Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 10
Texas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Queria agradecer a todo mundo que comentou no capítulo anterior. Recebi um feedback maior do que normalmente recebo e isso me deixou muito feliz, de
verdade. Se cada leitor soubesse como um comentário pode mudar o dia de um
escritor, comentariam mais. Então, obrigada novamente ❤
Aqui vai um capítulo muuuuito fofinho para amenizar o capítulo anterior. Não deixem de ler as notas finais e escutem a música tema, porque ela é a coisa mais linda do mundo!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725961/chapter/10

                                   

                                 

  (Pov Bella)

    Jasper cuidou de mim pelo resto do dia. Ficamos a maior parte do tempo sem falar nada, apenas nos mantendo próximos. A noite desci para jantar com Charlie e quando voltei para o quarto, para o meu espanto, ele ainda estava lá. Acariciou meus cabelos por muito tempo enquanto emanava bons sentimentos para o meu sono.
      No meio da noite acordei após um pesadelo confuso. Olhei para o céu e ele estava mais escuro do que o normal, o que significava que já iria amanhecer. Achei que teria que me confortar sozinha, mas ao levantar a cabeça, vi que Jasper estava ali. Ele havia trocado de roupa.
— Você saiu? – Perguntei. Minha voz soou mais magoada do que o necessário. Ele riu e levantou da minha cadeira de balanço, sentando-se ao meu lado na cama.
— Alice passou aqui há alguns minutos para me dar uma muda de roupa. Sinto muito pelo pesadelo. – Ele pegou em minha mão e automaticamente senti uma calma me atingir. – Pode voltar a dormir.
— Você não vai embora?
— Nunca. – Seus olhos eram intensos e o sentimento de segurança me atingiu fortemente.
— O que você está mandando para mim?
— Uma onda de calma. Por quê?
— Apenas isso?
— Sim. – Ele afirmou, confuso. Olhei sem graça para as minhas mãos, sorrindo levemente.
— É que... eu me sinto extremamente segura com você. Quase... inatingível. Nunca senti isso antes. – Sussurrei. Jasper sorriu abertamente e beijou as costas da minha mão. Meu coração e meu estômago se retorcerem ao mesmo tempo com o ato. Um leve tremor passou pelo meu corpo e, olhando em seus olhos, senti a necessidade de piscar várias vezes. Era como se eu estivesse olhando a alma de um anjo... ou um sol. Era uma boa explicação, já que naquele breve instante tudo parecia girar ao redor dele. Ao mesmo tempo que uma pequena parte de mim se dava conta disso, a outra conseguia notar suas cicatrizes e não digo fisicamente. Ele sofrera muito. Jasper era tão focado nos sentimentos alheios que havia esquecido dos seus, mas ali eu conseguia perceber a extensão de sua alma ferida. Estiquei a mão e toquei seu rosto, acariciando-o. Ele fechou os olhos, inclinando a cabeça para mim.  
— Você precisa dormir. – Ele murmurou, abrindo os olhos algum tempo depois. Ele se ajeitou ao meu lado e me puxou para si levemente. Coloquei a cabeça em seu peito enquanto seus braços me envolviam.
— Canta para mim. – Pedi, sonolenta.
— O que, por exemplo?
— O que você quiser. Confio em você. – Ele suspirou levemente e começou a acariciar meus cabelos.
— Para tu amor lo tengo todo, desde mi sangre hasta la esencia de mi ser y para tu amor que es mi tesoro, tengo mi vida toda entera a tus pies. Y tengo también un corazón que se muere por dar amor y que no conoce el fin, un corazón que late por vos. Para tu amor no hay despedidas, para tu amor yo solo tengo eternidad... -* Sua voz era doce e harmoniosa, tão bonita quanto a de Edward. Tem tanta coisa sobre ele que eu ainda não sei, mas queria descobrir. E, na presença do lindo anjo, me deixei afundar no sono.


