No Time For Love escrita por Unhas Roxas


Capítulo 36
Será que é ele mesmo?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, fiz com todo o carinho no meu fim de semana!
Bjux, boa leitura e bom feriado na quarta!
(p.s.: que dia horrível pra cair um feriado, não?)



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Terceira Prova 3

     -A terceira prova será realizada em meia hora no Anfiteatro que será provisoriamente transformado em uma arena de batalha –Zeus continuou. –Os quatro semi-deuses irão batalhar entre si e nós decidiremos quem ocupará o primeiro lugar, o segundo, o terceiro e o quarto, e serão somados 40, 30, 20 e 10 pontos aos seus totais respectivamente, então saberemos quem é o mais poderoso.

     Os deuses foram embora, assim como a maioria das outras pessoas. Havia um grande pesar em torno de todos nós, Percy ainda ofegava um pouco.

     Thalia, Percy e eu tínhamos armaduras e elmos que nos protegeriam e, além disso, tínhamos habilidade com nossas armas e poderes que sabíamos controlar. Robert estava muito fudido.

     -O que vamos fazer? –Falou Annabeth.

     Nós seis nos entreolhamos, aquela certamente seria a última vez que estaríamos todos juntos, não importando quem ganhasse a última prova e fosse o semi-deus mais poderoso.

     Ficamos em silêncio. As garotas se abraçaram. Nós não somos tão frios, nos abraçamos também, mas por menos tempo, obviamente. Abracei Annabeth e Thalia. Havia lágrimas nos olhos das loiras.

     Não pudemos fazer mais nada que não fosse nos despedir. Anna e eu caminhamos em uma direção qualquer de mãos dadas, Annabeth e Percy foram à outra. Thalia e Robert ficaram parados onde estivemos.

     Cada vez mais meu estomago ficava mais embrulhado, estávamos todos praticamente desolados. Provavelmente todos nós imaginávamos o que iria acontecer em poucos minutos, bem, eu imaginava...

     E todos os meus pensamentos me levavam de volta a meu pesadelo, onde Anna se casava com Robert após minha morte. Agora eu sabia que o mais provável a morrer seria o próprio Rob, mas esse pensamento também não era lá muito reconfortante.

     -Me pergunto qual será o critério dos deuses na hora de avaliar quem vencerá nessa ultima prova.

     -Se eu soubesse minha amada, não estaria sofrendo tanto como estou.

     -Estou com medo Nico, por você, por nós dois, pelos outros, pelo resto do mundo, pela metade dos Estados Unidos já destruída por Cronos. Eu não quero te perder.

     Ela me olhava como se esperasse que eu dissesse que nada daquilo estava acontecendo, que era só um sonho e com um piscar de olhos tudo iria desaparecer e voltaríamos ao Acampamento e namoraríamos como um casal normal, e quando acabasse o verão, ela voltaria para casa ver sua mãe e seriamos felizes como dois adolescentes podem ser. Infelizmente para nós nunca seria tão fácil assim, especialmente para mim.

     O máximo que pude fazer foi consolá-la com um beijo. Sentia-me quebrado e minúsculo por dentro e tentava passar segurança para minha amada, com a inútil certeza de que meu esforço era em vão.

     -“Tu se tornas eternamente responsável, por aquilo que cativas.” –Citei uma frase de seu livro favorito. -Não deixarei que nada aconteça com você, não quero perdê-la também.

     Calei-a com outro beijo antes que fugíssemos do script que eu havia desenvolvido com tanto cuidado em minha cabeça. Foi um beijo meigo e cuidadoso, senti as lágrimas em seu rosto voltarem a escorrer depois de um tempo, me distanciei um pouco e pedi que não chorasse, enquanto pensava em qualquer coisa que pudesse fazer Anna deixar de lado um pouco o que poderia acontecer depois e focasse no que acontecia agora.

     -Quer saber o que eu estava vendo durante a segunda prova?

     -Quero. –Disse ela com voz de bebê.

     Nós dois sentamos na beirada de uma fonte com a figura de Posseidon e vários animais marinhos. Ela deitou a cabeça em meu ombro e eu passei a fazer carinho em seus cabelos macios e loiros enquanto lhe falava como havia sido para mim a segunda prova.

30 minutos depois...

     P.O.V. Anna

     Eu me sentei, junto com Annabeth, uma fileira atrás dos doze deuses, ou seja, os nossos eram os melhores lugares. Nós duas éramos as que mais precisávamos dos lugares, eram as vidas de nossos namorados e amigos que estavam em jogo.

     Aposto que Annie sentia a mesma frustração que eu, a de não podermos fazer nada para ajudá-los.

     Contávamos com a pontualidade dos deuses para darem inicio a primeira tarefa, por que aquela espera (e não fazia nem cinco minutos) já estava me corroendo.

