UM

O OUTRO LADO

Bom, nesse ultimo ano, eu Edward Cullen cheguei a uma conclusão, noventa por cento das pessoas querem ser popular, os outros dez por cento são idiotas e orgulhosos o suficiente para fingir que não querem. E EU, Edward Cullen posso confessar que tenho a sorte de ser um deles. Sou um dos populares é logico, tanto que eu consegui aquilo que muitos sonhavam, eu estou no topo da popularidade, sou o popular dos populares, e acredite, foi algo que conquistei com muito esforço, afinal, muitos querem, porém uma coisa é essas pessoas sonharem e outra MUITO diferente, são elas conseguirem e eu consegui, eu consegui o que muitos consideram impossível.

Sou o capitão do time de basquete, o cara mais popular do colégio inteiro, e acredite isso é muito interessante. É legal você andar e ver todos olhando para você, é legal você ver os caras te achar um cara legal e TODOS quererem ser seu amigo, é maneiro ver alguns te invejarem, outros quererem ser que nem você, e ainda é melhor ainda ver todas as garotas suspirando nos quatro cantos do corredor, só por ver você passar do lado delas. É, é interessante demais, qualquer um se acostumaria com essa vida, e isso é claro, me deixou satisfeito por algum tempo, afinal, eu tinha tudo que eu queria, eu podia ficar com todas as garotas que quisesse, todos os garotos me invejavam, eu tinha milhares de benefícios na escola, só que, aquilo logo começou a me cansar.

Eu sabia que NOVENTA E NOVE por cento das garotas me queriam porque eu sou bonito e popular, porém nenhuma delas me conhecia de verdade, a maioria dos meus amigos eram meus amigos porque eu sou popular, a maioria das pessoas falava comigo porque eu sou popular, todos os meus benefícios é porque eu sou do time e claro porque sou popular, eu comecei a achar todos os sorrisos falsos demais, todos os olhares falsos demais, até minhas notas eram falsas demais. Tudo começou parecer uma mentira.

Foi então que eu percebi. Aquilo era um erro. Tá legal eu só queria tentar ter uma vida que eu considerasse melhor que minha vida antiga, eu queria amigos novos, garotas novas, vida nova, eu queria esquecer. Eu queria parar de ter pesadelos. Eu queria voltar a ser um cara normal, ser um cara legal, ser diferente de tudo que fui. E durou, como num estralar de dedos, é como uma droga, você toma e fica na onda por algum tempo, depois, num estralar de dedos, pá, te jogam um balde de agua fria de realidade e você vê que você está tipo num aquário que não é seu aquário, você não é aquilo Edward Cullen, você não é a pessoa que você tá mostrando a todos. Só uma pessoa te conhece de verdade, só uma pessoa sabe quem você é e essa pessoa é a que você está tentando desesperadamente esquecer.

 Os pesadelos voltaram rápido demais. E foram aumentando a intensidade a cada dia que passava, após uma semana seguida sem dormir direito, eu fui para um treino de basquete e foi ai que tudo começou.

Tudo já havia começado ruim, porque primeiro eu estava com dor de cabeça, com sono e de mau humor o que eu podia concluir que era um péssimo dia para treinar, em segundo lugar eu era obrigado como em todos os treinos a olhar para cara do IDIOTA que um dia fui louco o suficiente de chamar amigo, esse idiota se chamava Jacob Black. Vocês devem estar se perguntando quem é Jacob Black. Bom, ele é um retardado que decidiu que queria ser popular. Mas na realidade ele está longe de chegar próximo a minha pessoa, pois além de ele ter um passado MUITO sujo, ele ainda tem uma cara de porco – apesar de que os porcos são mais agradáveis do que aquilo – e mesmo com aquela cara um tanto ridícula ele ainda se acha o rei da escola, acha que está bombando, mas na verdade está MAIS do que claro que o rei da escola sou eu! E o que ele tá pensando que é para querer ROUBAR o meu lugar? Querendo, pois ele nunca terá capacidade para conseguir.