                                                 (Pov Jasper)

     Velei Bella durante todo o dia. Ela não estava muito afim de conversar e eu não iria pressionar os seus limites, mas gostaria tanto de investigar se havia alguma reciprocidade. Sua surpresa foi forte quando ela subiu do jantar e notou que eu não havia ido embora. Ela esperava por isso? Edward fazia isso?
    A madrugada correu tranquila graças ao meu poder. Enviei uma quantidade exagerada de letargia a ela, só por precaução.
— Jasper? – Ouvi Alice chamar, próxima ao jardim da entrada e saltei pela janela.
— Oi Ali.
— Trouxe as roupas. – Peguei a pequena mochila e me troquei ali mesmo.
— Obrigado. – Murmurei, meio sem graça. Era estranho ficar nu na sua frente agora.
— Como ela está?
— Machucada. – Um pequeno rosnado vibrou por meu corpo.
— Ele sente muito, muito mesmo. Está completamente desnorteado, Jasper. – Ela suspirou pesadamente. – Não sei como isso vai se desenvolver ou como ele irá reagir. Por favor, seja sútil. Ele é nosso irmão. – Assenti. Não era como se Bella sentisse o mesmo, mas ela estava certa. Apesar de toda a minha irritação, ele ainda era como família. Isso seria mais complicado do que pensei.
— Como você está?
— Um dia de cada vez. – Ela sorriu, mas senti a magoa em seu ser. – Melhor subir.
— Você é incrível, Alice. – Eu disse, do fundo do coração. Ela piscou e desapareceu na escuridão. Fiquei ali olhando o nada por um tempo e voltei ao quarto, me sentando em sua cadeira de balanço. Seu coração acelerou logo depois que cheguei, mudando o tom de sua respiração; ela estava acordando assustada sem a ajuda de meu poder. Sua cabeça se levantou um pouco e ela olhou pela janela, fechando os olhos com força e os abrindo novamente, virando a cabeça para o outro lado e arfando levemente ao me ver.
— Você saiu? – Ela acusou, após me analisar. Sua voz parecia magoada e eu ri bobamente, me aproximando e sentando ao seu lado da cama.
— Alice passou aqui há alguns minutos para me dar uma muda de roupa limpa. Sinto muito pelo pesadelo. – Peguei em sua mão, enviando-lhe ondas de calma. – Pode voltar a dormir.
— Você não vai embora? – Seu tom era tão inocente que eu tive que me segurar para não esmaga-la em um abraço.
— Nunca. – Sussurrei, com toda a intensidade do meu ser, em uma devoção secreta.
— O que você está mandando para mim? – Aquela pergunta era estranha.
— Uma onda de calma. Por quê?
— Apenas isso?
— Sim. – Afirmei, confuso. Ela olhou sem graça para nossas mãos juntas e sorriu timidamente.
— É que... eu me sinto extremamente segura com você. Quase... inatingível. Nunca senti isso antes. – As suas palavras me pegaram de surpresa, me fazendo prender a respiração. Levantei a mão que eu segurava e beijei-a, sentindo-a estremecer levemente ao meu gesto. Sua cabeça se inclinou um pouco e, enquanto ela olhava nos meus olhos, pude sentir aquela estranha sensação de que ela poderia ver através da minha alma. Ver quem eu sou de verdade. Cada segredo, cada cicatriz... e deixei isso fluir. Não estava mais com medo. Pelo contrário, eu queria que ela visse a imensidão do meu amor e queria que ela percebesse que se sentia igual. Captei seus sentimentos e eles estavam intensos e complacentes. Ela esticou sua pequena mão, acariciando meu rosto e eu me inclinei, fechei os olhos automaticamente. Seu carinho aqueceu minha bochecha, fazendo-a formigar. Era doloroso e delicioso ao mesmo tempo.
— Você precisa dormir. – Eu disse, abrindo os olhos. Temia que aquilo me levasse fora do controle e que eu despejasse tudo o que eu sentia por ela ali. Empurrei-a para o lado e me ajeitei cuidadosamente na cama, envolvendo-a em meus braços.
