O brilho de uma vida escrita por Camila J Pereira


Capítulo 13
Capítulo 13




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Edward havia escutado a mãe que parecia também bastante chateada com ele. De alguma maneira havia se transformado mais uma vez em um canalha para Bella, de alguma maneira aquilo estava se repetindo e se repetindo. O que havia de errado com ele?

Bella sempre esteve apenas desejando o seu bem e estava sempre atenta, era a companheira perfeita. Conseguia com facilidade se envolver em qualquer empreitada que ele os levasse. Aguentou até mesmo ser rejeitada uma vez, esperando o tempo em que ele retornaria para ela.

Nunca a diferença de ambiente e status foi algo significativo para que ela comentasse qualquer coisa. Bella aceitava a sua educação, a sua visão de vida, sua conta bancária. Ela nunca pediu que ele agisse diferente, se vestisse diferente ou falasse diferente. Nunca discutiu seus sonhos, nunca se opôs aos seus objetivos. Jamais incentivou a ganância de ter mais que estava se instalando em seu coração.

Seu orgulho fora ferido no namoro deles, foi humilhado quando preso, estava rebaixado, reduzido a nada diante dela e de seus pais e agora ele só pensava em dar a volta por cima. Porém, seu orgulho o estava afastando de Bella. Não pensou nela, mas queria que ela pensasse nele. Como aquilo foi acontecer se a amava tanto?

Ele queria subir até o seu quarto e de joelhos pedir novamente perdão. Ele tinha que aprender daquela vez, pois sentia que Bella estava mesmo no limite. A maneira como ela lançou janela a fora a aliança que ele protegeu durante tanto tempo até que fosse possível colocar em seu dedo, mostrava que algo podia mudar para o seu pior. Não havia o que fazer naquele momento. Esme havia o proibido de subir, mesmo quando ele pediu por favor repetidas vezes chorando.

— Engula o  choro. Quem está mais ferida agora é a Bella. – Foi o que ela disse. Então ele se virou na direção de onde o anel foi jogado e iniciou a busca.

Estava cada vez mais escuro, de repente as pessoas ficaram mais silenciosas. Edward imaginou que a noticia da briga havia se espalhado. Edward ouviu perto dele algumas vozes, mas nem considerou levantar a cabeça, estava focado em encontrar o anel.

— Ele deve fazer isso sozinho. – Carlisle falou ao longe com alguém.

Seus músculos já estavam rígidos e doloridos, suava em grossas gotas a pesar da noite estar fresca. Seus olhos também começavam a cansar depois de mais de duas horas de busca. Ao longe viu algo cintilar, esperançoso tateou até o  local e enfim pode sentir entre seus dedos o anel. Uma esperança surgiu em seu coração. Assim como foi capaz de encontrar o anel no meio da vegetação, também pode recuperar o amor puro de Bella.

Edward correu para casa, todos pareciam envolvidos em um jogo de tabuleiro. Seus pais estavam de lado conversando, mas cada um deles olhou em sua direção quando ele entrou.

— Vou subir e falar com ela.

— As meninas estão lá e acho melhor não ir como já disse. – Esme não estava facilitando.

— Tenho que lhe devolver o anel.

— Tivemos que dar um calmante a ela. Bella adormeceu. – Rosie avisou ao descer com Jéssica e Alice atrás dela.

— Irei vê-la.

— Edward.

— Mãe, eu só irei vê-la. – Esme suspirou e Edward aproveitou para passar entre as garotas e ir até o seu quarto.

Bella estava com as pálpebras pesadas, mesmo dormindo a sua expressão não era tranquila. Edward resmungou consigo mesmo, era o responsável por aquilo. De joelhos no chão, debruçou-se parcialmente sobre a cama em direção ao rosto de Bella.

— Eu sinto muito. Foi imperdoável. Meu amor, a partir de hoje farei de tudo para que seja feliz.

Longos minutos se passaram até que ele pôs novamente o anel no dedo de Bella. Por causa do remédio, ela nem ao menos se moveu.

Edward desceu, mas não quis unir-se ao jogo com os amigos que agora tinha as garotas ao seu lado.

— Desculpem estragar o clima. Prometo que amanhã será melhor.

— Fique tranquilo, cara. Bella te ama e sabe que você ás vezes pode ser muito sem noção. Todos nós sabemos.

— Obrigado, Emm. – Edward sorriu brevemente.

— Só não pode ser tão sem noção por um tempo, ok?

— De jeito nenhum. – Ele olhou para os pais que estavam ainda juntos um pouco distante e olhando para ele. – Aceitarei a parceria com a Victoria. Vamos fazer isso. – Seus amigos suspiraram aliviados, Emmet até aplaudiu.

