Dance For Me escrita por Mrscaskett


Capítulo 6
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.

Aproveitem esse cap que eu amei escrever.

Voltando ao passado e entendendo ainda mais esses dois ♥



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“Think I don't need a watch to tell the time. Think I don't need the sun to help me shine. Think I don't need a girl to be alright. Guess I didn't know...

...You're all I think about when I'm awake. Part of every night and every day. And everything's a mess when you're away...” — Shawn Mendes

 

“Acho que não preciso de um relógio para saber a hora. Acho que não preciso do sol para me ajudar a brilhar. Acho que não preciso de uma garota para ficar bem. Acho que não sabia...

... Eu só penso em você quando estou acordado. Partes de todas as noites e todos os dias. E tudo é uma bagunça quando você está longe...Shawn Mendes

 

Nova Iorque, 2010.

— Richard, você está me escutando? – Collin chama a atenção do amigo novamente.

Eles já estavam discutindo assuntos da empresa a bastante tempo, mas Richard parecia não dar a menina. Ele concordaria com tudo que o amigo dissesse, desde que ele lhe deixasse em paz por algumas horas com seus pensamentos.

Richard se endireita na cadeira e sorrir para o amigo. Os papeis sobre sua mesa parecia uma verdadeira bagunça, e ele não conseguia entender nada.

— Claro que estou. – ele diz tentando convencer o loiro, e a si mesmo, que era profissional o suficiente para tratar de negócios. Ele encara os papeis mais uma vez, tentando se situar do que o amigo discutia, mas não conseguiu nada. – o que você estava falando mesmo?

Collin riu e cruzou as pernas encarando o amigo. Ele sabia muito bem o motivo pelo qual Richard estava tão aéreo daquele jeito, ele também já ficou assim, mas no fundo sentia-se incomodado com tudo isso.

Não que Collin nunca tivesse dividido mulher alguma com Richard, ele já dividiu várias, mas agora era diferente. Ele não sabia porque, mas era diferente para ele.

— Sua mãe quer total compromisso com esses casos, Rick. – ele começa devagar. – eles tem que ser prioridade para você.

— Mamãe tem que me deixar conduzir os negócios do meu jeito. Não era isso que ela queria? Que ele queria? – ele joga os ombros enquanto se levanta para se servir de uma pequena dose de Whisky. – eu sei o jeito certo de levar a empresa.

— Até parece que você não conhece dona Martha Rodgers. – Collin ironiza.

— Ela fazia isso com o papai, o manipulava, mas comigo vai ser diferente.

— Você conhece o lema de sua mãe, apenas respeite isso.

Família e trabalho não se misturam.— Richard diz pensativo. – bom, então já que eu estou na frente da empresa, e ela não manda em nada por aqui, eu respeitarei esse lema. – Richard se acomoda em sua cadeira novamente, se jogando para trás e ficando mais confortável. – eu seguirei os negócios do meu jeito. Darei prioridade aos casos que eu achar que devo dar prioridade. Não porque minha mãe quer...

Collin respira fundo e resolve não discutir o assunto. Ele junta os papeis sobre a mesa e se prepara para sair.

— Então... vai fazer o que hoje à noite? – Richard observa o amigo, sabendo que vinha alguma coisa por aí. Mas ele já tinha planos.— pensei da gente sair, pegar algumas mulheres... você sabe, só para desestressar. Eu estou precisando.

Richard rir da cara do amigo. Ele sabia bem o que acontecia quando Collin estava querendo desestressar.

— Foi mal, mas hoje eu vou tirar um tempo só para mim. Eu também estou precisando.

Collin fica em silencio alguns segundo, estudando a expressão do amigo. Ele até podia imaginar o que Rick faria essa noite. Sentiu-se incomodado novamente, mas como todas as vezes que sentiu isso, não soube explicar porque. Ficou parado ali por um tempo. Quase imóvel. Quase.

— O quê? – Rick perguntou quando sentiu o peso dos olhos de Collin sobre ele.

— Você não está pensando em voltar naquela boate está? Rick você está obcecado por aquela dançarina! – ele fala rápido, quase atropelando as palavras. – você está interessado nela?

Richard não se aguenta e rir. Rir alto. A expressão no rosto do amigo, e o desespero em suas palavras era quase tão engraçado quanto o que ele lhe acusou.

— Não seja ridículo, Collin. – Rick rebate quando consegue se controlar. – isso seria um absurdo. Aquela mulher é capaz de mexer com qualquer homem sexualmente, mas é só isso. – Collin o olha desconfiado. – aliás, porque eu voltaria lá? Ela é apenas uma prostituta.

