Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 50
Tenho a minha vingança.


Notas iniciais do capítulo

vingança se refere a irmã de Liam... a Manu que separou eles...



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Na corrida de bigas seguinte deu os garotos, eles ganharam das caçadoras numa disputa acerada segundo alguns campistas que olharam de outros pontos. Era de noite e mesmo assim iríamos competir. Os três vencedores. O percurso tinha aumentado, teríamos que dar duas voltas na floresta.

Três bigas estavam lado a lado. Nós estávamos na ponta direita, a equipe de Ares e Hades, na outra ponta, Dionísio e metade de Hermes no meio. Clarisse tinha um brilho maligno nos olhos, Jack olhava a todos de forma mal encarada, Luiza sorria abertamente como se soubesse que iria ganhar. Clara estava em pé ao lado da biga, girando a espada, e Nico como sempre morto demais para a algazarra. Estavam inspecionando as bigas, depois de Annie falar ter sido sabotada.

Na biga do meio, Dylan estava conversando com o Dan e mexia as mãos freneticamente. Duas garotas de Dionísio, apontavam para os irmãos Stoll’s e ficavam vermelhas, soltavam risadinhas. Liam estava de braços cruzados e olhava para o nada, na frente dele uma garota que eu identifiquei como a Manuela. Tinha cabelos longos e cacheados, o tom era de avelã, o corpo era bem desenvolvido para uma garota um ano mais nova e olhava para Liam com interesse. Nojo. Incesto.

Onde estávamos tudo estava tranqüilo. Eu estava observando a todos, Flávia ao meu lado jogando uma lança pequena nas mãos. Sam e Paul estavam conversando sobre um assunto totalmente alheio ao que ocorria. Os Stoll’s? Aprontavam, seguravam dois sacos escuros menores do que da outra vez e esperavam para subir na biga.

- Podem colocar as armaduras, não temos pó de mico nelas. – Quíron disse.

Quando Connor foi me ajudar com a armadura de novo, Liam estava atrás de mim e disse.

- Pode deixar que eu ajudo. – o Stoll deu de ombros e subiu na biga com agilidade.

- Foi ridículo. – disse virando pra Liam e vestindo a armadura sozinha.

- Cuido do que é meu. – ele falou

- Falar pra sua mãe que estamos namorando, não é bem um pedido. – disse dando as costas e subindo na biga segurando na mão de Paul.

Liam ainda estava ali por perto.

- Cuide das suas irmãs, vocês podem ter conseguido chegar aqui por brincadeira, até agora não entendi como as caçadoras perderam, mas nós, as outras duas equipes, não estamos brincando. – avisei pra ele dando um beijo em sua bochecha.

- É o seguinte. – Travis falou. – Consegui uns autômatos, com o pessoal de Hefesto, coisas boas, que não devem dar problema.

- Como você conseguiu isso, os derrotamos... – Flávia explicou.

- Use a cabeça, não destruímos nada deles e eu e Connor ainda perguntamos se precisavam de ajuda com a biga e alegamos que não queríamos danificá-la nem nada.

- Lino deu isso pra gente como agradecimento pelos autômatos de pégasos ainda existirem. – Connor falou.

- Certo, agora são duas voltas. O pessoal de Ares/Hades, vai cruzar a linha de chegada provavelmente sem atacar ninguém se puderem, gostam de mostrar superioridade. – Flávia explicou.

- Atacaremos, Hermes/Dionísio primeiro. – falei. – Mantemos o esquema, mas mudaremos um pouco. Os de Dionísio são meus. Travis e Connor, fiquem com Dylan ele conduzira a biga. Flávia o Dan. Paul você soltara os pégasos, eles não podem continuar, precisamos de uma corrida de duas bigas. Sam, controle como sempre. – avisei.

- Vamos lá. – Flávia disse.

Pressionei minhas costas contra Connor, primeiro para dar equilíbrio quando a biga arrancasse, depois para conseguir estabilidade para o arco, terceiro pra fazer ciúmes por que eu tava adorando o Liam irritado.

Ele como uma tentativa de resposta, colocou as mãos nos ombros da Manu que quase caiu sozinha, algo que seria hilário.

