Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

De repente Esme me faz uma pergunta como se ainda não me conhecesse. Ela já me conhece melhor do que jamais alguém conheceu. De dentro para fora. Primeiro ela conheceu minha mente, como funciona, ao contrario dos meus colegas que vêem o exterior e raramente chegam mais fundo. Não sei como explicar, mas ela foi fundo; conheceu quem eu realmente sou de verdade. Sem máscara nenhuma. Por isso eu acho estranho ela perguntar para mim:

— Eu gostaria de conhecer mais minha filha – diz Esme me olhando nos olhos tão intensamente que não aguento e olho para minhas próprias mãos em meu colo para desviar e não ter de encará-la.

Mais uma vez ela coloca a mão sob meu queixo e ergue a minha cabeça para olhar para ela. Claro que eu senti um arrepio com o toque gelado de seus dedos longos e finos. Como antes. Meu coração deu uma pirueta como todas as vezes que ela me toca, mesmo levemente. Foi uma reação tão audível para mim que tenho certeza que ela também ouviu.

— Minha filha, – ela diz com a voz suave e doce. – não fique assim.

— Seu olhar me deixa assim, mamãe. Me desculpe, eu não faço mais se você não gosta.

Ela sorri afetuosamente por causa da minha confissão. Só agora vejo a blusa dela, roxa também, toda manchada com as minhas lágrimas.

— Sua camiseta, mãe... me desculpe.

— Filha, não precisa se desculpar por ser assim tão doce e meiga. É exatamente por isso que eu me apaixonei por você, querida. Não se preocupe com a minha roupa. Você vale muito mais do que qualquer vestido.

— Ah mãe, obrigada – digo emocionada por essa declaração tão sincera. Eu não esperava. Mesmo que eu estivesse dando tanto afeto não esperava receber o mesmo carinho. Na verdade nunca recebi de volta o tanto de amor que eu demonstrava.

— Quando é seu aniversário, filha? – Esme me faz uma pergunta simples, nada estranha nem incomum como eu estava preparada. Mas nós duas sentimos instintivamente que algo nos liga. Uma força sobrenatural.

Sei que isso não seria tão admirável sendo ela um ser sobrenatural, mas eu não sou desse universo mítico. No entanto há algo a mais entre nós que não pode ser explicado racionalmente com as leis normais da natureza.

— Meu aniversário é dia 21 de outubro – ela sorri ao ouvir minha resposta. Ela já sabia, de alguma forma sentia que uma força sobrenatural nos unia.

— Somos duas librianas então – Esme não esconde a sua satisfação. – Eu sabia que você só podia ser de libra. Tão parecida comigo. Eu nasci dia 16 de outubro de 1895. Vamos nos dar muito bem... não que se você não fosse libriana, eu não iria me dar muito bem com você. Tenho filhos de quase todos os signos e me dou bem com todos eles. Relativamente bem com todos eles. Ai deles se não me respeitassem... – ela ri bem-humorada.

Eu rio com ela. Posso imaginar o que ela ‘faria’. Não que Esme recorresse à violência, mas se fosse necessário... Se ela me batesse eu iria morrer na hora. Não iria quase morrer como meu pai humano quase me matou. Ela me mataria antes que eu piscasse. Bem, mas eu não preciso ter medo, ela JAMAIS faria isso comigo. Por isso quero viver com eles. Eu tenho certeza que nem ela nem Carlisle me agrediriam. Nem eu me comportaria de maneira que os provocasse. Eu não era uma criança má. Apanhava sem merecer. Tanta violência era desmedida. Apanhava de graça. Pra mim não tinha e nunca terá graça nenhuma.

— Quero saber mais de meus irmãos – digo receosa.

— Claro filha, você tem todo o direito de saber. Vou lhe contar tudo. Alice e Jasper são piscianos, eles fazem aniversario dia 13 e 14 de março, respectivamente. Emmett é taurino e Rosalie é canceriana. Mas as pessoas imaginam que ela e Jasper são irmãos gêmeos e nós então dizemos que são. Edward é geminiano, ele faz aniversário dia 20 de junho e Bella e Renesmee são de virgem. As duas fazem aniversário dia 13 e dia 10 de setembro.

— E papai? – Não sei se Esme vai gostar que eu chame Carlisle assim. Não somos tão chegados. Mesmo que venhamos a ser, ainda não somos.

— Carlisle é aquariano.

— Que dia é o aniversário dele?

— Primeiro de fevereiro, ele acredita. Pode ser alguns dias antes ou depois, mas não importa, esse é o dia que comemoramos.

— E que dia vocês dois se conheceram, mãe?

— Dia 20 se novembro de 1911.

