- Eu já desconfiava, reuniremos os líderes dos chalés e tomaremos uma decisão. - falou Quíron.

No dia em que abandonamos alguns.

Fiquei absorta que nem vi o tempo passar, na minha cabeça a profecia se repetia seguidamente e eu procurava a chave daquilo, impossível. Eu me encontrava sentada na varanda ao lado da Flávia, junto com mais alguns meio-sangues que esperavam que a reunião acabasse assim como nós. Quíron saiu de lá e foi em direção à fogueira, passou direto por nós fazendo que o seguíssemos. Na fogueira todos os campistas de todos os chalés estavam sentados esperando o veredicto.

- Bem, a decisão foi tomada. Temos os chalés que irão, mas ainda não sabemos os campistas. Preferimos que vocês estejam presentes na escolha dos mesmos. – falou Quíron. – Os Chalés 1, 2 e 8 estão vazios então não participaram da reunião. Chalés 3,5 e 6 não participaram da nova missão por um motivo, já participaram de outras missões. – ninguém falava nada, seis chalés já estavam fora faltavam dois. – Todos os outros chalés eram aptos, mas dois desistiram. – nesse instante alguns murmúrios se soltaram. – Chalé 4, se retirou argumentando ser um Chalé pacifista e que não vê razão em ir numa missão. E o Chalé 9, se retirou argumentando ser um Chalé, que prefere forjar armas a utilizá-las.

Quíron deu um tempo, pedindo que os conselheiros dos chalés sentassem. Isso deu chance de algumas conversas se formarem e algumas, ou melhor, três pessoas se retirarem, eu não os reconheci.

- Para que possamos continuar é fundamental o silêncio. Agora os conselheiros dirão quem irá e seus motivos. – eu estava atenta, gostaria de saber qual irmão meu seria escolhido. – Chalé 7, de inicio por favor.

- Antes que falem alguma coisa, escutem bem até o final, por favor. – pediu Giovanna. – Bem, a missão foi analisada e a decisão foi bem tomada de acordo com a missão. Acho que a Lola, deveria ir pelo Chalé 7. – falou surpreendendo a todos. – Eu sei que ela é nova aqui e que não tem o devido treinamento, mas ela trabalha bem quando colocada em situações de risco, ou seja, trabalha bem sobre pressão. Isso é algo que não encontrei em ninguém do Chalé, podemos ter melhores lutadores, arqueiros e mais pessoas mais ágeis. Mas essa missão pedirá decisões certas em tempos mínimos. – falou a Gi.

- Bem pensado, Lola Lutz, representará o Chalé 7. Chalé 10? – Quíron olhou para uma menina loira.

- Tipo assim, ninguééém quer ir... – falou com uma voz fina, prolongando o “ém” – Exceto a Flavinha, então por quê não deixá-la ir? Pelo Chalé 10, vai a Flá.

- Tudo bem, Flávia Guess, representará o Chalé 10. Chalé 11? – perguntou para um menino musculoso de calção e camiseta de um time espanhol, Villarreal.

- Bom, vendo que a Flávia irá pelo Chalé de Afrodite, coisa que já havia premeditado. Acho que seria covardia mandar outra pessoa que não essa, Daniel você vai. Acredito que ele vai ficar aflito demais se permanecer no acampamento com a garota dele solta pelo mundo, então...

- Certo, Daniel Wings, representará o Chalé 11. Chalé 12 quem vai? – perguntou para um menino, que possuía o cabelo escuro quase roxo e seus olhos eram de um tom escarlate.

- Eu mandaria o nosso melhor lutador. Mas acabou de ser informado que o nosso mais novo irmão, gostaria de ir nessa missão para provar seu valor. Acredito que ele possa fazer isso, então Liam irá pelo nosso Chalé, Quíron. Se ele morrer quem se importa? – dito isso começou a rir, eu não sabia se ele falava sério ou se ela brincadeira, mas vi que todos pensavam como eu.

 - Certo Frederico. – falou Quíron receoso. – Chalé 12, representado por Liam Winer. – falou enquanto escrevia na prancheta como os outros nomes. – Bem resta um Chalé, o nosso novo Chalé o 13. Nico, você decide. Você vai ou a Clara vai?