     Havia me separado de Nico a pouco tempo, mas já não sabia mais onde ele estava, e quando ousei perguntar ao meu pai ele me lançou um olhar feroz e me fez desistir momentaneamente de quere saber. Agora olhava para a arena e via que haviam quatro portões de ferro, de onde provavelmente Nico, Percy, Thalia e Robert sairiam quando fossem suas vezes de batalhar.

     Hermes havia dado o recado que a luta seria uma bagunça total, não com essas palavras obviamente, mas ele havia informado a todos que os quatro semi-deuses lutariam ao mesmo tempo uns contra os outros sendo avaliados por Ares, Artemis, Apolo e Atenas. (N/A: Quem foi que colocou esses nomes todos com A?)

     -E a terceira prova começa em três... dois... um... AGORA!

     Os quatro portões se abriram rapidamente, Nico, Percy e Thalia pularam para fora das sombras e começaram a se encarar. Nenhum deles parecia querer atingir o outro. Nico deu o primeiro passo, recuou para as sombras e desapareceu.

     Os outros dois (mais Robert que tinha saído de sua zona de conforto tremendo de medo) ficaram alertas com suas armas a postos. E então Nico atacou Percy dando-lhe uma rasteira com sua espada de ferro do Styx, Percy caiu, mas não perdeu tempo no chão. Nem mesmo Thalia perdeu tempo atirando uma flecha na direção dos dois na intenção de atingir pelo menos um deles.

     Thalia continuava lançando suas flechas na direção dos garotos e tive muita vontade de pegar o meu arco e lançar nela eu mesma uma de minhas flechas mágicas de meu pai. Percy e Nico estavam lutando corpo a corpo e ao mesmo tempo tentavam desviar das flechas de Thalia.

     Robert entrou na brincadeira e tentou atacar Thalia com suas facas, mas foi logo repelido com um chute no estomago dado pela morena que não estava nem um pouco a fim de brincar. A platéia estourou em risos, Robert apesar de meio zonzo ficou cheio da raiva, levantou-se e foi em direção aos meninos.

     A luta entre Percy e Nico estava violenta, os dois haviam mergulhado no rio do Hades e ficado invencíveis, é claro que exceto por um ponto. Eu não sabia quais eram e provavelmente ninguém mais também sabia. Percy deu um golpe pela esquerda, do qual Nico desviou seu corpo muito bem, no entanto sua mão direita foi quase cortada fora. Ele recuou alguns passos ofegante olhando Para Percy com temor e fúria. Meu namorado recuou mais alguns passos se escondendo entre as sombras e então desapareceu.

     Percy levou alguns segundo para entender e então se virou para o próximo oponente, Robert que vinha com sua força total.

     Em um movimento com as mão Percy tirou toda a umidade do ar e a jogou contra Robert, que ensopado foi parar do outro lado da arena batendo sua cabeça contra a parede e caindo dolorosamente no chão.

     Na fração de minuto que Percy se concentrou em contra-atracar Robert, Thalia acertou em sua coxa esquerda uma de suas flechas de caçadora, uma que fez sua perna ficar imobilizada.

     Enquanto Percy tentava se recuperar da flecha mágica, Nico apareceu de novo, mas agora em frente a Thalia, o que a fez ter que largar seu arco e pegar sua lança e seu escudo. O duelo entre Nico e Thalia não foi nem perto de ser tão furioso quanto o dele com Percy, mas com certeza causou mais danos, pois a espada de Nico era muito mais rápida que a lança de Thalia e assim meu namorado conseguiu rapidamente fazer um corte em Thalia.

     Thalia obviamente revidou e com um golpe de seu escudo no rosto de Nico, que caiu para trás com o nariz com um filete de sangue escorrendo.

     Risos cruéis vieram da platéia para assombrar os garotos, todos caídos no chão.

     -Ok então, -disse Nico massageando suavemente seu nariz. –Vamos brincar com nossos poderes.

     No mesmo instante uma aura negra consumiu Nico, ela estava por toda parte e deixava seu rosto pesado e sombrio. Thalia também reunia seus poderes de filha de Zeus e caçadora de Artemis e ao seu redor faíscas de eletricidade estalavam. Nem é preciso dizer que Percy fez o mesmo.

     A surpresa mesmo foi Robert reunindo toda sua coragem, concentração e força para tentar atacar os outros.

     Tentar os poderes não era uma boa idéia para nenhum deles, principalmente para Robert, que se os tinha não sabia nem um pouco como controlá-los ou quais eram.

     Havia muita energia passando entre os quatro competidores, seus cabelos esvoaçavam e seus olhos, principalmente Nico e Robert, tinham adquirido uma coloração tão forte que assustava, no caso de meu namorado, sua íris tinha duplicado de tamanho e seus olhos estavam mais negros que uma noite sem lua ou estrelas.

     E então eventos sucessivos inesperados não pararam de acontecer.

