Precisamos um do outro escrita por Moon
Notas iniciais do capítulo
Riley conhece mais pessoas em Beacon Hills. Liam ainda está ferido e ninguém entende porque ele não está em processo de cura como deveria. Scott e Stiles seguem a investigação em busca por Malia, que ainda está desaparecida.
POV Riley
Ignorei a chamada. Scott estava parado na porta. Stiles e Noah se entreolharam e viraram para mim.
— Eu não acho que tenha sido uma boa ideia trazer você. - O Stiles disse com cara de desculpas.
— Eu discordo. - Segurei sua mão.
Não sei se foi porque ele estava com aquela cara ou porque eu estava com medo de encarar o que tinha por trás daquela porta.
Scott esperou o xerife passar primeiro.
— Talvez seja melhor você não olhar. - Scott disse para mim com uma ruga entre as sobrancelhas.
Apertei a mão do Stiles com força e saí daquela sala. Eu me impedi de olhar por uns instantes, mas não consegui evitar.
O cara que tinha nos atacado estava no chão sangrando, ele tinha levado uns dois tiros.
Alguém tinha amarrado as mãos dele, imaginei que tivesse sido o Scott. Um policial estava sangrando do outro lado. Mesas quebradas, porta arrombada, cacos de vidro espalhados no chão.
O xerife acalmou sua equipe. Discretamente mandou Scott tirar aquele lobisomem de lá e foi atender seus policiais que estavam feridos. Se despediu de nós em silêncio e voltou sua atenção à situação na delegacia.
Scott trazia o homem consigo, do lado de fora Liam tinha a blusa rasgada e também sangrava.
— Você está bem? - Scott perguntou e ele nem se mexeu.
— Leva ele para o hospital. - Scott pegou as chaves de Liam e entregou para o Stiles - Diz para ela que eu preciso de alguma coisa que apague um lobisomem.
Stiles pegou as chaves. Abriu a porta para mim e foi ajudar Liam a entrar no carro, no banco de trás.
— Para onde ele vai com aquele cara? - Eu precisava saber.
— Clínica veterinária. - Stiles riu com a ironia - Vai ser mais fácil cuidar dos ferimentos dele lá.
— Ele vai ajudar o cara? - Eu não acreditava. Stiles apenas fez que sim com a cabeça.
Paramos no hospital. Stiles pegou o celular e ligou para alguém.
— Eu estou entrando no hospital agora. E tenho um lobisomem ferido. - Ele guardou o celular.
Liam parecia mais pálido. Eu e Stiles ficamos um de cada lado para ajudar ele a andar.
Assim que entramos no hospital uma mulher veio na nossa direção. Ela sentou Liam numa cadeira de rodas. Segurou a mão do Stiles por um segundo e saiu com pressa.
— O garoto se cortou e está sangrando. Eu preencho a ficha dele quando ele estiver sendo atendido. - Ela disse sem nem olhar de lado quando foi questionada.
— Essa é a Melissa. - Stiles explicou - É a mãe do Scott.
— A que cuidou de você? - Lembrei dele contando.
— Essa mesma. - Ele sorriu de lado - Ela é médica. E ajuda a gente para ninguém descobrir nada.
— Isso acontece muito?
— Mais do que eu gostaria de admitir. - Ele foi até o elevador e eu o segui.
Segundo andar. Tinha uma pequena sala com sofás.
— Melhor a gente esperar aqui. - Ele disse se sentando - E é melhor ligar para seus pais.
— E dizer o que? - Eu não conseguia me imaginar falando nada para eles agora.
— Que você chegou em segurança. Que conheceu seu pai. Que conheceu meus amigos. Que saiu para lanchar. - Ele contorceu a boca e fez uma cara estranha - Mas é melhor deixar a parte do ataque, dos lobisomens, do sangue e do hospital de fora.
Eu ri do comentário dele. Tinha deixado o celular no carro.
— Me empresta seu celular? - Eu perguntei e ele me entregou sem perguntas.
Digitei o número e liguei.
— Oi, mãe.
— Por que você não atende, Riley?
— Eu deixei o celular no carro. - Era verdade.
— Está tudo bem?
— Sim. A gente já chegou. Eu já conheci alguns amigos do Stiles. Já conheci o nosso pai. Conheci o trabalho dele.
Stiles ria de lado porque eu estava repetindo o discurso dele.
— Sim, eu também já comi.
— Onde você está? — Eu gelei por um instante.
— Eu vim no hospital conhecer a Melissa. - Disse e Stiles virou para mim fazendo uma careta.
— É onde ela trabalha. - Dei de ombros - O Stiles tá me apresentando todo mundo.
Outra verdade.
— Mãe, eu vou desligar agora, tá?! - Ela reclamou um pouco, mas concordou que já era tarde.
— Boa noite. Também te amo. - Me despedi e desliguei.
— Esse negócio de meias verdades dá certo. - Eu entreguei o celular.
— Você não está acostumada com mentir, né?!
— Está tão na cara? - Ele riu confirmando.
— Minha melhor amiga má influência estaria orgulhosa de mim agora. - Pensei na Maya.
— Stiles. - Melissa surgiu na sala e me perguntei como ela sabia que estávamos ali.
Ela o abraçou e virou para mim.
— Essa é a Riley. - Ele me apresentou.
— Melissa. - Ela se apresentou sorrindo - Você parece muito com a Cláudia.