— E que dia vocês se casaram?? Comemoram esses dois dias todos os anos?

— Dia 20 de dezembro de 1921. Sim, filha. Sempre celebramos de alguma forma – Esme faz uma expressão que eu entendo como se ela ficaria ruborizada se pudesse. Não precisa dizer como comemoram eu já entendi.

— Meus irmãos moram aqui com vocês? Onde eles estão? – olho para os lados procurando ver alguém.

Mudo de assunto para não deixar Esme constrangida. Não que ela se arrependa de amar papai, mas dou um tempo para ela ‘respirar’. O amor entre ela e papai é tão lindo mesmo depois de tantos anos ainda é tão intenso. E sempre será assim, pois eles nunca irão envelhecer e sempre estarão exatamente como agora. Se eles envelhecessem é claro que não iria mudar muito, mas eles são o que são, e são adoráveis por isso mesmo.

— Eles estão todos nos EUA, filha. Bella e Edward estão na faculdade em Hoquiam. Alice e Jasper estão no Mississipi descobrindo mais informações sobre a vida dela. E Emmett e Rosalie estão em Nova York – dá para sentir a tristeza dela causada pela separação. Ou eu é que sinto, pois sempre fui mais sensível.

[Na verdade eles estavam nesses lugares quando ela e Carlisle vieram para o Brasil, agora eles estão todos morando em Seattle como numa república. Irmãos morando todos juntos sem os pais.]

— Ah mamãe, sinto muito. Mas pense que eles estão bem e logo vocês vão se encontrar – mal posso imaginar quando eu encontrar com meus irmãos. Nem sei o que eu vou fazer. Não faço ideia de como irei reagir.– Mas porque vocês não estão juntos? – pergunto, mas claro que eu sou grata por ela ter vindo morar no sul do Brasil. Se ela não tivesse vindo para cá nós não teríamos nos conhecido e ela não teria me salvado.

Se as coisas acontecessem como ocorreram, eu provavelmente estaria morta a essa altura. Não teria denunciado meu pai e ele teria me matado por fim. Como quase fez. Ele teria finalizado o que começou. Foi um ensaio e ele teria dado o golpe fatal. Pensar nisso me arrepia. Se ele seria preso por isso não sei, talvez não.

— Aconteceram algumas coisas e tivemos que nos separar por um tempo... – eu sei que ela não quer me dizer o que aconteceu. Não agora, mas um dia ela vai me dizer, tenho certeza, quando estiver preparada. – Ficar longe de minha neta me faz sofrer muito. Mas Carlisle me assegurou que ela não cresce mais tão rapidamente quanto nos primeiros meses.

— Ela crescia depressa?

— Sim. Entre Bella descobrir que estava grávida e dar à luz se passou menos de 15 dias. A gestação durou aproximadamente 28 dias ao todo. Em poucos dias Renesmee já parecia ter 7 anos e não três meses de idade.

— Uau! Imagino quanto é difícil para você ficar longe dela.

— Mas vamos nos ver no final do ano. Planejamos uma viajem para lá. você vai conosco, claro.

— Já? – eu não esperava que fosse tão rápido que fosse encontrar meus irmãos.

— Não tenha medo, querida – Esme percebe meu medo e a razão para isso. Não sou tão difícil de ler, ao menos não para ela. – Eu vou estar ao seu lado e protegerei você se for preciso.

— Claro mamãe, eu sei. Mas eles são muitos e você é apenas uma.

— Carlisle está do nosso lado também.

— Mesmo assim, vocês são dois e eles sete.

— Não precisa ter medo querida. Nenhum deles vai te atacar, não se preocupe. Eles não ousariam desagradar a mim ou Carlisle fazendo algo tão desprezível. Somos vampiros, mas não fazemos mal para as pessoas.

— Mesmo assim, mãe. E se eles não gostarem de mim?

— Ah, com certeza Alice já deve ter visto você e eles já estão de sobreaviso.

— Como Alice pode ter me visto?

— Ela tem o dom de ver o futuro. Mas o futuro que ela vê não é preciso e está sujeito às escolhas das pessoas.

— Ela já me viu vampira então? Eu já escolhi, quero ser uma Cullen.

— Talvez sim, mas quem irá transformá-la?

— Prefiro que seja você Esme.

— Mas eu nunca fiz isso Carol, tenho medo de matar você.

— Você vai me matar mesmo. Não tenho que morrer para virar vampira?

— Sim, mas eu quero dizer ‘matar’, matar de verdade. Para sempre, nunca mais te verei. E ainda mais, é tão difícil parar quando começamos, tenho medo de não conseguir... Não quero perdê-la definitivamente.