O disparo. Ares/Hades, saíram em disparada eles eram mais rápidos, mas eu sabia de armações de Travis e Connor que podiam os parar. Saímos logo em seguida e o pessoal da biga do lado também. Firmei meus pés e lancei a primeira flecha, junto com a de Paul. As garotas de Dionísio também estavam com arcos e flechas, mas era mais provável que se machucassem.

A minha flecha foi direto no braço de uma das garotas de Dionísio, que largou o que segurava, os fazendo cair pra fora da biga. Ergui uma sobrancelha pra Liam e soltei a segunda, Connor me dava estabilidade, enquanto Travis jogou um autômato em Dylan. Uma aranha. A segunda flecha acertou a mesma irmã, dessa vez na armadura. Liam e ela estavam tentando tirar a flecha, quando uma lança foi lançada na nossa roda dianteira e tinha se prendido. Olhei pra Flávia que assentiu.

A garota de Afrodite falou com Travis enquanto eu pedia a Connor um favor.

- Um autômato na garota que está com a flecha. – disse baixo para ele ouvir.

Ele assentiu e jogou a pequena bolinha. Na frente Dylan estava tendo problemas pra se soltar, tinha deixado a aranha explodir e havia ficado com as mãos enroladas num indicio de teia. Dan estava concentrado em ajudá-lo que não percebeu, quando Travis segurou os calcanhares de Flávia e a pendurou para fora da biga, que em movimento estava, para tirar a lança.

A filha de Dionísio, que eu tinha atingido com uma flecha quando viu a aranha fez tanto desespero que acabou caindo fora da biga. Uma a menos.

- Segurem-se. – Sam disse e fez uma curva brusca, atrás deu pra ver a explosão que iria nos atingir.

Quando Travis puxou Flávia de volta, ela falou.

- Depois da primeira curva tem uma reta. Vai dar pra ver eles, estamos bem próximos. – falava dos outros que não atacávamos.

A Flá pegou a lança e a quebrou. Pegou uma das que tinha e jogou na roda da frente, mas ela acertou o nada.

- Droga. – ela falou

- Continue. – disse mirando a outra irmã de Liam.

Dessa vez ele se colocou na frente, mas como lhe acertara o peito ele se desequilibrou pra trás, e jogou com o peso a própria irmã para fora da biga.

- Idiota! – gritei para ele.

- Deixa de ser infantil, Lola! – ele gritou do outro lado.

- Pelo que vejo minha equipe tem todos os campistas ainda.

Dan conseguiu soltar Dylan e eles emparelharam conosco. As bigas estavam próximas agora de forma a se chocarem. Tirei a espada do bolso e ataquei Liam, ele se defendia bem, quando estava preste a o derrubá-lo, as bigas se separaram e Connor me puxou para não cairmos. Mas acabei caindo em cima dele. Flávia estendeu a mão e me levantou, logo fez o mesmo com ele e voltamos ao estado.

Atirei a primeira flecha na Manu e ela desviou, a segunda e ela foi desviando, Liam tinha um sorriso presunçoso nos lábios, até que se deu conta do que eu fazia. A cada passo que ela dava, ela se aproximava da beirada, lancei uma flecha e ela bateu na armadura e ricocheteou para a perna do Liam que soltou um urro e me olhou com raiva.

Manu foi prestar atenção nele e quando foi desviar da flecha que eu lancei, saltou para fora da biga. Flávia acertou a lança nas rédeas e soltou um pégaso, eles não tinham mais potencia de ataque, antes disso nós duas gritamos.

- Desculpa, meu amor. – e a nossa biga arrancou.

Agora estávamos pouca coisa atrás da biga da Clara. Faltava duas curvas para o final da corrida, Clarisse percebendo a nossa aproximação, segurou os cavalos/ ossadas para que ficássemos lado a lado com uma certa distancia no meio. Eu olhei para o saco e tinha uma flecha, estava com problemas. Quem dirigia a biga era a Luiza e não queria machucá-la. Então lancei a flecha na mão de Jack em que estava a espada e ele a derrubou. Ponto pra mim, magias de retorno estavam proibidas.

Clarisse começou a jogar lanças na gente.

- Abaixem-se. – Travis ordenou. Em poucos segundos estávamos cobertos por uma armadura.

- Quando você fez isso? – perguntei pra ele.

- Ontem de noite. – ele disse como se dissesse: Olha o dólar aumentou.