Além do mais eu nem sei como ele se tornou um atleta, pois em minha humilde opinião ele não é uma grande coisa – até o bicha do Mike joga melhor que ele – Mas só pelo simples fato do imbecil ter conseguido entrar no time de basquete ele se tornou um pouco popular... Um pouco comparado a mim é claro. E só por causa disso já está lá o idiota se achando, correndo parecendo uma franga e sorrindo para as garotas que não pode ver um garoto de uniforme que já querem pegar e sugar. HÁ ele vai virar só o pó muito mais muito rápido.

A única coisa boa naquele dia é que eu não iria ter aula, afinal, quando jogamos não precisamos participar da aula, mas na verdade eu não estava nem a fim de jogar e nem a fim de participar das aulas, eu só queria vadiar por ai... Para esquecer um pouco os meus problemas... E foi isso que fiz, inventei uma desculpa idiota para o técnico, idiota mesmo. Tipo que eu havia comido a gororoba que o Emmett faz e chama de comida e que ela me deu uma baita dor de barriga. – E realmente a comida do Emmett é triste de se comer, tem que ter estomago – E só foi eu falar que estava me dando gases, que o treinador me dispensou bem rápido do jogo.  

E então, eu um pouco mais aliviado, fui para o banheiro, eu queria apenas tomar um longo banho e ir para casar dormir. – Afinal, que se dane as ultimas aulas, dormir é bem mais útil –  Mas logo que entrei lá dentro, eu escutei um barulho, parecia barulho de chuveiro, eu estranhei, afinal, todos já estavam no jogo.

DROGA! Será que eu estava em outro pesadelo?

Logo comecei a escutar uma voz feminina, uma voz bem desafinada por sinal cantando uma musica esquisita... Perai, só ai que me toquei... Voz feminina? Ali? No banheiro masculino?

MERDA! Só pode ser um pesadelo mesmo, era ela me perseguindo de novo...

Comecei a me aproximar e logo percebi que a garota parou de cantar, para meu alivio né, continuei me aproximando do chuveiro, me aproximei mais e mais... Até que ai eu vi...

Na verdade eu não vi nada havia uma fumaçaiada próximo do chuveiro.

— Quem está ai? – escutei uma voz feminina perguntando.

Franzi as sobrancelhas e acreditando que aquilo era um sonho, abri o boxe, e a única coisa que vi foi o vapor, e de repente um ser acertou um soco bem no meu olho fazendo eu cair sentado no chão.

E pela dor que senti eu pude ter certeza que realmente eu não estava sonhando. ERA REAL, olhei para minha frente, e pouco a pouco o vapor foi saindo, quando constatei que era realmente uma garota, eu fiquei boquiaberto. Se aquilo não era um sonho, não sei o que era...

Pois tinha mesmo uma garota no banheiro e para piorar, piorar não né, melhorar, ela estava nua, na minha frente me olhando com uma cara de idiota.

PERAI e tinha sido ela que tinha me dado um soco! Tá aquilo me irritou, mas pelo simples fato dela estar nua, eu podia dá um desconto.

Só que desisti do desconto na hora que escutei ela gritar e o grito foi tão alto, que eu tive que por a mão no ouvido, na hora a garota escorregou, e adivinhe? Caiu em cima de mim, eu fiquei meio surpreso com aquilo, afinal, só ai que pude observar o rosto dela, claro como não observaria se a cara dela estava quase colada na minha. Ela não era estranha além de que... Ela parecia com a Alicia. 

Eu fiquei incrédulo.

Minutos depois, após algumas brigas, descobri que essa garota é Isabella Swan, logo depois descobri que ela é a Enigmática, ou seja, ela escreve a coluna de fofocas mais importante do jornal da escola. – Ela é o pesadelo dos populares – e por isso ela estava no banheiro, tentando descobrir algo sobre nós. E também enquanto a observava eu me lembrei, ela é a ex de Jacob Black, o otário que tenta ser igual a mim e que um dia chamei de amigo. Logo depois, ela me confirmou.

 Então eu tive uma ideia: Isabella Swan é a enigmática, é a ex de Jacob Black, deve estar magoada com ele – e claro eu poderia aumentar um pouco essa magoa, quem sabe transformá-la em ódio – ela podia acabar com ele, e ele bem que merecia, é seria muito interessante e então logo percebi que essa garota seria muito útil para mim.