- A Clara vai, eu já saio bastante daqui. Ela merece conhecer o mundo pelo ponto de vista meio-sangue.

- Bem, Clara Wyrda, você vai. – falou anotando o ultimo nome na prancheta. – Agora, eu pedirei que vão para os seus respectivos Chalés, amanhã pela manhã teremos uma reunião e as duas da tarde vocês partirão.

                                               *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Dessa vez eu acordei antes de todos no Chalé, eu estava sem sono. As únicas horas que eu dormi eu tive pesadelos, eu estava em uma sala onde vozes falavam o tempo inteiro em grego, eu estava confusa e não entendia a maioria das coisas. Eu saí a tempo de ver o sol nascer àquilo era gratificante, acordar cedo para ver aquilo valia a pena. Novamente sentei me na grama para olhar o nascer do sol. Eu teria alguns minutos para ficar pensando no meu sonho e pensar em como seria o dia de hoje se não tivesse sido interrompida.

- E aí? – Olhei para trás e vi um garoto, ele era incrivelmente bonito de cabelos escuros e olhos igualmente, eu não vi no acampamento, mas deveria ser filho de Afrodite.

- Oi... – respondi, voltando a olhar para o nascer do sol.

- Vai para uma missão, certo? Você é a Lola? – perguntou.

- Certo, sim sou ela. – falei – Já foi para alguma?

- Inúmeras. – murmurou – Sim, já fui. – sorriu, seu sorriso era brilhoso e estonteante.

- Estou nervosa e o nascer e por do sol me acalmam, acho que vai dar tudo errado. – falei

- É bom a sensação de calmaria ao ver o sol. – falou olhando para o horizonte – Não vai dar errado, seu pai vai te ajudar tenho certeza. – disse inocentemente.

- Como pode ter certeza? – perguntei

- Certeza do quê? – falou caindo na real, depois de uns segundos.

- De que meu pai vai me ajudar... – falei inocentemente.

- Ah, o meu me ajudou nas minhas missões, ou pelo menos acho que ajudou. Bom eu tenho que ir... tchau. – falou.

Antes que eu o respondesse saiu correndo. Não liguei muito e voltei para o Chalé. Agora a Giovanna já estava acordada, limpando alguns livros de artes, endireitados algumas pinturas, organizando as partituras e tirando o pó de alguns instrumentos.

- Oi! Eu bem queria te dar duas coisas... posso? – perguntou para mim.

- Bom dia, er.. claro. – falei

- Espere um segundo... – ela abriu o baú da sua cama e tirou uma caixa, ela tinha notas musicais entalhadas na madeira. – Eu ganhei na minha primeira missão, a conselheira do meu chalé me deu... e eu o usei e usava até hoje.

- Eu não posso aceitar – insinuei uma devolução mas ela me impediu.

- Pode, por que assim que você assumir o meu posto, o que acredito que virá a acontecer. Você dará isso para a menina que você achar merecedora. – falou.

- Eu nem sei como agradecer...

- O aceitando, você me agradece- eu assenti enquanto desamarrava dois fios de ouro,grossos do redor da caixa. Dentro tinha duas coisas um apito de ouro incrivelmente brilhante e especial e um arco de ouro também mas estava dobrado duas vezes ao meio. – Quando assopras o apito, faz com que a pessoa siga seus comandos, esse foi o única vez que o nosso pai entreviu em uma missão, dando alguma coisa. E o arco bom é apenas um arco, mas é lindo e cabe no bolso, afinal as flechas vão na mochila mas carregar o arco é cansativo. –disse sorridente- Agora vá para sua reunião que eu organizo tudo que precisas, eu quero uma irmã de volta viva! 

                                                                      *-*-*-*-*-*-*-*-*-*

E aqui nos encontrávamos. Os cinco sentados envolta da mesa, como dias antes. Só que dessa vez tínhamos todos um ar mais sério e o Senhor D não se encontrava, afinal a profecia caia sobre ele, e além disso nos aproximávamos do solstício de verão, uma das épocas que lhe é permitido voltar.  