- Vamos ter que esperar um pouco, fizemos a primeira curva e a armadura foi retirada, Clarisse continuou com as lanças até que uma acertou Paul.

- Gente, não vai dar. – a lança estava na clavícula.

- Pula, que alguma ninfa deve te atender. – Sam sugeriu ainda dirigindo a biga.

O meu irmão fez isso e minha ira estava totalmente dirigida em Clarisse, mas não ia conseguir acertá-la. Derrubar os cavalos era inútil, eu teria que tirar Jack da jogada primeiro.

- No irmão. – falei pra Flávia que pareceu me entender.

Enquanto ela jogava as lanças com precisão que ele desviava agilmente, eu lancei um autômato e esse pegou nas pernas dele. Mas ele não caiu, ao invés disso tropeçou e derrubou Nico que praguejou alto.

- Teremos que acertar a outra garota. – Travis avisou.

- Clara?! – Flávia perguntou.

- A outra. – Connor falou.

- Luiza, só não a machuquem. – pedi.

Eles confirmaram e lançaram um autômato no colo dela, estavam correndo emparelhado. A garota pareceu não ver e continuou com o comando da biga. Então o autômato disparou e as mãos dela foram atadas, mesmo assim ela continuava guiando bem. Estávamos na reta final já. Eu conseguia ouvir os gritos de animação. Não tinha mais o que fazer, não havia mais artimanhas, nos restava torcer para sermos os mais velozes.

Galope a galope, roda a roda, foi como cruzamos a linha de chegada, esperávamos algum indicio de quem tinha vencido mas ninguém parecia saber. As bigas pararam e deram uma derrapada.

- Quem foi? – perguntei pro pessoal da minha biga, mas ninguém parecia saber, nem o pessoal da outra.

Porém Clarisse e Jack comemoravam como se a vitória fosse deles.

- Bom campistas, acho que não ficaremos sabendo quem ganhou hoje. – Quíron falou recebendo olhares incrédulos de todos. – Mas podemos fazer uma combinação se as duas equipes aceitarem.

- Fale. – Clarisse disse com os dentes trincados.

- Como teremos a caça bandeira, vocês poderão ficar na mesma equipe. Supondo assim que vocês tenham mais chance de ganhar a caça à bandeira. – Quíron propôs.

- E se não ganharmos? – falei um pouco irritada.

- Bom, aí teremos uma competição de desempate, que será um tanto divertida. – ele falou.

Olhamos entre nós, olhamos para o pessoal da arquibancada e olhamos para a outra biga. Os pégasos estavam ofegantes então antes de qualquer resposta os soltamos e tiramos fitas e armaduras. Eles pareciam satisfeitos e foram beber água e comer as frutas que tinham ali.

- Pode ser. – Flávia disse. – Mas precisaríamos de outra equipe no nosso grupo.

- Certamente – Quíron disse.

- Poderíamos escolher? – Clarisse propôs.

- Certamente que não. – Quíron falou. – Sentem-se. – apontou para a arquibancada.

Assim que sentamos, vi que Liam tinha um curativo na perna e estava com uma cara emburrada, teria que me redimir depois.

- Próxima tarefa será caça bandeira. Já temos uma parte de equipes formada. Vocês serão a azul, junto com filhos de Deméter e Hefesto. – Quíron disse sem dar tempo para reclamações. -  A outra metade de Hermes, Dionísio, Poseidon, Athena e as Caçadoras, se me permitem Ladys, serão os vermelhos.

- Quando será a competição? – uma das Caçadoras perguntou.

- Provavelmente, depois de amanhã, então vamos jantar e vemos tudo amanhã. – ele falou se dirigindo ao refeitório.

Assim que ele liberou fui até Liam, ele estava emburrado e continuava sentado na arquibancada.

- O que houve? – falei passando a mão nos cachos dele. Ele estava sentado e eu de pé.

- O que você acha que houve, Lola? – ele disse levantando a cabeça e dirigindo um olhar pesaroso pra mim.

- O que eu fiz? – perguntei.

- Não sei. – ele parecia emburrado.

- Então me diz o que ta dando errado. – eu pedi pra ele.

- Lola, eu também não sei. – ele agora estava derrotado.

- Você está com ciúmes. – sugeri um ponto de partida.

