O brilho de uma vida escrita por Camila J Pereira


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

De repente comecei a escrever novamente e estou aqui.



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— Edward, me ajude a carregar a caminhonete. – Carlisle acordou o filho cedo, mas ele mesmo já tinha colhido de sua horta e estava indo tomar o seu café para fazer o carregamento. Para ele seria bom o filho manter a mente ocupada enquanto buscava se reequilibrar.

Edward levantou sonolento, já não demorava tanto na cama. Tinha aprendido a manter-se alerta aquele último ano no ambiente hostil em que permaneceu. Vestiu a sua jaqueta, molhou o rosto e foi para a cozinha onde os pais tomavam um café quentinho. Esme lhe entregou uma xícara que ele aceitou tomando com cuidados alguns goles já que o liquido estava fumegando.

— Além de carregar, seria bom que fosse com o seu pai ajudá-lo nas vendas. – Esme sugeriu.

— Sim, claro.

— É temporário, não quero que perca seus objetivos de vista. Depois que se sentir mais confiante, volte a procurar emprego na área em que se formou. – Carlisle estava sério. Parecia ter pensado sobre o assunto por muito tempo e não demonstrava disposição a ser contrariado.

— Aceitei o convite dos caras para começar com os jogos novamente. Enquanto isso posso ficar ajudando vocês sem problema.

— Bom que tenha decidido isso. – Carlisle aprovou.

— Muito bom mesmo, Edward. – Esme estava mais do que feliz ao ver que o filho parecia disposto a continuar com seus planos.

— Mas não precisa ficar nos ajudando aqui. Pode muito bem conseguir outro emprego. Talvez um de meio período na área em que se formou. Não seria bom ganhar mais experiência?

— Seria, mas... Quero ajudá-los.

— Não há necessidade. – Carlisle foi firme.

— Mas pai, o trabalho é duro aqui e vocês...

— Ainda damos conta.

— Com o dinheiro que foi depositado porque não procuraram alguém para fazer os trabalhos mais pesados? – Edward não entendia.

— Aquele dinheiro está lá, não o tocamos. – Esme revelou.

— Porque? – Edward deixou totalmente de lado o líquido preto fumegante e doce.

— Porque ele é seu. Usará como investimento. De que você decide. – Carlisle disse.

— Eu não quero aquele dinheiro, já não contava com ele a não ser para ajudá-los. Era o que me manteve mais tranquilo lá dentro e agora vocês me dizem que não o tocaram.

— Não nos fez falta.

— Não? – Edward não acreditou no pai. – Já está decido, o dinheiro é de vocês. Usem como a minha contribuição para as despesas de agora em diante. – Edward levantou-se.

— Filho, você precisa...

— Estou indo primeiro. – Interrompeu a mãe antes que ela continuasse a frase.

— Mas você nem terminou. – Esme protestou. – Edward. – Ela o chamou ainda antes que ele batesse a porta, mas sem resposta.

***

Edward chegou, mas foi direto ajudar a mãe que estava em sua horta. Mesmo com os protestos dela, ele calçou as luvas e vestiu o avental, apesar de já estar imundo. Esme resolveu aceitar a ajuda do filho. Sorriu satisfeita por ele estar ali, por ele estar sendo forte. Minutos trabalhando em silêncio, ela não pôde mais ficar calada.

— Bella veio nos visitar. – Edward tentou fingir não ter escutado. – Depois que terminaram, ela veio. Estava como sempre, linda e carinhosa. – Aquelas palavras tiveram o efeito que ele tentava tanto sufocar. Sentiu que a sua mão tremia com a pá que segurava, um nó em sua garganta se formava. – Ela veio bem cedinho e foi ao entardecer. Não te contei antes para não ficar triste. – Esme parou um pouco, ela notou a mudança no filho, sabia que ele prestava atenção mesmo não dizendo nada. – E ainda nos falamos por telefone, ainda trocamos mensagens.

— Porque faz isso?

— Como porque? Bella se tornou próxima. Não sabe o quanto ela ficou do seu lado? O quanto ela nos consolou? – Edward deixou a pá de lado e se ergueu.

— Bella é linda, carinhosa e idiota. – Suas palavras duras foram cuspidas com raiva de si mesmo.