— Fez bem, fez bem. – Emmet repetia.

— Amanhã vamos realmente festejar. Assim que Bella me perdoar... – Falou mais baixou para si mesmo.

***

Bella acordou, se espreguiçou amplamente e logo lembrou-se do que havia acontecido na noite anterior. Olhou para os lados, estava no quarto de Edward, na cama dele, mas ele não estava por perto. Melhor assim, não tinha certeza se queria vê-lo assim de imediato. Levantaria e se despediria de todos, provavelmente a festa havia acabado e só os pais dele estariam ali. Quando saiu do quarto, deu de cara com a Rosie voltando.

— Uau, enfim está acordada.

— Por quanto tempo dormir? – Bella ficou curiosa.

— Bastante, já são quase 10 da manhã.

— Aquele remédio me fez apagar de verdade.... – Bella coçou a cabeça e percebeu algo importante. – Mas, pensei por um momento que todos haviam partido.

— Não, decidimos ficar aqui. As meninas dormiram todas com você, você nem percebeu.

— Jura? – Arregalou os olhos para a informação. – Bem, de qualquer forma agora que estou desperta, vou me despedir e voltar para casa.

— Como assim?

— Não se faça de desentendida. Rompi com o Edward e não quero ficar aqui.

— Ok. – Bella franziu o a testa com a resposta breve e despreocupada da amiga. Passou por ela e desceu as escadas até a metade, parou ao ver Edward roendo as unhas no final delas. – Ele está ai já faz muito tempo. Parece que terá que conversar antes de sair.

— Não mesmo. – Bella passou pro ele em disparada, procurou por sua bolsa que achou em um dos cabideiros da casa. Edward estava logo atrás dela, continuou quando ela procurou por Esme e a encontrou na cozinha.

— Que bom que acordou. Sente-se melhor?

— Esme, eu estou bem agora e pretendo sair. Voltarei para casa.

— Acha que está mesmo bem para isso?

— Sim. – Bella olhou para trás e viu Edward ainda grudado nela. Ela soltou o ar impaciente. – Você pode ficar aqui ou voltar para a casa do Emmet. Virei visitá-la, Esme. – Agora ela voltava a olhar para a ex sogra.

— Você pode por favor me escutar?

— Não me peça isso nunca mais. – Bella virou para ele com o dedo em riste. – Deixe-me ir com um pouco da tranquilidade que me resta. De verdade, eu não quero brigar. 

— Também não quero. Eu estava errado.

— Quantas vezes vai repetir isso? – Bella não podia voltar a acreditar. – Esme, desculpe por ter perdido a calma ontem. – Controlando a sua respiração ela deu as costas novamente para Edward.

— Aceitarei o contrato com a Victoria. Realizarei o projeto da melhor maneira possível para que todos os lados possam obter lucros.

Bella abraçou e beijou Esme e um pouco abalada foi para fora da casa.

— Trabalharei duro, mas não esquecerei de viver, de aproveitar a vida e nunca mais me perderei de vista. Te amarei cada vez mais em cada minuto. – Bella havia parado e estava escutando. Seu coração já queria se entregar, mas a sua cabeça não. – Amanhã a primeira coisa que farei será dar entrada na liberação do nosso casamento. Assim, se quiser, em duas semanas ou menos, já podemos ser marido e mulher. – Bella girou e com um misto de divertimento mórbido e mágoa, ela sorriu para ele.

— Não haverá casamento.

— Deixe-me tentar ser melhor a partir de agora.

— Você não pode agir sempre assim e depois falar isso. Não faça isso comigo, Edward Cullen. Por favor, eu te peço, não me transforme em alguém lamentável, não destrua as nossas memórias.

— Eu cometi esse erro porque queria mostrar que posso ser independente e obter sucesso. Queria que você se orgulhasse, queria te mostrar algo de bom que eu posso fazer.

— Me amar seria o suficiente.

— Case-se comigo, Bella Swan e serei o marido mais fiel e atencioso que pode existir. Deixe-me viver com você, deixe-me servi-la, amá-la e mimá-la.

— Mesmo que o anel retornasse... – Bella olhou para a sua mão e viu o anel em seu dedo. Confusa continuou olhando para ele como se procurando em sua mente a resposta para ele estar ali novamente.

— Eu o encontrei para você. Ainda é a minha noiva. – Bella tirou-o novamente e ergueu a mão para lançá-lo como antes, mas Edward segurou a sua mão. – Mesmo que o lance repetidas vezes, mas e mais distante, eu o encontrarei e o devolverei ao seu lugar.