— Você vai conseguir Esme, eu confio em você.

— Obrigada pela confiança querida, mas eu prefiro não arriscar. Sua vida é muito preciosa para mim. Não quero perdê-la por um descuido.

— Esme, isso é tão lindo! – digo com a voz embargada de emoção. – Eu posso tomar seu veneno então? Você não precisa me morder, não quero fazê-la sofrer.

— Mas eu me sentirei culpada ao vê-la se contorcendo e gemendo por causa de mim, mesmo que indiretamente. Eu saberei que você tem o meu veneno em seu corpo. Será minha culpa.

— Isso é escolha minha. Eu estarei passando por isso por opção minha. Já apanhei tanto por nada, ao menos agora terá um objetivo.

— A dor é tamanha, filha, que você vai querer morrer. Eu me lembro perfeitamente quando eu passei por isso. A dor da transformação é a nossa maior lembrança.

— Não importa. Eu não quero perder você mãe. Não quero viver separada de você. Você não merece. Você merece me ter para sempre do seu lado.

— Eu também não quero perdê-la, sweetie. Não imagino minha vida mais sem você. Você faz parte do meu mundo agora. É uma das minhas flores.

— Oh mamãe. Você também é um anjo para mim.

— Obrigada, querida!

— Mas voltando à pergunta; o que aconteceu ano passado? – insisto uma vez e se ela não quiser me dizer, desisto. Não vou pressioná-la mais. Eu detestava ser pressionada e não faço isso com ninguém, pois eu sei como se sente alguém pressionado.

— Tudo bem filha, vou lhe contar. Você vai ter de saber mesmo e é bom que saiba desde já e é melhor que eu conte para você – ela pausa um pouco, pensa em como me dizer e  continua... – Sabe os Volturi? - claro que eu sei sim, tinha que começar justamente por essa parte? Sinto um arrepio ao ouvir esse nome. Essa era a intenção. Impressionar logo de cara.

[: Se os pais vampiros precisassem ameaçar os filhos como os pais humanos faziam com o homem do saco, eles diriam algo como ‘se você não fizer tal coisa, vou chamar os Volturi’. rsrsrs

— Sim – digo baixinho, encolhida de medo. Tanto medo que até a minha voz se retrai.

— Nosso último encontro não foi muito amistoso. Na verdade os Volturi ficaram furiosos por sermos tantos e de certa forma uma ameaça ao seu poder, embora nós nunca desejamos competir com eles. Apenas a nossa existência já era uma afronta.

— Não entendi mãe, só por causa disso eles iriam eliminar vocês?

— Não, mas no fim das contas depois que o mal-entendido foi resolvido e eles não tinham nenhum pretexto, era isso que quase fizeram. Sobrevivemos graças ao escudo da Bella.

— Escudo? – só consigo pensar na peça de armadura medieval. Será que ela pode se transformar num objeto? Bom, faz sentido, porque nas lendas os vampiros viravam morcegos. Mas jamais iria imaginar que poderiam também se tornar objetos. – O que é isso? – não entendo como uma pessoa ou um vampiro pode ser uma coisa. Será que então os vampiros não se transformam em morcegos, mas em objetos? Não vejo muita utilidade e vantagem nisso. Por que? Para que? Para outro usar? Como?

— Alguns vampiros tem algumas habilidades extras quando são transformados. Edward por exemplo pode ler a mente das pessoas ao seu redor.

— Uau! - isso sim é legal.

— Bella pode projetar uma barreira para nos proteger de um ataque – tento imaginar o que ela está me dizendo. Agora faz sentido e é extremamente útil. Consigo imaginar como um campo de força. Isso é espetacular!

— Quer dizer que eu também poderia fazer algo como mover objetos com a força do pensamento quando for transformada?

— Sim, minha querida. Mas não se preocupe. Não sabemos se você terá ou não algum dom e isso não é fundamental. Meu amor é incondicional. Amo você do jeito que você é, filha.

— Você também pode fazer algo mamãe?

— Creio que não. A não ser que você considere amar um poder.

— Vampiros geralmente não amam, não é mãe? Então esse é sim um poder que você tem... Nem todos os vampiros tem dons, então?

— Creio que não, nem todos nós temos uma habilidade extra, além das básicas de todos os vampiros. Carlisle tem uma teoria sobre isso. Ele acredita que algumas das habilidades de nossa vida humana são intensificadas quando somos transformados em vampiros. Assim como nossos sentidos.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Soundtrack: unconditionally, kate perry
https://www.youtube.com/watch?v=XjwZAa2EjKA
the power of love, celine dion
https://www.youtube.com/watch?v=Y8HOfcYWZoo



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