O Garoto da Calça Rasgada escrita por Biax


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Ok, hoje é o dia que vocês irão surtar! xD

Porém, tenho um aviso.
Melhor vocês se prepararem, porque esse é o penúltimo capítulo :c
Eu sei, eu sei, eu também estou triste. É sempre difícil quando uma história acaba.

Mas espero que vocês surtem, gritem, pulem de alegria com esse cap. xD

Boa leitura!



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— Eita. — Aquela foi a única coisa que eu consegui dizer.

— Você não tem medo de trovão, tem? — indagou Nathaniel, bem-humorado.

— Claro que não — retruquei, aproveitando a deixa para ir até o corredor.

Estava tudo apagado, e só para ter certeza, apertei o interruptor mais perto duas vezes. Nenhum sinal de luz.

— Essa chuva não vai parar tão já — falou Nathaniel, atrás de mim.

Senti-lo ali, tão perto, e ainda na penumbra, me fez sentir um nervoso súbito. Meu coração começou a acelerar, e eu comecei a andar para a cozinha.

— Onde vai? — Ele me seguiu.

— Ver uma coisa.

Parei apenas um segundo para tentar pensar em algo que eu tivesse para fazer ali, e por causa da falta de luz, lembrei de uma coisa. Fui até um dos armários, abaixo da pia, e comecei a tatear lá dentro até encontrar a caixa que eu estava procurando, porém, ela estava leve demais, o que indicava que as velas haviam acabado.

— O que tá procurando?

— Velas. Mas acabou. Eu esqueci de comprar mais.

— Tudo bem, a gente se vira... Ai! — Nathaniel bateu contra alguma coisa.

— O que foi?

— Bati o joelho em alguma coisa.

Acabei rindo e levantei, suspirando.

— É, a gente se vira... Vamos comer alguma coisa, então.

Conseguimos fazer um lanche frio acompanhado de uma jarra de suco de laranja, e como eu não tinha um guarda-chuva, Nathaniel se convidou para dormir lá. Eu não retruquei o chamando de folgado, na verdade, fiquei feliz de poder passar mais tempo com ele, ainda mais agora que ele não tinha as mesmas preocupações de antes. Ele não estava ali fugindo de sua família, mas sim, porque queria estar.

Subimos para o quarto e deitamos em nossos lugares de costume, com Nathaniel aos pés do colhão, eu na cabeceira, e Dragon ao lado do loiro. Estranhei quando Nathaniel se arrastou para deitar ao meu lado.

— Você tem medo de trovão, pelo jeito — provoquei.

— Até parece.

Sorri, fechando os olhos.

— Boa noite.

— Já vai dormir? — perguntou ele, incrédulo.

— Tô cansado.

— Fui eu que briguei hoje, não você. E eu não tô cansado.

— Já que você não vai me contar o motivo da briga, vou dormir.

Nathaniel suspirou, mas não falou mais nada. Eu não iria insistir, até porque o sono já estava ali, contando carneirinhos. Não demorou para que eu começasse a sonhar, e até ali Nathaniel estava, falando comigo.

— Eu tô falando com você! — berrou Nathaniel na minha orelha, me fazendo pular de susto.

— Mas que droga, você nasceu pra atrapalhar o meu sono, só pode!

— Eu tô aqui falando as coisas e você dorme?!

— Falando o quê?!

— Não vou repetir, quem mandou você dormir?!

— Então vai à merda! — Me virei, resmungo, dando as costas a ele.

Nathaniel bufou.

— Tá bom. Tá bom. Eu repito.

Continuei ali, mas dessa vez, prestei atenção.

— Eu falei... O motivo da minha briga com aquele cara... Quando eu saí depois de você ir pegar seu caderno, ouvi ele no telefone. Só ouvi porque ele falou seu nome... Ele tava falando que ia te chamar pra sair, apesar de você ter sido difícil até então. E disse que, se precisasse, até pagaria algumas bebidas pra você se soltar... E que ele não queria voltar pra casa aquela noite... Eu não aguentei ele falando daquele jeito de você.

— Você não acha que é muito cabeça quente, não?

— E se eu não estivesse lá? Você ia sair sozinho, esbarrar nele e ele ia te arrastar pra sei lá onde.

— Você fala como se eu não conseguisse me defender.

— Não importa. Eu tô aqui pra isso.

— Ah, eu tenho um segurança e não sabia? — Consegui fazê-lo rir.

