Cidade da Escuridão escrita por Heloise Carvalho


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Estou a muito tempo sem postar? Com toda certeza!!!
Mas queria postar hoje porque hoje é um dia especial.
SIM pessoal!!! Hoje lança a parte B da segunda temporada de Shadowhunters. E se você acompanhou os teasers como eu deve estar criando várias teorias sobre Isabelle, Jace e Clary, o demônio maior que vai aparecer e, pelo que parece, a verdadeira historia familiar do Jace. Quem leu os livros deve ta pulando de ansiosidade assim com eu kkk
Enfim, não estou escrevendo esse capitulo no dia 6 e sim no dia 4, então eu estou realmente muito ansiosa e quando lançar o primeiro episodio da 2B eu irei editar as notas finais desse capitulo com a minha opinião. O episodio sai às 6h01min no horario de Brasilia, logo só irei mexer lá para às 15h30 ou 16h00.

Boa leitura pessoal!!



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Clary corria sem direção alguma. A voz do anjo ainda soava alto em sua mente e embora a marca não estivesse queimando no momento, era difícil esquecer a ardência.

Quando parou de correu graças ao ar que faltava em seus pulmões, Clary notou onde tinha ido. Ela sabia que no momento que Jace soubesse ia enlouquecer. Mas não conseguiu deixar de se sentir tranquila ao tirar os sapatos e molhar os pés no lago. Era tão relaxante que ela nem notou que havia alguém atrás dela.

   —Ah querida. Deveria saber que eu sempre sei que entra em meus domínios.

Clary saiu da agua tão rápido quanto entrou. Procurou a Rainha da Corte Seelie em toda a parte. Era impossível não reconhecer a voz fina e arrogante dela.

Então Clary viu a figura esguia e de cabelos tão vermelhos quanto os dela. Era, de fato, uma mulher linda, mas não era o suficiente para Clary se dar bem com ela. As duas tinham um histórico razoável e desavenças.

   —O que você quer?
   —Eu que deveria te perguntar. Afinal, não foi você que veio até mim?
   —Foi um engano. Se me der licença, milady... –Clary passava por ela quando sentiu sua mão agarrar seu braço. —Me solte.
   —Cadê o seu namorado? O que tenho para falar é do interesse dele também.
   —Existe representante das fadas no Conselho, sabia? –Disse Clary puxando seu braço.
   —Há coisas que o Conselho não deve saber. Tem uma citação mundana que chegou ao meu conhecimento: O que os olhos não vêm, o coração não sente...

Clary não estava dando muita atenção, embora tivesse despertado a curiosidade.

   —Nunca entendi, mas se encaixa. O Conselho nunca ficara sabendo, logo eles ficarão a salvo.  Mas um coração terá que sofrer, e felizmente será o seu.

Clary se assustou e virou-se para encarar a mulher, mas o único sinal de que ela esteve lá era o redemoinho de folhas secas no chão.  Uma única coisa passava na cabeça de Clary.

Depois de correr todo o caminho de volta ao Instituto, ela parou na escadaria para recuperar o folego. Não importa quantas voltas desse em New York, correr definitivamente não era o seu forte.

Clary subiu para o seu quarto, trocou a roupa por uma mais confortável e foi para o quarto do namorado.

Encontrou Jace jogado na cama e olhando para o teto. Quando viu Clary abriu a porta ele pulou na mesma, puxando-a para um abraço.

   —Ei! É melhor nos sentarmos. Tenho algumas coisas para falar.

 

 *****


   —Isso é loucura, Clary!
   —Preciso te contar. É a única forma de você me ajudar. E você quer, não quer?
   —É claro. Mas burlar uma ordem direta dos anjos esta mais para suicídio do que ajuda em minha opinião.
   —Jace me escute.  Eu menti sobre o que disse na enfermaria. Eu lembro o que os anjos me disseram. Lembro-me de cada palavra. E preciso da sua ajuda. Mas preciso te contar tudo, palavra por palavra.
   —Só se for do meu jeito. Se começar a ficar dolorido demais você tem que parar.

Clary se jogou na cama e respirou fundo.

Certo, eu dei a ideia, agora tenho que irem frente. O mínimo é deixar Jace cuidar de mim.

   —Fechado.

Clary cruzou as pernas no meio da cama, assim como Jace, que estava na sua frente. Não queria admitir, mas estava assustada.

   —Certo, por onde eu começo?
   —Pandemônio. Quero que conte cada detalhe do que você sentiu.

Clary contou tudo, menos a parte dos anjos. Essa parte, infelizmente, estava receosa em falar.

   —Então... Aparentemente, o tempo em que estive em coma não teve nada de relevante. Mas teve um momento em que eu acordei. Mentalmente pelo menos. Não conseguia me mover, mas ouvia e sentia tudo. Senti as mãos de Magnus em meu rosto...

Um calor alastrou pela sua nuca. Um aviso de deveria parar por ai. Respirou fundo e continuou.

