se ferrar? Leva a porra de um sanduiche, Gustav vai se sentir pior em perder um pão a me perder. – Respondeu nervoso.

— Tem que ser você Scorpius. – Matteo se pronunciou. – Lily não pode andar e não tem chance de eu conseguir subir sete lances de escada em um minutos sem passar mal.

— Por que quer tanto ficar? – Malfoy perguntou desconfiado.

— Não quero, só estou dizendo que não vou ser de muita ajuda.

— Vamos lá, Scorpius. – Albus disse debochado. – Seremos eu e você.

*

Não passava da 15 horas quando Gustav mandou mensagem para que eles subissem. Menos de cinco minutos antes eles viram o carro de Ron, seguido por vários da polícia, sair apressado do prédio. Scorpius e Albus se encontravam parados na frente da porta traseira do prédio esperando o sinal positivo para que eles iniciassem sua corrida. A mensagem chegou e ambos começaram a subir as escadas o mais rápido possível.

Em menos de dois minutos eles se encontravam na frente da sala de Ron, com a chave abrindo a porta. A sala do Weasley era ampla e repleta de prateleiras, todas organizadas meticulosamente. A mesa dele se encontrava no meio da sala e tinha uma bela vista para o Big Ben. Havia um grande sofá de couro preto em um canto e um mini bar no outro. Tudo seguia uma paleta de cores escuras.

— Começa a olhar as caixas que eu vou procurar nas gavetas. – Albus disse assim que entraram. Scorpius procurou uma numeração ou algo que indicasse o sistema de organização de Ronald. Demorou apenas alguns segundos para que ele achasse uma caixa com o ano da morte de Sophia. A retirou da estante e apoiou no sofá que se encontrava ali perto. Seus dedos foram rápidos ao vasculhar a caixa em busca do nome dela.

— Achei! – Comemorou baixinho com um dos maiores arquivos da caixa na mão. - Albus se sentou ao seu lado com o celular em mãos para tirar as fotos.

— Ei, olha isso aqui. – Scorpius o parou no meio da foto para indicar uma parte das últimas páginas do arquivo. – Ela já estava morta quando caiu no lago.

Os dois trocaram um olhar apreensivo, interrompido pelo toque do celular de Malfoy. Era Gustav.

Saiam daí. AGORA!

— Temos que ir. – Ele disse fechando o arquivo e colocando na caixa. Albus correu para a porta com a chave em mãos e Scorpius o acompanhou após colocar a caixa na prateleira de novo.

Os dois desceram o mais rápido que conseguiram, Scorpius olhou para o celular quando chegaram na porta traseira do prédio. Ainda tinham um minuto.

Deixou a chave onde o primo pediu e correu com Albus até o carro, que havia sido estacionado em um beco perto da porta dos fundos. Assim que entraram no carro puderam ouvir o suave alarme nos últimos andares do prédio, seguido de uma luz vermelha.

— Que merda é aquela? – Albus perguntou assustado.

— Eu deixei a porta destrancada. – Scorpius respondeu rouco com os olhos arregalados. – Eu esqueci de trancar a porra da porta.

— Você acionou um alarme em um prédio cheio de policiais? – Albus gritou enquanto batia na traseira do banco de Scorpius.

— Scor, - Lily chamou alto. – Dirige. Agora!

Ele ligou o carro e pisou no acelerador com toda a força que tinha, deixando o alarme e a luz vermelha para trás.

*

Malfoy rodou pela cidade por uma hora até deixar Matteo em sua casa e seguir para a residência dos Potter, onde deixou o cunhado e a namorada antes de seguir para a sua casa.

— Não tem como eles saberem que fomos nós. – Albus tranquilizou a irmã enquanto buscava pela chave dentro do bolso. – Rodamos a cidade por um bom tempo antes de voltar, e o namorado de Matteo vai dizer que estávamos todos com ele caso alguém pergunte.