— Idiota está sendo você. – Esme revidou sem elevar a voz, apenas como se pronunciasse qualquer constatação. – Tentei entender quando terminou com ela. Eu pensei: “Meu filho está sendo nobre, ele a está afastando para que não sofra vendo-o naquela condição. Ele está sendo honrado permitindo uma outra oportunidade para a mulher que ele ama, viver a sua vida sem o peso de um ex presidiário ao seu lado.”

— Mãe, eu realmente não quero falar sobre isso.

— Eu sei que está se fazendo de forte, mas não há necessidade. Você errou, pagou pelo que fez perante a lei e está arrependido. Então, o que te prende para que não vá em busca da sua felicidade com a Bella?

— Não. – Edward estava ansioso, seu peito doía cada vez mais. – Não me dê esperanças. Não faça isso comigo, não você, mãe.

— Por eu ser a sua mãe, tenho que fazer isso. Acredito que a sua história com a Bella não acabou, só acontecerá se você assim quiser. Bella te amava...

— Exato, amava. – Frisou a última palavra, seus olhos agora lacrimejando. – Depois de tudo, Bella, ela não deve mais me amar. – Edward deu as costas para a mãe e voltou para dentro de casa.

Sem ter como extravazar os seus sentimentos, jogou-se debaixo do chuveiro, tomando uma ducha gelada. Saiu do banho ainda inquieto. Ligou o seu notebook ainda apenas de toalha em sua cintura e sentado em sua cama com o aparelho em seu colo, ele logou pela primeira vez depois de tantos meses.

Inicialmente pensou em acessar seu email como o Emmet havia sugerido, pensou também em suas redes sociais. Seria um desastre, seria ainda pior ver as suas redes sociais, ver o que as pessoas falavam sobre ele, sobre si mesmas e sem contar que poderia ver sobre Bella. 

Quase desligou o notebook, mas então pensou em se divertir um pouco. Depois de um tempo, escolheu um jogo e não apenas estava passando o tempo, mas estava fazendo aquilo criticamente, analisando, esperando a sua criatividade o alcançar. Talvez fosse a hora de começar a trabalhar.

***

Ele se olhava no espelho, já não se lembrava a última vez que olhou-se assim. Seu olho estava menos inchado e menos arroxeado. Os pontos pareciam bem, mas já estavam na hora de serem retirados. Por isso havia iria até um posto de saúde que havia ali perto e pediria para retirar os pontos.

Havia tomado uma boa ducha e vestido uma roupa que parecia  legal, botas cotorno marrons, calça jeans azul escuro e blusa de botões azul. Pegou sua sacola de lado, algo que Bella também havia lhe dado e saiu.

— Bom dia.

— Bom dia, Ed.

— O pai já saiu? – Perguntou ao ver o lugar do pai vazio.

— Sim. Sente-se e coma comigo.

— Tudo bem, mas não vou demorar. Preciso fazer algumas coisas hoje e quero terminar logo. – Esme sorriu.

— Acho ótimo que já esteja de volta a ativa.

Edward estava se sentindo culpado desde a discussão que tivera com a sua mãe na estufa. Porém, desde aquele dia ela não mais mencionara a Bella.

Depois do café com a mãe, seguiu para o seu próximo compromisso. Retirou os pontos e seus outros ferimentos também foram avaliados. Quando foi liberado, pegou um ônibus para a universidade.

Era quase o final da manhã quando parou em frente ao local que estudou durante os últimos anos. Foi onde teve as mais incríveis experiências da sua vida. Foi onde conheceu e amou a Bella. Também foi onde foi amado por ela.

Seguiu para a secretaria, foi reconhecido por alguns funcionários. Conversou um pouco e obteve o seu diploma que só estava lá esperando por ele. Por não ter estado ali tanto tempo, resolveu sair por um lugar diferente do que entrou e se deparou caminhando por entre os prédios tão familiares.

Logo estava adentrando a pequena vila onde ficavam os pequenos dormitórios. Ele estacou no lugar, sentia que estava sendo invadido pelas lembranças. Aquela, uma das mais maravilhosas que tinha.

Era noite e estava tendo uma grande festa em um dos prédios. Parecia que a festa se estendia por toda a dependência. Havia música, pessoas conversando, dançando, bebendo e namorando por todo o lado.

Estava chapado e tinha bebido. Também estava precisando de dinheiro naquele momento e por isso, por estar preocupado, não conseguia realmente se divertir. Foi para a cobertura, queria ver a paisagem do alto e tomar um ar.