- Bem a profecia é a seguinte. “A filha imprópria à tona virá e cabe aos olimpianos a decisão tomar. Três falharão mas apenas cinco irão. No reino dos mortos começarão.”  Vocês têm idéia de por onde começar mas o resto não certo?- todos confirmamos. – Bem eu acho que devem ir ao submundo e lá tentar alguma informação, Hades não deve estar lá assim como o Sr. D não está aqui.... Vocês precisam chegar ao Olimpo durante o solstício de verão onde essa decisão será tomada. 

- Certo, mas existe algum meio seguro de irmos de um lugar para outro? – perguntou a Flávia.

- Não, vocês devem usar aquilo que tem, devo dizer que o caminho é nebuloso, mas vocês cinco tiram de letra! Nos encontramos na colina em duas horas, peço desculpas, não achei que iríamos até o meio dia.

Sai da casa grande e de tão perdida que estava esbarrei em uma menina de cabelos curtos e castanhos, seus olhos eram cinzentos e ela parecia apressada.

- Perdão, sou Beatriz. – falou – Você é Lola certo?

- Sim. – falei – Tudo bem? – perguntei.

- Claro, é que eu preciso ir até o acampamento de deuses menores, mas não gostaria que o Sr. D soubesse...

- Posso saber por que? – perguntei curiosa. – E o Sr. D não está no acampamento.

- Bem, eu preciso de dracmas... e ele diz que precisamos consegui-las e não pegá-las dos filhos de Íris. – revirou os olhos, mas parecia aliviada pela minha noticia. – Mas você não quer ir comigo? Assim você pega umas para sua viagem... – falou me fazendo assentir.

                                       *-*-*-*-*-*-*-*-*--*-*-*-*-*

O acampamento de deuses menores pareciam um acampamento à parte, eram oito chalés dos mais variados e se encontravam quatro de frente para outros quatro e no fundo tinha um refeitório.

- Eles comem separados, mas treinam conosco. – falou-me.

- Oi Bia! – falou uma menina morena. – Quem é essa? – perguntou simpaticamente olhando pra mim.

- Sou Lola, filha de Apollo. – estendi minha mão.

- Gabriela, filha de Jano. – cumprimento-me.

- Gabi, estamos atrás de dracmas. O pessoal de Íris está aí?

- Chalé vazio... mas podem pegar no vaso da porta. Eles colocaram para ninguém invadir o Chalé deles mais... – falou a Gabi.

- Valeu, vamos lá Lola. – falou Bia.

O Chalé de Íris era colorido demais, e na porta tinha um vaso igualmente colorido que batia na minha cintura lotado de dracmas, moedas de ouro. Bia tirou dois saquinhos do bolso, pegou dois punhados, colocou num dos saquinhos e me deu, fez o mesmo pra ela.

Voltamos para o acampamento e a Gabi foi com a gente, dizendo que treinaria. Fui em direção à colina onde Paul disse que a Gi, tinha ido me esperar. E lá estava ela junto com a Flávia e o Daniel. Subi a colina e cumprimentei a todos.

- Bem eu tenho que voltar ao treino, aqui nessa mochila eu coloquei a caixa, um cesto com 10 flechas elas voltam automaticamente para o cesto mas tem que esperar um pouco. Tem mudas de roupa. – falou – E bem isso todos os filhos de Apollo tem um então aqui está seu Ray Ban. – e nisso entregou um óculos escuros e desceu correndo a colina.

- Grande menina. – falei colocando os óculos.

- Wow! Ele é espelhado! – disse a Flávia se olhando nos meus óculos.

- Oi gente. – falou a Clara. – Tudo certo? – ela falou tirando os fones e todos assentimos.

- Olá meio-sangues todos aqui? – perguntou Quíron que se aproximava trotando.

- Falta o Liam – respondi.

- Não falta mais. – Falou o mesmo desmontando de Quíron, fazendo todos revirarem os olhos.

- Bom meio-sangues sorte é o que desejo, depois daqui vocês começam sua missão. Vocês tem duas semanas para chegar no Olimpo, pensem em todos os pontos de vista, assim poderão voltar os cinco. Usem a profecia ao seu favor e consigam desvendar o mistério.