Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 19
Tchau, Beacon Hills!


Notas iniciais do capítulo

Olá, Nova York! Riley e sua família estão de volta à big apple, retomando suas rotinas e esperando pelas novidades tragas de Beacon Hills.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/727003/chapter/19

POV Riley

Noite de terça-feira. Eu, Stiles e meus pais deixaríamos Beacon Hills mais uma vez. Mas agora levando parte disso conosco. Liam iria para Nova York.

Depois que as pizzas acabaram, Stiles e meus pais, incluindo o xerife, foram com Liam para a casa dele para conversarem com seus pais.

Meu pai já havia ligado na escola e explicado a situação. Natalie, a mãe da Lydia, disse que no dia seguinte já conseguiria o histórico escolar do estudante. Scott se disponibilizou para levar o beta, dizendo que poderia faltar um dia mais na faculdade para ir a Nova York. Malia e Lydia logo disseram que o ajudariam com as malas.

Os pais de Liam concordaram, depois do xerife confirmar que meus pais eram membros de sua família, em deixar Liam passar um tempo lá em casa. Mas disse que preferia que o filho procurasse um lugar pra ele. O pai dele disse que financiaria essa ideia, contanto que a mãe concordasse. E ela concordou.

Eles só queriam ver o filho melhorar.

Meus pais e Stiles ainda estavam na casa do Liam.

Sentei na escada da porta de entrada da casa. Observei a rua. As casas com suas luzes acesas, pessoas chegando, pessoas saindo.

Scott saiu da casa. Sentou-se do meu lado e ficou em silêncio também encarando a rua.

Meu celular começou a vibrar no meu colo.

Lucas. – Li o nome na tela, mas ignorei a ligação.

— Quem é? – Ele perguntou curioso.

— Meu namorado.

— Se você quiser privacidade. Eu entro. – Ele estava prestes a se levantar.

— Não! Não precisa. – Encarei o celular ainda vibrando. – Eu só não quero falar com ele agora.

— Por que não?

— Eu. – Comecei, mas não consegui completar a frase, fiquei apenas encarando o celular que parou de vibrar e a tela apagou.

— Não precisa me contar. – Scott disse.

— Eu estou confusa. – Comentei, meio que admitindo pra mim mesma.

— É normal. – Ele sorriu. – Por que você tá confusa?

— Eu gosto muito do Lucas. De verdade.

— Mas não o ama?

— Eu não sei! – Finalmente encarei o melhor amigo do meu irmão. – Qual é? Eu tenho quinze anos...

Ele riu, mas eu sabia que ele estava prestando atenção em cada palavra.

— Eu quis o Lucas desde a primeira vez que o vi. – Eu sorri lembrando. – Ele faz eu me sentir como uma princesa.

— Mas? – Ele estava esperando pelo que estava me deixando confusa.

— Minha melhor amiga também gostava dele. E ele dela. Mas aí ela disse que apenas tinha se confundido. E eu e ele começamos a namorar.

— Você acha que ele gosta dela?

— Sim. – Admiti. – Eu acho. Mas eu meio que ignorei isso. Eu estava tão feliz em ser a escolhida que eu...

Meu celular começou a vibrar outra vez.

— E então começamos a namorar, mas foi como pular numa piscina e descobrir que era muito raso.

— O que ele fez?

— Nada! – Eu ri de mim mesma. – Ele é ótimo. Mas. Eu não sei.

Ficamos em silencio.

— Ás vezes eu acho que ele se arrependeu e está tentando arrumar uma desculpa pra terminar comigo.

— Por que não conversa com ele?

— Ele só negaria. E eu não saberia se ele foi sincero. – Respondi.

— Talvez você só esteja com medo que ele não goste de você do mesmo jeito que você gosta dele.

— Talvez.

— Ou talvez ele goste da sua amiga, mas não queira te magoar.

— Talvez. – Concordei outra vez.