Haviam poucas pessoas ali, um grupo de 5 garotos e garotas que conversavam e tinham garrafas de cerveja em mãos e uma garota de cabelos cortados Chanel sentada em um dos bancos que sabe lá Deus como chegaram ali. Ela olhava para a frente, Edward só via as suas costas. Ao seu lado, no banco, havia várias garrafas de cerveja.

Edward caminhou acendendo o seu cigarro até a sacada. Estava entre o grupo de garotos conversando e a garota solitária. Tinha que admitir que estava enrascado, precisava mesmo do dinheiro e por isso mais uma vez faria algo que seus pais se soubessem não aprovariam. Por isso mesmo teria que esconder para sempre aquele tipo de coisa.

Sem querer olhou para o lado e viu a garota olhando para ele. Parecia desinteressada ao encará-lo, apenas olhando porque ele estava ali perto. Bebia da garrafa a sua cerveja sem se importar com a insistência dele em encará-la de volta.

Ela era muito bonita, tão bonita que não conseguia não olhá-la. Usava um cropped branco com mangas e uma saia acinzentada de cintura alta, nos pés, um sapato também branco.

— Quer beber comigo? – Foi isso mesmo que ouviu saindo dos lábios da garota?

— Como? – Ele soltou a fumaça rápido demais.

— Quer beber comigo? – Ela repetiu como se ele fosse retardado.

— Já que tem bastante, eu aceito. – Caminhou até o banco e sentou ao lado dela. Bella pegou uma garrafa e a abriu, apoiando a tampa no banco e dando um pequeno soco. Ela sorriu para ele, mas ainda parecia desinteressada.

— Não é o bastante para mim, mas já que está aí... – Entregou-lhe a bebia e Edward sentiu o seu coração bater um pouco mais rápido.

— Quer um cigarro? – Ofereceu antes de beber um gole.

— Não.

— Garotos com coque agora são populares. – Ela olhou para ao cabelos de Edward que naquela época eram grandes.

— Nem tanto. – Ela olhou para ele tombando a cabeça de lado com um olhar analisador.

— Será? Você parece bem bonito para mim.

— Está bêbada?

— Nem um pouco. – Bella abriu uma nova garrafa para ela. - Conhece alguém desta festa?

— Algumas pessoas. E você?

— Também. Que pena. – Ela suspirou. – Pensei que estaria conversando com um penetra. Talvez pudesse tornar um penetra em um convidado já que estaria interagindo com ele. – Edward sorriu.

— Talvez você acabasse com a curtição do penetra tornando-o um convidado.

— -E... – Ela voltou a olhá-lo em analise. – Tem gente que curte mesmo ser penetra. – O celular dela vibrou em sua bolsa, mas ela ignorou.

— Porque achou que eu fosse penetra?

— A sua expressão. Pensei que talvez você tivesse sido mal sucedido.

— Acertou no mal sucedido.

— Bem-vindo ao clube. – Ela levantou a garrafa oferecendo um brinde. Ambos tomaram um grande gole depois.

— Não me parece mal sucedida.

— Você julga pela aparência?

— Desculpe, mesmo que esteja mais em mim, ainda estou um pouco chapado então posso cometer erros.

— Cometer erros... – Ela balbuciou ao seu lado. – Você me acha bonita?

— Como?

— Eu te achei bem bonito, quero saber se me acha bonita também. – Deu de ombros.

— Na-na verdade... Acho você linda. – Bella sorriu satisfeita, pôs a garrafa de lado e inesperadamente beijou-lhe os lábios. Primeiro foi um selinho longo, até que Edward conseguiu reagir e correspondeu ao beijo,abrindo-lhe os lábios com um beijo mais profundo.

Suas bocas não conseguiam se separar e notou que ela gemia baixinho a cada beijo. Ter aqueles beijos molhados e ouvir os pequenos sons saindo dos lábios dela, faziam-no ficar excitado.

— Eu acho que você tem o beijo mais gostoso que já experimentei.

— Posso dizer o mesmo. – Edward respondeu.

— Então você está aqui com outro cara? – Alguém os interrompeu. Ele era alto e forte, tinha cabelos curtos e o olhar dele não era o dos melhores.

— Você tem alguma reclamação? – Bella devolveu girando um pouco o corpo para olhar seu interlocutor.

— Não brinca comigo, Bella.

— Eu disse para você nunca mais me procurar. O que está fazendo aqui? – Ele avançou e a pegou pela mão, levantando-a. Edward ergueu-se também e o segurou pela gola da camisa.