Ela veio até mim e me abraçou brevemente.
— Desculpa. - Ela se afastou e respirou fundo - Stiles, podemos conversar em particular?
— Ela sabe. - Ele respondeu e ela continuou meio sem graça.
— O Liam tem um corte profundo na região abdominal. - Ela começou - Mas ele não está se recuperando.
— Lobisomens curam ferimentos bem rápidos. - Stiles explicou.
— Eu vou dar um jeito de cuidar dele. Mas vocês precisam levar ele do hospital. - Ela abaixou o tom de voz - Porque ele não está conseguindo controlar a transformação.
— Para onde a gente leva ele? - Stiles perguntou.
Ela parou um segundo e mexeu nos bolsos. Achou uma chave e entregou para o Stiles.
— Meu turno termina em meia hora. - Ela disse.
Ela estava indo embora.
— O Scott pediu algo. - Eu disse.
— Ele precisa de alguma coisa que apague um lobisomem. - Ele disse baixinho olhando ao redor.
— O que está acontecendo?
— Novos visitantes na cidade. - Ele estava sem foco - E a Malia desaparecida.
Melissa foi na direção do elevador.
— Encontro vocês no estacionamento. - Ela disse.
Stiles entrou num corredor e parou na última porta. Necrotério.
— O que você está fazendo?
Ele olhou ao redor e entrou. Eu fiquei do lado de fora e então ele saiu ajudando Liam.
— Por que no necrotério? Que mórbido.
Fiquei do outro lado e coloquei o braço do Liam no meu ombro. Os olhos dele estavam brilhando amarelo.
Stiles virou num outro corredor. Elevador de serviço. Descemos no subsolo e saímos por onde os motoristas das ambulâncias passavam. Em instantes estávamos fora do hospital sem ninguém ver.
— Espere a Melissa na frente do hospital. - Stiles me disse e assim o fiz.
Fui para a frente do hospital e esperei. Stiles levou Liam para o carro. Em pouco tempo Melissa apareceu.
— Moça, você esqueceu sua bolsa. - Ela disse me entregando uma bolsa bege - Diz que eu pedi para ele ter cuidado.
Ela sussurrou a última parte e voltou para dentro do hospital.
Stiles parou o carro ali um segundo depois e eu entrei.
Fomos para a clínica. Scott abriu a porta e eu ajudava Liam a ficar em pé.
— Ele não está curando. - Stiles disse assim que viu a expressão do amigo.
— A sua mãe pediu que você tenha cuidado. - Eu disse entregando a bolsa para ele.
Ele entrou numa sala e o cara grunhiu.
— Você não vai conseguir me manter aqui para sempre, McCall.
Nós ficamos do lado de fora. Escutando o cara rosnar. Ele se debateu e então silêncio.
— Stiles, eu preciso de ajuda. - Ele disse e meu irmão nem hesitou em entrar.
Fui atrás com Liam.
O cara estava apagado.
Stiles pegou uma corda com umas flores roxa. Ele amarrou os braços, mãos e pernas do homem desacordado com aquilo. Usou uns nós que eu só tinha visto em filmes.
Scott abriu uma das jaulas de animais e Stiles empurrou o cara para dentro e a fechou.
Scott andou até mim e analisou o ferimento do beta.
— Você sabe porque não está curando? - Perguntei.
— Não. - Ele respondeu preocupado.
— A gente disse para sua mãe que vamos levar o Liam para sua casa. - Stiles disse pegando uma pasta da delegacia que o Scott tinha levado.
— Vamos. - Ele disse.
— E o cara apagado e amarrado numa jaula? - Não pude evitar.
— Ele vai ficar aí até amanhã. Depois eu descubro o que fazer com ele. - Ele estava incomodado com o que estava fazendo.
— Ele falou da Malia. - Escutei o Scott sussurrar para o Stiles.
Estávamos no carro voltando para casa do Scott. Eu olhava a cidade tão quieta e lembrava de tudo o que aconteceu nas últimas horas.
— Quem é Malia? - Eu perguntei aproveitando que estávamos sozinhos no carro.
— Uma amiga. Ela está desaparecida. - Ele tencionou as mãos no volante - Por isso que eu precisava vir.
— E como que vamos encontrar ela?
— Vamos? - Ele virou para mim sem tirar os olhos da estrada - Eu aprecio o que está tentando fazer aqui. Mas você já se envolveu demais, já viu muito sangue e definitivamente já esgotou sua cota de situações de risco.
— E você espere que eu fique sentada até a hora de irmos embora?
Ele respirou fundo.
— Eu prometi que ia cuidar de você, Riles.
— E você está cuidando. - Coloquei a mão no ombro dele.
— Eu não devia ter deixado chegar a esse ponto. - Eu não tinha certeza se ele disse para ele mesmo ou para mim.
— Eu sou parte da sua vida agora. - Eu respondi - Você não me conhece muito. Mas saiba que eu posso ser bem mais nova, nem saber de todas as coisas que existem, mas eu sempre me envolvo. Com tudo. E eu vou me envolver até que esteja tudo certo.
Ele ficou em silêncio.
— Você não vai ter paz. Nunca mais. - Ele riu sem achar muita graça.
Chegamos a casa do alfa, ele já tinha estacionado o carro e entrado na casa. Tinha outro carro parado e uma menina ruiva em pé na porta.
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