     Os olhos de Rob estavam invadidos por uma coloração dourada que nunca existiram, suas facas começaram a tremer em suas mãos e de repente elas saltaram se fundiram e transformaram-se em uma única foice de ouro. Era o símbolo de Cronos.

     Ninguém sabia se ele estava fazendo aquilo de propósito ou não tinha consciência de suas ações. De qualquer maneira os deuses ficaram alertas, se levantaram e pegaram suas armas apontando as para o pequeno ruivo que ainda não havia feito nada contra eles. Nada, ainda.

     Robert começou a falar dirigindo-se aos deuses, sua voz não era mais a sua voz, em seu lugar havia um tom metálico fantasmagórico e grave:

     -Então estão se divertindo? Rindo à custa do meu garoto?

     -Cronos? –Zeus perguntou com uma voz autoritária.

     -Agora a profecia será cumprida, o garoto tem todos os poderes que um meio-sangue tem, mais os seus! –E então Robert com sua voz sinistra dá uma risada e se vira para os outros semideuses e os ataca com facilidade.

     Ele lança Percy, Nico e Thalia pelos ares fazendo os bater suas cabeças na parede e caírem com um ruído estrondoso. No entanto tão logos os três se levantados foram levantados do chão como se tivessem sendo estrangulados, alguma coisa a lá Darth Vader.

     Ele não machucaria meu namorado e meus amigos, não na minha presença. Puxei o arco de meu pai do meu bolso e com ele veio sua única flecha, mirei rapidamente no braço de Robert e soltei a flecha. Obviamente ela atingiu exatamente onde eu queria, mas aposto que só fez cócegas em Cronos. De todo modo, chamei sua atenção. Robert se virou em minha direção.

    -Vocês não vão fazer nada? –Minha voz saiu tremula e esganiçada, mas só então os deuses perceberam que deveriam se mexer antes que seus filhos fossem mortos. –Pai! –Gritei para Apolo e lhe lancei o arco e a flecha.

     O resto dos outros que estavam assistindo a terceira prova nem se mexeu, porém alguns foram embora para algum lugar que não era aqui então não interessava. Annabeth e eu não podíamos continuar também paradas como aqueles espectadores estúpidos.

     Os doze deuses cercaram Cronos.

     -Essa não foi sua estratégia mais inteligente Cronos. –Falou Ares.

     -Vamos ver o que vocês acham disso. –Rosnou a voz metálica.

    O pequeno e magro corpo de Robert girou com maestria a grande foice de ouro de titã e acertou Hera, próximo ao joelho. Ouro de titã era a única coisa que realmente poderia ferir os deuses e achávamos que era com isso que Cronos estava contando para derrotá-los.

     Annabeth e eu chegamos perto dos outros três, que, por alto, não estavam realmente muito feridos. Os levantamos e ficamos observando. Percebi, e Annie também deve ter notado, que Thalia era a mais nervosa e confusa por toda essa situação com Robert.

     -Somos doze, Cronos, e você está no corpo de uma criança despreparada renda-se neste instante! –Ordenou Atena.

     -O verdadeiro show só está por começar... –E então ele deu uma risada digna de filme de terror, só que pior, pois era real.

     Os deuses começaram a avançar na direção de Cronos o cercando cada vez mais de perto. Até que outro movimento inesperado aconteceu, Robert quadruplicou de tamanho e seus cabelos vermelhos se transformaram em puras chamas, e por seus braços ele lançava o poder do tempo sobre tudo e todos.

    Casas, templos, estátuas, pessoas, deuses menores, chafarizes, pontes, ninfas, etc. O que quer que acabasse em seu caminho acabava envelhecendo uns cinco mil anos e por consequência ou virava pó ou estava próximo a isso.

     Os deuses se protegeram, porém apenas um se lembrou de nós, que estávamos tão vulneráveis e próximos de Cronos/Robert. Hades, uma vez mais como soube depois, protegeu seu filho criando para ele (e para nós) uma barreira que era imune aos poderes do titã.

     Olhamos em volta e todo o Olimpo estava reduzido a ruínas, nesse instante fiquei eternamente grata ao pai de Nico, acabando até me afeiçoando a ele. Depois me perguntei por que meu pai, ou o de Percy, ou Thalia ou a mãe de Annabeth não quiseram nos proteger, mas ali naquele momento não era tempo para isso.

     Naquele momento Cronos/Robert ainda estava desnorteado pela utilização máxima de seu poder, era a hora perfeita para os deuses atacarem. Mas com um rápido pensamento me toquei que talvez eu não quisesse aquilo, pois no instante que atacassem Cronos, atacariam também nosso pequeno amigo ruivo Robert.


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Notas finais do capítulo

Hey guys, espero que tenham gostado e o próximo capítulo sai em breve.
E uma dica, que tiver de bobeira querendo se distrair, Jogos Vorazes é uma boa opção, principalmente para aqueles como eu que estão esperando outra série tão boa quanto a do Percy!

Bjux



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