— Solta ela.

— Quem pensa que é? Solte-me você.

— Solte-me Royce. – Ela exigiu.

— Parece que ela não quer ir. – Edward o sacudiu um pouco, perdendo a paciência.

— Nós não somos mais namorados. Esqueceu? – Ela enfim conseguiu se soltar dele e Edward também se afastou, libertando-o.

— E então está por aí ficando com qualquer um.

— Você já não fazia isso antes quando namorávamos?

— Bella, você pode esquecer isso um pouco? – Ele pediu falando mais baixo. – Eu já disse que errei e que tentarei não fazer o mesmo. Aquele seu amigo... aquele seu amigo Alec saia comigo para te envenenar contra mim.

— Me dar provas de que você era um galinha, era me envenenar?

— Quer que eu bata nele? – Edward perguntou.Royce olhou para ele com desprezo.

— Não precisa. Ele está apenas se retorcendo como uma minhoca antes de morrer.

— Você pode se arrepender de me deixar, Bella. – Foi como uma ameaça e ela riu daquilo. - Alec é caidinho por você... Acredite...

— Cala a boca, Royce. Não venha atrás de mim nunca mais. – Bella olhou para Edward. – Você pode me levar para casa?

— Claro.

Eles saíram do prédio e do lado de fora Edward e caminharam pela calçada.

— Onde você mora?

— A uma quadra daqui.

— Posso ir até lá? – Tossiu, pois tinha se engasgado com a fumaça. Bella deu tapinhas em suas costas. – Isso é um não ou um sim? – Perguntou com tom brincalhão. Edward percebeu que ela nunca teria sido dispensada.

— Si-sim. – Porque estava gaguejando tanto aquele dia? Já esteve na presença de várias garotas bonitas. Não havia motivo para o seu nervosismo.

Foram para o minúsculo apartamento dele. Bella entrou sem hesitar e olhou em volta.

— Já estive em um desses. São todos iguais, mas você parece ter muita tralha eletrônica.

— Não são tralhas. – Defendeu-se.

— Então estou na presença de alguém no ramo da computação?

— Sim. - Bella com uma sobrancelha erguida, parecia dona de si e da situação, sentou-se na cama dele. – Você não está mesmo bêbada?

— Se eu falar que sim, me mandará embora?

— Terei que pensar no que fazer.

— Nunca dormiu com uma garota bêbada? – O sorriso insistente dele se fez presente novamente.

— Já, na verdade.

— Então? – Edward tomou coragem e se aproximou dela. Estava parado de pé a sua frente. – Não estou bêbada.

— Bella?

— Sim. – Confirmou.

— Não quer saber o meu nome?

— Sim, quero saber o nome do homem que tem o beijo maravilhoso.

— Sou o Edward. – Ele a empurrou delicadamente para que deitasse e subiu em cima dela, cobrindo-a de beijo.

Bella com agilidade retirou os seus sapatos e os dele. Eles rolaram na cama, trocando de posição. Foi quando ela retirou a sua blusa, revelando o seu sutiã rendado branco.

— Ah nossa... – Edward tocou com as pontas dos dedos a alça da lingerie e desceu até os seios delicados.

Bella sentiu as mãos dele descerem para sua cintura e abaixar a bainha de sua saia. Neste momento, já estava apenas com as peças íntimas. Rolaram de volta, Edward ficou de joelhos com o corpo esguio de Bella entre as suas pernas. Sentiu que desajeitadamente retirava a sua camisa e a regata por baixo dela.

Tocando em suas pernas, ele subiu até a calcinha e a retirou sem em nenhum momento parar de admirá-la. A cada peça retirada, ela parecia mais linda. Edward beijou toda a sua perna até alcançar a sua virilha. Edward demorou-se nesta região, deixando-a enlouquecida.

Eles fizeram amor, cochilaram e voltaram a fazer amor. De alguma forma, ele já sabia que tinha perdido o seu coração. Bella seria a única para ele daquele momento em diante. No entanto, não pareceu o mesmo para ela. Ao acordar no dia seguinte, não a encontrou e nem qualquer vestígio dela a não ser o seu cheiro nos lençóis. Bella não havia deixado nem mesmo o seu contato.

Aquela mesma tristeza o acometia naquele momento e da mesma forma a vontade de sair atrás dela o corroia. Diferente daquela época que não sabia por onde procurá-la, desta vez ele sabia. E iria até lá, iria vê-la.


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