As palavras pularam de sua boca. Rick sentiu o gosto amargo que elas tinham, mas manteve sua postura. Era obvio que aquela mulher tinha mexido com ele de uma forma completamente estranha e nova para ele, mas não deixaria ninguém saber.

Richard podia tentar esconder seu segredo, mas Collin já o tinha visto na boate outras vezes. Ele conhecia o amigo muito bem para perceber que ele a olhava diferente. Rick podia tentar disfarçar, mas até mesmo quando negou, não conseguiu enganar seu melhor amigo.

— Então você não gostou dela. – Collin afirma, mais para si mesmo do que para o amigo.

— O que você quer dizer com gostar? – Rick começa. – porque ela é bonita, atraente... gostosa. Daria uma boa transa, mas nada além disso. – Collin sorriu e balançou a cabeça devagar, concordando com o amigo.

Ela era mesmo um furacão na cama.

— Mas gostar... – Rick continuou. Ele fez uma careta enquanto pensava. – não. Eu não gostei dela.

Collin fica em silencio, pensando nas palavras do amigo. Talvez ele estivesse ficando louco. Não, com certeza ele estava ficando louco. Porque ele se incomodava tanto com isso? Ela é apenas uma prostituta, pode sair e arrumar clientes na hora que quiser. Ele tentou se convencer disso internamente, apesar de nunca ter precisado ter pago nada para ela.

— Pensei que você tivesse ficado mexido com ela. – ele confessa.

— Não seja estupido Collin. – Rick fala firme, repreendendo o amigo. – eu sou um advogado. Um homem formado. Dono de uma das maiores empresas do país. Em que planeta você acha que um homem como eu ficaria mexido por causa de uma prostituta? – Rick subiu sua armadura de homem intocável.

— Dançarina. – o loiro corrige baixinho. Rick o olha. – ela é dançarina.

Collin não sabia bem porque estava defendendo a mulher, a pouco tempo ele concordava que ela era prostituta, porque isso agora?

Como todos os seus sentimentos, ele estava confuso. Balançou a cabeça tentando se livrar dos seus pensamentos confusos.

— Que seja. – Rick diz impaciente. Todo aquele papo já estava lhe dando nos nervos. – vamos falar de outra coisa? Ou melhor, vamos trabalhar?

— Claro. Mas antes de mudarmos de assunto, eu preciso dizer: você está muito estressado. – ele zomba o amigo, quebrando com o clima tenso que estava entre eles. – deveria voltar naquela boate e pedir uma dança particular com alguma dançarina.

Richard lança seu olhar mais duro para o amigo enquanto amassa um papel e joga nele, que sai rindo de sua sala. Collin sabia que Kate não fazia dança particulares, e talvez, talvez, Rick gostasse de outra mulher naquele lugar e tirasse o olho na que já tem dono.

Dono? Ele não era dono de ninguém.

Depois que Collin deixou sua sala, Rick não conseguiu voltar ao trabalho. Ainda era manhã e ele não tinha conseguido trabalhar nem por um segundo. Fazia dois dias que ele não aparecia na boate. Ele tinha decidido não voltar e esquecer aquela mulher que ele não sabia nem o nome. Mas estava ficando cada vez mais impossível.

Dois dias. Dois dias e já se pareciam com dois anos. Ele estava estressado e impaciente com tudo. Não conseguia trabalhar como antes, quando a via todas as noite. Três semanas e Rick havia voltado naquela boate todas as noites. A morena dançando no cano de metal era como sua luz no fim do túnel. Mesmo sem conversarem, ele se sentia bem por conseguir vê-la. Os movimentos do corpo da mulher era sexy, mas ao mesmo tempo lhe acalmava.

Ele estava pensando nela quando seu amigo o atrapalhou. Pensando em como pôde se deixar envolver por uma mulher assim tão fácil. Desde o primeiro dia ele se tornou dependente dela. Dos seus encantos. Dos seus olhos claros. Do seus movimentos. Dos seu sorriso.

Ele realmente se sentia tentado a voltar naquele lugar e pedir uma dança só para ele.

Parado de frente a janela de sua sala, ele admirava a cidade. Com um copo de Whisky na mãos e a outra no bolso, ele olhava a chuva fraca caindo, mas que não impedia as centenas de pessoas andando pelas ruas e o transito caótico.

No alto de vinte andares, ele via a cidade a seus pés. Respirou fundo e sentiu a responsabilidade que ele tinha. Jovem e dono de uma das maiores empresas de advocacia do país. A maior de Nova Iorque. O Grupo Rodgers era agora a sua responsabilidade. Tinha virado homem sem ao menos desejar por isso. Ele não era mais aquele jovem que curtia a vida. Não tinha mais tempo de saciar sua vontade de ver uma prostituta na hora que quisesse.