Eu iria usar Isabella Swan, só que o que eu não esperava, era que isso iria tão longe, é nossa relação acabou indo longe demais. Talvez fosse por ela se parecer com a garota que eu tanto amei, ou talvez fosse pelo seu jeito diferente, talvez fosse por ela não me ver como todas as outras garotas, ela não suspirava por mim, ela não me queria por eu ser popular, ela me rejeitou de primeira. É talvez fosse uma mistura de tudo isso. Só sei que, nos envolvemos. De um jeito não convencional, mas nos envolvemos, e agora eu não sabia mais, se eu estava interessado por ela, ou se eu só estava confuso e estava na mesma vivendo na sombra de Alicia Sawyer.

Já fazia algum tempo que eu vivia esse dilema, quando em uma manhã eu acordei assustado após um novo pesadelo. Já fazia um tempo que eu não sonhava com ela, e era até mesmo de se estranhar ver tudo novamente se repetir, logo depois de tanto tempo. Minha testa e cabelo estavam soados, meu coração estava acelerado e minha respiração estava agitada, passei a mão em meus cabelos molhados e olhei em volta do quarto de uma forma agitada, quando de repente a porta se abriu e meu irmão Emmett entrou no quarto, me olhando com aquela cara de idiota de sempre, afinal, ele não tinha outra.

— Ah pensei que estava dormindo, ai eu vim te chamar, hoje temos jogo... Que cara é essa? Você parece que sonhou com o Freddy Krueguer... – Emmett falou se aproximando de mim, com aquele olhar curioso de sempre, é Emmett sempre foi um enxerido, se ele fosse homossexual e não namorasse a líder de torcida Rosalie Hale, ele podia até namorar o chefe dos enxeridos Tyler. O editor chefe do jornal da escola. Eles combinariam muito, com certeza.

 Bufei e me remexi na minha cama, passando a mão no cabelo.

— Para de ser idiota, eu já disse que Freddy Krueguer não existe, você parece uma criança que acredita nessas coisas... – eu falei, vendo Emmett se aproximar, se sentando ao meu lado.  – Continua ainda também acreditando no papai noel ou na fada do dente?

— Eu não acredito no Freddy, eu acredito em espíritos uma coisa muito diferente da outra, Freddy é um Serial Killer de um filme eu já sei disso... – ele respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo, afinal, era mesmo, mas que assunto idiota é esse?

— Ok, mas não sonhei com Freddy... – falei, olhando para o chão.

— Ahh já sei sonhou com a Ali... – ele dizia até eu interromper.

— Eu não quero falar disso... – falei o interrompendo e em seguida me levantei da cama num pulo, bufando fui em direção ao meu armário para pegar meu uniforme.

— Faz um tempo que você não sonhava com ela, não faz? – Emmett perguntou, mas que droga ele parece um vidente ou coisa do tipo. Suspirei novamente e o olhei. – Ah, mas também, como não se lembrar dela, olha a garota que você decide namorar, parece a copia cuspida da Alicia... Se você tá tentando esquecê-la escolheu a pior garota para namorar!

Às vezes eu até esquecia que minha família acha que eu namoro Isabella Swan. Não éramos namorados de verdade, mas as circunstâncias fizeram todos acreditar no contrário, não que eu achasse ruim, porém tudo havia ido tão longe, que as coisas ficaram sem sentido, e eu não sabia o que eu ganharia com essa farsa toda.

Agora quando Emmett entrava no assunto Alicia Sawyer, o negocio mexia comigo, aquilo era um assunto complicado, na verdade até hoje doía só de me lembrar dela, e de como as coisas ficaram depois que ela foi embora, e falar sobre ela com Emmett já não era uma boa coisa.

— Muito obrigado pelo conselho Emmett, mas, Isabella Swan só parece fisicamente com Alicia. acredite de parecidas só tem a aparência, o resto elas são muito diferentes... – eu respondi, o olhando.