- Sim, eu sinto medo de te perder, já fiz isso uma vez por que fui um babaca, não quero que algo ruim aconteça debaixo do meu nariz. – ele falou.

- Você não tem um nariz tão grande pra isso. – fiz piada. – Liam, pelo amor de Afrodite, eu te amo. Dá pra entender isso. Eu só preciso de você, nenhum outro garoto vai me fazer sorrir de cada bobagem ou ir numa missão suicida sorrindo.

- O Dan poderia fazer isso. – ele sugeriu.

- É, mas vamos cortar o Dan dessa lista, ele está bem comprometido. – eu comentei.

- É só que hoje, com o Connor...

- Connor é um grande amigo, um irmão, como o Percy é pra mim. Pensa comigo, eu nunca tive uma figura masculina em casa, nunca tive um pai pra quem recorrer, alguém pra me deseducar ou pra me inscrever num time de futebol. Eu preciso desses “irmãos adotivos” – comentei sincera.

- Você não gosta da Manu. – ele falou – Por que eu tenho que gostar do Connor?

- Não to te pedindo pra gostar dele, to pedindo pra ti aceitar a relação que eu tenho com ele dá mesma forma que aceito a Manuela. – eu expliquei. – Além do mais essa garota tem uma tara por incesto né?

- Ela só não acha justo termos restrições se apenas temos o mesmo pai e não somos totalmente irmãos. Além do mais ela alega que os deuses são tão confusos, por que não podemos ser... – ele explicou.

- Não gosto dela mesmo, piorou agora. Desculpa pela flechada. – falei passando a mão na perna dele com o corte, que se arrepiou.

- Não deixei fazerem nada... nem tomei qualquer coisa... será que... – ele começou.

- Eu o que?

- Você poderia curar pra mim, eu estou farto de cicatrizes e se você terminar tudo comigo, eu quero como ultimo pedido. – ele falou sincero.

Tirei o curativo, e olhei o ferimento profundo que estava, era por isso que eu amava flechas, mas essas não eram de bronze celestial, tudo fora trocado para aço, para ter menos danos. Murmurei o que tinha de ser murmurado e logo o curativo estava fechado.

- Obrigada. – ele falou encostando-se ao outro degrau.

- Não quero parecer vagabunda nem nada. – disse sentando no colo dele de frente pra ele. – Mas assim temos a mesma altura.

- E... – ele disse me olhando.

- Eu posso dizer que não vou terminar com você e é uma boa hora pra me pedir em namoro. – eu falei sorrindo abertamente.

- Folgada, pretendia fazer isso sozinho. – ele falava emburrado mas estava sorrindo. – Só me da uma licença. – ele falou colocando a mão no bolso da calça jeans.

- Então... – falei olhando para ele.

- Eu sei que sou um idiota, ciumento, cabeça dura, insuportável, burro e às vezes até um pouco canalha. Mas no momento que você quiser que eu me mude, vou mudar. Por quê tudo isso? Porque eu te adoro a cada dia que passa, e te adoro tanto que nem consigo mais ficar chateado, bravo ou até mesmo irritado com algo que você faça.

Lágrimas escorriam dos meus olhos, mas mesmo assim eu deixei ele continuar, eu queria ouvir o que ele tinha pra dizer.

- Então eu queria te pedir, aceita os meus sorrisos, meus abraços e carinhos, quero ser aquele que tu pode contar pra qualquer coisa, ou que num momento de dificuldade você procure. – ele secou uma lágrima que escorria pela minha bochecha com o dedão. – Por que se você aceitar, não seremos mais eu e você, seremos nós... então Lola, você quer namorar comigo?

Eu estava quieta, não sabia o que dizer, faltavam às palavras, então decidi falar o que eu sentia. Mas parei tudo quando vi ele abrindo uma caixinha de veludo. Era uma aliança de compromisso prateada, trançada de forma a ficar o símbolo do infinito com pedrinhas de brilhante.

- Pode falar alguma coisa? – ele pediu.

Eu apenas estendi a minha mão e deixei que ele a colocasse ali. Peguei a outra, que era simples, mas dentro estava escrito “agora e sempre”.