Seu pai já tinha ido embora. Rick enterrou seu pai a quase um mês e se tornou o homem da família. Eram apenas ele e sua mãe agora. Como havia se comprometido, ficaria um ano nesse lugar que sempre foi de seu pai. Nunca dele. Nada além de um ano. Ele sentia que todos esperavam muito dele, por ser filho de alguém que construiu um império do nada. Ele não podia decepcionar ninguém. Nem a ele mesmo.

Mas mesmo lutando contra a vontade de ir vê-la novamente, ele não conseguia parar de pensar nela. Ela era a mulher que seria capaz de fazer Rick perder a cabeça. Ele fechou os olhos e pôde lembrar da primeira vez que a viu dançando.

Seu corpo perfeitamente delineado. Seus seios intrigantes subindo e descendo por aquele poste enquanto ela se movia. Seu corpo se movendo e rebolando de um jeito que nunca tinha visto antes.

No fundo Rick sabia que voltaria lá para vê-la. Seja do seu gosto ou não. Não era por querer, era por precisar voltar lá. Por precisar vê-la. Seu coração disparou quando pensou em ver aquele corpo esculpido novamente.

Apenas uma prostituta.

Suas palavras veio em sua mente. Ele sabia que ela não era aquilo. Ela não dormia com homens, ela dançava para eles. Rick deixou um sorriso irônico escapar de seus lábios. Como ele pôde ficar mexido com essa mulher? Uma dançarina de boate que não tinha nada a ver com ele.

Espantou seus pensamentos mais uma vez e tentou voltar ao trabalho. Aqueles papeis sobre sua mesa pareciam não fazer sentido. As palavras se misturavam e ele não compreendia nada. Rick foi chamado para uma reunião. Ele estava ali, sentado na pontada mesa gigante, prestando atenção em todos que falavam, mas ele não estava realmente ali. Seus pensamentos estavam onde sempre esteve durante todo o dia, desde que acordou.

Permitiu-se ficar distraído. Collin estava ali, bem ao seu lado, tomando nota de tudo. Ele era seu braço direito agora, ele lhe colocaria a par da situação mais tarde. Tudo o que Rick queria era sair dali. Internamente ele já tinha tomado uma decisão. Estava na hora do almoço, mas hoje ele não almoçaria.

Enquanto Collin e todos os outros falavam sobre os negócios, ele sentia sua calça ficar cada vez mais apertada ao lembrar dela. Os seios fartos. A cintura fina. Suas pernas malhadas e firmes. Os movimentos ousados. Ele precisava vê-la. Ele precisava de uma noite só com ela. Ele precisava vê-la dançando apenas para seu prazer.

Sem pensar duas vezes, Rick levanta da mesa e sai da sala. Ele não responde aos curiosos que perguntam onde ele estava indo, apenas anda. Seu elevador privativo estava a sua esperando quando ele chegou na porta. Sem se importar com os olhares sobre si, e os olhares de seus clientes que estava lhe esperando, ele desce até a garagem.

Treinado, seu motorista já estava a sua espera.

— Pode deixar, Ryan. Eu mesmo dirijo. – ele passa pelo homem e entra em seu carro, arrancando com pressa pelas ruas da cidade.

Richard faz questão de xingar cada semáforo vermelho que pegava durante o caminho. A boate não era tão longe de seu trabalho, mas hoje, especialmente hoje, o caminho resolveu duplicar. O transito caótico do meio dia fez o caminho de minutos, se transformar em hora.

Ansiedade.

Nervosismo.

Medo.

Ele não sabia descrever seus sentimentos. Apenas sentia seu coração bater mais forte quando se aproximava da boate. Ele iria vê-la, e se sentia bem com isso. Rick estacionou o carro de frente a boate e respirou fundo. Era agora. Ele não aguentaria esperar até a noite para ver a mulher que roubou seus pensamentos.

— Boa tarde. – um homem bem aparentado se aproxima e cumprimenta Rick.

Ele olha pelo lugar. Nada aqui se parecia com as noite que estivera ali. o palco onde ela dança estava sendo preparado. As luzes não piscavam. O barman não está mais aqui e o bar está fechado. Não existe mais aqueles homens tarados olhando para ela enquanto ela dança para ele.

Rick encara o homem. Um terno bem feito deixava claro que ele era o homem dos negócios do lugar. Rick olha para a mesa logo atrás ao homem de um metro e oitenta a sua frente. Olhou bem para aquelas duas mulheres ali sentada. Nenhuma era a sua dançarina. Ele a reconheceria sem máscara mesmo no meio de uma multidão.

— O que o senhor deseja? – o homem chama a atenção de Rick.