— Mas mesmo assim, você não acha estranho namorar uma garota que seja parecida com sua ex? – Emmett perguntou. – Como você mesmo disse, ela só tem de parecido a aparência, então não faz sentido isso, só vai fazer você ficar ai feito idiota, parecendo mocinhos de novela mexicana, aqueles que sofrem por um grande amor... – escutei a voz de Emmett me zombando, revirei os olhos, peguei meu uniforme e me virei pra ele, o olhando com raiva.

— Você diz isso porque tem a Rosalie, quero ver se ela te largar! – eu respondi, jogando o meu uniforme na cara dele, o fazendo rir. – Já até imagino você nos bares, bebendo e chorando, falando o quanto Rosalie é isso ou aquilo...

— Ok, Ok se arruma rápido, temos um dia longo para encarar... – Emmett me respondeu, se levantando da cama e saindo do meu quarto rapidamente.

Eu bufei e fui até a minha cama, me sentando nela ficando pensativo por alguns instantes, eu senti que aquele não ia ser um bom dia, muito menos para jogar.

Infelizmente aquele dia não seria treino, mas sim jogo, eu sabia que precisava estar preparado, não podia ser que nem aquela vez e inventar uma desculpa, para ir para casa. Eu tinha as minhas responsabilidades, eu sabia que precisaria jogar. Então eu me arrumei rapidamente e em questão de uma hora e meia eu já estava na escola, infelizmente ainda eu seria obrigado a assistir as duas primeiras aulas, o jogo seria na terceira. A única coisa boa é que talvez até lá o sono e a dor de cabeça já teriam passado.

Enquanto eu caminhava pelo corredor eu notei que muitos me olhavam, OK, eu sou popular é normal as pessoas me olharem. Só que eu percebi que os olhares não estavam normais, era estranho, até algumas garotas davam risadas e as risadas não eram um tipo convite, como: “Hei, gato, eu estou disponível”. Mas sim: “Haha você está ferrado”.

Dei de ombros, tentei ignorar e fui até o meu armário, o abri, eu estava pegando um livro e colocando-o na mochila, quando um garoto se aproximou, era o ultimo garoto da face da terra que eu queria que se aproximasse de mim. Tá, agora eu exagerei o ultimo seria Jacob, vamos dizer o penúltimo.

— Iai cara, eu espero que você esteja numa boa manhã! – ele me cumprimentou, com um sorriso de deboche no rosto. Tá esse era David. Ele estava sendo nessas últimas semanas o meu pior pesadelo, eu tinha motivo para isso? Um não, eu TINHA VARIOS, mas não vamos entrar nesse assunto agora.

— Que milagre é esse, você estar aqui falando comigo... – comentei, fechando o armário, e olhando para ele seriamente. É eu não estava numa boa manhã, mas agora com a presença dele seria pior ainda. – Está falando isso por causa do jogo?

— Hum... – ele fez, sorrindo de um jeito idiota e seus olhos brilharam de um jeito estranho. – Vamos dizer que não é só por causa do jogo! Não me diga que ainda não viu o jornal essa manhã?

Ah é claro, era o dia da publicação. Porém eu nunca liguei para aquele jornal idiota mesmo.

— Eu tenho mais o que fazer David! – respondi, com desdém, o sorriso dele se alargou.

— Bom, mas acho que mesmo assim você ia querer ler, além do mais com que foi publicado, acho que é muito de seu interesse... – ele respondeu, então ele tirou um pedaço do jornal do bolso e me entregou, era exatamente a matéria da enigmática. – Olha só senhor popularidade, você está no jornal!

Essas três ultimas palavras foram o suficiente para eu pegar para ler, eu não acreditava que Isabella Swan tinha falado sobre mim em sua coluna. E logo quando comecei a ler o meu coração disparou, meu sangue começou a ferver, subiu e chegou até o meu cérebro. Eu não acreditava que ela tinha feito isso, não agora, ela não tinha motivos. Eu pisquei, uma, duas, três vezes. Porém, aquilo era real.

 Depois de terminar de ler, olhei para David e vi que ele me encarava com um sorriso zombador no rosto. O infeliz deve estar adorando isso, afinal, ele não gosta de mim. E eu, bem, nesse momento eu deveria estar vermelho e eu eu só tinha um único desejo. Matar Isabella Swan.

Continua...