— E talvez isso seja você procurando uma desculpa pra terminar. – Ele me encarou.

Desviei o olhar e encarei o chão.

— Isso acontece. – Ele disse com um sorriso torto. – A minha mãe já me deu essa lição. “Você se apaixona mais de uma vez e você vai amar outra vez”.

Avistei a viatura entrando na rua. Scott estava ansioso. Mas não era por causa de notícias. Stiles havia ligado e contado tudo, minutos atrás, antes mesmo de sair da casa do Liam.

— Eles chegaram! – Ele avisou num grito a todos que estavam dentro da casa.

Eles desceram do carro animados. Meus dois pais conversavam animadamente sobre como essa fase do Liam se relacionava com a chegada de Cristóvão Colombo a América. Minha mãe escutava atentamente. Eles entraram na casa depois de nos cumprimentar. Stiles ficou conosco. Sentou do lado do Scott.

— Se conheceram melhor? – Ele perguntou pro amigo.

— Até dei “pitaco” no namoro dela. – O alfa respondeu.

— Ei, eu também quero! – Stiles declarou cruzando os braços e fazendo biquinho como uma criança.

— Dê sua opinião. – Autorizei sabendo que isso seria interessante.

— Eu acho que você é muito nova pra estar namorando.

Eu ri lembrando do meu pai tendo ciúmes.

Meu celular começou a vibrar pela terceira vez.

Lucas – Li outra vez.

— Não vai atender? – Meu irmão perguntou enquanto eu encarava o celular.

Respirei fundo e apertei o botão para atender a ligação e me levantei para entrar na casa.

— Oi, Lucas. – Atendi deixando os dois conversando do lado de fora. Passei pela conversa na sala e fui pro quarto. – Desculpa não ter atendido antes. – Respondi depois dele reclamar que estava tentando falar comigo há algum tempo.

Ele continuou a reclamar.

— É que eu estou arrumando as coisas pra voltar. – Menti.

— Vocês voltam hoje?

— Creio que sim. – Abri minha mochila em cima da cama e comecei a arrumar a pequena bagunça. – É, eu vou pra aula amanhã.

— Que bom! — Ele suspirou aliviado.

— Aconteceu alguma coisa?

— A Smackle não está mais andando com a gente. - Ele soou preocupado. - E o Farkle não está falando com ela.

— Eu vou tentar ajudar quando eu chegar.

— E a Maya não foi para a escola hoje.

— Por que ela faltou?

— Eu não sei. - Ele declarou. - Mas achei estranho porque ela encontrou a gente no Topanga's e fingiu na frente da mãe que estava vindo da aula.

— Lucas. - Chamei-o e esperei ele responder. - Eu te vejo amanhã. Vou ligar pra Maya, ok?

Ele concordou, nos despedimos e desliguei.

Abri o aplicativo de chat e enviei uma mensagem pra minha melhor amiga: Por que você faltou hoje? E por que mentiu pra sua mãe sobre isso?

Bloqueei o celular, guardei-o no bolso, atravessei a sala, voltei a escada na entrada e sentei entre meu irmão e seu melhor amigo.

— Falou com ele? – Scott perguntou.

— Ei, calma! – O encarei. – Já foi bem difícil admitir isso pra mim.

— Eu sei que você tem seu tempo. – Meu irmão se pronunciou. Provavelmente Scott tinha falado da nossa conversa. – Mas você não deveria adiar muito isso. Experiência própria.

— Eu contei da nossa conversa pro seu irmão. - Scott soou como se estivesse fazendo uma confissão. - Espero que não se importe!

— Tudo bem. - Sorri pra ele e então virei pro meu irmão. - Mas só a gente precisa saber disso por enquanto, né?!

— Como quiser. - Eles disseram juntos em uníssono.

O silêncio pairou por alguns segundos.

— Lembra quando você queria ter uma irmã? - Stiles perguntou pro Scott.

Ele riu, pela primeira vez o vi rir de verdade numa gargalhada.