   —Senti as mãos dele no meu rosto.  Começou a ficar quente demais. Meus braços e rosto... E então um clarão. Eu vi Magnus lá te...

O calor se tornou pontadas difíceis de esconder de Jace.

   —Está tudo bem. Pode parar se...
   —Não! Eu tentei chamar Magnus, mas ele não me ouvia, parecia que algo bloqueava sua visão ou minha voz estava muito baixa. Foi angustiante.

Cada palavra saia sofrida. Jace notou que Clary se esforçava para não demonstrar dor, mas dava para perceber pelo seu rosto suado e suas mãos agarrando fortemente a panturrilha dele.

   —Foi ai que eu gritei. Magnus finalmente me viu, mas olhava para algo atrás de mim. Quando me virei eu...

Clary não conseguiu terminar a frase. Dessa vez, não só sua nuca ardia. Todo o seu abdômen parecia banhado em acido de demônio. Seu tronco foi para frente e foi amparado pelos braços de Jace. Ele a deitou na cama.

   —Chega, meu amor. Isso está te machucando muito.
   —Não... Não está.
   —Clary. Olhe sua mão.

A ferida havia se aberto e piorado de certa forma. Ela notou também que seu corpo estava quente demais para uma noite de inverno e deduziu que sua temperatura corporal estivesse subindo muito rápido.

   —Está tudo bem. Está tudo bem. –Ela se sentou na beira da cama, olhando para Jace.  — Quando me virei, minha cabeça explodiu e senti Magnus reclamar da dor também. Nada... Nada daquilo fazia sent-sentido para mim. Eu finalmente vi o que estava atrás de mim. Um... Um... Anjo! –Ela se sentia sem ar. Tossia sem parar. Um liquido pegajoso descia pela sua coluna e nem precisou tocar para saber o que era. Sangue jorrava da maldita marca escarlate. —Ele mentiu você sabe? Quando disse que não viu nada. Ele foi alertado, embora não tenha recebido a marca, por motivos óbvios. O anjo mandou ele não falar nada e Magnus ficou... maravilhado eu acho, por ver um anjo.  O anjo me falou que meus dons não eram mais necessários. Que eu servi aos propósitos do céu e que eu não podia mais criar runas. Que esse era um dote que só Raziel deveria ter.
   —Clary respira.

Jace passava as mãos nas costas da namorada. Não importa quantas vezes falasse, ela iria continuar a falar e consequentemente a sentir a dor.

   —Queriam se certificar que não usaria mais. Só que para isso precisavam tirar o percentual a mais de sangue de anjo que tenho.
   —E para isso...
   —Exato. Iam tirar todo o sangue angelical que tenho. Disse ainda que não era a intenção deles fazer isso comigo. Que eu fui uma boa Caçadora, mas que já fiz tudo que estava traçado no meu destino.
   —Por favor, me fala que você não brigou com o anjo.
   —Eu precisei Jace!  Eles queriam me tornar uma mundana. Disse a ele que não era justo. Não depois de tudo que passamos. Tentei mostrar a ele o que eu achava da forma mais educada possível. Mas ele se irritou comigo e disse:

”Quer tanto ser uma Nephilim a ponto de desobedecer a um ser celeste? Muito bem, pois Nephilim será; E sentirá na pele a constante luta do sangue celestial com o demoníaco. E será três vezes pior à dor que você infringiu naquele que diz ser inimigo.”

   —Não entendi. Por que um anjo te puniria pela dor de seu inimigo?
   —Eu sei lá Jace! Quando ele acabou de falar, a marca queimou na minha pele. Ele se aproximou de mim, mas não podia olhar diretamente em seu rosto, queimava meus olhos. Então fiquei de olhos fechados. Ele disse:

Esse será seu castigo. Viverá, sim, como Nephilim, mas não será como os outros. Vivenciará tudo com mais intensidade e , no fim, desejara não ser mais um Nephilim.”

   —Por fim ele tirou Magnus da minha cabeça. Foi nesse momento que, enquanto recobrava a consciência,  que ouvi a ultima coisa que ele me disse.

Jace não queria mais ouvir. A essa altura quase não dava mais para ouvir a voz de Clary. Ela estava sentada na ponta da cama com as palmas das mãos ensanguentadas por ter perfurado-as com as unhas apoiadas nas pernas de Jace.  Ele ia falar para ela parar. Porém ela disse antes que ele impedisse.

“A mim pertence a vingança e a retribuição. No devido tempo os pés deles escorregarão; o dia da sua desgraça está chegando e o seu próprio destino se apressa sobre eles.
Isso não tem a ver só com você Clarissa. Sangue atrai sangue.”

Quando Clary terminou de falar a ultima palavra, se entregou a dor que sentia por todo o seu corpo e tombou para o lado, indo direto para o chão. Deu tempo somente de sentir a mão de Jace segurando sua cabeça antes de bater com tudo no chão. E depois, apagou.


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