Novembro, 2024, Inglaterra.

—Annabeth, tenho uma ótima notícia. –disse Thalia ao sentar-se na cadeira do jardim

—Que noticia? –questionou a loira ao colocar Thomas no chão, para que ele treinasse seus passos

—Eu estou grávida. –soltou Thalia

Annabeth sorriu alegremente.

—Parabéns amiga!

—Muito obrigado. –Thalia sorriu de volta

—Dessa vez é de Stef? –a loira disse em tom de brincadeira e riu, mas quando Thalia engoliu em seco ela soube que sua brincadeira era na realidade uma realidade –Thalia, não, não, não, não e não guria. Como? Quando? Em?

—Como você obviamente sabe, e quando foi na festa do Dominic.

—Não acredito Thalia! De novo?

—É, de novo.

Annabeth deu um longo suspiro de reprovação.

—Depois que você saiu a gente tava bem, como amigos...

—Como amigos, sei.

—Sim, como amigos. Dai começamos a beber e a lembrar dos tempos antigos e foi evoluindo. –Thalia sorriu ao lembrar da noite que teve

—Você está sorrindo! Thalia! –repreendeu Annabeth

—Não tenho culpa, você sabe que Luke e eu... é complicado.

—E agora você está grávida de novo, dele, e ele provavelmente não sabe e você provavelmente não vai contar.

—Exatamente.

Annabeth balançou a cabeça negativamente e olhou para frente, buscando seus filhos. James, George, Thomas e Dominic brincavam de chutar bola, tentavam.

—Olá. –Percy chegou por trás delas, cumprimentando com a cabeça as duas.

—O que faz aqui? –a pergunta de Annabeth pareceu meio estúpida para Thalia –Pensei que estivesse em reunião com o parlamento.

—Eu estava. –ele sentou-se na cadeira ao lado oposto da esposa, mas ao lado de Thalia –Terminou mais cedo e resolvi vim brincar com as crianças.

—Ah, que bom. Eles estão brincando de bola com Dominic. Vai lá.

Annabeth apontou para as 4 criaturinhas correndo, mas o marido não se moveu. Pegou uma banana que estava na mesa e descascou.

—E você Thalia, como vai? –perguntou

—Bem, eu estou grávida. –deu a notícia

—Que maravilha! Deve estar feliz. –ele sorriu

—Sim, estou.

—Pelo menos você e Stef tem um bom relacionamento. –Percy soltou comendo o último pedaço da banana

Annabeth olhou de soslaio para Thalia, que quis rir.

—Pelo menos Thalia e Stef tem filhos por opção. –rebateu a loira

Percy a olhou sério, depois deu um sorriso ironico.

—Vou brincar com meus filhos, ganho mais. –ele levantou-se de forma rápida e saiu em direção aos pequenos

—Pelo jeito vocês não estão nada bem. –disse Thalia depois de um tempo

—Nada bem Thalia, nada bem.

—Nem todo casamento real é feliz. –comentou Thalia dando de ombros

—Esse nunca foi feito pra ser feliz. –sussurrou a loira baixo e para si

—O que disse?

—Nada.

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—Venha com o pai meu pequeno.

Percy pegou James no colo e avisou a babá que passearia com ele e que ela devia olhar os outros 3 pequenos que ali estavam.

Ele começou a caminhar com James no colo, brincando com o pequeno e mostrando tudo que encontrava pelo caminho.

Annabeth e Thalia observavam de longe.

—Parece que ele ama somente a James. –disse Annabeth, certa de suas convicções

—Não seja boba, ele ama todos os três, mas deve dar uma atenção especial ao mais velho.

—Besteira.

Uma folha caiu na mão de James, e o pequeno riu para o pai.

—Papa. –o pequeno falou mostrando a folha para o pai

—O que é isso? Uma folhinha, você gostou? Gostou é? Achou engraçado não foi? –Percy o abraçou e pequeno encostou sua cabeça no ombro do pai

Não demorou muito para James dormisse no colo do pai.

—Meu herdeiro, você não sabe o que te aguarda nessa vida. –Peryc disse para o filho que dormia como uma pedra –Você foi muito aguardado, muito esperado e muito amado. Você é tão pequeno, nem sabe os problemas que enfrento com sua mãe. Nem todo casamento real é feliz meu filho, eu espero que o seu seja.

Percy sentiu lágrimas escorrendo, ele não podia limpá-las porque carregava seu filho, mas ele sentia, sentia a dor de estar afastado de sua esposa. Tudo que lhe restava era cuidar do filho, fruto do amor dele e de Annabeth.

—Eu não funciono direito sem você meu amor.

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Annabeth estava exausta quando chegou com Thomas em seu colo, James e George no colo das babás e os colocou nos berços.

—Majestade. –reverenciavam as duas babás para Percy, que já encontrava-se deitado na cama lendo o jornal

A loira terminou de ajeitar os meninos rapidamente, para que pudesse dormir. Quando terminou tomou um banho relaxante e deitou-se na cama, com os olhos praticamente fechados de cansaço.

—Como foi seu dia? –perguntou Percy, apenas para puxar assunto

—Muito bom. –respondeu baixo a esposa

—Ah o meu foi bom também.

—Que legal. –foi tudo que Annabeth foi capaz de responder antes de domir

Percy parou a leitura do jornal e olhou para esposa, com o passar dos anos ela só se tornará mais e mais bela. Mas esse afastamento repentino dos dois, o fato dela se fechar para ele de uma forma que o mesmo não conseguia entender era intrigante.

Ela não lhe dava atenção, passava o dia cuidando dos 3 filhos e quando chegava a noite botava-os para dormir e fazia o mesmo. Percy se sentia como “pra escanteio”. Algo inútil.

Mas ele ainda nutria um grande sentimento pela esposa, afinal era mãe de seus filhos, mãe de seu herdeiro e futuro rei.

Contudo, Percy não podia negar as investidas da Duquesa de Hvid Græsplæne da Dinamarca, Rachel Elizabeth Dare. A mulher vinha-o perseguindo a algum tempo. É claro que ele sentia culpa, mas ele foi deixado de lado sem explicação aparente.

Rachel herdou o título de duquesa de seu falecido marido, mas usa o nome de solteira. É originalmente inglesa, filha de pai inglês e de mãe belga.

Percy não podia negar que a mulher era de fato, muito bela. Extremamente bela, não aos pés de Annabeth, mas o suficiente para deixar Percy confuso.

Pouco depois do nascimento do Thomas, Rachel e Percy se reencontraram.

Há muito tempo, quando Percy tinha mais ou menos 20 anos, ele e Rachel se conheceram, não tiveram um grande romance, mas Poseidon e o Sr. Dare esperavam que se casassem. O “relacionamento” não deu certo, pois Rachel se viu apaixonado por seu falecido marido Jens, eles se casaram pouco tempo depois e ela e Percy nunca mais se viram.

O reencontro foi inusitado, mas cheio de conversas sobre o que aconteceu em tantos anos. A princípio eram conversas comuns entre dois amigos que não se viam a muito tempo. mas o clima que rolava entre eles era indiscutível. E uma única noite ambos cederam a esse desejo. Foi apenas um beijo, mas para Percy foi uma tremenda traição, porém quando ele procurou conforto no braços da esposa, não conforto carnal, mas conforto sentimental ela foi grossa. E Rachel estava lá para dar esse conforto emocional.

Quem poderia culpá-lo?

Se o afastamento com o tempo foi inevitável, imagine quando Percy descobrisse toda a verdade.