— Eu achava que seria muito legal se eu tivesse uma irmã só porque um menino da nossa turma tinha. Stiles riu com ele. - E agora você tem uma irmã. - Scott sorriu pra mim. - Eu sei que você não nos viu no nosso melhor, mas saiba que mesmo com o luto e tudo. Estamos muito felizes por te conhecer, Riley.

— Você já é uma de nós, maninha. - Stiles completou.

— Na matilha e na família. - Scott respondeu num sussurro.

— Só não deixa ele se meter em tudo. – Scott brincou e Stiles deu um tapa em seu ombro.

Meu celular vibrou. Mas agora era uma mensagem da Maya.

Me liga! (Não tenho crédito) E tenho muito para te contar.

Digitei seu número, mesmo podendo ter procurado seu nome na lista de contatos, e liguei. Continuei ali dessa vez. Estava com preguiça de levantar.

— Sua melhor amiga? – Scott perguntou e eu confirmei balançando a cabeça.

Chamou umas três vezes e ela atendeu. Ela estava animada.

Eu sei que não deveria ter faltado. Nem ter mentido para a minha mãe. Nem para o Shawn. Mas não foi por mal. – Ela se justificou antes mesmo de dizer oi. Eu sabia que era algo bom, eu podia sentir na voz dela que ela estava feliz.

— O que aconteceu? – Perguntei. Scott e Stiles se comunicavam por sinais.

Eu encontrei o Josh. — Ela disse meio tímida e eu sabia que ela estava com um sorriso bobo no rosto do outro lado.

— Como assim encontrou o Josh? – Perguntei e isso despertou o interesse do meu irmão.

Stiles colou o rosto ao meu, com o celular no meio numa tentativa de escutar também.

Eu encontrei com ele no metro. — Ela começou a explicar. – Ele puxou papo, disse que só tinha aula mais tarde. Eu disse que não tinha as primeiras aulas também, porque seu pais viajou. Ele acreditou porque ele não sabia que o Cory arrumou um substituto. Aí a gente foi tomar um café. E sentamos para conversar.

Meu coração acelerava. Eu sei o quanto a Maya gosta dele. E tenho certeza que ele sente alguma coisa por ela também. Olhei para o Stiles e tive certeza que ele tinha a mesma opinião. Scott encarava a cena meio rindo, meio admirando.

E a gente passou a manhã toda conversando. Ambos perdemos nossas aulas. — Ela suspirou. – Aí uns amigos dele ligaram pra saber porque ele não tinha ido pra aula. E só aí percebemos que já era hora de almoço. Aí corri pro Topanga’s porque saberia que nossos amigos perguntariam pra minha mãe porque eu faltei e ela ficaria furiosa.

Fiquei em silencio por uns segundos absorvendo o máximo daquela versão da Maya. Ela estava feliz.

— Eu estou feliz por você.

Eu sei. Você ainda é a Riley. — Ela respondeu meio com deboche e rindo. — Mas eu não tenho certeza do que significou toda aquela conversa.

Stiles se afastou e o encarei sem entender. Ele pegou o celular e começou a digitar, cheguei mais perto e notei que era uma mensagem para o meu tio.

Então quer dizer que passou horas conversando com a Maya? Parece que até esqueceu do tempo... — Ele me mostrou antes de enviar e eu ri.

Ela continuou contando da conversa deles e eu me lembrei do dia na biblioteca. A primeira vez que nos conectamos e então lembrei da nossa última conversa, completamente... Vazia?

Logo em seguida ela teve que desligar para ir jantar. A mãe dela tinha chegado do trabalho.

— O que rolou? – Scott perguntou.

— A Maya gosta do Josh. – Eu disse. – Meu tio mais novo.

— E o Josh gosta da Maya. – Stiles completou.

— Mas de jeitos diferentes.

— Do mesmo jeito. – Meu irmão me contrariou com um sorriso no rosto.