Ele encara o homem por meio segundo antes de voltar seus olhos para o lugar vazio.

O que ele estava fazendo? Porque ele estava ali?

— É... – ele começa e limpa a garganta. O que tinha para falar? Ele não tinha pensado nessa parte. Ele só queria chegar e vê-la. – eu quero uma informação. – ele diz e segue seu olhar firme de volta para o homem.

— Só abrimos a noite. – ele responde firme.

— Eu quero reservar uma dança para essa noite. – novamente as palavras pulam de sua boca. Dessa vez ele se sentiu bem. Ele queria aquilo.

— Mil e quinhentos dólares a hora.

— Eu quero a noite inteira. – Rick rebate firme.

Ele não sabia de onde tinha saído aquilo, mas não pôde evitar. O homem encara Rick com um sorriso no rosto. Sorriso de quem conseguiria arrancar um bom dinheiro dele. Mas Rick não ligava. Pagaria o que fosse preciso.

— E qual a sua escolha? – homem começa, andando em direção ao bar. Ele serve uma dose para ele e outra para Richard. – se eu puder indicar uma...

— Eu quero a das dez horas. – ele não sabia o nome, mas sabia que ela sempre começava o show as dez horas da noite.

— Ah, então ele quer a Nikki. – uma das mulheres sentada a mesa diz.

— Acho que não será possível. – o homem diz. – ela já tem apresentação marcada para hoje, mas se me permite...

Rick interrompe o homem e tira sua carteira do bolso. O homem para de falar ao mesmo tempo que ele começa a tirar as notas de dentro dela.

— Eu pago dez mil por ela. – ele diz enquanto joga o dinheiro sobre o balcão do bar. – aqui tem quatro mil. Se você me garantir que ela será minha a noite inteira, você terá o restante a noite.

O homem olha para o dinheiro jogado desajeitadamente sobre o bar e sorrir. Com cuidado, ele junta todas as notas e começa a contar uma por uma.

— Então? – Rick insiste. O homem se levanta e estende a mão para ele.

— Ela estará à sua espera as sete.

— Ótimo. – Rick se levanta, mas ignora a mão do homem. – certifique-se de que ela não se apresentará para ninguém hoje. Apenas para mim.

O homem assente.

— Seu pedido é uma ordem.

Rick dá uma última olhada pelo local e sai. Ele só teria que esperar mais algumas horas.

♦♦♦

— Bem na hora. – o homem que o recebeu mais cedo fala assim que o ver.

Rick olha o lugar, já movimentado. Algumas mesas já estavam ocupadas por homens. Ele dá mais uma olhada, se certificando de que ela não estava em público. A música já estava alta e as luzes piscavam de acordo com o ritmo da música. Garçonetes seminuas circulavam pelo lugar, oferecendo bebidas.

— Não nos apresentamos ainda... – o homem começa diante ao silencio de Rick, e estende a mão. – Josh. Dono desse lugar.

Dessa vez Rick aceita a mão, apertando-a firme.

— Richard. – disse sério, deixando seu sobrenome fora de jogo. – então?

— Ela está a sua espera. Como o combinado. – Josh mostra o caminho. – me acompanhe.

Rick o segue atravessando todo o lugar. Eles entram em um corredor escuro, iluminado apenas pela numeração das portas que brilhavam. Josh abre a porta e aponta a sala para Rick. Ele deu um passo e entrou no lugar, olhando em volta.

Richard respirou fundo. Isso era uma loucura. Tinha tudo para dar errado, mas ele tinha que ir em frente. Tinha que ver essa mulher de novo. Tenha que tê-la mais próximo. Ele precisava disso.

— Conhece as regras? – a voz de Josh o tira de seus pensamos.

— Sem sexo. – ele diz. – todos conhecem essa regra. – Rick se vira para o homem.

— Sem sexo. Sem toques. – Josh diz sério. – se você tocar nela, nós a tiraremos daqui.

— E como vocês vão saber?

Josh solta um sorriso irônico.

— Acredite, nós sempre sabemos de tudo. – ele ameaça sair, mas volta. – você pode pedir o que quiser a ela, desde que não envolva sexo. Ela pode tocar em você a vontade, mas você não pode tocar nela. – ele avisa novamente.

— Ok.

— Fechamos a meia noite. – ele lembra a Rick. – divirta-se. E se precisar de algo, é só apertar o botão ao lado do sofá.

Josh fecha a porta atrás de Rick e ele segue até o sofá. Automaticamente a iluminação mudou. Uma luz baixa amarela deu um toque especial ao lugar. A sala cheia de espelhos com um palco no meio. O poste que ela tanto tinha habilidade estava ali na frente para seu show particular.