— Eu não devo acreditar em você. Desde o inicio, você sempre nos separa e em sua cabeça tenta recuperar o vão que criou entre nós. Para mim, desde sempre, amei você, apenas você. Não me importa de onde veio, não me importa...

— Eu sei. – Bella estava chorando e ele a abraçou. – Sou eu que tenho que aprender. Farei isso agora então case-se comigo. Eu prometo te dar além do meu amor, até mesmo as 3 crianças.

— Está apelando agora? – Bella sorriu.

— Quem sabe. – Bella o envolveu com seus braços e aconchegou-se em seu peito.

— Espero que não volte atrás. Mesmo quando não conseguir mais dormir por causa dos nossos bebes, seja o homem adorável que sei que é. – Foi a vez dele sorri.

— Por favor, não desista de mim. Observe e verá que eu tentarei o meu melhor. Ao  seu lado...

***

Edward a deixou em sua loja depois de beijá-la repetidas vezes. Sentia-se sortudo por ela o aceitar. Aquela seria a última vez que faria tolices a ponto de Bella não o querer. Eles haviam ido dar entrada ao pedido de liberação do casamento civil, assim como ele havia prometido no dia anterior.

Naquele dia ele usaria o carro da noiva para resolver pendências e antes que ela saísse do trabalho, Edward havia voltado para buscá-la e juntos foram para casa. Depois do assustador dia, aqueles momentos juntos eram reconfortantes e esperançosos. Tentou se manter assim mesmo quando viu o Alec diante da casa deles.

Alec era o oposto de sempre, estava uma bagunça. Com os cabelos desalinhados que anteriormente só viviam brilhantes e lambidos, ele se aproximou dos dois. As roupas estavam frouxas em seu corpo e a sua expressão foi o maior contraste de todos. O Alec que mantinha consigo o olhar sagaz e um sorriso irônico nos lábios, agora estava com os olhos e narinas inflados. Edward percebeu que estava bêbado.

— Eu só gostaria de terminar esse dia tranquilamente em minha casa com a minha noiva. – Edward falou olhando para o céu.

— Escória! Nunca permitirei que se case com ela.

— Alec, pensei que tivesse entendido.

— Você! – Apontou para Bella com o corpo ligeiramente trêmulo. – A partir de agora volte a atender as minhas ligações e responder as minhas mensagens.

— Volte para casa e cure essa bebedeira, Alec. – Bella não estava com paciência de aturar aquilo. Também queria finalizar o dia em paz com os eu noivo.

— Seus pais só não sabem o que fazer, mas eu sei. – Apontou para si mesmo.

— Ed, vamos entrar. – Bella puxou o noivo querendo livrá-lo de algum confronto.

— Eu disse que não deixarei que se case com ela! – Alec segurou Edward pela sua gola da camisa.

— Solte-me. – A sua tranquilidade até mesmo o surpreendeu.

— Desista da minha mulher.

— Agora você está delirando. – Aquilo irritou ainda mais Alec.

— Eu entendi que para vencer você terei que me tornar um bandido igual a você. Não, não igual, mas ainda pior. – Bella não recebeu bem aquela palavras e novamente puxou Edward agora para trás para longe de Alec.

A proteção a cerca de Edward por Bella, foi a última gota. Ele puxou algo de seu bolso e imediatamente investiu contra Edward. O que ele não imaginava era que de fato acertaria e que conseguiria enfiar aquele objeto cortante contra a pele, perfurando um corpo. E não havia imaginado que a pessoa que estaria recebendo o seu golpe fosse a Bella.

Estava tranquilo e sabia que não entraria numa briga. Sua mente estava focada em ser o homem que Bella merecia. Talvez tenha sido isso, a sua crença de que não existiria uma briga que o fez relaxar. Bella percebeu o fato primeiro do que ele e o protegeu tomando a sua frente e recebendo o golpe de Alec.

Imediatamente seu corpo desequilibrou e Edward a segurou. Ainda não acreditava, mesmo sustentando o peso do corpo dela, mesmo vendo o sangue começando a empapar a sua roupa e uma pequena faca de corte em sua barriga.

— Bella, não era para ser assim. Não era para ser assim. – Alec começou a repetir.

— Afaste-se dela! – Edward gritou para ele quando Alec tentou se aproximar. – Querida, está tudo bem. Está tudo bem. Permaneça com os olhos abertos. – Edward havia visto muitas cenas daquelas na prisão.

— Ed... – Bella tentava falar, não conseguia, suas forças se esvaiam.

— Não precisa falar nada. Apenas fique acordada. – Mas Bella não ficou, seus olhos fecharam pesadamente e a tranquilidade de Edward não passava de passado.


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