- Só me prometa, que quando eu chorar você vai me confortar e não chorar comigo. Quando eu desistir de algo, tu vai me ajudar a alcançar. Quando eu errar, tu vai me ajudar a acertar. Se a gente brigar, tu vai me perdoar. Se qualquer coisa do tipo acontecer, nós vamos estar juntos e procuraremos outro caminho. Mas se por algum motivo não der certo, nós vamos dar um tempo e depois buscar explicações. – falei

- Prometo. – ele falou enquanto eu colocava a aliança no dedo dele.

- Promete que tu nunca vai me trair, e trair vale para tanto o ato quanto para o pensar, que se você não quiser mais ficar comigo você vai pedir um tempo ou simplesmente terminaremos.

- Prometo. – ele disse me puxando pra ele.

Assim, sem se importar com os outros. Com a possível guerra do lado de fora, com as caças a bandeira, corridas de bigas ou com a janta que estava sendo servida. A gente se beijou. Mas tinha algo de diferente, não era calmo e delicado. Era quente, tinha desejo atrás de tudo aquilo, ele apertava a minha cintura enquanto, eu puxava os seus cachos característicos. Nos separamos para respirar, não sem antes ele morder meu lábio inferior e puxá-lo.

- To com fome. – reclamei manhosa.

- Ótima maneira de estragar um clima. – Liam bufou e virou os olhos. – Vamos pro refeitório então.

Ele me tirou do colo dele e me pos e pé, e se levantou, pegou a minha mão e fomos para o refeitório. Estávamos silenciosos, não constrangidos e sim, por que não precisávamos dizer nada.

- Você realmente achou que eu ia acabar com você? – perguntei.

- Sim. – ele respondeu simplesmente.

- Vai precisar mais que um garoto pra isso acontecer, sinto muito, namorado. – enfatizei a ultima palavra.

- Você é tão infantil. – ele comentou.

- Bobo. – mostrei a língua. – É só que... ah deixa... – falei ficando vermelha.

- Fala, Lola. – ele falou me olhando.

- Nada... – disse o puxando pela mão e arrastando para o refeitório.

- Caramba, fala! – ele disse me puxando de volta.

- É que bom... você é o primeiro... – eu falei e continuei a andar vermelha.

- Primeiro o quê? – ele tinha um sorriso de orgulho no rosto.

- Idiota. – disse andando.

- Eu sou sim, mas fala... eu quero ouvir. – ele pediu. Nunca conseguiria dizer não.

- Meu primeiro namorado. – disse vermelha.

- Primeiro que te beijou, não?! – ele estava presunçoso.

- Não, talvez o décimo... com sorte. – provoquei e sai correndo em direção ao refeitório.

Chegando lá a minha mesa estava lotada, eu senti falta daquilo durante um ano. Não só daquilo como de todo o movimento. Murmurinhos, mesas lotadas, risadas espalhafatosas, cochichos, é ser meio-sangue tem suas vantagens, você nunca está sozinho. Passei pela mesa do Chalé 13 e sorri pra Clara, quando passei pela 10 soltei uma piscada pra Flávia que me olhava curiosa e sentei à mesa do Chalé 7.

Procurei um espaço entre Miranda e Benjamim quando voltei da oferenda. Miranda foi a primeira a perceber o anel no meu dedo.

- LOLA! – ela deu um berro, que chamaria a atenção de todo refeitório durante o ano letivo. – O que é isso?

- Um anel... – comentei.

- Caramba, é o anel. – ela disse.

- É... – eu disse olhando orgulhosa para ele.

- E quem te deu?! – ela disse empolgada.

- Meu namorado. – falei simplesmente.

- O Liam?! Quer dizer que aquele gay finalmente tomou vergonha na cara e pediu minha irmãzinha em namoro?! – ela gritou, e isso fez toda a mesa de Apolo rir.

- É... – eu falei quando consegui parar de rir.

Muitas pessoas das outras mesas nos olhavam, afinal uma mesa inteira explodir em risadas não era algo muito comum.

- Jura?! Ai Lolita! To tão feliz por você, é claro! – ela levantou e começou a me abraçar.

- Menos Miranda, todo mundo ta me olhando, na verdade nos olhando. – eu comentei sentando de volta.

- Parabéns, Lola. – Benjamim piscou pra mim enquanto eu comia.

- Brigada. – disse sorrindo tímida.

Paul que estava do lado da Miranda se levantou repentinamente fazendo a mesa inteira olhar pra ele.