— Canta para mim.
— O que, por exemplo?
— O que você quiser. Confio em você. – Novamente a intensidade de seus sentimentos me fez engasgar. Ela realmente confiava em mim. Pensei por um momento no que poderia cantar e me veio à cabeça o dia em que ela cantou Para Tu amor no carro. Sorri ironicamente; seria uma ótima forma de me declarar sem me declarar. Nunca achei que alguém poderia ser merecedor de ser lembrado com essa música, mas agora sei o motivo... esse alguém ainda não havia entrado em minha vida.
    O dia amanheceu e Bella começou a se remexer lentamente.
— Bom dia, Bella adormecida. – Sussurrei, rindo com o trocadilho. Ela levantou a cabeça um pouco desorientada e arregalou os olhos, piscando algumas vezes.
— Você ficou! – Seu contentamento me atingiu; seus finos e delicados braços me envolveram enquanto ela enfiava a cabeça no espaço entre minha clavícula e meu pescoço.
— Eu sempre vou ficar. – Ela riu baixo e se levantou, sentando na cama e fazendo uma careta.
— Hoje é sábado, o que faremos? – Seu humor estava diferente de ontem. Ela parecia animada... feliz. Uma pequena parte do meu cérebro me dizia que eu era responsável por isso, o que me deixou quase eufórico.
— Você que manda.
— Hum... – Ela pareceu pensar por um momento. - Me mostra algum lugar novo. Um lugar que você ame, que seja o seu preferido. Qualquer lugar. – Automaticamente minha terra natal veio em minha mente.
— Infelizmente não posso te levar no meu lugar favorito do mundo. – Seu sorriso murchou e meu estômago doeu.
— Por quê?
— Meu lugar favorito é de onde eu vim. Texas. – Ela assentiu e franziu o cenho. A frustração corria forte em suas emoções e eu soltei um longo suspiro. – Mas, se você quiser mesmo ir, podemos dar um jeito.
— Sério? – A frustração sumiu no mesmo instante, dando lugar a uma embriagante empolgação. Essa menina vai acabar comigo. – Como?
— Sim. Posso conseguir um pequeno avião para voarmos até lá. – Ela pulou da cama, tropeçando nos próprios pés e correndo para o armário, pegando uma bolsa grande. Ela começou a organizar algumas roupas e parou no meio, me olhando sério.
— Vamos mesmo, não é?
— Se for a sua vontade, claro. – Concordei. Ela abriu um sorriso espetacular, me fazendo suspirar discretamente.
Enquanto ela se arrumava e seguia sua rotina humana, liguei para alguns contatos em Seattle e agendei o voo. A ideia de ver Bella cavalgando em um cavalo em uma tarde ensolarada na minha terra natal começou a me fazer ficar ansioso; de repente, era tudo o que eu mais queria. O final de semana passado foi perfeito e nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginei que outro desses aconteceria tão cedo.
Antes de Bella voltar da cozinha, meu telefone tocou.
— Oi Alice. – Eu disse, não contendo a felicidade na voz.
— Tem certeza disso?
— 
Por que não teria?
— Ela e Edward ainda estão juntos. – Meu sorriso murchou.
— Eu sei, não estou sequestrando-a. – Ainda.
— Tudo bem. Se ele descobrir antes da hora, vou acalma-lo. Divirtam-se. – E a linha ficou muda. Alice... sempre cuidando de mim, mesmo depois de tudo. Ela era mesmo o serzinho mais especial do mundo.
— Estou pronta! – Disse Bella, na porta do quarto. Sua animação era hilariante. – Deixei um bilhete a Charlie dizendo que estarei com Alice e vou direto para a escola na segunda. Podemos ir. – Sorri, voando da cama e pegando-a em um abraço. Ela correspondeu na mesma intensidade.
— Se importa de irmos correndo daqui a Seattle? Será mais rápido que o carro, eu garanto. – Ela sorriu e se virou, pulando em minhas costas. A peguei no mesmo instante e me dirigi para a janela.