— Eu tô falando sério.

— Não entendo por que você se meteu em briga por causa disso. É um motivo tão besta.

— Não é não. Ele é um idiota que não sabe receber um não. Já não basta o jeito que ele te olhava todas as vezes?

— Como ele me olhava? — perguntei, curioso. Por que ele repararia nisso?

— Parecendo que queria te comer vivo. Coitada das pessoas tímidas que ele já intimidou. Digo, paquerou.

Soltei uma risadinha.

— Exagero. Eu sei me virar.

— Pra mim, não sabe — provocou.

— Só tá falando isso porque nunca me viu batendo em alguém — soltei, virando novamente para tentar ver seu rosto, apesar de ter noção de quão escuro o quarto estava.

Fiquei surpreso ao senti-lo tão perto, muito mais do que antes. Eu conseguia sentir sua respiração contra mim, o calor que emanava dele. Por instinto, me afastei, sem saber se ele tinha percebido onde estava, mas não me toquei de que estava quase na beira do colchão e desabei no chão com um baque.

Nathaniel se assustou e foi até a ponta da cama.

— Você tá bem?

— Tô... — Meu rosto queimou de vergonha. Talvez fosse bom a energia ter acabado.

— Que desastrado. E você ainda quer me convencer de que saberia se defender.

— Não sei o que uma coisa tem a ver com a outra — resmunguei, levantando e voltando para a cama, dando uma leve empurrada em Nathaniel para liberar espaço.

— Pra mim, tem tudo a ver.

Deitei novamente, enxergando somente a silhueta de Nathaniel, apoiado no cotovelo, como se tentasse me ver. Eu não estava entendendo o comportamento dele, e nem sabia mais o que dizer.

Nathaniel deitou a cabeça no meu travesseiro, e eu estava prestes a enxotá-lo, de brincadeira, quando senti algo encostando em minha bochecha, e aquele mesmo calor emanar de sua pele. Pela forma, só podia ser seu nariz, que deslizou delicadamente até alcançar o meu. Nos lábios, eu sentia o calor dos seus, junto de sua respiração tranquila.

Eu queria perguntar “o que você tá fazendo?”, mas talvez fosse uma pergunta muito idiota. Ou talvez não.

Sua boca encostou na minha, como se estivesse tateando, e ele me beijou. Fiquei tão surpreso que demorei a retribuir, e precisei puxar seu rosto para mim quando ele se afastou, provavelmente pensando que eu não queria aquilo.

Nós nos beijamos devagar, e por muito tempo pensei que estivesse sonhando. Só podia ser. Eu caí no sono e imaginei tudo depois do que ele me contou sobre Dake.

Eu me afastei alguns centímetros.

— O que foi? — cochichou Nathaniel.

— Eu tô sonhando, né?

Ele deu uma risadinha.

— Por que acha isso?

— Isso... Isso não ia acontecer na vida real.

— Por quê?

— Porque é impossível.

— Então podemos descobrir.

Mais uma vez, Nathaniel colou seus lábios nos meus e passou o braço por meu tronco, para ter um pouco de apoio. Aquilo durou alguns minutos.

— E agora?

— Ainda não.

Ele riu e voltou a me beijar, com direito a algumas mordiscadas que eu devolvi. Cheguei a segurar a respiração algumas vezes e soltei um suspiro quando nos separamos.

— Agora sim?

— Sim, agora sim.

— Pode dormir agora. Não quero ser um atrapalhador de sonos — brincou, voltando a se deitar ao meu lado.

— Isso você já é, não tem como voltar atrás — falei, virando de frente para ele.

— Droga.

Apesar de toda aquela surpresa, empolgação, um coração acelerado e alguns sentimentos correndo de um lado para o outro, soltei um bocejo, sentindo os olhos pesados. Os fechei e soltei um suspiro sonolento.

Nathaniel depositou mais um beijo rápido em meus lábios.

— Nathaniel — sussurrei.

— Sim?

— Seu lábio tá sangrando de novo.

Caí no sono enquanto ouvia a risada dele.


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Notas finais do capítulo

E AÍ? SURTARAM? Eu espero que sim! HUAHSUAHS

Tão fofinhos esses dois :3 Nunca vou cansar de escrever sobre eles :B

Como vocês acham que será o último capítulo? Quero palpites na minha mesa!

Obrigadinha e até sexta!



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