- O QUÊ?! Minha irmãzinha ta namorando e o cara nem veio falar comigo?! – ele disse olhando furioso pra mim, de brincadeira é claro, mas os outros não estavam entendendo muito bem.

O burburinho não os deixava ouvir direito, então só podiam fazer a leitura labial e rezar pra estarem certos.

- PAUL! – gritei – Senta! Você não é meu pai! – disse envergonhada.

- Ótimo, mande-o pedir pro papai. – ele disse debochado.

Se tiver uma coisa que todo filho de Apolo aprende desde pequeno, é que assim como Zeus e Hades, Poseidon e Athena, Ares e Hefesto, Apolo e Dionísio são inimigos. Um não gosta do outro, são irmãos mas se odeiam. Apolo odeia a implicância e o egocentrismo de Dionísio, que por sua vez odeia a falta de responsabilidade e a capacidade de chamar atenção do outro. Meu caso com Liam era uma das coisas raras que só aconteceriam num acampamento que força a convivência com os diferentes.

- Ele não precisa saber... – eu falei voltando a comer.

- Você que pensa. – Paul comentou.

Paul não era mau, ele só tinha esse mesmo problema com filhos de Dionísio como todos os outros. Além do mais ele passou por um tempo comigo, no tempo que Liam terminara comigo e muitas vezes eu chorara no chalé. Ele estava preocupado.

Quando o jantar terminou, Quíron nos mandou direto pros Chalés alegando que amanhã seria um dia movimentado, mas antes de ir para o meu chalé fui atacada pelos meus amigos. Clara estava me olhando intrigada, Dan estava com o braço em volta dos ombros da Flávia. Liam estava com as mãos no bolso e sorria.

- Qual foi a da cena na sua mesa? – Flá perguntou.

- Nada. – eu disse e Liam começou a rir.

Tinha feito isso com ele um pouco antes.

- Lola, para a palhaçada e desenrola o carretel. – Dan disse.

- Ok. Mas foi só por que você pediu. – eu falei e ele sorriu. – Foi por causa disso. – falei mostrando meu anel.

- OMG! Que coisa perfeita! – Flávia exclamou. – Fala sério, Clara, não é tudo?! – disse arrastando minha mão para Clara.

- É lindo. – ela disse olhando o anel também.

- Espera! Se está nesse dedo, dessa mão.... – ela olhava pra minha mão. – VOCÊ ESTÁ NAMORANDO! – ela exclamou e me abraçando.

- É... – eu concordei. – Era isso que tava rolando lá na nossa mesa.

- Conte tudo exatamente. – Flávia disso. – O que aconteceu na mesa, o pedido eu pergunto pro Liam depois.

Ela disse olhando para o garoto que tinha pego na minha mão e ele assentiu.

- A Miranda viu o anel e começou a gritar. Daí ela falou “Aquele gay finalmente tomou vergonha na cara e pediu minha irmã em namoro...” – olhei pro Liam avaliando a sua reação.

Ele tinha uma das sobrancelhas erguidas e me olhava incrédulo.

- Você falou que eu não era gay né?!

- Pra que amor? O importante é que você me ama. – disse brincando com ele. – Bom, daí ela contou pra Paul que disse que você teria que pedir ,pra me namorar, pra ele.

- Jura?! Ele é o dobro do meu tamanho, vou apanhar certo, afinal você é a irmãzinha deles. – ele estava assustado.

- Bom, então segura essa... Você não vai precisar pedir pra ele... – falei. E fui interrompida.

- Ótimo! – ele sorriu.

- Mas vai ter que pedir pro meu pai... – falei olhando pra e


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Notas finais do capítulo

HEYYYYYY galerinha! eu voltei antes, um capítulo beeem melosinho, mas eu queria que eles namorassem logo, isso tava me irritando e achei melhor a Lola botar banca. No próximo vem a caça bandeira, e provavelmente vai bater as nossas 10 páginas do Word em Arial 11 que é o que eu me obrigo a escrever.

Acho que capítulos grandes são mais legais e posso detalhar e dar todos os detalhes pra vocês.

Espero que tenham gostado e escrevam na caixa de texto a baixo o que vocês quiserem (referente a história por favor) e cliquem em enviar e deixem essa autora feliz.



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