                                              (Pov Bella)

    Pelo o que falaram, a viagem levaria cerca de quatro horas, então estávamos chegando. Eu não me lembro de me sentir tão ansiosa assim na vida, mas era inevitável. A noite passada corria por minha mente como um leve borrão, mas me lembro de perceber que ele ainda tinha muita coisa para me contar e eu queria muito saber. Era quase uma necessidade conhece-lo profundamente.
Meus dedos tamborilavam furiosamente no encosto de braço do avião, quando Jasper agarrou minha mão gentilmente.
— Estamos chegando, Bella. Apenas meia hora. – Ele sussurrou, plantando um beijo em minha cabeça. Odiava esperar. Senti uma calma repentina me atingir e sabia que ele estava trapaceando.
— Não seria mais rápido se viéssemos correndo? – Murmurei. Ele riu baixo e apertou minha mão novamente, entrelaçando nossos dedos. Olhei para ele de rabo de olho e sua expressão estava... diferente. Suspirei. Eu também gostava da sensação.
    Do aeroporto até o rancho eram mais quarenta minutos. Ele alugou um carro parecido com o que me levou para Phoenix no ano passado. A ansiedade e a impaciência me assolavam; eu não via a hora de começar o meu segundo final de semana mágico com Jasper.
— Bella, chegamos. – Ele disse e eu pude sentir a animação em sua voz. Meio segundo depois ele estava me arrancando do carro e eu levei um tempo para processar as informações a minha volta. Tudo o que pude perceber é que era claro, muito claro. O sol estava em todos os lugares e Jasper cintilava ao meu lado. A segunda coisa é que havia uma linda casa ao fundo, com cercas brancas e algumas palmeiras. Dali dava para ver o estábulo também e bem mais ao fundo uma paisagem montanhosa. Apesar de deserto, parecia incrível. Suspirei involuntariamente; era um dos lugares mais bonitos que eu já tinha visto.
— Jasper... é... incrível. – Murmurei, ainda absorvendo todas aquelas informações. Ele sorria abertamente.
— Bem-vinda ao meu lugar favorito no mundo.
— Não consigo imaginar o porquê. – Ironizei e ele riu, me levando para a casa.
        O interior era rústico e extremamente acolhedor. Diferente dos Cullen, ele não precisava de nada chique e caro. Jasper era simples e se contentava com pouco, assim como eu. Ele puxou minha mão novamente, me levando para outro cômodo.
— Esse será o seu quarto. Tem um banheiro só para você. – Ele colocou minha mala na cama e eu olhei em volta. Me sentia em um filme de faroeste, o que era legal.
— Obrigada. É tudo... lindo. – Ele se aproximou e plantou um beijo em minha testa.
— Está cansada?
— Não. Quero aproveitar a viagem. – Eu disse, rapidamente. Uma pequena parte da minha mente registrou que Edward ainda existia e que provavelmente não saberia dessa viagem – o que o deixaria mais irritado –, mas esse pensamento se esvaiu no mesmo instante em que Jasper sorriu gloriosamente, quase me cegando.
— Então se troque, por favor. Tem umas roupas a sua espera no banheiro e nada de colocar outra coisa, entendeu? – Olhei para ele confusa, mas sua expressão era pura expectativa e diversão.
— Jasper, o que você...
— Shhh. Te espero lá fora, estranha. – Eu ri, enquanto ele passava pela porta, piscando para mim. O dia nem tinha começado e eu já tinha certeza de que seria perfeito. 

*Tradução do trecho cantado pelo Jasper: "“Para o teu amor, eu tenho tudo, desde meu sangue até a essência do meu ser. E para o teu amor, que é meu tesouro, tenho minha vida toda inteira a teus pés. E tenho também um coração que está morrendo de vontade de dar amor e que não conhece o fim; um coração que bate por ti. Para o teu amor não há despedidas, para o teu amor eu só tenho a eternidade...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Notas Finais: Música tema: https://www.youtube.com/watch?v=yWkQbrfSvfs (Juanes - Para Tu Amor)

Ah, o Texas! Tem lugar melhor para Jasper resgatar sua humanidade do que lá? hihihi Desde o inicio eu sabia que teria que incluir esse lugar na história, pois é uma das coisas mais marcantes para ele. É o local de seu nascimento e de sua morte e tem a brecha perfeita para ele se ‘reencontrar’.
Eu amo a conectividade que eles possuem um com o outro, algo que eles não possuem com mais ninguém.
Espero que vocês estejam conseguindo ver as coisas pelo meu ponto de vista no geral.

Não esqueçam do feedback e me digam se gostaram da música.
Beijos e até o próximo! ❤
ps: segurem os forninhos pq o próximo será um dos melhores sobre o Jas