Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 65
Epílogo.




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O escritório estava silencioso. A parede cheia de livros tinha um faltado. As janelas estavam abertas dando ao ambiente uma claridade excepcional e que dispensava as luzes. Todo o ambiente era feito de moveis escuros. A mesa estava organizada, os papeis divididos nas pilhas certas e todas as canetas no seu lugar, não parecia mais que haviam virado a noite ali.

A empregada da casa fizera um bom trabalho e por isso hoje de manhã já era possível avistar uma garota sentada na poltrona. Dezesseis anos e um livro no colo. Os cabelos loiros caiam nos ombros e chegavam até os seios. Os pés estavam em cima da mesa e parecia incrivelmente concentrada no que lia quando a porta foi aberta.

- Eu sabia que você estava aqui. – disse à mulher que entrara.

Os cabelos escuros caiam em cachos soltos até o meio das costas. Usava um vestido azul claro tomara que caia e com uma faixa preta em baixo dos seios que disfarçava a barriga de quatro meses. Assim como uma sandália de salto baixo.

A garota sorriu fraco e tentou esconder o livro que segurava. Percebendo a movimentação rápida a mulher franziu os olhos.

- Você o pegou de novo? – ela falou olhando para a garota que derrotada assentia e colocava o pequeno livro na mesa.

A mulher caminhou até a mesa e pegou o pequeno livro. Tinha uma esverdeada e o símbolo do Olimpo na capa. Estava todo escrito à mão e o colocou de volta na estante no seu lugar.

- Você sabe que não deixo as pessoas o lerem. – ela falou olhando para a garota enquanto ia até a porta do escritório. – Nem tocá-lo, porque insiste?

- Você deveria, é muito bom, e a propósito eu já tinha acabado não vai me ver com ele mais. – a garota falou seguia a mais velha. – Mas duas pessoas escreveram nele além de você.

 - Eu só descobri isso depois que já estava escrito e tinha prometido pra pessoa que me deu que não arrancaria as páginas nunca. – ela falou fechando o escritório e caminhando em direção a escada.

- Quem te deu? – a garota perguntou curiosa. – Você nunca fala dele, é a primeira vez na verdade.

- Eu não tinha terminado, eu acabei ontem de noite. Tinha algumas coisas que eu precisava lembrar com precisão. – ela explicou.

- Agora tudo bem, sabe, as pessoas lerem? – a garota se jogou no sofá enquanto a outra se sentava do lado dele.

- Acho que sim. A pessoa que deu queria isso, que outras pessoas lessem... Só que queria que eu fosse a porta voz de tudo isso, talvez por estar diretamente envolvida e indiretamente ao mesmo tempo.

- Entendo, eu acho. – a garota disse pensativa. – A propósito, quem você falou que tinha te dado? – tornou a perguntar.

- Não tinha dito. – a outra sorriu. – Meu pai.

- Vou conhecê-lo um dia? Você fala dele, mas não sei quem é.

- Você já o viu, não seja assim, só não falou com ele.

- É... Dá no ... – a garota foi interrompida pelo som da campainha.

- Acho que nós duas sabemos quem é...

A mulher se levantou seguida pela garota e abriu a porta. Ali estava um homem cabelos meio grisalhos, olhos azuis, um sorriso doce.

- Olá. – a mulher sorriu.

- Tudo bem? – o homem respondeu. – Meu deus, você já esta tão barriguda. – ele falou passando a mão de leve na ainda pequena saliência.

- Verdade, aqui está ela, Peter.

- Obrigada, Lola. – ele respondeu. – Sua mãe queria vir, mas sabe como ela é quando está trocando os moveis.

- Claro, e sempre que precisar, Julieta pode ficar aqui. – ela respondeu. – É bom ter alguém pra conversar de vez em quando.

- De folga, hoje? – ele disse.

- Sim, passei a noite anterior de plantão. Agora só amanhã de manhã. – ela falou quando um choro chegou aos seus ouvidos.