— Ele gosta dela real? – Perguntei com o mesmo sorriso.

— Gosta.

— E porque eles não estão juntos? – Scott perguntou.

— Ela tem 15 e ele 18. – Eu respondi.

Ele nem respondeu. Mas fez uma cara entendendo a dificuldade do casal.

— Mas é só uma questão de tempo. – Meu irmão afirmou esperançoso.

Escutei passos lentos vindo em nossa direção, mas não me virei pra ver quem era.

— Arrumem suas coisas para partir, crianças. - Meu pai disse e voltou.

Nos levantamos juntos e fomos para o quarto. Eu e Stiles precisávamos arrumar nossas coisas. Scott, Malia e Lydia nos acompanharam.

Minha mochila parecia menor. As coisas não cabiam mais.

Lydia se aproximou e pediu permissão levantando as sobrancelhas. Fiz que sim com a cabeça. Ela tirou as coisas da minha mochila, deixando-as espalhadas na cama.

— Por que vocês não vão amanhã? - Malia perguntou sentando na cama.

— Eu tenho aula de manhã. - Stiles disse dentro do closet com sua mochila na mão. - E a Riley também.

Eu e Malia estavamos dobrando minhas roupas. E Lydia as estava guardando organizadas, tornando óbvio porque eu não estava conseguindo guardar minhas coisas. Scott e Stiles faziam o mesmo do outro lado da cama. Rapidamente estava tudo guardado. Guardamos algumas coisas que estavam espalhadas pelo quarto, como calçados, livros, meus fones de ouvido e o carregador do Stiles. Forrei a cama enquanto Stiles dobrava os lençois e guardava no closet. Scott empurrou o colchão do Stiles pra debaixo da cama.

— Estão prontos? - Minha mãe perguntou doce encostada no arco da porta.

— Acho que sim. - Eu disse e Stiles apenas concordou.

Malia e Scott saíram do quarto, peguei minha mochila, meu casaco e meu celular e os segui. Stiles e Lydia ficaram no quarto.

— A gente vai se ver logo... - Malia disse com um sorriso de lado. - Quando a gente levar o Liam pra NY.

Scott foi surpreendido pela atitude da namorada. Era claro que ele não esperava aquilo.

A despedida agora tinha um peso. Agora eu estava deixando minha família. Caminhei até meu pai e o abracei com força. Eu não queria deixá-lo.

Lydia e Stiles chegaram a sala. Minha cunhada tinha os olhos marejados. Meu irmão estava firme, mas seu olhar tinha certa tristeza.

— É sempre difícil ir embora. - Ele disse abraçando a namorada de lado.

— Mas você sempre volta. - Nosso pai disse com um sorriso e então se voltou a mim. - E eu espero que você também.

Fiz que sim com a cabeça. De algum modo eu sentia que voltaria. Meus pais, que estavam colocando suas bolsas no carro, voltaram para a casa. Melissa, minha mãe e meus dois pais se abraçaram, logo Natalia os abraçou também. Chris estava quieto no seu canto, mas cumprimentou a todos.

Scott e Malia me abraçaram, eu me senti um filhote no meio deles e não pude deixar de rir desse pensamento. Lydia e Stiles se beijaram docemente. Scott então abraçou fortemente meu irmão e depois Malia mais brevemente. Lydia me abraçou e beijou minha testa.

— Eu odeio ser o chato. - Meu pai falou mais alto que os outros. - Mas nós temos que ir.

Todos saímos da casa. Meus pais, meu irmão e eu entramos no carro e partimos.

POV Stiles

Quando chegamos a Nova York já era quase onze horas, mas ainda assim chegamos antes que o Auggie. Topanga e Cory pediram que eu ficasse alguns minutos mais na casa deles. Queriam me apresentar aos avós da Riley. Queriam contar a verdade.

