Inquebrável escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 1
Madness


Notas iniciais do capítulo

Bom, voltamos com mais historias Romitris para vocês. Esperamos que vocês gostem. Comentários são sempre muito bem vindos - Seja critica ou sugestão - Até mesmo, um CONTINUA.
Boa leitura e voltamos logo logo.
Beijoooos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/727942/chapter/1

Abri meus olhos lentamente com a minha cabeça latejando. Aquela festa de bota fora foi a pior ideia que Lissa já teve. Aquela cabeça loira arquitetou junto a Adrian, Sidney, Cristian, Eddie, Mia, Jillian e Mase uma pequena festa.

Não que eu fosse de beber – eu dava meus pulinhos quando era mais nova – mas como médica tinha meus conceitos. Era muito ruim aplicar glicose em bêbados tarados.

Eu sentiria falta das minhas amigas e de Montana, afinal eu cresci aqui. Mas todo mundo deve criar asas um dia e eu tinha conseguido um bom emprego em São Francisco. Como Lissa e Cristian se casariam na primavera, ela topou ir comigo e dividirmos um apartamento.

Eu tinha o dinheiro da herança que minha mãe tinha deixado antes de falecer e algumas economias. Eu tinha acabado de terminar medicina e sentia que aquele não era meu lugar. Eu tinha muitas lembranças e por mais que a família de Lissa tenha me acolhido, eu ainda não me sentia em casa.

Enquanto escovava os dentes, eu pensava em como fazer amizades e trabalhar em um novo hospital com regras diferentes. Eu ainda lembro-me como conheci cada amigo. Jillian foi o premio do Kinder Ovo. O pai de Lissa, Eric Dragomir – conhecido por ser um dos maiores Arquitetos de Montana – pulou a cerca e surgiu Jillian. 

Não que ela fosse um bebê – Jill tinha 15 anos, mas ele a escondeu muito bem por anos, até que André descobriu tudo e a tia Rhéa pirou.

A Lissa também teve seus momentos de tristeza por ter uma irmã que foi fruto da dor de sua mãe, mas depois que se acostumou e entendeu que qualquer pessoa poderia errar, ela gostou da ideia de ter Jillian em sua vida. E depois veio Cristian e ela amou a ideia de casar e ter filhos com um policial topetudo.

Coloquei minha calça jeans e uma blusa básica cinza, de manga longa. Prendi meus cabelos em um coque frouxo e comecei a tirar as caixas de papelão do meu quarto em direção da sala, colocando-a no chão perto de outras caixas importantes.

Lissa estava no balcão de mármore, terminando de embalar os copos de vidro no jornal de ontem, enquanto Cristian pegava as partes da mesa de madeira e levava para o caminhão de mudança. Eu coloquei as mãos no bolso de trás da calça e sorri para ele.

Cris tinha uma calça jeans clara, totalmente surrada e uma camisa verde musgo de manga gola V. Ele tinha posto um casaco preto por cima e tinha botas.

— Olha, ele é bom com trabalhos braçais. – murmurei. Voltei-me para Lissa, enquanto Cristian bufava e fiz carranca. – Já conheceu a família dele? Talvez ele tenha um irmão que seja melhor.

Cristian olhou para mim como se fosse me colocar no caminhão da mudança com uma fita isolante na boca, dentro da geladeira. Ele pegou o que faltava e levantou o cenho.

— Muito engraçadinha, Hathaway. – disse ele. – Para a sua infelicidade, eu sou filho único.

Ele virou-se para sair e eu gargalhei.

— Os primos servem. – gritei. Lissa sorriu, ainda embalando o último copo. Ela tinha um vestido azul, florido. Acima dos joelhos e de mangas longas.

— Parem vocês dois. – disse ela.

— Qual é a graça de não implicar com ele?

Lissa sorriu, colocando as coisas na caixa em cima do balcão. Ela respirou fundo e sorriu para mim. Estava na hora de encararmos o mundo fora de Montana.