— Mesmo assim...- Lily parou quando Albus fez um sinal para que ela se calasse. A porta de sua casa estava aberta. Eles entraram hesitantes e em silêncio. No meio da sala se encontrava a figura alta e imponente de Ronald Weasley. Usava um sobretudo grande e preto com o distintivo preso no bolso e o volume na lateral de seu corpo indicava que ele estava armado. Seus cabelos ruivos estavam cuidadosamente penteados para trás, as mãos estavam entrelaçadas atrás do corpo e seus olhos azuis cristalinos encaram as fotografias postas na estante.

— Tio Ron? – Lily chamou com medo.

Ron se virou para os dois com a expressão séria e sem nenhum sinal de sorriso, como normalmente se dirigia aos sobrinhos. Seus olhos vasculharam cada parte do corpo dos dois antes de olhar para seus rostos.

— Albus, Lily. – Acenou com a cabeça em cumprimento. –Esperava os encontrar em casa, mas como não tive essa sorte foi necessário o uso da minha chave reserva. – Explicou em tom de voz solene. – Espero não ter assustado vocês.

— Não, não assustou. – Albus respondeu indo de encontro ao tio para um
abraço, Lily seguiu seus passos. – Está tudo bem?

— É o pai de vocês. – Respondeu após abraçar os dois. – Ele saiu para o trabalho essa manhã mas nunca chegou. Achamos que alguém pode ter pego ele entre o hospital em que sua mãe trabalha e seu escritório.

— Ele foi sequestrado? – Lily exclamou em choque.

— É apenas uma suspeita, já que ninguém fez contato com nenhum membro da família. – Ele explicou calmamente, uma das mãos no ombro da sobrinha. – Mas achamos melhor reunir toda a família em minha casa. Hermione foi buscar a mãe de vocês.

— Como isso....? Não pode ser. – Albus riu perplexo buscando um sinal de
brincadeira nos olhos do tio. – Meu pai não...ele não...

— Seu pai é um homem muito conhecido e que acabou fazendo muitos inimigos durante a carreira. – Ron falava com a voz calma, mas Lily o conhecia desde pequena e sabia que seus olhos não mentiriam. Ele estava preocupado com o melhor amigo e sabia que algo grave tinha acontecido. – Pode não ser nada grave, mas é melhor garantir.

A sala foi tomada pelo silêncio e as fotos no celular de Albus foram esquecidas.

— Vamos? – Perguntou indicando a porta.

— Pode ir, vamos no meu carro. – Albus respondeu em voz baixa. – Vou dar uma olhada no escritório do papai, talvez eu encontre algo que ajuda vocês.

— Tudo bem, - Ron acenou com a cabeça novamente – mas não demorem
muito.

Ele já se encaminhava em direção a cozinha quando parou e se voltou para os sobrinhos.

— Seja o que for que tiraram do meu escritório, eu vou descobrir.

— Como você....

— Sei? – Completou a frase de Lily com o rosto ainda sério. – Nenhum suborno no mundo é maior do que a chance de subir de cargo na polícia. Seja o que for que vocês estejam procurando, parem. Não vale a pena.

Com isso, ele saiu da sala em direção a porta. Os irmãos ficaram paralisados por alguns minutos antes de lembrar de seu pai. Albus correu para o escritório e pegou todo arquivo que pode encontrar. Dez minutos depois eles saiam da casa em direção ao carro quando um saco preto e úmido foi posto em suas cabeças. No escuro, Lily pode sentir um pano molhado ser pressionado em seu nariz por dentro do saco. Sentiu seus olhos pesarem e seu corpo se entregar para o sono.


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Notas finais do capítulo

Intenso, não? hahahahahahaah
Quero muitos comentários e teorias nesse capítulo viu? Tirem um tempinho para fazer isso, não custa nada e é de suma importância para o escritor!
Até quarta que vem :)
Love always, BB.



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