Não demorou muito para chegarem, mas Auggie já estava adormecido nos braços do avô quando entraram no apartamento. Ele foi levado ao quarto e coberto. Topanga chamou os sogros para sentarem a mesa onde eu e Riley estávamos tomando chocolate quente que ela tinha feito.

— Mãe, pai. - Cory disse enquanto andava até a mesa. - Queremos apresentar alguém.

Sentaram-se a mesa.

— Eu sou o Stiles. - Me apresentei.

— Prazer, Stiles. - A senhora disse. Seu marido ainda estava desconfiado e apenas balançou a cabeça.

— Stiles, esses são os meus avós. - Riley os apresentou assim que se sentaram. - Vovó, vovô. O Stiles é meu irmão.

O silêncio pairou. E então a senhora começou a rir.

— Como assim? - O senhor perguntou enquanto a mulher pensava que era alguma brincadeira.

— Mãe, é sério. - Cory disse e ela arregalou os olhos.

— Você teve... - Ela começou em tom de pergunta para o filho apontando dele pra mim e eu respondi antes dela concluir a pergunta.

— Eu não sou seu neto. - Afirmei e ela ficou ainda mais confusa.

— A Riley foi adotada, Amy. - Topanga disse com a voz doce de sempre.

— Topanga, querida, eu sei que tenho certa idade. - O senhor Matthews se pronunciou. - Mas eu me lembro de te ver grávida e de ver a Riley, recém nascida.

— De fato, eu estava grávida. - Topanga parecia menos durona falando daquilo, mas sempre com a mesma doçura. - Mas a netinha de vocês, o bebê que estava em meu ventre, não chegou a nascer.

O silêncio pairou na sala. Haviam lágrimas nos olhos da senhora. O senhor parecia anestesiado. Cory e Topanga estavam emocionados. Eu estava em choque. Não tinha ouvido o lado deles antes. Senti a mão da Riley segurar a minha e a apertei levemente sem a olhar.

— Nós a perdemos. - Cory tinha a voz embargada. - Mas encontramos a Riley.

— Nossa mãe faleceu antes da Riley nascer e ela foi salva pelos médicos que realizaram uma operação pós-morte. - Eu completei meio sem jeito. - Nosso pai surtou quando ela morreu.

— E nós a adotamos. - Topanga e Cory disseram ao mesmo tempo.

— E agora vocês querem levar nossa netinha? - A mullher se alterou, aumentou a voz e arregalou os olhos.

— Não. - Recuei. - A Riley é da sua família.

Ela respirou fundo, mas ainda tinha lágrimas nos olhos e a respiração levemente alterada.

— Mas ela também é minha irmã e eu não vou abrir mão de ser parte da vida dela. - Eu disse do modo mais calmo possível.

— A minha família cresceu, vó. - Riley esticou o braço sobre a mesa e deu a mão para a avó. - Não mudou. Só cresceu.

Notei uma lágrima cair dos olhos da minha irmã, mas em seus lábios ela tinha aquele sorriso tímido que ela sempre dava. O homem se levantou, veio na minha direção e me abraçou.

— Seja bem vindo a família, filho. - Ele disse apertando o abraço e dando um tapa leve em minhas costas. Retribui o abraço. Ambos se acalmaram e começaram a fazer perguntas, mais direcionadas a Cory e Topanga. Olhei a hora. Já estava perto de meia-noite.

— Eu sinto muito, mas tenho que ir. Tenho aula amanhã cedo. - Eu disse me levantando.

— E eu tenho que dormir. - Riley se levantou também. Me despedi de todos e acompanhei Riley até seu quarto.

Ela foi na frente. Pegou o celular. Notei a notificação: 7 mensagens de Lucas.

— Não demore muito pra lidar com isso, viu?! - Comentei sem me importar de deixar ela saber que eu vi.

— E se eu nunca estiver pronta?! - Ela perguntou. - Ou se eu terminar com ele e me arrepender?!

— Eu passei por isso com a Malia. - Admiti.

— A namorada do Scott? - Ela perguntou.