Rick se concentrou no que não pode fazer. Seria difícil, mas ele tentaria. Não tocar. Não tocar. Não tocar. Ele repetia mentalmente. A porta se abriu devagar e uma música começou a tocar. A silhueta dela apareceu em meio a uma fumaça no fundo da sala. Rick se ajeitou no sofá.

Kate se aproximava devagar. Ela nunca tinha feito isso antes, e ensaiou a tarde inteira para isso. Mas seu estomago insistia em revirar. Ela estava nervosa ao pensar em quem poderia ser o homem que pediu uma noite inteira por ela. A ânsia de pensar que poderia passar a noite inteira dançando para um velho tarado lhe veio à tona.  

Só mais uma semana. Ela repetiu para si enquanto se preparava para o show.

Aos poucos o homem sentado no sofá ia sendo revelado. Sorriu aliviada ao perceber que não era nenhum velho tarado. Kate observa o homem desabotoar seu terno e se sentar ereto no sofá, como se quisesse chegar mais perto dela. Kate sobre no palco e segura firme o cano, dando uma volta completa até seus olhos cruzarem com os dele.

O moreno misterioso. Ela sorriu abertamente.

Faziam dois dias que ele não aparecia. Particularmente Kate se sentiu desapontado. Ele tinha assistido tanto sua apresentação que tinha perdido o interesse nela. Mas ela estava errada. Completamente errada. Seu coração saltou ao ver o homem sentado. Ele estava de volta.

Os olhos azuis que ela nunca esqueceu está bem a sua frente. Mais perto que nunca. Seu moreno perigoso. Seu moreno misterioso. Ela para de frente para ele, encarando-o. Sem mascaras como das outras vezes. Ela se sentia exposta para ele. Live de farsas.

Rick desce seu olhar por todo o corpo de Kate. Quando seus olhos voltam a se encontrar, ela se sente tímida. Mesmo sentado à sua frente, ele parecia inatingível. Sua mandíbula travada com força. Ele a olhava firme. Seus olhos presos um no outro.

— Dançarei para você essa noite. – ela começa devagar, passando as mãos pelo seu corpo sedutoramente. – deseja alguma dança especifica ou...

— Só dance. – ele a corta com a voz firme e intimidadora.

Kate assente e começa a dançar. Ela se movia sobre o cano subindo e descendo, girando e passando seu corpo por ele. Kate fez as manobras mais sexy que ela conhecia. Rebolava seu corpo no ritmo da música incansável. Rick apenas a olhava com seus olhos desejo querendo mais. Rick não se dava o trabalho de olhar para o corpo dela, ele já tinha a imagem dele preso em sua mente, ele olhava para os olhos intrigantes que ela tinha. Olhava para o seu rosto, que pela primeira vez, estava livre das máscaras que ela usava.

Rick se sentia satisfeito por tê-la ali só para ela, mas queria mais. Sempre mais. Usando apenas dois dedos, ele a chama para perto. Kate sorrir, pensando em negar em esse pedido, mas seu corpo desejava essa aproximação. Sem precisar que ela comande, suas pernas se movem na direção do homem.

Kate desce o pequeno palco no meio da sala e para de frente ao seu moreno perigoso. Estar seminua a frente dele não foi constrangedor. O olhar que ele lhe transmitia a fazia se sentir bem. Ele gostava do que via.

“Você pode dançar para ele, seduzi-lo”. Kate lembrou-se das dicas de Lanie quando lhe ensinava o trabalho. Ela começou a se mover sedutoramente na frente dele, encaixando-se entre suas pernas abertas. Kate contornava seu corpo com suas mãos, e Rick a seguia com o olhar. Sua mandíbula não estava mais rígida, ele estava hipnotizado por ela. Kate olhar para ele quando ele se move, arrumando suas calças que já entregavam o volume que crescia ali. Ela sorrir satisfeita. “Se você quiser, pode se movimentar bem perto e provoca-lo de verdade”.

Kate seguiu os conselhos da amiga e se aproximou ainda mais dele. Os olhos de Rick araram nos seios fartos a sua frente. Ele morde o lábio, controlando o desejo que tinha de prova-los. Kate sorrir satisfeita. Ele a desejava, e isso fez ela se sentir orgulhosa por dentro.

Ela fechou os olhos quando sentiu o toque das mãos grandes e firmes em sua cintura. O calor que ela transmitiam a fez estremecer. Kate o encara e ver o quão seus olhos azuis estão escuros. Ela se inclina sobre ele, alcançando seu ouvido.

— Isso é contra as regras. – ela avisa em um sussurro.