Mordeu os lábios apreensiva o que não passou despercebido pelos olhos do senhor.

- Vai lá, nós já estamos indo mesmo. – ele disse.

- Obrigada. – ela falou enquanto fechava a porta e abanava para os dois.

Subiu as escadas o mais rápido que conseguia e entrou no segundo quarto, já que o primeiro estava em reformas. Sorriu ao ver uma figura já de costas pra ela. Usava apenas boxer, tinha os cabelos pingando água pelo corpo e no chão, além do próprio corpo estar úmido.

- Mamãe é meio lenta não acha? – ele falou se virando pra ela com um bebe no colo.

O bebe deveria ter um ano, os cabelos curtos eram escuros e os olhos eram da cor dos do pai. Estava com um macacão lilás e sorria esticando os braços na direção da mãe. Lola caminhou até o bebe e pegou a garota no colo.

- Sabe Manu, acho que você tem um pai babão demais. – ela falou assim que aninhou a garota em seu colo.

- Com toda certeza. – ele falou dando um beijo na testa da filha e da mulher. – Vou me vestir.

- Acho uma boa. – ela falou caminhando até o berço e colocando Manuela lá.

- Como se você não gostasse de me ver assim. – ele falou piscando pra ela e saindo do quarto.

- Vai logo Liam. – ela gritou do quarto para o marido.

Manuela mantinha os olhos acompanhando a mãe, que ia até o seu pequeno armario e tirava um vestido amarelo claro com flores pequenas azuis e rosa claro. Uma meia branca e um sapatinho azul.

Tirou a filha do berço e a colocou no trocador. Assim que estava pronta saiu do quarto com a filha no colo e foi até o seu quarto. Colocou a filha com cuidado no chão e entregou um brinquedo pra ela enquanto ia até Liam.

- Você nunca vai conseguir acertar as casas? – ela caminhou até ele e recomeçou a abotoar os botões da camisa que ele usava.

Era lilás e combinava com seus olhos, além de uma calça jeans simples. Fora a camisa já estava pronto com os cachos devidamente secos.

- Pronto. – ela falou quando terminou e selou seus lábios nos dele.

Liam sorriu quando ouviu a campainha os interrompendo.

- Vou atender. – ele disse saindo apressado do quarto.

Desceu as escadas de dois em dois degraus e abriu a porta.

- Nunca entendo como vocês fazem isso. – ele falou referindo-se ao fato dos amigos chegarem sempre juntos na casa dele.

- Mágica. – Dan comentou passando pela porta. Ele carregava algumas sacolas, fora duas bolsas de bebe azuis.

Dan não havia mudado, os cabelos loiros agora não tão desgrenhados estavam mais curtos. Usava uma camisa preta e jeans, o sorriso infantil e olhos expressivos continuavam mesmo que agora fosse mais velho. Atrás dele, Flávia. Os dois tinham se casado há quatro anos, ela tinha os cabelos lisos e castanhos claros presos em um rabo de cavalo. As sardas que brincavam em seu rosto, apareciam ainda. Usava um vestido preto simples com uma faixa rosa na cintura, em cada braço ela equilibrava um filho já que tiveram gêmeos.

Os garotos tinham cabelos ruivos e as sardas da mãe, os olhos claros do pai e o mesmo sorriso sapeca. Ao que diziam, aprontariam tanto quanto o pai. Estavam com uma camisa de botões e bermudas, além de que cada um calçava um All Star.

- Flávia. – Lola chegou a base da escada com Manuela no colo.

Chegou na amiga e deu um beijo estalado na bochecha dela.

- Olha George, a tia Lola trouxe sua namorada. – Dan disse pegando o garoto do colo de Flávia e cumprimentando Lola com um beijo.

- Não com a minha garotinha, Daniel. – Liam gritou da porta fazendo o amigo rir.

- Como assim, Liam? – Dan gritou de volta. – É obvio que o George e a Manu ficaram juntos. Assim como o Frederico nasceu pra .... – ele falou apontando para a barriga de Lola.  – É uma garota certo? – falou baixinho.