— Sim. - Ri sabendo que parecia estranho. - Ela é minha ex.

Riley fez uma careta.

— A gente pode falar disso amanhã. - Me despedi e saí pela janela com minha mochila nas costas. Pedi um uber enquanto estava no quarto e quando desci as escadas o carro já tinha chegado.

Em pouco tempo já estava na universidade, no dormitório. Entrei no quarto fazendo o máximo de silêncio, mas nenhum dos meus colegas estavam no quarto. Troquei de roupa e me joguei na cama. Não vi quando apaguei.

Acordei na manhã seguinte com o barulho dos alunos acordando e saindo de seus quartos, conversando. Meus amigos ainda não estavam no quarto. Não me preocupei. Apenas tomei um banho rápido, vesti uma blusa social azul, uma calça jeans e um sapatenis que eu tinha ganhado da Lydia, peguei meu caderno, guardei uma caneta no bolso e saí.

Antes de chegar a sala encontrei meus amigos. Eles estavam sentados perto da sala que ainda estava fechada.

— Olha quem está de volta... - Toby disse em tom de comemoração.

— Que ilustre presença. - Marcos brincou.

— Eu cheguei ontem de noite. - Comentei. - Onde dormiram?

— Teve festa. 

— A gente vai dormir depois dessa aula. - Toby disse.

— Vão perder a próxima aula? - Eu perguntei e eles fizeram que sim.

Toby tirou o óculos de sol e mostrou seus olhos avermelhados sonolentos enquanto limpava as lentes. O professor chegou a passos firmes. Não falou com ninguém. Destrancou a porta e entrou. Os alunos entraram em seguida.

— Eu não me importo com o que vocês fizeram noite passada. Eu não me importo em saber quem esteve na festa e quem está envolvido naquela baderna. - Ele largou a mochila na mesa. - Eu não estou aqui pra isso. Isso é função da direção do curso e da reitoria da universidade.

O professor tinha uma expressão séria e a turma estava em silêncio.

— Eu estou aqui pra dar aula. Não irei liberar por causa de ressaca. E não interromperei meu cronograma por causa de farra irresponsável e imatura de alguns universitários.

— O que aconteceu? - Sussurrei pro Toby.

— A polícia acabou com a festa. - Ele respondeu. - Prenderam uma galera por porte, por trafico e por atentado ao pudor.

Ouvia alguns sussurros e risadas abafadas. O professor escreveu no quadro duas palavras em opostos. Estado e Poder.

— Relacione esses conceitos em um texto de no mínimo três páginas e com três referências bibliográficas. Impresso na minha mesa, na próxima aula. Ele se sentou e abriu o notebook sobre a mesa. Encarou a tela por alguns instantes.

— Hoje teremos a ultima apresentação. - Ele se levantou e deixou a frente livre. - Podem vir. O grupo se levantou e foi para a frente.

O professor entregou o apagador para que um deles pudesse apagar o quadro.

— Ainda não acabou essas apresentações? - Perguntei pro Toby.

— Eles estão apresentando pela segunda vez. O professor não aceitou a última apresentação deles, mas deu uma segunda chance.

Não prestei muita atenção no grupo. Meu celular vibrou.

Estou tendo uma aula sobre a peça Hamilton.— Li a mensagem da Riley e imediatamente lembrei do funeral do Mason.

Você está ok?— Mandei.

Um pouco confusa. E um pouco triste. Um pouco ansiosa. Um pouco de tudo.— Ela respondeu. - Mas eu tô bem.

Um segundo depois e outra mensagem chegou: E você, tá ok?

Sorri com a mensagem da minha irmã, mas respondi apenas com “Ok”.

Meu celular vibrou outra vez. Esperava ver uma mensagem da Riley. Mas me enganei.

Scott.

Saindo de Beacon Hills em algumas horas! Até logo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comente sobre o capítulo. Obrigada por ler. Espero que tenha gostado e volte logo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Precisamos um do outro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.