— É quase impossível resistir. – ele rebate. A voz rouca contra a pele do pescoço dela, a faz fechar os olhos e conter um gemido. – seu corpo é perfeito.

Kate esconde um sorriso de satisfação em seu rosto. Lentamente ela leva suas mãos até as dele. O toque de suas mãos fez uma troca de energia e desejo atravessa os dois. Kate se afasta a ponto de encontrar os olhos dele.

— Você não pode me tocar. – ela repete as regras enquanto afasta as mãos dele de seu corpo. Sentiu um vazio. Queria poder senti-lo mais.

Kate fica em pé novamente. Os olhos desejosos dele ainda a encaravam. Rick tira o paletó e se acomoda no sofá. Todos os músculos do corpo dela se contraem quando ela o ver com a camisa social desenhando o corpo musculoso dele.

Ainda entre suas pernas, Kate se vira de costa. Ela não podia encara-lo por muito mais tempo. Aqueles olhos eram capazes de lhe dar o melhor e maior orgasmo de sua vida se continuassem assim. Kate sente ele se mover no sofá. Ela reza internamente para que ele não a toque. A casa tem uma regra de dois toques, no terceiro ele seria expulso, e a noite estava só começando. Ela queria aproveitar casa momento com ele.

Rick estava próximo dela novamente. Ela sentia o calor das mãos dele em sua cintura, mas não a tocavam. Kate fecha os olhos e morde o lábio. Seu coração saltitante dentro do seu corpo. Cada fibra que lhe penitencia gritava por mais. Ela podia toca-lo.

Em um movimento rápido, que Rick não teve tempo para registrá-lo, ela se virou e empurrou seu corpo contra o sofá. Ele a olhou intrigado, mas não menos intenso que antes.

Desejo.

Excitação.

Luxuria.

Seus olhos demonstravam tudo.

Lentamente, provocando-o com cada movimento de seu corpo, ela sobe no sofá. Uma perna em cada lado do seu corpo, prendendo-o entre elas. Em pé sobre o sofá, ela olhava para ele. De cima para baixo. Com a cabeça inclinada, ele a olhava de volta. Em seus olhos. Sempre sem seus olhos. Talvez fosse isso que o fazia diferente dos outros. Ele sempre a olhava nos olhos. Não importa o quão atraente ela fosse, não importa se ela estava vestida ou nua, ele sempre a olhava nos olhos. Ele não ignorava seu corpo, mas preferia seus olhos. Isso a excitava.

Gloriosamente, ela se senta sobre as pernas dele. Mesmo sem querer, ela sente seu membro. Ela faz um esforço para manter seus olhos abertos, mas a vontade que tinha era de fecha-los e se deixar levar pela imaginação.

Involuntariamente, Kate sobe suas mãos pela peitoral firme que ele tinha. Olhos nos olhos. Dessa vez eles estavam mais próximos que nunca, o que deixava tudo ainda mais intenso. Ela se apoia sobre os joelhos e começa a dançar sobre ele, sentindo-o ficar cada vez maior sob si. Kate sorrir vitoriosa, jogando a cabeça para trás e sentindo as pontas dos seus cabelos acariciar sua pele.

— Não parece justo. – ele murmura e ela o encara.

A respiração forte dele batendo contra o seu rosto.

— O que não parece justo?

— Você pode me tocar e eu não. – Kate sorrir.

— Você pode se tocar. Só não pode me tocar. – ela provoca.

— Isso parece ainda mais injusto. – ele entra na onda, com um sorriso em seu rosto.

Kate o admirou. Ele era lindo com sua pose de homem intocável, mas era mais lindo ainda quando sorria.

— Foi para isso que você me pagou.

— Eu pago o dobro. Agora. – ele fala firme, mas ainda com o sorriso no rosto. – Pago quanto for, só para te tocar.

— Sexo não faz parte do serviço. – ela murmura bem perto do rosto dele.

— Eu não falei em sexo. – ele se defende, erguendo seu corpo e os deixando ainda mais próximo. – só para te tocar.

Kate se sente imediatamente excitada diante ele. Seus peitos quase se tocavam. Seus rosto roçando um no outro. Rick se concentrava em manter suas mãos sobre o sofá e não cometer nenhum erro. Ele mantinha o sorriso safado em seu rosto. O calor entre eles fez o desejo aumentar ainda mais.

O desejo estava exposto nos olhos dos dois.

Suas intimidades quase se tocando.

A excitação aumentando.

A respiração ficando cada vez mais pesada.

Kate ameaça se levantar e sair daquele contato. Ela não se controlaria se continuassem assim, tão próximos. As mãos decididas dele a seguram firme pela cintura novamente, puxando-a para seu colo. Kate perde o ar por um segundo, e não consegue conter um gemido quando sente seu corpo ser pressionado contra o dele.