                                                           ***

Estávamos acabando de atravessar à Califórnia em direção a São Francisco. Algumas horas atrás, Cristian verbalizou a ideia de me prender na geladeira amarrada e amordaçada após eu ter sugerido uma parada em Nevada – Ah, qual é?! Vegas, baby! — mas eu mantive o argumento de que eu era quente demais para ser presa dentro da geladeira.

Nosso destino era Fisherman's Warf, São Francisco. Acho que tantas noites sem dormir, fazendo plantões no hospital nos renderam um pouco mais de conforto e segurança. Eu e Lissa estávamos bem cansadas e era Cristian quem tinha dirigido boa parte do caminho até aqui.

Estávamos animadas com a ideia de um lugar novo e perto do mar. Depois de sentir o ar de Fisherman's Warf, nem senti falta do inverno constante de Montana.

Cristian parou o carro em frente a um prédio grande e vistoso. Lissa e eu sorrimos a ver que realmente tínhamos alcançado à nossa meta de infância. Estávamos dando um passo para as nossas vidas adultas com apenas vinte e dois anos.

Estava de noite quando chegamos, a rua não estava muito movimentada e eu estava com mais fome do que sono. Cristian saiu do carro e eu percebi o caminhão da mudança estacionando atrás de nós.

Lissa sorriu para seu amado.

— Eu vou pegar as caixas. – disse ele. Lissa assentiu e eu voltei a encarar o prédio.

Agora não tinha mais volta.

                                                          ***

Eu fiz questão de subir com a última caixa, onde estavam meus tão amados livros de medicina. Esperei o elevador chegar e consegui arrastar a caixa para lá. Eu não estava com pressa, afinal – Lissa estava no apartamento do Cristian, que era no mesmo prédio, um andar abaixo do nosso.

— Segura, por favor. – gritou alguém. Eu levei meu braço à porta do elevador namorando meus livros, mas algo chamou minha atenção.

O homem sorriu para mim, de modo forçado e educado e entrou no elevador. Eu tirei o braço da porta e relutei para não abrir a boca. Ele era moreno, alto e com olhos chocolates que pareciam estudar atentamente cada ação minha.

Eu mordi a boca e percebi suas roupas. Ele tinha uma blusa regata preta, calça de moletom preta e tênis de corrida. Estava com fones de ouvido em sua mão e os cabelos escuros presos em um rabo de cavalo curto – o que aparentava que eles fossem à altura dos ombros.

Eu levantei uma das sobrancelhas para ele e percebi seu cansaço e suor. O homem fitou-me e uma eletricidade passou por meu corpo. Ele parecia sério e curioso. Eu pigarreei e sorri fraco.

— Oi. – falei, ainda não acreditando nas minhas palavras. Ele fitou-me de cima a baixo e assentiu. – Sou Rose, eu acabei de me mudar.

Eu nunca fui tagarela assim, ainda mais com uma pessoa que eu nunca tinha visto na vida. Mas ele tinha algo diferente no olhar. Era real e eletrizante, era como se ele tentasse decifrar cada pedaço da minha alma.

O homem fitou-me. Senti o elevador parar e a porta abriu-se lentamente. Verifiquei o andar, e percebi ser um antes do meu. Eu engoli a seco e levantei o cenho, não disfarçando a minha vontade de agarrá-lo.

— Seja bem vinda, Rose. – falou, carregado de um sotaque que eu não consegui identificar.

Ele soltou o elástico do cabelo e deixou que eles caíssem por seus ombros, o que me fez parar de respirar. O homem caminhou para fora do elevador e a única coisa que eu fiz foi virar a cabeça para encará-lo melhor.

— Eu vou gostar daqui. – sussurrei, quando a porta do elevador fechou.

E acho que eu estava certa. Se todos os caras tivessem a bunda desse meu “vizinho”, eu ia amar São Francisco, plantões chatos e passeios ao píer 39.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A partir do próximo começamos com enquete e spoiler.
Beijos e Cometem galera!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inquebrável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.