- Sim. – ela sussurrou. – Descobrimos ontem, Selena.

- Assim como o Fred e a Sel. – Dan retrucou para o amigo que estava na porta.

- Lola! Não precisava ter contado. – Liam gritou na porta enquanto a mulher e o amigo faziam um hi-fi na sala.

- Que você era gay? Não se preocupe, todos já sabemos. – Oliver disse chegando com Clara.

Oliver usava uma flanela xadrez e um jeans surrado, cabelos claros bagunçados e o sorriso brincalhão no rosto enquanto cumprimentava Liam. Clara tinha parado um pouco distante da porta e esperava Luiza, sim a Bones, que chegava com Harold.

Clara usava jeans e uma camiseta preta com brilhos prateados, no colo Logan. O filho dela e de Oliver, loiro assim como o pai mas com os olhos escuros da mãe. Ele sorria e mostrava os seus pequenos dentinhos era o mais velho de todos. Luiza usava shorts e uma camiseta branca com uma bandeira da Inglaterra. Além de suspensórios que vinham sendo seus aliados nessa época da gravidez. A garota já estava com oito meses e caminhava com dificuldade.

Harold foi o ultimo a entrar e Liam então pode fechar a porta. Ao chegar na sala se deparou com uma cena comum no fim de semana. As garotas estavam na cozinha e colocando a mesa. As crianças brincando no meio da sala sob supervisão paterna. O que causa apreensão já que eram crianças cuidando de outras.

- Cadê o James? – ele perguntou para Oliver.

- Foi encontrar uma amiga que chegou da França. – Oliver respondeu com um sorriso malicioso nos lábios o que o fez entender.

- Certo. – ele falou se sentando no chão e puxando Manu para o seu colo.

- Poxa, Liam. Você frustra o meu filho assim. – Dan brincou com o amigo, já que George brincava com a garota até Liam pegá-la e mantê-la entretida com o seu relógio.

- Juro Dan, que se isso acontecer vai ser por que você colocou a maior pilha quando eram pequenos. – Liam retrucou.

- Na verdade, eu dou o maior apoio. – Lola falou sentando do lado do marido.

- Corrigindo, porque você e a Lola colocaram pilha. – Liam disse.

- Não me tire dessa. – Flávia comentou. – Eu adoraria que isso acontecesse.

- Obrigado, meus amigos estão me tirando minha princesa e a minha mulher deixa. – ele falou emburrado.

Lola pegou George no colo que segurava uma bola de pelúcia na mão.

- Saiba logo, sempre peça as coisas pra mim, eu dou cobertura. – ela falou para o garoto que sorriu pra ela mesmo sem entender.

- Amigo já era pra você. – Oliver disse rindo.

- Vocês só servem pra incomodar minha vida. – Liam retrucou.

- Incomodando você ou não, Liam. – Luiza falou chegando na sala. – Vamos comer? A lasanha ta pronta.

- Uma coisa. – Harold se pronunciou pela primeira vez desde que chegara.

- Fale. – Clara disse sentando no braço do sofá.

- Os nossos filhos serão meio-sangues também? – Harold perguntou.

O silencio tomou conta da sala até que Clara decidiu responder.

- Não sei, falei com Quíron esses dias e ele disse que desconhece, mas que já esta cuidando disso.

- Meu filho não vai se bipolar né? – Dan disse fazendo que todos olhassem pra ele confuso. – Tipo um deus e um humano na mesma pessoa, é o que dá a soma de dois meios sangues.

- Ai senhor, porque os burrinhos sempre são meus? – Flávia disse olhando pra cima.

- Na verdade amiga. – Lola corrigiu. – Sempre são nossos.

Isso fez que risadas tomassem conta da sala, eles estariam sempre ali, fazendo almoços de domingo e zoando uns com os outros. Sem preocupações.

Por enquanto. 


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