— Você não pode me tocar. – ela avisa. Sua voz tremula.

— Eu não ligo. – ele diz antes de avançar nos lábios dela.

Kate tenta escapar, mas o beijo duro e possessivo dele a faz desistir. Ela o beija de volta. Seus corpos colados, Rick a segurava firme contra seu corpo. Kate passa suas mãos pelos braços fortes dele e sobe até chegar nos seus cabelos perfeitos, sentindo-os sedosos e macios. Um gemido escapa de seus lábios entre o beijo. Kate se entrega por completo naquele momento. O tempo parecia parar. A música parecia estar longe. O lugar parecia outro, um lugar só deles sem regras.

Dois pares de mãos a seguram firme e a puxam para longe dele. Rick tenta mantê-la ali, mas não consegue. A frustação de serem separados estavam presos em seus olhos. Kate tropeça e quase cai, mas é amparada por um dos dois seguranças que a arrancaram de seu moreno. Rick se sentiu incomodado com o par de mãos no corpo da mulher. Ele tenta se aproximar, mas é barrado.

Richard tenta não se afastar, mas o segurança já o levava para fora da sala. Ele se deixa levar, mas sustenta seu olhar no dela até o último momento. Tudo aconteceu tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo, que os dois ainda estavam em estado de êxtase.

Assim que Richard sumiu da visão de Kate, ela se arrepende. Olhando em volta, a confusão que aquilo se tornou, e tudo por causa dela. Onde estava com a cabeça para ceder aos beijos e provoca-lo daquela maneira?  Sua mente gritava.

— Você está bem? – Javier lhe pergunta preocupado. Ele voltou para a sala assim que conseguiu expulsar Rick da boate, com o aviso de que ele não voltasse mais.

— Estou. – ela responde ainda atordoada com a situação. – você o colocou para fora? –Kate pergunta preocupada. No fundo, ela se culpava pelo o que aconteceu.

— Fique tranquila. – ela diz fazendo carinho no braço dela. – ele não voltará mais.

Kate balança a cabeça. Não sabia se aquilo era bom. Ela queria que ele voltasse. Queria vê-lo e dançar para ele mais vezes. Mas agora era impossível. Kate aceitou o roupão que Javier lhe ofereceu e foi até seu camarim.

Tudo estava vazio. Ainda era cedo e todas as outras garotas estavam dançando ou servindo as mesas. Ela sentou-se na cadeira e se olhou no espelho de sua mesa. O que aconteceu? Porque cedi aos desejos que cresciam dentro de mim? Ela se perguntava com lágrimas nos olhos.

— Tome. – ela escutou a voz próxima e sua mão depositar um copo na mesa. Javier. Ela sorriu.

— O que é isso? – ela o olha confusa.

— Whisky. Tome. – ele se senta ao seu lado. – olha, eu sei que ela quando a Lanie te falou que aqui é tranquilo para trabalhar, ela não estava se referindo a essas situações.

— É. – Kate diz enquanto bebe um grande gole do liquido quente, que desce rasgando sua garganta a ponto de fazê-la fazer uma careta. – mas é de se imaginar que algo do tipo aconteça.

— O cara é um amador. Não tem experiências com esse tipo de situação.

— Javi, não precisa justifica-lo. – Kate não se arrependia do beijo e de senti-lo tão próximo, ela se arrependia da forma como aconteceu, de ser responsável pela forma como os seguranças foram com ele. Mas o beijo... ela queria repetir.

— Eu sei... – Javier começa, analisando a amiga. – mas quando a Lanie viajou eu prometi que cuidaria de você. – Kate sorrir com a declaração.

Mesmo longe, Lanie cuidava dela. Lanie e Javi tem uma relação especial. Ela uma dançarina e ele um segurança. Kate se pegou imaginando se algo assim acontecesse com a Lanie, o que ele faria? Já é louco o suficiente ter ela dançando para outros homens enquanto ele fica na porta.

— E você está cuidando. – ela assegura o amigo. – se não fosse por você hoje... – eu teria transado com aquele cara. Sua mente completa, mesmo que contrariada.

— Você pode ir para casa, Kate. – ele diz sorrindo.

— Mas a noite acabou de começar... eu ainda posso dançar.

— Não. – ele balança a cabeça. – você só tinha essa dança a noite inteira. Estragando ela ou não, o cara pagou.

— Ele ainda pode voltar? – ele pergunta com um fio de esperança em sua voz.

— Se voltar, você não dançará mais para ele. – Javier pisca e se levanta. – vá se trocar. Se precisar de alguém para te acompanhar até em casa... – ele se inclina sobre ela e beija sua testa. – é só falar. – completa.

Kate agradece antes do amigo sair de vez de seu camarim. Ela se encara no espelho novamente. A maquiagem não era tão pesada quanto nas outras noites, e se não fosse a falta de roupas, ela se sentiria bem com isso. Kate olhou a tela de seu celular brilhar com a chegada de uma mensagem. De repente seu coração começou a bater mais rápido.

Ela precisava se sentir bem. Precisava sentir que ainda era ela mesma. E nada melhor que isso do que sair com a pessoa que sempre a fez se sentir bem desde que chegou a Nova Iorque. Ela pega o celular e, ignorando a mensagem, ela disca o número que sabia decorado.

— Alô. – ela sorriu ao ouvir a voz arrastada dele.

— Oi, sou eu – ela murmura.

— Oi, tudo bem? – a voz dele parecia surpresa. Já fazia alguns dias que não se falavam.

— Sim. – ela mente. Kate não estava nada bem. – só preciso de companhia essa noite.

Ela escutou quando um sorriso escapou dos lábios dele.

— Você não está trabalhando? – Kate ficou calada por um segundo. Ele era o único que a via trabalhando e mesmo assim não tinha nojo dela. Ele a desejava.

— Não. – ela afirma. – estou de folga hoje.

— Que pena, queria ver seu show hoje. – ele diz com seu tom mais malicioso.

— Posso fazer um show particular. – ela entra no jogo dele.

Seria seu segundo show particular. Mas diferente do primeiro, esse terminaria da melhor maneira possível.

— Ótimo. – ele diz contente. – sua dança me relaxa, e hoje eu estou precisando relaxar.

Kate sentiu seu corpo inteiro estremecer. Ela sabia o que acontecia quando ele precisava relaxar. Mas talvez isso fosse exatamente o que ela precisava. Ele não faria nada do que ela não quisesse, mas hoje Kate estava disposta a tudo.

— Onde te pego? – ele insistiu diante ao silencio dela.

— No mesmo local. – ela avisa e desliga. Eles não precisavam de muito para se comunicar.

Kate tira sua maquiagem e sua roupa. Ela se tranca no banheiro do camarim e toma um banho rápido, e mesmo depois de tentar tirar o cheiro dele de seu corpo, ela não conseguiu. Ele parecia estar impregnado em sua pele. Desistiu. Guardaria aquele cheiro no seu corpo o máximo possível. Dançaria para outro imaginando dançar para ele. Seu moreno misterioso.

Depois do banho ela se preparou para sair. Seu celular tocou e ela não precisava ver para saber que era ele. Respirou fundo. Hoje a noite seria diferente para eles dois. Kate saiu pela porta de trás da boate e viu o carro parado a sua espera. Collin desceu o vidro do carro e sorriu para ela.

Kate sorriu de volta, mas não se sentiu como antes. Para ela, era fácil se sentir atraída por ele. Britânico, loiro, olhos claros, charmoso e engraçado. Qualidades necessárias para Kate quando se tratava apenas de sexo. Sexo. Era só isso. Não existia sentimentos, emoções e nada todo tipo. Era desejo, atração e tesão.

Collin e Kate costumavam ligar um para o outro, e não era precisa de palavras, bastava uma ligação para saberem suas reais intenções. Quando Kate não estava a fim, ela não atendia suas ligações, assim como fez nessa última semana. Desde que ela começou como dançarina da boate, ele ligou todas as noites para ela, e ela correspondeu. Mas na última semana, não se sentia mais atraída por ele, até sua mensagem mais cedo.

Kate sentiu que precisava de alguém que a fizesse esquecer essa noite. Que a tratasse como ele a tratava, e Collin apareceu na hora certa. Mas agora, parada de frente a seu carro, olhando para ele, vendo os brilhos de seus olhos e seu sorriso charmoso, ela não sentiu nada.

Não tinha desejo.

Não tinha atração.

Não tinha tesão.

NADA.

Mas ainda assim ela precisava dele. Precisava esquecer essa noite. Precisava tirar o seu moreno misterioso da cabeça, e essa era sua melhor chance. Respirou fundo e entrou no carro.

— Fiquei feliz que me ligou. – ele diz com seu sotaque charmoso. Kate sorrir. – eu estava pensando que você não queria mais me ver.

— Sempre vamos nos ver. – ela diz se inclinando sobre ele, sussurrando em seu ouvido. – você não é a única que precisa relaxar essa noite.

Collin sorriu. Era disso que ele precisava para saber que essa noite não teria limite entre eles.

— Vamos? – ela pergunta com a mão sobre a perna dele, apertando-a com firmeza.

— Vamos.


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